sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Desemprego e administração da RTP ajustam-se ao governo.

Reajustamentos. Ago 2012

“Bem feito e mais depressa do que o esperado”, como dizia aqui o outro.

( Desenvolvimento em próximo post)

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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

António Borges. Aula na universidade de Verão PSD.

O barro precisa ser preparado antes de o mandar a parede.Ago2012
 
O oficialmente consultor do governo, António Borges, foi dizer no encontro formativo dos jovens PSD que está tudo bem; o ajustamento financeiro “está a correr melhor do que se pensava”, o relançamento económico, embora “não garantido” tem “boas probabilidades” de começar em 2013, que “Portugal conseguiu diminuir o consumo público e o privado” o que está a ser bom, que “o investimento também baixou, e bem”, “tudo bem feito e mais depressa do que o esperado”.

Extraordinário. É um sucesso geral. Há o problema da falta de crédito mas o Governo está a resolvê-lo “bem”, disse ele.

Bem! Se António Borges fosse uma sonda enviada a Marte nunca saberíamos nada do planeta vermelho, está cá como se estivesse no lado escuro da Lua.

Os alunos aprenderam “a dizer dos outros o que os outros pensam de nós”, argumentar com “interesses instalados” que afinal são o objectivo do curso (como ir ao pote); e a “denunciar” a “promiscuidade entre poder político e económico” que é o ADN do PSD - e não só.

António Borges usou a sua passagem pelo FMI, de onde foi corrido por incompetência (ver aqui), para procurar ter alguma credibilidade, mas é difícil.

Depois de ter elogiado o “Sub-prime” como “uma das melhores inovações dos últimos tempos”, de ter dito que baixar salários é uma emergência quando ele ganhou 225 mil euros sem impostos, já nem serve para mandar barro à parede, como se está a ver no caso RTP.

Devia recomeçar como aprendiz de olaria, amassar barro - amassar o barro e deixar de nos maçar.

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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Histerismos, histéricos, a linguagem de Passos Coelho.

Quadrado.Ago 2012
 

O primeiro-ministro ligou a ventoinha, as primeiras declarações sobre o “caso RTP” foram para chamar histéricos a todos aqueles que se preocupam e tomaram posição sobre o destino da TV pública.

“Não há razão para histerismo sobre o futuro da RTP” disse ele, na linguagem de Estado, tipo Passos Coelho. 

Eu reagi calmamente, dizendo não acreditar no que António Borges despejou, não será para mim; mas é desagradável ver uma pessoa que ocupa o seu cargo, com palavreado rasteiro. É no mínimo impróprio. 

Como não posso defendê-lo, venho aqui dizer que a culpa da sua linguagem não é de viver em Massamá, como já ouvi. Conheço Massamá, ainda corria água na ribeira da Tascoa e as vacas iam beber ao chafariz, campos de trigo e aveia, um laboratório e uma fábrica de ensacar farinha. Tenho lá família desde os anos cinquenta do outro século e sendo hoje um dormitório suburbano, não era mal frequentado até irem para lá ilustres darem mau nome à terra.

A linguagem de Passos Coelho também não é de origem transmontana, sou transmontano, usamos o vernáculo quando faz sentido e até quando não faz, nunca o xunga ofensivo suburbano.

A linguagem de Passos Coelho é dele e só dele, expressa o que pensa dos portugueses – piegas, histéricos… e aquilo que ainda não lhe escapou boca fora.

Podiam ter eleito alguém, pelo menos, com alguma urbanidade.


  PS: in Jornal  i (30/08/2012)- O secretário-geral do PCP (Jerónimo de Sousa) “considerou hoje que o primeiro-ministro ofendeu os portugueses ao falar em “histeria” relativamente à alienação da RTP”.
…Já estava a pensar que só eu tinha reparado.

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Administração da RTP não pode ser demitida.

DN.Ago.2012

Segundo notícia do DN “o governo está impedido de exonerar a gestão da TV pública”. Percebe-se assim as pressões para que a administração da RTP peça a demissão.

Está explicada a inquietação que anda por aí, desde os recados do colunista do jornal Sol, Marcelo Rebelo de Sousa, ao comunicado da Juventude Centrista ou os conselhos “éticos” de Marques Mendes - entre outros fretes.

A administração da RTP é “inamovível” até final do mandato, as excepções são faltas graves ou incumprimento do contrato, corroboradas pela ERC. A lei, de 2002, é do PSD/CDS (ministro Morais Sarmento).

Para mais a administração da RTP limitou-se a tornar pública a posição assumida nas discussões sobre o futuro da TV pública, discordando da “opinião” de António Borges e não a política do governo (que ainda não se conhece).

A proposta impossível de António Borges vai continuar a dar que falar, a melhor forma de ouvir é identificar os intervenientes. 

Lembremos que os políticos são políticos, mas também que todos os directores de jornais estão ligados a poderosos grupos de comunicação social, que outros estiveram ou pensam vir a estar e que há óbvios interesses políticos e económicos na privatização da RTP.

A RTP foi prometida a alguém, mas desmantelar a RTP não vai ser fácil, com o modelo apresentado por António Borges é em minha opinião impraticável.

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terça-feira, 28 de agosto de 2012

António José Seguro pode restaurar a RTP?

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Sobre o que António Borges disse da concessão da RTP não vale a pena gastar teclas. Desde logo foi claro que estava a fazer de lebre do governo, novamente a deitar barro à parede com uma proposta estapafúrdia. Contos do vigário à frente de todos e em câmara lenta levam os actores a fazer figuras tristes.

Lateralmente produziram-se coisas interessantes; a principal, que mais à esquerda ninguém ousa usar (não vão chamar-lhe sócretino) é a declaração de Seguro, disse ele: “Eu quero ser muito claro, quando o PS for governo voltará a existir um serviço público que seja prestado por uma televisão pública com uma gestão rigorosa e que sirva os interesses nacionais”.

Seguro matou o formato divulgado. Sabe que há uma geração mais nova dentro do PS, que não está para carregar a culpa de Sócrates e que quer ser oposição de facto. Quando há apelos públicos de gente de esquerda ao “patriotismo” do CDS, não reconhecer o acto político de Seguro é duplo complexo.

Ao governo resta tentar blindar a negociata, o que não é fácil sem ser acusado no acto, ou mais tarde, de gestão danosa de bens públicos. 

Se à esquerda ouve um silêncio complexado, a direita mandou a tropa para as caixas de comentários; caixas de facturação virtual e imaginadas sondagens da opinião pública. Os comentadores de serviço fizeram o resto.

Por exemplo, o director da TSF, Paulo Baldaia, disse num dos canais de TV, algum semelhante a isto “ lá está o PS a dizer que vai desfazer o que este governo está a realizar, é sempre a mesma coisa, cada governo destrói o que o anterior fez e isso não pode continuar”.

Quando as coisas estão como desejamos não há como parar a história, pois é, a democracia é uma chatice. Se Baldaia, e outros, olhassem para a América Latina viam que o neo-liberalismo não é o fim da história, nem qualquer outro sistema.

Que raio de conceito têm da democracia; um partido privatiza porque está no seu programa e foi o mais votado e a partir daí nenhum partido pode apresentar-se ao eleitorado propondo o contrário? Para que se fazem então eleições? Como a democracia portuguesa não vai estar suspensa pela troika eternamente, o melhor é tentarem adaptar-se à vida democrática.

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domingo, 26 de agosto de 2012

Líbia. Islamistas destroem mesquita, à luz do dia.

Governo libio incapaz de controlar islamitas radicais. Ago.2012

A mesquita de Al-Shaab, junto ao centro de Trípoli, na Líbia, foi demolida em plena luz do dia, no sábado, e os túmulos sufistas no interior foram profanados por grupos de islamistas armados. A operação envolveu o uso de um bulldozer.

A história da Líbia, os seus monumentos e escritos estão a ser destruídos e os mausoléus profanados e danificados, pelo ultra conservadorismo salafista. 

Organizados em milícias, os extremistas islâmicos contam com a passividade das forças de segurança estatais. Uma testemunha da destruição da mesquita disse à BBC que os militares “pareciam estar a supervisionar o processo em vez de evitá-lo”.

Destruio da mesquita de Al-Shaab. Ago.2012

Se o governo da Líbia não chega ao centro da capital, Trípoli, em pleno dia, onde estará?  


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sábado, 25 de agosto de 2012

Cães. Raças perigosas, donos ignorantes ou psicopatas.

Amigos.Ago.2012

 Em poucos dias, por cá, dois cães mataram duas pessoas, um bebé e uma senhora, entre outros ataques, e volta a polémica sobre raças perigosas e comportamentos dos donos.

A controvérsia entre quem defende os animais independentemente da sua acção violenta e os que receando ser atacados querem-nos extintos, não serve para nada. 

A lei das raças perigosas ainda veio introduzir mais desordem, fazer uma lista de raças propensas para atacar pessoas, só deve ter levado ao aumento das vendas dessas raças. Não faltam por aí psicopatas, que na impossibilidade de comprarem uma arma compram um cão. Ser para se defenderem ou para atacar dá no mesmo, é uma arma. Basta olhar para os tiroteios quase diários nos Estados Unidos para se ver que a proliferação de armas não é grande coisa.

Um cão pode ser uma arma; é uma ideia que todos os que se dizem amigos dos animais devem ter presente. Para defender os animais é preciso tirar-lhes o feitio bélico, assim mais pessoas gostarão desses animais.

Os cães não são todos iguais, o homem treinou-os para trabalhos diferentes ao longo de gerações e isso condiciona o seu comportamento. Por isso se diz que nem todos os cães são para qualquer dono.

Cães corpulentos, com força de dentada e temperamento dominante precisam de maior controlo; todos aqueles que têm cães dóceis, das ditas raças perigosas, sabem que não é difícil treiná-los, mas nem todos sabem como. A solução é recorrer a quem sabe. A medida correcta perante um cão agressivo é a reeducação.

Um cão, socializado desde pequeno com os outros cães e as pessoas, que tenha o espaço livre que a sua raça exige, nunca será perigoso. Tive um “Serra da Estrela” (uma das raças ditas perigosas) que cresceu com o meu filho bebé; o “desgraçado” do cão fazia de cavalo, as suas orelhas de rédeas, e nunca ouve problema.

Os meus filhos foram, como eu, criados na companhia de cães de várias raças, o medo instalado na população aos cães (até já fogem do meu Lavrador) não é aconselhável, perante um animal que possa ser agressivo é mesmo o menos indicado. 

Há que tomar medidas, fazer cumprir a lei e denunciar a existência de animais violentos às autoridades, responsabilizar os donos e obrigar os veterinários que tratam cães feridos nas lutas a comunicar à polícia. 

Já agora que se fala tanto em serviço público da RTP e eu vejo tão pouco serviço público, o programa de Cesar Millan “O encantador de cães” pode fazer mais pela pacificação entre homens e animais que todas as conversas sobre segurança e leis repressivas. Devia estar em canal aberto pois é verdadeiro serviço público.


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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

OEA aprovou apoio ao governo do Equador.

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 A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou hoje, uma resolução que apoia o Equador na questão do asilo diplomático de Julian Assange e das ameaças do Reino Unido.

A reunião extraordinária da OEA, como da Alba (18/8) e Unasul (19/8), demonstrou solidariedade da América Latina e Caribe ao Equador.



A resolução que “rejeita qualquer tentativa que ponha em risco a inviolabilidade das representações diplomáticas” foi aprovada por consenso, tendo os Estados Unidos e o Canadá recusado assinar a parte em que a declaração manifesta “solidariedade com o Equador”.

A “inviolabilidade das representações diplomáticas” era o essencial da observância do Direito Internacional, posto em causa com a ameaça da Inglaterra em invadir a embaixada do Equador em Londres.

As reservas dos Estados Unidos, sendo “naturais”, (nem queriam que a OEA abordasse o assunto) acabam por não impedir que o colectivo de 35 Estados - membros das Américas apoie o Equador no litígio diplomático com o Reino Unido.

A OEA pede ao Equador e ao Reino Unido diálogo “que permita resolver as actuais divergências”.


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Não acredito em António Borges.

xpto.Ago.2012

Não acredito não digo nada.

Todos sabem que António Borges é uma lebre do governo e que não se importa de fazer figura de urso.

Conseguiram passar a derrapagem nas contas para segundo plano, parabéns.

No resto, não acredito.

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Alemães dos submarinos nos Estaleiros de Viana.

Ferrostaal candidata aos Estaleiros Navais de Viana. Ago.2012
 
O governo português aceitou, (é verdade, permite!) que a empresa alemã Ferrostaal, que vendeu os submarinos numa negociata por esclarecer, seja uma das concorrentes à privatização dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo.

Enquanto correm investigações em Portugal e já ouve condenações por suborno na Alemanha, envolvendo a Ferrostaal, esta vai participar num dos seis grupos interessados nos Estaleiros de Viana. 

O ter deixado Portugal pendurado com as contrapartidas do “negócio” dos submarinos é só mais um pormenor.

Espera-se que desta vez, por uma questão de transparência e concorrência leal, as luvas façam parte do caderno de encargos. Umas cópias de segurança dos documentos assinados, que obviem casos de extravio, também se recomendam.

Com a Ferrostaal - posts AQUI, AQUI, e AQUI.

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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Buraco de três mil milhões na receita fiscal.


A dor de cabeca de Vitor Gaspar vai passar para os contribuintes portugueses. Ago.2012
Segundo o Diário Económico, o governo vai assumir uma quebra na receita fiscal de “menos 8,5%” na apresentação (próxima semana) da quinta revisão do programa da troika. São “cerca de três mil milhões de euros – um pouco mais de 1,8% do PIB”.

A Direcção Geral do Orçamento publica hoje os dados, mas já se sabe que o governo está a falhar na execução orçamental. De que estavam à espera? Aumentar a carga fiscal, directa e indirecta, não significa arrecadar mais dinheiro, leva à redução do consumo e da produção, logo a menos embolso do IVA, a parte do leão das receitas.

Mesmo o aumento da receita do IRS, porque feito à custa da redução dos reembolsos, tem o efeito perverso de retirar dinheiro da economia real, de resto como toda a austeridade abusiva, de que é feita a política económica da troika e deste governo - “para além da troika”.

Em Julho, a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), dizia que os objectivos da receita fiscal estavam seriamente comprometidos devido ao comportamento desfavorável dos impostos indirectos, e afirmava ser “necessário que a receita fiscal cresça a um ritmo de 6,9% de Junho a Dezembro de 2012, para recuperar dos maus resultados dos primeiros cinco meses”.

Ora não há milagres, só tem havido agravamento da actividade económica e até os cortes de subsídios de férias e Natal, (aos funcionários públicos e pensionistas) se têm efeito do lado da despesa (vamos ver como está) tem efeito do lado do consumo e na arrecadação de IVA.

Tudo é perverso no ciclo vicioso em que está viciada a troika e o governo, a recessão provoca a derrapagem do défice e só temos de esperar por mais medidas de austeridade, é o que a comunicação social controlada pelo governo está a promover.

A dor de cabeça de Vítor Gaspar vai passar para os contribuintes – até quando?

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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A vaga de lay-offs e o ministro Álvaro.

Ouve-se cada coisa...Ago 2012

Quem tem dificuldade em varrer o no sense da memória não deve ouvir o ministro Álvaro. Ouve-se cada coisa, cada disparate, que perdura dias a resso(n)ar na cabeça, ora vai ora remanesce como chato resistente ao quitoso.

Era para ter referido a Concertação Social, desisti, como já deviam tê-lo feito os sindicatos; aquilo não é uma mesa de negociações é um auditório onde o governo informa dos factos consumados. Serve para o presidente Cavaco dizer lá fora que há consenso na sociedade portuguesa e a imprensa internacional nos chamar mansos, coisa que dantes até ofendia.

Foi na saída da chamada reunião da concertação social que ouvi mais uma barbaridade do ministro Álvaro.

A empresa de construção e obras públicas, Tecnovia, vai pôr em regime de lay-off 340 trabalhadores, o governo parou-lhe as obras, não suporta pagar os salários aos trabalhadores parados.

O presidente do sindicato do sector, Albano Ribeiro, informou haver “100 a 200 empresas em vias de entrar em lay-off, envolvendo 5.000 trabalhadores” e disse na televisão que no caso da Tecnovia a “situação é dramática” pois poderá descer “de uma facturação mensal de oito milhões de euros para um milhão, tendo encargos fixos de dois milhões de euros”.

O ministro Álvaro interrogado sobre a situação da Tecnovia disse tratar-se “de um problema de financiamento” (é a frase que ainda não me saiu da cabeça).

Para o ministro da economia e professor de economia, as empresas com falta de trabalho têm problemas de financiamento. Financiar para quê? Para pagar salários? Além de não ter nexo quem financia um sector que o governo quer (e está a conseguir) sufocar?

É o que dá ir buscar uma figura que não faz a mínima ideia do que é uma empresa, para ministro da economia.

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terça-feira, 21 de agosto de 2012

Armas químicas na Síria, arma de Obama?

Armas quimicas - a mostarda de Obama.Ago.2012

Obama disse em conferência de imprensa que “até agora” não deu “ordem para intervir militarmente na Síria”, e, deu a entender que a mostarda só lhe chegará ao seu nariz todo-poderoso, de quem decide pela paz ou pela guerra em qualquer parte do Globo, se começarem a ver “grandes quantidades de armas químicas a ser transportadas ou utilizadas”.

O tema das armas químicas na Síria, é em princípio, uma arma para consumo interno em tempo de eleições, perante a acusação de fraqueza que a oposição republicana faz a Obama.

É do conhecimento geral, que em Julho, um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Síria, disse em Damasco que “nenhuma arma química” seria usada contra cidadãos sírios, e que as armas estavam “armazenadas em segurança sob a supervisão das forças armadas”, só prevendo o seu uso “no caso de a Síria ser alvo de uma agressão estrangeira”.

A Síria respondia assim ao alerta da Casa Branca sobre o arsenal de armas químicas sírio e a necessidade do regime garantir a sua segurança.

Na ocasião, a Síria chamou a atenção para a “possibilidade de estrangeiros armarem grupos terroristas com armas químicas (…) fazendo-as explodir em aldeias e acusando as forças sírias”.

Ou a declaração de Obama é preparatória de uma provocação terrorista ou é somente para uso na disparatada campanha eleitoral americana, neste último caso não faz sentido o relevo na imprensa; trata-se de uma sequência cinegética - depois da caça às bruxas temos a caça aos gambuzinos.

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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Combustíveis mais baratos, que fazer?

Aumento brutal dos combustiveis.Ago2012

Quem não gosta de mandar dinheiro à rua tem abastecido o seu carro nos postos de “marca branca”:
sítios como www.maisgasolina.com ou www.precoscombustiveis.dgep.pt entre outros; permitem saber onde esses postos se encontram, na área da residência ou no itinerário das viagens que cada um faz.

O combustível mais económico não faz mal aos motores, o meu (HDI) não conhece outro manjar e já fez 200.000 Km sem qualquer avaria no sistema; nem gasta mais, como já ouvi dizer; como faz mais espuma a “pistola” dá como cheio o depósito sem estar na realidade, fazer a média dos consumos pelos litros abastecidos e não pelo depósito “cheio” tira qualquer dúvida.

No entanto, consumir combustível mais barato que o preço médio não livra ninguém dos aumentos.

O preço dos combustíveis depende do governo e do preço do petróleo. Como habitualmente nas semanas em que há aumentos, também agora aparecem razões como os “stocks baixos nos EUA”. Uma falácia, o consumo nos Estados Unidos baixou 1,9% como baixou em todo o mundo com excepção das economias emergentes (ver artigo jornal i).

Um aumento de 0,7% no consumo mundial quando a extração e reservas do crude melhoraram, não é razão para haver aumento do preço do petróleo. A verdadeira razão é a instabilidade no Médio Oriente provocada pelos países ricos do “Ocidente” e seus aliados do Golfo.

As guerras são boas para os especuladores e são eles que determinam a política na maioria dos países, a União Europeia tem decretado embargos, como à Síria e ao Irão (que passou a fornecer mais a China) que só têm prejudicado a economia europeia e as suas populações.

Com o aumento dos combustíveis vêm mais aumentos dos bens de consumo, o aumento do pão está anunciado em 10 a 15% para o mês que vem, o governo já fez saber que a juntar à penúria haverá mais cortes na Saúde, Educação e Segurança Social.

Não vai portanto ser por intervenção deste governo, cuja única missão tem sido esmifrar os portugueses, que os combustíveis (quanto mais caros mais rendem em impostos) vão baixar. 

A paz mundial, especialmente no Médio Oriente desarmaria a especulação no preço do petróleo, normalizaria o mercado. Não lucramos nada como país ou região com a política belicista portuguesa e da União Europeia.

Ver; “Aumento de combustíveis e ameaça de guerra

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domingo, 19 de agosto de 2012

Assange pede a Obama que renuncie da caça às bruxas.

Julian Assange agradece ao presidente do Equador. Ago.2012

Julian Assange assomou a uma janela da embaixada do Equador em Londres. Perante uma manifestação de apoiantes e em directo para várias televisões do mundo, disse para Obama renunciar à caça às bruxas contra o Wikileaks, e tomar a decisão correcta.

Julian Assange grato pela  firmeza dos apoiantes.

Julian exigiu respeito pela “liberdade de expressão” e apelou para que termine a perseguição a jornalistas e às suas fontes.

Julian Assange grato aos pases da America Latina

Pediu que os EUA libertem o soldado Bradley Manning, detido pela alegada relação com o site Wikileaks, e agradeceu aos países da América Latina, citando-os, ao presidente do Equador, e a todos os que continuam a apoiar a sua luta pela liberdade.
   A Luta Continua.



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Assange. ALBA adverte Inglaterra e OEA convoca reunião.

Alba adverte Reino Unido. Ago2012

 O Equador tinha pedido às organizações regionais americanas; OEA, Alba e Unasur, respostas sobre a questão da concessão de asilo diplomático a Julian Assange e as ameaças do governo britânico de invadir a sua embaixada em Londres.

O conselho permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) reuniu na sexta – feira. Ficou marcada uma reunião extraordinária de todos os ministros dos Negócios Estrangeiros para dia 24 de Agosto. A decisão foi aprovada por todos os 22 países sul-americanos mais o México, 3 votaram contra, os Estados Unidos, o Canadá e Trindade e Tobago; Barbados, Bahamas, Honduras, Jamaica e Panamá abstiveram-se.

A organização de cooperação Alba, que junta oito países, reuniu ontem o seu conselho político e avisou a Inglaterra das “graves consequências” da violação do espaço da embaixada equatoriana.

Em conferência de imprensa a Alba declarou: “Advertimos o governo do Reino Unido acerca das graves consequências, que se desencadeariam no mundo todo, no caso de uma agressão directa à integridade territorial da república irmã do Equador em Londres”. 

Foi ainda informado que têm discutido algumas iniciativas, que não querem tornar públicas mas que serão partilhadas com “governos amigos do continente e do mundo”.

Estranhamente (!?) a comunicação social portuguesa não noticiou nem a decisão da OEA nem a reunião da Alba. Apenas soubemos que os Estados Unidos não reconhecem o asilo diplomático de Assange.

Talvez seja necessário um qualquer grupo punk ir para o Santuário de Fátima cantar as notícias que a liberdade de expressão (à portuguesa) censura.

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sábado, 18 de agosto de 2012

Paz na Síria nas mãos da Casa Branca e Lakhdar Brahimi.

Urgente parar a guerra para negociar. Ago.2012

Brahimi quer saber com que apoio pode contar e a Casa Branca quer saber mais do mandato do emissário da ONU e da Liga Árabe.

Resume-se nestas incertezas a seriedade da missão de paz do novo mediador Lakhdar Brahimi.
 
Os Estados Unidos tiveram uma primeira reacção, nada prometedora para o fim do conflito sírio; o porta-voz do presidente Obama, Josh Earnest, declarou aos jornalistas que precisam “de mais detalhes da parte da ONU sobre o mandato de Brahimi no seu novo cargo”.

O secretário-geral da ONU tem tido posições contraditórias, ora alinha por soluções que vão no caminho do belicismo, ora pelo trilho das negociações, substituir a missão de paz de Kofi Annan, pelo experiente diplomata argelino Brahimi é dar uma oportunidade à paz negociada. Desta vez, Ban Ki-moon diz que “mais combates e militarização apenas vão exacerbar o sofrimento”.

As declarações da Casa Branca são reticências à missão de paz, o “mandato” do actual mediador só pode estar de acordo com as “boas práticas” introduzidas nas operações de manutenção de paz, depois do Relatório do Grupo para as Operações de Paz da ONU, elaborado em 2000, e conhecido por Relatório Brahimi.

Foi Lakhdar Brahimi quem chefiou o grupo de peritos que elaboraram as condições mínimas necessárias para o êxito das missões de paz, entre elas “ a obtenção de um mandato claro e especifico e o consentimento das partes em conflito”. A exigência de Brahimi, de saber com que apoio conta, inscreve-se nessas condições.

Ou seja, sem cessar-fogo não há processo de paz, e não há cessar-fogo enquanto a Casa Branca e os seus aliados apoiarem a militarização da oposição ao regime, e os países mais influentes junto do poder sírio não exigirem o fim das acções militares de Assad.

A China, sem reticências, promete cooperar com o novo enviado da ONU.

Brahimi pode ter uma missão impossível mas vai decerto esclarecer quem quer a paz e quem fomenta a guerra na Síria.

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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Manifestantes e polícias confrontam-se no Bahrain.

Confrontos no Bahrain - outra primavera. Ago.2012

 Manifestantes opositores ao regime e as forças policiais enfrentaram-se ontem no reino insular do Bahrain. Comemorava-se o Dia Mundial de Jerusalém (Al Quds) e como em outras nações muçulmanas, protestou-se contra a ocupação por Israel de Jerusalém Oriental.

A solidariedade com o povo palestino foi reprimida pela polícia e a manifestação transformou-se em protestos contra o governo dos al-Khalifa (rei Hamad bin Isa al-Khalifa, primeiro-ministro Khalifa bin Salman al-Khalifa).

As manifestações foram organizadas pela coligação “14 de Fevereiro”; junta os partidos que estiveram na origem das mobilizações de 2011, que reivindicavam reformas democráticas e foram brutalmente reprimidas.

Os protestos no Bharain são constantes e terão provocado cerca de 90 mortos no último ano.

Não são notícia no ocidente porque a maioria reprimida é xiita e a ditadura é da minoria sunita, tal como nos vizinhos Qatar e Arábia Saudita.

Os americanos terem decidido apoiar as ditaduras sunitas, são opções, que os jornais portugueses tenham posição já é mais estranho.

Uma coisa sabe-se, quando as maiorias são xiitas nenhuma revolta popular tem o nome de “Primavera”.

O príncipe herdeiro também é al-Khalifa…

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África do Sul. Da luta sindical à violência policial.

A vida dos trabalhadores vale pouco. Ago.2012
 
36 Mortos, baleados pela polícia; dezenas de feridos e centenas de detidos é o último episódio de uma semana de violência na mina de platina de Marikana, na África do Sul.

O acontecimento de ontem serviu para todo o tipo de acusações. Já se sabia que a polícia ia invocar legitima defesa; antes disso já jornais e televisões faziam grandes planos de lanças e catanas (o “nosso” Público tem um fulano lambendo uma ponta de lança) para se calhar justificar o tiroteio.

Acusações ao ANC, ao racismo, e quejandos, são mato; referências à empresa exploradora da mina, que é a outra parte do processo reivindicativo, passaram ao lado.

Os mineiros estão em greve há uma semana, reivindicam melhores condições de trabalho e aumento salarial. A companhia inglesa Lonmin considerou a greve ilegal e houve trabalhadores que quiseram voltar ao trabalho, o que provocou confrontos entre mineiros.

Desses primeiros confrontos resultaram 10 mortos, tendo nos dias seguintes havido mais (2 ou 4 segundo as fontes). Haver mineiros armados, de forma rudimentar, na quinta-feira, é o resultado da violência que nem os sindicatos, nem a companhia mineira, nem a polícia quiseram os conseguiram controlar.

À rivalidade entre dois sindicatos e a radicalização da luta dos mineiros, a polícia respondeu com aparato militar e o uso de armas letais, a lembrar a repressão de outros tempos na África do Sul.

A Lonmin limitou-se a criticar a polícia por não ter conseguido manter a “ordem e segurança nas instalações desde o início da violência”.

Do processo reivindicativo não se sabe o futuro; num dia 36 trabalhadores morreram porque queriam ser menos explorados, a platina subiu 15% nos mercados e as acções da Lonmin perderam 17,5%. É essa a notícia da Sky - as acções baixaram…

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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Assange. Equador concede oficialmente asilo político.

Equador decidiu conceder asilo diplomtico a Julian Assange.Ago.2012

O ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, anunciou agora que o seu país concede asilo diplomático a Julian Assange.

O presidente do Equador, Rafael Correa, tinha informado na segunda-feira que o seu país tomaria uma decisão esta semana sobre a garantia de asilo político para Julian Assange, fundador do Wikileaks.

A Inglaterra disse ao Equador que conceder asilo político a Assange não alteraria a situação. Em Londres, policias e manifestantes que apoiam Julian entraram hoje de manhã em confronto, junto à embaixada do Equador.

O caso Assange vai ter uma abordagem diferente pela Inglaterra e Estados Unidos, do caso do activista chinês Chen Guangcheng, que se refugiou na embaixada dos EUA e conseguiu sair em liberdade da China. Dois pesos, duas medidas, ou a importância de estarem em causa interesses americanos.

 A Inglaterra ameaçou invadir a embaixada do Equador (clicar AQUI)

É tempo de solidariedade com Assange e de defender o Direito Internacional.

Solidariedade com Julian Assange.Ago.2012

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Assange. Inglaterra ameaça invadir embaixada do Equador.

Julian Assange asilado politico na embaixada do Equador em Londres.Ago.2012

Em flagrante violação das normas internacionais, a Inglaterra fez “uma ameaça expressa e por escrito”, segundo disse ontem o ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, de “invadir a embaixada do Equador em Londres caso não entreguem Julian Assange”.

O jornalista e fundador do Wikileaks Julian Assange está há sete semanas refugiado na embaixada equatoriana, onde pediu asilo político. Há um pedido de extradição da Suécia ao Reino Unido para Assange responder por um suposto crime sexual. 

Assange teme que uma vez na Suécia os Estados Unidos peçam a sua extradição e o submetam a julgamento por espionagem e desvio de documentos secretos.

Ricardo Patiño realçou na conferência de imprensa, realizada em Quito, que as sedes diplomáticas gozam de imunidade e que seria ilegal invadi-las para prender um asilado político. “Não somos uma colónia britânica, o tempo do colonialismo terminou” disse Patiño, acrescentando “são ameaças impróprias de um país democrático, civilizado e respeitador do direito”.

O ministro equatoriano considerou a iniciativa britânica “um acto hostil” a que o Equador se opõe energicamente; “seria um atentado à nossa soberania que nos obrigaria a responder com a maior contundência diplomática”.

Recorde-se que o ex-juiz espanhol, Baltazar Garzón, é defensor oficial do fundador do Wikileaks e já se encontrou com Julian Assange na embaixada do Equador em Londres. Assange não foi ainda acusado formalmente nem pela Suécia nem pelos EUA.

 Nota: O Equador vai anunciar oficialmente, hoje às 7.00h, (13.00h de Lisboa) que concede asilo político a Julian Assange.

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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Síria. ONU acusa militares e rebeldes de crimes de guerra.


Um relatório “de uma comissão independente de investigação” divulgado hoje em Genebra, pela ONU, acusa as forças governamentais e as milícias ligadas ao regime, de “crimes contra a humanidade como assassinato e tortura, crimes de guerra e violações flagrantes dos direitos humanos e leis humanitárias”.

A comissão com mandato do Conselho de Direitos Humanos da ONU considera, que “as violações foram cometidas como parte da política do Estado, o que implica o envolvimento no mais alto nível das forças armadas e de segurança do governo”.

Diz ainda que “os grupos armados antigovernamentais cometeram crimes de guerra, incluindo assassinatos extrajudiciais e torturas. Apesar disso, estas violações e abusos não tiveram a mesma gravidade, frequência e escala do que os cometidos pelas forças governamentais e pelas milícias”.

Sabendo nós que não há guerras sem crimes de guerra; este tipo de relatórios que pretendem estabelecer escalas nas atrocidades são muito duvidosos na sua independência. Parecem encomendas.

Depois, há um problema insolúvel na guerra mediática do caso sírio; os rebeldes têm o hábito de filmar os seus “feitos” e colocarem-nos na internet.

Desde segunda – feira que estão três vídeos no Youtube (que me abstraí de divulgar por razões obvias) mostrando os rebeldes a assassinar a sangue frio um homem, outro a mandarem do telhado do edifício dos correios de Al-Bab vários homens que morrem estatelados na calçada, enquanto uma multidão grita Allah Akbar, e um terceiro em que um prisioneiro é degolado.

A notícia está em vários lados, foi a mais vista na selecção noticiosa do Google (Terra Brasil), ver no Diário Digital. Os vídeos, não recomendo que os procurem.

É o pior da espécie humana, que não merece a desculpabilização de um organismo como as Nações Unidas. Se estas atrocidades “não têm a mesma gravidade” que as cometidas pelo governo, não se viram coisas piores.

Hoje, a China acusa os países ocidentais de impedirem a resolução política do conflito na Síria. Segundo o editorial do jornal do PCC “os países ocidentais nunca renunciaram ao seu objectivo de mudar o regime na Síria, e de forma constante, reforçaram o seu apoio às forças anti-governamentais”.

A China (e não só) diz que é o “ocidente” que impede um consenso da comunidade internacional, a oposição interna moderada da Síria pede um cessar-fogo de ambas as partes, e a ONU vem deitar mais achas para a fogueira. Com ameaças de acusações no TPI ninguém pára de disparar - só os derrotados serão julgados.

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Notícias sobre submarinos emergem e submergem. Regabofe.

Regabofe submerge submarinos.Ago.2012

Paulo Portas tem razão, as noticias sobre o caso dos submarinos, aparecem e desaparecem. Convinha saber porque desaparecem.

Para não fazer a afirmação de que é a Justiça portuguesa que está por detrás do branqueamento de alegados casos de corrupção que envolvem políticos, digamos que é o “funcionamento” da Justiça que os faz desaparecer.

Alguém percebe a razão por que nunca foram pedidos esclarecimentos a Paulo Portas sobre o caso dos submarinos? O Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) dirigido pela procuradora Dr.ª Cândida Almeida e onde sobressaem outras figuras mediáticas, é mesmo capaz de investigar a criminalidade “altamente organizada e de especial complexidade”? 

O que sabemos é que qualquer investigador da PSP ou da GNR, que se preze, interroga todas as pessoas que possam ter elementos para deslindar qualquer alegado crime. Os ministros são intocáveis? Ou não há razões para ouvir Paulo Portas?

Um artigo de hoje do jornal Público pormenoriza o depósito de 1,06 milhões de euros, em notas, na conta do CDS/PP no banco BES. Foi feito por funcionários do CDS durante os quatro dias finais de 2004; “105 depósitos” entregue “muitos deles com intervalos de minutos e a grande maioria em parcelas de 10 mil euros”. Entre estes o muito citado do “doador Jacinto Leite Capelo Rego, no valor de 300 euros”.

No mesmo artigo do jornalista José Augusto Moreira, lembra-se que os dois gestores alemães condenados pelo tribunal de Munique por corrupção, disseram ter entregue “ao cônsul honorário de Portugal em Munique o montante de 1,6 milhões de euros. Este, por sua vez, disse perante a justiça alemã que manteve encontros com o ministro Paulo Portas e o primeiro-ministro Durão Barroso, para a concretização do negócio”.

Depois das condenações alemãs, o DCIAP não ver razão para ouvir Paulo Portas é incompreensível.

O dinheirão que o CDS tinha em notas num cofre em vez de na conta bancária (só podia ser para fazer pagamentos em notas) embora suspeito, não levou à condenação do tesoureiro Abel Pinheiro e mais três funcionários do CDS, acusados de falsificação de documentos. Isto apesar de os 4216 recibos justificativos da entrada do dinheiro no partido estarem segundo a PJ com “dados provavelmente fictícios” e “passados em datas posteriores aos depósitos. Os próprios livros com os talões de recibo teriam sido encomendados já em Janeiro de 2005”.

Com estas decisões da Justiça, percebe-se porque é que o caso dos submarinos, cada vez que vem à tona é imediatamente submerso.

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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Passos Coelho. Não vai haver recessão em 2013!

Regabofe. Ago. 2012
DesaPontal 2012



           
... em 2013 no vai haver recesso...Ago 2012




Estamos desgraçados!



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Greve nos portos pode estender-se a outros países.

Portos parados. Ago.2012

Portos sem actividade por causa da greve convocada pela Confederação dos Sindicatos Marítimos e Portuários (Fesmarpor).

A greve dos trabalhadores dos portos prolonga-se até quarta-feira dia 15; dia em que estão em greve várias outras empresas, com realce para os transportes de passageiros e de mercadorias.

O protesto dos trabalhadores portuários é contra a revisão, pelo governo, do regime jurídico do trabalho portuário. Os sindicatos afirmam que estão em causa pelo menos 500 postos de trabalho (metade dos trabalhadores dos portos) e a precarização do emprego no sector.

O Governo quer entregar parte das tarefas da actividade portuária a trabalhadores sem qualificação ou qualquer certificação, ameaçando o emprego dos profissionais.

Delegações de sindicatos de Espanha e França, juntam-se hoje aos trabalhadores portugueses, no porto de Sines, para “dizer de viva voz” que os trabalhadores espanhóis e franceses então com os portugueses nesta luta.

Em reacção a Comunidade Portuária de Sines (CPS) manifestou-se contra a “ingerência externa” de “elementos de fora, estranhos ao porto de Sines” que podem “dar uma imagem da existência de um clima de conflito laboral neste porto”. 

Para a CPS, esta greve, pelas razões que é, não é um conflito laboral…

Também o Conselho Português de Carregadores (CPC) reagiu à greve, considerando-a “inoportuna e sem sentido”. Para o CPC a “lei do governo aproxima ao que está disposto no Código de Trabalho” e é “positiva” porque vai “aumentar a eficiência e reduzir custos”.

Para o CPC, aumenta-se a eficiência, logo a produtividade, substituindo trabalhadores profissionais por gaibéus das docas…

Só falta ouvir mais do género - de Passos Coelho - se o buzinão do Pontal o permitir.


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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Tunísia. Mulheres perdem direitos com poder islamita.

Islamitas no poder - mulheres sem direitos na Tunisia.Ago.2012

A proposta para nova Constituição apresenta a mulher tunisina como “complementar” ao homem.

A Tunísia, país que com a Turquia (de Kemal Ataturk) era dos mais tolerantes do mundo árabe e entre os muçulmanos, está a mudar no pior sentido, para as mulheres e toda a sociedade.

As mulheres têm direitos garantidos de igualdade de género desde o Código do Estatuto Pessoal, promulgado em 1956 pelo presidente Habib Bourguiba.

As mulheres tunisinas têm direito à instrução, de casar com quem decidam e de se divorciarem judicialmente, têm tutela sobre os filhos e usam livremente contraceptivos.

A leitura do islamismo como prevalência masculina, que é comum a todos os vencedores das chamadas “primaveras árabes” vai impor um recuo civilizacional que não é surpresa para os mais avisados do ocidente. 

Ocidente que está a apoiar a islamização fundamentalista do norte de África e Médio Oriente por motivos estratégicos de influência na região.

Na Tunísia as mulheres lutavam até agora por melhorar os direitos adquiridos, por conseguir uma maior emancipação e equiparação com os homens nos cargos dirigentes.

Agora voltam ao passado; à luta pela igualdade de direitos, para homens e mulheres – contra o obscurantismo teocrático.

Enquanto se espera a evolução no Egipto, o esquartejamento final da Líbia e a invasão da Síria, era bom que a opinião pública mundial deitasse os olhos para os efeitos da “primavera árabe” na Tunísia, onde os islamitas agora no poder até eram considerados dos mais moderados.

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domingo, 12 de agosto de 2012

12 de Agosto de 2012. Lembrar Miguel Torga.

Miguel Torga. 12 Agosto 1907 - 17 Janeiro 1995.Ago.2012

Por Miguel Torga

Querido leitor: Escrevo-te da montanha, do sítio onde medram as raízes deste livro. Vim ver a sepultura do Alma Grande e percorrer a via-sacra da Mariana. Encontrei tudo como deixei o ano passado, quando da primeira edição destas aventuras. Apenas vi mais fome, mais ignorância e mais desespero. Corre por estes montes um vento desolador de miséria que não deixa florir as urzes nem pastar os rebanhos. O social juntou-se ao natural, e a lei anda de mãos dadas com o suão a acabar de secar os olhos e as fontes. Crestados e encarquilhados, os rostos dos velhos parecem pergaminhos milenários onde uma peça cruel traçou fundas e trágicas legendas. Na cara lisa dos novos pouca mais esperança há. Ora eu sou escritor, como sabes. Poeta, prosador, é na letra redonda que têm descanso as minhas angústias. Mas nem tudo se imprime. Ao lado do soneto ou do romance que a máquina estampa, fica na alma do artista a sua condição de homem gregário. E foi por isso que fiz aqui uma promessa que te transmito: que estava certo de que tu, habitante dos nateiros da planície, terias em breve compreensão e amor pela sorte áspera destes teus irmãos. Que um dia virias ao encontro da aridez e da tristeza contida nas fragas, não como leitor do pitoresco ou do estranho, mas como sensível criatura tocada pela magia da arte e chamada pelos imperativos da vida. Prometi isso porque me senti humilhado com tanto surro e com tanta lazeira, e envergonhado de representar o ingrato papel de cronista de um mundo que nem me pode ler. Tomei o compromisso em teu nome, o que quer dizer em nome da própria consciência colectiva. Na tua ideia, o que escrevo, como por exemplo estas histórias, é para te regalar e, se possível for, comover. Mas quero que saibas que ousei partir desse regalo e dessa comoção para te responsabilizar na salvação da casa que, por arder, te deslumbra os sentidos.

Teu

MIGUEL TORGA

S. Martinho da Anta, Setembro de 1945 - Prefácio à segunda edição dos “Novos Contos da Montanha”.

Sobre Torga ler aqui. Mais os poemas, Brinquedo; Liberdade; Orfeu Rebelde.

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sábado, 11 de agosto de 2012

Documentos sumidos da compra dos submarinos alvo do MP.

Desapareceram os documentos do negocio dos submarinos.Ago 2012

O Ministério Público atribui ao desaparecimento de documentos da compra dos submarinos “uma dimensão que vai para além dos casos pontuais já noticiados”. Escreve o Jornal de Notícias na sua edição online.

Diz o JN: - “Grande parte da documentação dos submarinos desapareceu do Ministério da Defesa. Sumiram, em particular, os registos das posições que a antiga equipa ministerial de Paulo Portas assumiu na negociação”.

"Apesar de todos os esforços e diligências levadas a cabo pela equipa de investigação, o certo é que grande parte dos elementos referentes ao concurso público de aquisição dos submarinos não se encontra arquivada nos respetivos serviços [da Defesa], desconhecendo-se qual o destino dado à maioria da documentação", escreveu o procurador João Ramos, do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), em despacho de 4 de junho que arquivou o inquérito em que era visado apenas o arguido e advogado Bernardo Ayala (o processo principal continua em investigação) ”.

Recorde-se que a compra dos submarinos foi em 2004, quando Durão Barroso era primeiro-ministro e Paulo Portas ministro da Defesa, e que, pelo menos desde 2010 se sabe do desaparecimento de documentos da Comissão Permanente de Contrapartidas (CPC).

A CPC tem a finalidade de acompanhar os projectos que os vendedores dos submarinos (alemães) se comprometeram a financiar junto de empresas portuguesas, no valor de 1,2 mil milhões de euros.

Em Maio de 2010 foram ouvidas testemunhas no Tribunal Central de Instrução Criminal, quer do CPC quer da Man Ferrostaal (o consórcio vendedor), que disseram ter havido alterações ao contrato de contrapartidas na véspera da assinatura da compra dos submarinos. Entre outros, os documentos que modificaram os contratos desapareceram.

Talvez Paulo Portas que (diz-se) esteve dez horas a fazer fotocópias de documentação do Ministério antes de sair do governo - tenha uma cópia…

O caso da venda dos submarinos a Portugal tem situações incompreensíveis; enquanto cá se discute a possível acusação de “burla qualificada e falsificação de documentos” por sete gestores nacionais e dois alemães, a Justiça alemã já condenou os dois executivos alemães da Ferrostaal, o ano passado, a dois anos de prisão mais coimas, por “suborno de funcionários públicos estrangeiros, na venda de submarinos a Portugal e à Grécia”.

O Ministério Público de Munique condenou os ex-gestores da Ferrostaal por terem pago 62 milhões de euros de luvas; o Ministério Público Português não encontrou pista do dinheiro recebido em Portugal. Será que agora voltou o faro à Justiça portuguesa? Temos fartas razões para duvidar.


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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

A destruição das pirâmides e da Fundação Paula Rego.

Querem destruir as piramides.Ago.2012

A extinção da Fundação Paula Rego mereceu de António Capucho, ex-presidente da Câmara de Cascais e ex-PSD, o seguinte comentário na Rádio Renascença: “Isto é tão disparatado, tão grotesco como os talibãs atirarem morteiros para cima dos budas”.
Uma "selvajaria".

A reacção de Capucho não está descarrilada da realidade; são muitos os exemplos ao longo da história - da destruição da Biblioteca de Alexandria (pelos imperadores cristãos primeiro e depois a mando do califa Omar) até aos túmulos sagrados de Timbuktu nos dias de hoje (pelo grupo radical islâmico Ansar Dine) em que o fanatismo religioso destrói património que é de todos.

Não há diferença entre o fanatismo do governo de Passos Coelho, seguidor do deus troiko e da profeta Merkel e os salafistas egípcios, que terão pedido ao presidente Muhammad Morsi para destruir as pirâmides do Egipto (segundo várias fontes, como o Daily Mail ou a Voz da Rússia).

Destruir símbolos do passado sempre foi uma forma de afirmar as crenças do presente. A ofensiva de Passos Coelho contra a cultura e contra tudo o que foi deixado a mexer na economia, são sinais da sua “revolução tranquila”.

Até quando se vai deixar passar - tranquilamente - a "revolução tranquila" de Passos Coelho?

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