quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Embargo russo prejudica Portugal.

Nova guerra fria prejudica produtores. Ago.2014
 
A Rússia respondeu às sanções aprovadas na semana passada pelos ocidentais decretando um embargo total à importação de produtos alimentares oriundos dos Estados Unidos, União Europeia, Austrália, Canadá e Noruega.

Tomate, maças, peras e marmelos portugueses, entre outros produtos agroalimentares exportados para a Rússia, pelos produtores nacionais, estão abrangidos pelo embargo anunciado por Moscovo.

Mais de dois séculos de tentativas de normalizar o comércio entre a Rússia e Portugal, e após os bons resultados obtidos pela actual geração de produtores portugueses, a política (que nada fez para abrir as portas russas) vem arruinar os esforços daqueles que neste país trabalham para criar riqueza.

O primeiro-ministro russo Dimitri Medvedev disse que o embargo, decretado por um ano, poderá ser levantado se os parceiros da Rússia demonstrarem uma abordagem construtiva. Citando do Público: “Espero sinceramente que o pragmatismo económico prevaleça sobre considerações políticas estúpidas (…) ”.

Medvedev pode esperar sentado - e os exportadores nacionais também – políticas estúpidas são o forte deste aliado pateta das políticas estúpidas dos Estados Unidos.

Com o embargo ao Irão assinado também por Paulo Portas aumentou-nos o preço dos combustíveis, com estas sanções “ocidentais” vai aumentar o desemprego  na Europa (sobretudo na Alemanha e na Itália) e é mais uma bordoada no “motor português das exportações”.

Em nome de uma Nova Guerra Fria…! É mesmo - política muito estúpida!!!

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segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Novo Banco. Crimes dentro e fora do BES.

Fraude no BES.Ago. 2014
Novo Banco na falência do BES

Os mafiosos da banca alargaram o buraco do Grupo Espírito Santo ao banco BES com a complacência das autoridades e a cumplicidade dos homens de mão na comunicação social (económica e não só).

A fraude que criou hoje o Novo Banco vai custar dinheiro aos contribuintes - e não é só os juros do empréstimo da troika. Vai custar em falências, em desemprego, em destruição da economia real, para além das minudências do possível aumento das taxas bancárias dos comparsas do Fundo de Resolução.

Cavaco, Passos Coelho, todos os comentadores encartados ao serviço da ideologia do governo e o Banco de Portugal, andaram a adormecer o pagode.

A almofada que Carlos Costa anunciou na Comissão de Orçamento e Finanças da AR como “suficiente para tapar eventuais buracos” serviu para tapar a boca durante duas semanas à opinião pública. Enquanto isso e até ao último instante desviaram-se milhões do BES e destruiu-se a sua cotação em bolsa.

As dívidas que a actual administração (Vítor Bento) do BES entretanto pagou; em montante e a quem, é algo que é preciso saber. Os activos que conformam o “banco mau” e o provisório “Novo Banco” não se conhecem; ora, e como se viu no BPN, é aí que está o “grande negócio” da futura venda do “Novo Banco”.

O resgate do BES com dinheiro público é um facto (dívida pública da linha troika). Salva-se o banco com a injecção de 4,9 milhões de euros (sete vezes mais que o valor de mercado do BES) e Carlos Costa diz que “não terá custos para o erário público nem para os contribuintes”.

As “almofadas” de Carlos Costa são agora para tapar os olhos e os ouvidos dos portugueses. Para intoxicar, que isto nos produtos tóxicos anda tudo ligado; Passos nas calmas de férias no Algarve, fortunas pessoais dos Espírito Santo e demais gestores em bom recato, créditos bancários às empresas a desaparecerem.

Precisam-se investigações da Justiça a esta gente e provavelmente investigações à própria Justiça. Isto anda tudo ligado e sempre ligado ao péssimo funcionamento da Justiça em Portugal.

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sábado, 2 de agosto de 2014

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Poemas de Carlos Loures. O Atlas Iluminado.

Novo Livro de Carlos Loures. Ago. 2014
 
Faz depois de amanhã oito dias, que me chegou às mãos o último livro de Carlos Loures, li-o nesse dia e encontrei nos poemas algo que me dá jeito. Gosto da obra literária do Carlos Loures também por isso; dá-me jeito. Estes poemas, O Atlas Iluminado, até têm no subtítulo “manual…” e, como o bom design, é para usar.

Das páginas 50 e 51, das 60 do livro fino e jornada longa, duas passagens da viagem poética.

A espera

Pela noite vou esperando, ansioso,
que o sono me restitua o sonho.
A gente que me habita quero voltar a ver.
Tanta esperança na vida ponho
que a espera me deixa tão nervoso
que até me esqueci hoje de beber.
Soam as vésperas e o dia escurece.
Saio da locanda sem cambalear
é a primeira vez que tal acontece,
chega gente às portas para apreciar.
Sem tropeços corro para a alfurja,
Passo pela gorda quase sem a ver, vou dormir enfim,
e voltar a ver a estranha gente que vive dentro de mim.

Mas o sonho do debuxante muda – no convés é interrogado por um meirinho.

Para que queres um mapa, idiota
se não tens plano traçado, rumo certo? –
Para que te serve a agulha de marear?
- sabes lá se estás longe ou se estás perto!
Se a utopia que procuras, a tal ilhota,
fica onde o sol se põe ou à mão de semear;
se dista mil léguas ou cem toesas.
Cuida mas é dos perigos que se tecem
agora e aqui. Tem as lanternas bem acesas,
está nevoeiro, é mau – é assim que elas acontecem.
Quem anda a olhar para o horizonte, esquece
o chão que pisa e não tarda muito que tropece.

Carlos Loures

in O atlas iluminado – manual de poemonáutica.

Edições Colibri



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