sábado, 31 de dezembro de 2011

TOP 10. Os Mais Vistos de 2011.

2011. oclarinet.blogspot.com

Top 10. Os Mais Vistos De 2011.

O ClariNet – (oclarinet.blogspot.com) – iniciou a sua actividade em 16 de Março de 2011. Uma experiência unipessoal após a minha colaboração num blogue colectivo. A imensa maioria das publicações foram originais, excepção feita para os vídeos do Youtube e cerca de uma dúzia de textos; à volta de 300 posts em nove meses e meio. Uns foram feitos com mais tempo outros à pressa, na tentativa de editar pelo menos um diariamente. Para além de algum retorno de amigos e comentários no blogue, sabe-se sempre pouco do acolhimento nos leitores.
Os mais vistos neste ano de 2011, segundo o contador adoptado desde o início, foram os dez que se publicam agora, por ordem decrescente de visitas; para os ver/ler clicar no título respectivo.

Um Bom Ano de 2012 para todos vós.

1º - Há pepinos contaminados em Portugal ou não há?

2º - Ongoing, o valor e os valores de Nuno Vasconcelos.

3º - Passos Coelho insiste em privatizar a água e a CGD.

4º - Ladrões de comboios, da memória, da cultura.

5º - Manifestação 15 de Outubro Lisboa – Fotos.

6º - Motim em Inglaterra, a violência alastra.

7º - Abriu a caça ao pórtico.

8º - A verdade sobre Jorge dos Santos/George Wright.

9º - Gráficos de Medina Carreira. A catástrofe.

10º -Alteração de feriados? A Igreja Católica já paga impostos?

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  5º TOP 10 oclarinet 2011  


sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

"ODIOSA", sim ou não?

Wassily Kandinsky 1939 - Dez.2011
Complicado - Simples (Kandinsky 1939)


Por: Carlos Leça da Veiga*


É verdade, ou mentira, que possa classificar-se – melhor dito, que deva classificar-se – como “dívida odiosa” aquela, hoje em dia, atribuída à generalidade da população portuguesa?

Longe anda a prosápia de querer ensinar-se o padre-nosso ao vigário porém, como manda o melhor procedimento, intenta-se, a um qualquer, pedir uma opinião.
Num País em que não faltam vigários – e a comunicação social dá-lhes grande abrigo – não deverá ser difícil encontrar quem – vigário, que não vigarista – esteja disposto a dar a resposta julgada necessária.

De passo em passo, a situação de dependência política a que Portugal está sujeito avoluma-se a todo o instante, porém, ao invés de merecer repulsa, na voz duma figura cimeira, a vontade de ressarcir a dependência financeira imposta ao País, chega a ser considerada – tanta é a hipocrisia imperante na governação – como uma oportunidade capaz de demonstrar o bom comportamento que a todos deve deixar orgulhosos e que, por isso mesmo, mereceu, à tal “troika”, ser digno de louvor. Que Portugal, dizem esses intrometidos políticos, está a comportar-se muito bem, como disso é prova, a aceitação e obediência ao trabalho de liquidação da organização social do País imposto, a todo o momento, pelos enviados alienígenas do capitalismo mafioso.

É verdade, ou mentira, que possa classificar-se – melhor dito, que deva classificar-se – como “dívida odiosa” aquela, hoje em dia, atribuída à generalidade da população portuguesa?

Que razão haverá para que uma tal classificação – possível de assacar-se à chamada dívida portuguesa – nunca tenha sido equacionada, sequer aflorada, tanto pelos comentadores de serviço como, tão pouco, por quaisquer dos arautos partidários, em particular, dentre os menos conformados. Colocá-la está completamente fora de questão? Falta-lhe cabimento? O oportunismo comanda? Não convirá ofender os emprestadores? Essa chamada dívida portuguesa já foi sujeita a qualquer auditoria independente?

Em Portugal, o tema da “dívida odiosa” não pode ser suficientemente desconhecido de tal modo, na comunicação social, não figure réstia duma sua menção, quando – o exemplo é frisante – uma tal classificação está a ser pedida para aplicar-se á dívida do estado grego e, coisa notável, aqueles que chamaram a si a incumbência de solicitá-la são personalidades com nome bem firmado e com grande respeitabilidade no mundo em que se advoga o que a nós falta, a Democracia. Citem-se, apenas, Tariq Ali, Samir Amin, Tony Benn, François Chesnais, Noam Chomsky, Marta Hornecker, Ken Loach, Jean-Luc Mélenchon, Eric Toussaint etc., etc.

Tanto quanto possa respigar-se do estatuído pelo Direito, sobretudo após a “sentença Olmos”, no caso português, será possível, ou não, fugir-se à designação de “dívida odiosa”? A pergunta fica feita.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Hugo Chávez estranha cancros em líderes latino-americanos.

Telesur 1 de Agosto . Dez 2011


Chávez especula que EUA podem ter método para desenvolver cancro. O presidente da Venezuela considerou “estranho e difícil de explicar” que a doença tenha atingido vários líderes latino-americanos.

Hugo Chávez, num acto público em que enviou à sua homóloga argentina, Cristina Krichner, apoio e solidariedade, interrogou-se sobre “se haviam inventado uma tecnologia para induzir o cancro e nada se saiba até agora”, e juntou “não sei, só o digo para reflexão”.

Em pouco tempo foram diagnosticados cancros a vários presidentes e candidatos latino-americanos, o mais recente a Cristina, antes a Fernando Lugo, presidente do Paraguai, Lula da Silva e Dilma Roussef quando candidata, e o próprio Chávez agora em período eleitoral.

Chávez referiu operações contaminantes com químicos lançadas pelos serviços secretos norte-americanos, sobre a Guatemala nos anos cinquenta, assim como a morte de Yasser Arafat, cujo “único diagnóstico conhecido, dito pelo seu médico, foi estranhas alterações sanguíneas”.


O clima vivido na Venezuela é de permanente vigilância contra possíveis acções dos EUA. O poder venezuelano mantém a população atenta, alertando para o que se passa no médio oriente e norte de África com as guerras do petróleo. A Venezuela tem as maiores reservas de crude do mundo e fica a dois passos dos EUA. As iniciativas conjuntas, politicas e comerciais dos líderes actuais latino-americanos, muito independentes dos EUA, estão a ser um engulho na geoestratégia norte americana.


O discurso de Chávez seria esquisito desenquadrado da situação política existente na América Latina e as relações tensas de Chávez com os EUA. Para mais os Estados Unidos já há várias semanas que não liquidam um líder político.

Como coincidências e lei das probabilidades não são matemática, é o que cada um quiser e lhe agrada; se Rafael Correa do Equador e Evo Morales da Bolívia também tiverem cancro brevemente, deve-se suspeitar de qualquer coisinha.

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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

PSD contra políticas de Passos Coelho.

Que mudança...

Transcrevo uma notícia do Diário de Notícias de hoje, da rubrica “Autarcas”, titulada “PSD de Chaves contra política de Passos”.

O grupo municipal do PSD Chaves apresentou e aprovou, por maioria, seis moções em Assembleia Municipal com críticas ao actual Governo (PSD/CDS-PP), propostas também apoiadas pelos restantes partidos políticos no Município (PS, CDS-PP e PCP).


Numa das seis moções apresentadas o PSD manifestou ao governo de Passos Coelho o “mais veemente protesto” com o fim da discriminação positiva dos benefícios fiscais às empresas do interior do país em sede de IRC.


Quanto ao hipotético encerramento do pólo de Chaves da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), os sociais-democratas “repudiam” o eventual fecho e apoiam “inequivocamente” as medidas que possam vir a ser tomadas que visem a continuidade do pólo.


Uma outra apresentada pelo PSD passa por reivindicar ao Governo o retorno da A24 como uma via sem custos para o utilizador para residentes e empresas nas zonas servidas pela auto-estrada.


O estado de graça do governo acabou nesta autarquia, pode dizer-se que demorou, pode dizer-se que estavam avisados e que ainda há pouco tempo recebiam em Chaves, Passos Coelho de braços abertos.

Mas é preferível apenas apontar o inevitável, “pode-se enganar a todos por algum tempo; pode-se enganar alguns por todo o tempo; mas não se pode enganar todos, todo o tempo”.

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Éric Toussain. É preciso romper com a troika.


Para manter uma discussão na nossa sociedade, sobre as saídas possíveis da prisão em que o sistema financeiro nos colocou e o poder político português aceita, tem relevo a opinião do professor Éric Toussaint. Aqui em entrevista aos “Precários Inflexíveis”, e no jornal Público numa outra entrevista, que tinha hoje, já com perto de 21 mil leitores.
A ler no endereço: http://economia.publico.pt/noticia/para-sair-da-crise-e-preciso-romper-com-a-troika-e-obrigala-a-renegociar-a-divida-1526489

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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Continua a greve na CP. Irresponsáveis!

Dia 1 não há comboios.Dez 2011


A reunião de hoje entre o sindicato dos maquinistas e a administração da CP não deu em nada, a greve continua como estava anunciada.

A greve tinha sido convocada pelo sindicato pelas razões que aqui descrevi no dia 23 de Dezembro;

O Sindicato dos Maquinistas diz que entre o que urge resolver, está “nomeadamente o cumprimento integral dos acordos de 21 de Abril e 9 de Junho de 2011, pois, ao contrário do então acordado, foram mantidos e abertos inúmeros processos disciplinares relacionados com o legítimo exercício do direito de greve, em cuja anulação, então, aquele Conselho (de Administração da CP) se comprometeu; bem como a anulação das medidas que visam restringir o exercício da actividade sindical na empresa”.

A intoxicação da comunicação social e de alguns comentadores apressados têm dado largas a indignações várias, seja por razões ideológicas, o papel dos sindicatos e de que tipo de sindicatos, seja o moralismo dos utentes prejudicados, seja a situação económica da empresa (que nunca foi gerida por nenhum maquinista). O que parece não contar é a razão da luta dos maquinistas; que a administração ceda nas reivindicações que já tinha concordado conceder.

O conselho de Administração da CP desencadeou um confronto político contra o sindicalismo. Tem obviamente o apoio do governo com quem concerta as suas operações e iniciativas, pois a administração não tem autonomia para provocar um prejuízo de 2,5 milhões de euros sem ouvir a tutela.

O sindicato dos maquinistas, que não é um sindicato de base (como eu defendo que devem ser os sindicatos de empresa), é no entanto um sindicato que tem três características muito importantes; a primeira é os trabalhadores não serem facilmente substituíveis, a segunda é possuírem o “Kit da Luta” que lhes é fornecido pelo fundo de greve para o qual descontam, a terceira é serem suficientemente unidos para fazerem paralisações com 100% de adesão.

É portanto um sindicato forte, a quem o governo está interessado em quebrar a espinha, para servir de exemplo e especialmente para facilitar a privatização; sanear financeiramente não basta, é preciso entregar a CP com trabalhadores tão meigos como o chinês que rejubila com uma malga de arroz.

O Conselho de Administração da CP é apenas um intermediário; o governo conta com a legião de serviçais na comunicação social e a ingenuidade de muita gente bem intencionada, para encaminhar o confronto para o lado da propaganda.

O governo já sabia o desfecho da reunião se nada tivesse para dar, gasta assim 2,5 milhões em propaganda irresponsável contra o sindicalismo.

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Movimento pés - descalços.

Peninsula Iberica - imagem NASA.Dez 2011 Península Ibérica de noite - NASA

Enviaram-me este endereço com os votos de Bom Natal - a ver.

Bunker Roy
Aprendendo com um movimento de pés - descalços.



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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Pensões mínimas congeladas. Nova mentira do governo.

Cortes nas pensões.Dez 2011

Segundo diz hoje a comunicação social, os “novos cálculos para os primeiros três escalões de pensões mínimas” determinam que “quem recebe mais de 246 euros de pensão fica sem aumento”. Já em 2012.

Esta notícia é contraditória com o discurso do ministro da Caridade, (o que trocou a motoreta pelo carrão do Estado) que disse há poucos dias que as pensões mínimas iam ser actualizadas acima da inflação.

Há limites para os sacrifícios e há limites para a tolerância dos portugueses. Os enormes roubos à classe média foram justificados pela necessidade de não abranger os mais pobres entre os necessitados. Agora verifica-se que a insensibilidade social deste governo Passos/Portas é infinita. Só param quando forem postos na rua.
 
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Citações e confusões.

oclarinet.Dez 2011

De cada um, segundo as suas capacidades, a cada um, segundo as suas necessidades!

Quando escrevia o post anterior lembrei-me deste e coloquei uma chamada para o texto que fiz no Estrolabio – enganei-me, cada citação com seu citador. Fica aqui como post autónomo; é datado mas quando se trata do PSD as datas repetem-se (!?), tanto quanto os conceitos se confundem e nos baralham.

Lembro-me de um filme publicitário inglês em que um casal idoso, viajando no seu automóvel, ouve uma canção Punk (em alemão parece-me) e segue o ritmo da música alegremente, abanando o capacete e rindo cúmplices um para o outro; em rodapé passa a legenda, a letra é toda obscenidades. O slogan era qualquer coisa do género, “ não faça figuras tristes, matricule-se na escola de línguas XPTO”.

São muitos os exemplos de gafes monumentais do nosso mundo político quando fazem citações para armar em cultos, usando frases de notáveis, a maior parte das vezes fora do contexto, para evidenciar que leram um ou outro teórico, ou simplesmente repetindo expressões que andam por aí, e que nunca usariam se soubessem a sua origem.

Recentemente, Aguiar Branco discursando pelo PSD, resolveu transformar a sessão solene das comemorações do 36º aniversário do 25 de Abril, num cómico stand up, citando uma frase de Lenine que podia ter sido escrita por um carteiro dos CTT ou um dirigente de clube de futebol da segunda circular.

Passos Coelho já fala chinês. Democratizar a economia.

oclarinet. Chinesices.Dez 2011


O período natalício tem destas coisas, para dar atenção à família não se liga a televisão e perdem-se pérolas como a mensagem de Natal do primeiro-ministro.

Do que vem no Público percebe-se que Passos Coelho apenas quis reagir às críticas (mesmo dentro do PSD) de andar a matar qualquer esperança de futuro para os portugueses. Disseram-lhe que tinha de falar em confiança, ele deve ter dito “mas isso é canja!” e toca a debitar lugares comuns e frases feitas, entremeadas da palavra confiança repetida a despropósito.

Que o discurso resulte oco e expresse o contrário da prática do governo, não faz mal; no fundo até ajuda os papagaios do regime a reagir a futuras criticas. Há maior diferença entre os mais ricos e os mais pobres? Olhem que se há – dirão os papagaios – o governo está a contrariar a tendência, o Passos Coelho até falou (no Natal) em democratizar a economia!

Também se pode dar o caso de o primeiro-ministro não fazer ideia do que diz, coisa comum no PSD, a frase soa bem, e pimba, sai, fica. Já Aguiar Branco, o ministro da Defesa, muito antes de visitar as tropas que “defendem Portugal” no Afeganistão, dizia de cada um segundo as suas possibilidades, a cada um, segundo as suas necessidades”.

Sr. Passos Coelho, se quer que “as reformas nasçam de baixo para cima”; os portugueses têm de ter formas de organização para as implementarem, não será numa democracia representativa, cujo desgraçado píncaro o senhor ocupa, que isso se faz.

A organização económica do capitalismo é hierárquica e o poder político na sociedade capitalista reproduz essa relação de poder, não há democracia económica sem democratização do mercado, do trabalho, dos rendimentos.

Mas se o Sr. Passos Coelho quer que a economia seja definida de baixo para cima, “pelo povo, para o povo”, em vez de falar chinês, demita-se. Os cidadãos governando-se a eles próprios, tratarão de escolher os seus representantes para instâncias de planeamento económico e representação política, a partir da base até onde acharem necessário.

Ou será que não quis dizer nada disto? Dizem que as rabanadas ficam bem com um pouco de vinho branco. Pouco!

(Erro meu: A citação de Aguiar Branco está mal entregue como explico no post seguinte.)
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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A greve na CP. Não há mais comboios por castigo.

Greve nos comboios.Dez.2011


A administração da CP prefere causar um prejuízo de 2,5 milhões de euros à empresa que dirige, e o transtorno a milhares de utentes, que ceder em reivindicações dos maquinistas que antes já tinha concordado conceder.

Não é normal, ou antes, não seria normal se a empresa fosse sua propriedade e os prejuízos fossem seus, mas nisto das empresas públicas é muito fácil gerir e bater o pé, quem acaba por pagar é o contribuinte, são os cidadãos. Com um governo a sério, que acautelasse os interesses das populações e das empresas do Estado, a administração da CP mudava na hora.

O que está em causa é o direito (constitucional) à greve, mas também o cumprimento do acordado entre a administração e o sindicato. O conflito tem como origem fundamental, os processos disciplinares instaurados pela CP aos maquinistas, por terem feito greve.

O Sindicato dos Maquinistas diz que entre o que urge resolver, está “nomeadamente o cumprimento integral dos acordos de 21 de Abril e 9 de Junho de 2011, pois, ao contrário do então acordado, foram mantidos e abertos inúmeros processos disciplinares relacionados com o legítimo exercício do direito de greve, em cuja anulação, então, aquele Conselho (de Administração da CP) se comprometeu; bem como a anulação das medidas que visam restringir o exercício da actividade sindical na empresa”.
Serviços mínimos assegurados.Dez.2011
O Conselho de Administração da CP, resolveu escolher um momento de dificuldades de financiamento da empresa e das festividades do Natal e ano novo, em que o comboio habitualmente ajuda a juntar as famílias, para abrir uma guerra com os trabalhadores.

Provavelmente esperavam voltar os cidadãos contra os grevistas; enganaram-se. Pelo que vi no telejornal da tarde, há compreensão dos utentes pela luta dos trabalhadores.

A Administração da CP é irresponsável e prepotente; com este governo os tempos estão de feição para este tipo de “gestores”, mas atrás dos tempos vêm tempos e a história não acaba aqui.

Uma nota pessoal: - a falta de comboios vai obrigar-me a ir buscar o meu filho de Ourém para Lisboa no dia da consoada, (a companheira está de serviço e precisa do único carro) mas estou solidário com os maquinistas e o seu Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ). Se não forem os sindicatos fortes que não cedem a chantagens, como o SMAQ, os portugueses passam todos a escravos muito rapidamente.

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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Iraque. Guerra na pós-guerra. Crimes duma invasão.

Cimeira dos Açores f.TSF


Esta manhã, uma séria de atentados à bomba em vários bairros do centro de Bagdad, Iraque, fez pelo menos 40 mortos e mais de 140 feridos.


Os atentados em Bagdad já não são noticia; os de hoje deve sê-lo pois são os primeiros coordenados e múltiplos, executados na hora de ponta, após a retirada das tropas americanas. Significam que o balanço da guerra do Iraque ainda não pode ser concluído.

Nove anos de ocupação que desfizeram um país e incineraram muito património da humanidade, não trouxeram nem paz nem democracia nem estabilidade política. Mais de 100 mil mortos entre os civis e 4.500 americanos, mais umas centenas de outras nacionalidades, são um balanço provisório. A guerra vai continuar e muito provavelmente assumir estatuto de guerra civil.

O Iraque poderá voltar ao seu passado mais tenebroso, com guerra entre milícias e limpeza étnica bairro a bairro. As três comunidades não se entendem, nem para governar nem para gerir o petróleo, a divisão do Iraque é um cenário realista. Os americanos fizeram a borrada e deixaram para trás o caos. O futuro do Iraque depende agora das potências regionais, Irão e Turquia, não pode resultar coisa boa para o povo iraquiano.

Lave-se as mãos no Ocidente, e preparem-se novas loucuras intervencionistas em outros países da região.

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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Natal Negro. Estudantes protestam 5ª feira na AR.

Natal Negro. Dez 2011


Amanhã, 22 de Dezembro, os estudantes do Ensino Superior levam a sua contestação à Assembleia da República. Dirigentes associativos, representando os estudantes de todo o país darão uma conferência de imprensa no local e entregarão um Manifesto pela Acção Social no Ensino Superior aos partidos políticos.

É o culminar de três dias de acção, que passou no primeiro por divulgar a imagem corporativa, símbolo do Natal difícil para os estudantes, a que se seguiram manifestações simbólicas em várias cidades, como a colocação de árvores de Natal negras. Frente à Assembleia da República decorrerá uma vigília nocturna.
Natal Negro no Ensino Superior.Dez 2011
Os estudantes protestam pelos “atrasos nas análises das candidaturas e no respectivo pagamento das bolsas de acção social, bem como a insuficiência do Regulamento da Atribuição de Bolsas de Estudo”.

São muitos os alunos que passam por necessidades económicas, uns ponderam desistir dos estudos, outros já abandonaram; notícias recentes diziam serem já mais de seis mil os alunos que deixaram o ensino por dificuldades em suportar o seu custo.

Os estudantes lutam por um Ensino Superior acessível a todos, como lhes tem sido prometido por todos os governantes e candidatos a governantes. Só isso.

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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Rabas.

oclarinet.blogspot.com (Rabas)


Os tubérculos que tinha mostrado em post anterior (AQUI) chamam-se em Trás-os-Montes, Rabas.

Por falar em Rabas, hoje que é o dia em que os ex-gestores da Ferrostaal foram condenados a penas de prisão por corromperem funcionários públicos de Portugal e da Grécia para vender submarinos alemães; alemães esses que castigam os portugueses e os gregos por comprarem coisas sem terem dinheiro para as comprar; é pois tempo de apresentar as Rabas.

Apresento as Rabas, porque é impossível apresentar os funcionários públicos portugueses corrompidos pelos alemães. Nem as novíssimas equipas mistas contra o crime, compostas pela Guarda Nacional Republicana, Polícia de Segurança Púbica e Polícia Judiciária sob o sublime patrocínio do Procurador-geral da República mais sua excelsa ministra da Justiça, sabem deles.

Apresento as Rabas também porque vivo o conflito de descobrir quem é o grande burro, se o comissário europeu dos Assuntos Sociais Lazlo Andor, se o nosso primeiro-ministro Passos Coelho. Na Comissão Europeia, Lazlo disse: “Alguns jovens já estão a deixar a Europa para encontrar trabalho em países como os Estados Unidos e o Canadá, Austrália ou o Brasil, Angola e mesmo Moçambique, dependendo da sua língua. E esta tendência não pode continuar. Não apenas arriscamos perder uma geração como também o custo financeiro” (da sua formação). Passos Coelho pratica o inverso, um deles é muito burro.

As Rabas, como estava a dizer antes do apetite divagar, são tubérculos usados na culinária de Trás-os-Montes. Nos cozidos à portuguesa da região, em “guisotes”, em purés com a batata, nos bolinhos de bacalhau etc. têm um paladar adocicado levemente ao sabor do nabo e textura da batata. Coze ao mesmo tempo das batatas se for cortado em rodelas de mais ou menos um centímetro.

As Rabas são ricas em vitamina C e em fibras, é alimento dos animais e dos humanos como são as batatas, as castanhas, abóboras, milho e outras riquezas da terra.

Há um prato típico em Bragança, de Rabas guisadas com coelho, mas se falo em Coelho, volto a divagar e queima-se o estrugido.

Boas festas

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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Ladrões de comboios, da memória, da cultura.

Museu CP (Chaves)


O jornal Público diz hoje que a “Federação de Caminhos-de-Ferro Turísticos apelou a museus para não comprarem o comboio de via estreita estacionado na Régua, em nome da defesa do património português”.

“A CP tentou vender junto de museus ferroviários europeus o comboio histórico de via estreita estacionado na Régua, mas a federação Europeia das Associações de Caminhos-de-Ferro Turísticos (Fedecrail) boicotou essa tentativa, pedindo aos museus que renunciassem à compra, mesmo que estivessem interessados”.

A fotografia que está em cima tem uns vinte anos, são os meus filhos ainda pequenos inteirando-se do que eram os comboios e a linha do Vale do Corgo onde o pai e os avós viajavam entre a Régua e Chaves.

O pequeno museu da Estação da CP de Chaves tinha para além de duas máquinas, vários apetrechos dos ferroviários que ajudavam a entender (e a explicar) a história das viagens de comboio. Era a minha memória e do meu pai que passávamos à geração seguinte. Depois fechou, ouvi dizer que tinham ido para um museu no Porto. Não gostei, mas guardo em slides as diversas peças expostas nesse museu.

É um escândalo, como classifica o vice-presidente da Fedecril, que património nacional e raro possa ser posto à venda, para mais no estrangeiro. Que gentinha pequena é capaz de trocar por alguns euros a memória colectiva, a história do que fomos e como vivemos.

E os senhores deputados? Tanta lei parida e não há nenhuma que impeça que se venda ao desbarato (até o preço é sugerido ser adiantado pelo comprador) o que é de todos. Quando prometeram mais pobreza para todos os portugueses nunca imaginei que chegassem ao ponto de vender o património histórico como sucata.
 
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Para lá do nevoeiro, o que há?

oclarinet.blogspot.com


Ontem não houve post porque “O ClariNet” foi para além do nevoeiro para (entre outras coisas) ir buscar algo muito importante para a época que atravessamos.

O D. Sebastião? …nem pensar! Quem precisa do D. Sebastião?

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sábado, 17 de dezembro de 2011

As Mãos - Poema de Manuel Alegre.

Folhas que vão...Dez 2011

As Mãos


Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.



Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas, mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são canto e são as armas.


E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.


De mãos é cada flor, cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.


Manuel Alegre, O canto e as Armas, 1967


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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Pintura - 31º Aniversário da Neupergama.

Neupergama Dez 2011
Sábado, 17 de Dezembro de 2011, pelas 16 horas.

Exposição Colectiva de Pintura Comemorativa
Do
Trigésimo Primeiro Aniversário

Encerra a 12 de Fevereiro de 2012

Rua Miguel Bombarda, 15 e 19 - Torres Novas

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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Boaventura de Sousa Santos - Terceira carta às Esquerdas.

1ª - 2ª - 3ª Carta às Esquerdas.

( Nota: A 1º e 2ª cartas estão publicadas nos links do fim do texto)

Terceira Carta às Esquerdas. Por Boaventura da Sousa Santos.

Quando estão no poder, as esquerdas não têm tempo para refletir sobre as transformações que ocorrem nas sociedades. Quando não estão no poder, dividem-se internamente para definir quem vai ser o líder nas próximas eleições, e as reflexões ficam vinculadas a esse objectivo.

Esta indisponibilidade para a reflexão foi sempre perniciosa e agora é suicida. Por duas razões. A direita tem à sua disposição todos os intelectuais orgânicos do capital financeiro, das associações empresariais, das instituições multilaterais, dos think tanks, dos lobistas, os quais lhe fornecem diariamente dados e interpretações que não são sempre faltos de rigor e sempre interpretam a realidade de modo a levar a água ao seu moinho.

Pelo contrário, as esquerdas estão desprovidas de instrumentos de reflexão abertos aos militantes e, internamente, a reflexão segue a linha estéril das facções. O desequilíbrio entre as esquerdas e a direita no que respeita ao conhecimento estratégico do mundo é hoje maior que nunca.

A segunda razão é que as novas mobilizações e militâncias políticas por causas pertencentes às esquerdas estão a ser feitas sem referência a elas. Proponho duas linhas de reflexão.

Das enormes desigualdades sociais está a emergir uma forte polarização social. Vivemos num tempo que tem algumas semelhanças com o das revoluções democráticas que avassalaram a Europa em 1848. A polarização social era enorme porque o operariado (então uma classe jovem) dependia do trabalho para sobreviver mas (ao contrário dos seus pais e avós) o trabalho não dependia dele, dependia de quem o dava ou retirava a seu bel-prazer, o patrão; se trabalhasse, os salários eram tão baixos e a jornada tão longa que a saúde perigava e a família vivia sempre à beira da fome; se fosse despedido, não tinha qualquer suporte exceto o de alguma economia solidária ou do recurso ao crime.

Não admira que, nessas revoluções as duas bandeiras de luta tenham sido o direito ao trabalho e o direito a uma jornada de trabalho mais curta. 150 anos depois, a situação não é totalmente a mesma, mas as bandeiras continuam a ser actuais. E talvez o sejam hoje mais do que o eram há 30 anos.

As revoluções foram sangrentas e falharam, mas os próprios governos conservadores que se seguiram tiveram de fazer concessões para que a questão social não descambasse em catástrofe

A que distância estamos nós da catástrofe? Por enquanto, a mobilização contra a escandalosa desigualdade social é pacífica e tem um forte pendor moralista – denunciador. Não mete medo ao sistema financeiro – democrático. A direita está preparada para a resposta repressiva a qualquer alteração que se torne ameaçadora.

Quais são os planos das esquerdas? Vão voltar a dividir-se como no passado, umas tomando a posição da repressão e outras a da luta contra a repressão?

A segunda linha de reflexão tem igualmente a ver com as revoluções de 1848 e consiste em saber como voltar a conetar a democracia com as aspirações e as opções dos cidadãos. Das palavras de ordem de 1848, sobressaíam liberalismo e democracia. Liberalismo significava governo republicano, separação entre estado e religião, liberdade de imprensa; democracia significava sufrágio “universal” para os homens.

Neste domínio, muito se avançou nos últimos 150 anos. No entanto, as conquistas têm vindo a ser postas em causa nos últimos 30 anos e nos últimos tempos a democracia mais parece uma casa fechada ocupada por um grupo de extraterrestres que decide democraticamente pelos seus interesses e ditatorialmente pelos interesses das grandes maiorias.

Um regime misto, uma «democratura».

O movimento dos indignados e do occupy recusam a expropriação da democracia e optam por tomar decisões por consenso nas suas assembleias. São loucos ou são sinais das exigências que vêm aí? As esquerdas já terão pensado que se não se sentirem confortáveis com formas de democracia de alta intensidade (no interior dos partidos e na República), esse será o sinal de que devem retirar-se ou refundar-se?

1ª carta às esquerdas:
http://oclarinet.blogspot.com/2011/08/boaventura-de-sousa-santos-carta-as.html

2ª carta às esquerdas:
http://oclarinet.blogspot.com/2011/09/boaventura-de-sousa -santos-segunda.html

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A BD de luto. Morreu Carlo Peroni, o pai do Calimero.

  Um dos anúncios ao detergente AVA.



O mundo da BD está de luto. Morreu Carlo Peroli co-criador em 1963 do Calimero, “Il pulcino piccolo e nero” inicialmente uma personagem de um anúncio do detergente AVA.

“Ma é un´ingiustizia” – dito por Calimero em voz piegas mas ternurenta de criança, ficou no ouvido de muitas gerações. Calimero, o pintainho preto com chapéu da casca de ovo é a sua criação mais conhecida. Outras personagens passaram por Carlo Peroli, como; Draghiottino, Slurp, Flarp, Lumack, Zikko, Gianconiglio, Trick, Doc Horry, Nerofumo, Nostradamus Júnior, Paciocco, ou o Inspector Perogatt. Aliás Carlo Peroli assinava com o pseudómono Perogatt.

Peroli nasceu em 1929 em Sanigalla (Ancona). A sua carreira na imprensa iniciou-se em 1948 com a colaboração no “Il Giornalino”. Prosseguiu por diversas publicações, italianas e estrangeiras, do “Corriere dei Piccoli” ao “Bild Zeitung”. Trabalhou na RAI e com diversas produtoras, deu origem a muitas séries de desenhos animados que passaram na nossa televisão.

Após ter recebido vários prémios de carreira pelo reconhecimento de seu trabalho, morreu ontem, aos 82 anos, em Guanzate perto de Como. A família deixou no Facebook a mensagem «Non há sofferto, è volato via in un attimo breve come il battito d`ali d`una farfalla che vola sorridente verso un luogo felice»

Sem dúvida, Carlo Peroni deixou este lugar em que estamos mais feliz, merece partir como o bater das asas de uma borboleta.

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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Emigrantes protestam contra cortes cegos e estúpidos.

Paulo Portas.Dez 2011


Devia ser o governo português a preocupar-se com o ensino da língua portuguesa no estrangeiro, com o apoio consular aos nacionais que trabalham fora do país, com o dinheiro barato que recebe dos emigrantes.

Mas o governo, com Paulo Portas (neste caso) a ser o principal obreiro, manda às ortigas os mais elementares procedimentos. Tudo em nome de uma ridícula estatística de poupanças no ministério, não é inteligente.

Os emigrantes protestam e ameaçam cortar nas remessas contra os cortes cegos e estúpidos, que encerram postos consulares e reduzem a rede de ensino do Português no estrangeiro.

Os emigrantes têm razão, e preocupam-se mais em não perder a sua ligação a Portugal que o governo, em que os seus filhos se sintam portugueses e aprendam a língua e a cultura nacionais.

As remessas dos emigrantes se já não têm a importância da entrada de divisas fortes, de outros tempos, também não têm o atractivo de juros de dois dígitos que tinham. Mas continuam a ser relevantes na Balança de Transacções Correntes. São “invisíveis correntes” a somar à balança comercial, dinheiro vivo que entra sem juros (a banca ainda come um bom pedaço) e não é empréstimo. Tem a valia das receitas do turismo, sector igualmente relaxado pelo governo Passos/Portas.

Fica a sensação, cada dia mais certeza, que este governo não mede as consequências das medidas que toma. Não estavam preparados para governar, e não vão ter tempo para aprender.

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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A bandeira da Palestina foi hasteada na ONU (UNESCO).

Bandeira da Palestina içada na UNESCO. Dez 2011


O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, assistiu hoje ao hastear da bandeira da Palestina na sede da UNESCO, em Paris.

Na cerimónia solene, onde estiveram 50 convidados, a bandeira foi içada ao som do hino palestiniano. O presidente Abbas manifestou-se comovido por ver a bandeira ser hasteada em Paris, “é um bom augúrio para que a Palestina venha a tornar-se membro de outras instituições internacionais”, disse. “Esperamos vir a ter um Estado independente no futuro, a viver lado a lado com Israel” foi o desejo em nome do povo palestino deixado por Mahmoud Abbas.

Recorde-se que a Palestina se tornou o 195º membro da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) em 31 de Outubro passado, após uma votação na Assembleia-geral, precedida de ameaças da parte de Israel e do seu aliado Estados Unidos (ver aqui como votaram os países).

O êxito diplomático, que representa para a Palestina estar representada num organismo da Organização das Nações Unidas, não pode ser ofuscado pela vingança de Washington em suspender o seu financiamento ao organismo, ou a retaliação de Israel em apressar a construção de colonatos em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia.

Barack Obama está do lado errado da história continuando a mesma política externa promovida pelos Republicanos americanos. A Palestina será reconhecida como membro de pleno direito da ONU. Nessa altura a História julgará.

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Canadá abandona Quioto - Durban fracassou.

China Dez 2011


O que se passou em Durban, na conferência sobre alterações climáticas é semelhante às decisões da Cimeira Europeia do último fim-de-semana. Fiascos mascarados com resoluções que nada resolvem. De Durban saiu como gemido ingénuo a promessa de que “para o ano continuamos a conversar”.

Os insucessos têm reflexos, por muitos apaixonados que surjam a dourar a pílula. As agências de rating vieram desacreditar as deliberações europeias e o malogro do “reforço das medidas de protecção do clima” em Durban, acaba com Quioto.

O Canadá abandona o Protocolo de Quioto por “efeito de estafa”. Cansou-se de pagar as obrigações do Protocolo, enquanto o vizinho do lado, que com a China são os maiores emissores de gases com efeito de estufa, nada pagam.

Portugal, que negociou o Protocolo tão bem que ficou com menos direitos que a Grécia, também deve repensar o seu papel. Que sentido faz um país em crise aguda, do clube “Top 10” da bancarrota, pagar emissões, quando contribui, comparativamente, com quase nada para a poluição do planeta.

Ainda por cima observamos a China, um potentado económico e financeiro graças ao dumping ambiental, a concorrer à EDP, e a outras “jóias nacionais” que nos obrigam a privatizar.

Para cúmulo da hipocrisia e da desfaçatez, a China, que não subscreveu o Protocolo de Quioto, considera lamentável a saída do Canadá. Percebe-se, é menos um país a pôr-se a jeito, para se deixar pilhar por aqueles que não assinaram Quioto.

Com os EUA, China, Japão, Rússia e Canadá de fora dos países que aceitam metas nas reduções de emissões, o que é o Protocolo de Quioto? Em que planeta vivemos? E o que faz Portugal no embrulho dos pagantes?

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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Abriu a caça ao pórtico.

Pórtico adulto Dez 2011


Abriu a temporada da caça ao pórtico. O pórtico é um bicho só muito recentemente sedentário em Portugal. De cor prateada e asas frondosas nidifica e alimenta-se nas auto-estradas. Tem a particularidade de comer pelos olhos e pôr ovos por via electrónica.

O pórtico, de tamanho considerável, como diria Monsieur Hulot; maior que o chapéu do meu tio mas mais pequeno que uma torre da REN (antes de privatizada), suporta bem as variações de temperatura e tem um voo leve e silencioso. Encontra-se de norte a sul do país, por vezes aos pares mas não acasalam. A reprodução faz-se em cativeiro com a ajuda de técnicos de várias especialidades.

Apesar de não acasalarem têm sexo, como tem sido observado por muitos automobilistas, esses sim vítimas de assédio à distância, e de violação quando se põem debaixo do pórtico. É precisamente por via disso que é caçado uma vez que não serve para comer.

Como ainda agora começou esta prática venatória, não se sabe ao certo qual a carga e chumbo indicados para neutralizar o animal, uns dizem que cartuchos para coelho com espalhador funciona, outros que é necessária caçadeira de bom choque e chumbo tipo 3 ou 4 que se usa na caça ao pombo.

Como a caça é ilegal, espera-se que este know how apareça na televisão, uma vez que ela até ensina a rebentar com caixas Multibanco.

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Moody´s desacredita Cimeira Europeia.

Moody´s Cimeira Europeia


As bolsas caiem e os juros da divida soberana de Portugal, Espanha, Itália e Grécia sobem em todos os prazos. São as notícias, após o comunicado de hoje da Moody´s.

A nota da agência Moody´s parte da análise da Cimeira Europeia de há três dias atrás, considerando que a situação na Zona Euro não se alterou. “As medidas anunciadas não mudam a análise anterior (de Novembro) de que a crise está num estádio critico e volátil, com os mercados da divida soberana e da divida dos bancos predispostos para uma desarticulação aguda que os decisores políticos verificarão cada vez mais difícil de conter”.

Diz ainda que “as medidas anunciadas reflectem uma tensão contínua entre o reconhecimento por parte dos líderes das necessidades de mais apoio para os países fracos em termos orçamentais e uma posição significativa dentro dos países mais fortes para dar esse passo”.

“A ausência de medidas para estabilizar os mercados a curto prazo significa que a zona euro, a União Europeia de forma geral, continuam sujeitas a novos choques e a coesão de Zona Euro permanece sob ameaça persistente”.

Sendo assim, por causa da “ausência continuada de medidas de política decisivas” a Moody´s vai rever o rating dos países da Zona Euro e da União Europeia, no primeiro trimestre de 2012.

Pronto! A “Cimeira Para Convencer Os Mercados” foi um flop! A Moody´s desacredita a Cimeira Europeia e os comentadores que embandeiraram em arco nas televisões e nos jornais, após a pífia reunião, estão em parte incerta. Nem o agente José Gomes Ferreira aparece para minimizar o frangalho.

Como por aqui nunca houve esperanças nesta Cimeira e o problema é de política asinina, resta-me fazer um apelo à Moody´s:
- Ó Moody´s, aguenta aí os cavalos mais um bocadinho, enquanto se mudam as Mulas, lá para o primeiro trimestre vai-se um da parelha e a outra fica à nora.

(Os burros que têm seguido a carroça é que não conseguimos ver-nos livres deles, quem os pariu ainda não deixa).

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França. Villepin anuncia candidatura ao Eliseu.

Dominique Villepin Dez 2011


Dominique de Villepin é candidato às eleições presidenciais francesas dividindo assim o eleitorado conservador. Villepin, membro do partido de Sarkozy, anunciou a candidatura ao Eliseu, favorecendo desde já François Hollande, o candidato melhor colocado para derrotar Nicolas Sarkozy.

A surpreendente candidatura de Villepin, que afirmou na apresentação estar inquieto por ver “a França ser humilhada pela lei dos mercados, que impõem mais e mais austeridade”, tem na soberania a causa que o levou entrar na corrida presidencial. Villepin afirmou; “hoje a soberania escapa-nos das mãos em grande parte. Alinhamos com interesses que não são os da França. Penso que é necessário mais coragem”.

Uma sondagem deste fim-de-semana dava Francois Hollande (socialista) à frente nas intenções de voto com 31,5%, seguido de Sarkozy com 26%. A seguir, Marine Le Pen (Frente Nacional) 13,5 e o centrista Francois Bayrou com 13%. Depois vêm Jean Luc Milenchou (Frente de Esquerda) com 6,5% e Eva Joly dos Verdes com 4,5%. Para a segunda volta Francois Hollande venceria Nicolas Sarcozy por 57% contra 43%.

Não se sabe se a candidatura de Dominique de Villepin alterará muito os números, (não era antes do anuncio um nome desejado pelo UMF) mas tem o seu próprio eleitorado. É para já mais um indicador que vão haver alterações na política francesa e por arrasto na política da União Europeia. A seguir.

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domingo, 11 de dezembro de 2011

Sócrates e a insanidade. As dividas são para gerir?

As dividas gerem-se. Dez 2011


Ontem não falei sobre a Cimeira Europeia por ser um não acontecimento, achei mais útil abordar o bacalhau, sempre é matéria da defesa do consumidor. Nada de importante para resolver o problema europeu estava em cima da mesa, nem o crescimento nem a alteração da função do BCE, portanto, a parvoíce do limite do défice na Constituição ou em lei especial, nem merece comentário, é um absurdo sem futuro. É para rever quando houver um pedaço de juízo, penso que antes do fim de 2012.

Estranha-se a forma como foi recebida num país que continua no top 10 do clube da bancarrota, com o risco de default da dívida acima dos 60%. Isso não mudou, isso é que era importante mudar. Gostar de um limite do défice de 0,5% ou então sanções é gostar de levar pancada, é obvio que não se consegue cumprir.

Um outro assunto que me escusei de comentar foram as palavras de Sócrates a uns alunos sobre o pagamento da dívida. Aqui foi auto-censura o que seria censurável se o assunto merecesse comentário. Já não há pachorra para reagir às reacções que Sócrates provoca, esse contra vapor saiu do âmbito da política, é pavloviano, é irracional.

Hoje vi um bocado do programa “O Eixo do Mal” na Sic Notícias, e lá estavam o Daniel Oliveira e o Pedro Marques Lopes a tentar explicar a um eriçado Luís Pedro Nunes que o que Sócrates disse é correcto. “Os Estados não morrem, as dividas são para gerir”. O convidado Pedro Santos Guerreiro disse que Sócrates tinha razão, como aliás Passos Coelho também disse, mas não há nada a fazer. Aquilo que Pedro (ML) chamou “a fobia (contra Sócrates) de um bando de colunistas que ninguém consegue explicar” existe, tem explicação, mas é secundário.

O importante, e Daniel Oliveira disse-o, é que a acusação de que a situação em que nos encontramos é culpa de uma pessoa, “nos impede de ter alguma sanidade para discutir estes assuntos”. É verdade, mas também é verdade que para essa insanidade muito contribuíram aqueles que à esquerda do Partido Socialista fizeram uma campanha em tudo igual, e por vezes superior em truques baixos, à da direita. Uma campanha negra, ad hominem, que resultou e deu a maioria absoluta ao PSD/CDS.

Faltou perspectiva à esquerda, perceber que não há vazio em política e quem o iria preencher. Hoje o PS de António José Seguro é irrelevante e qualquer frase de Sócrates aterrorizará a direita e a direcção do seu partido. A mim que nunca fui “sócretino” (mas não alinhei com os ataques no fim do governo Sócrates por imaginar o que se seguiria), confesso que me agrada esse pavor.

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sábado, 10 de dezembro de 2011

Bacalhau, como escolher, como comprar e preparar.

Zarbo - parece bacalhau.


Antes de escolher o melhor bacalhau verifique se é mesmo bacalhau, entre a dúzia de famílias de mais de duzentas espécies são comercializados com o nome de bacalhau principalmente cinco peixes. Dois bacalhaus e três “tipo bacalhau” tudo vendido como bacalhau. Todos os peixes são bons mas bacalhau-bacalhau só há um, é como a diferença entre o queijo da Serra e o “tipo-Serra”.

O bacalhau português, que nós comemos como bom bacalhau (conhecido no Brasil como do Porto), é do Atlântico Norte, pescado do Canadá ao Mar da Noruega onde circula seguindo as águas frias. Denomina-se Gadus Morhua e distingue-se do Bacalhau do Pacifico (Gadus Macrocephalus) por a sua carne ficar em lascas depois de cozido. O do Pacifico, de coloração mais branca, desfia-se melhor, mas não tem o paladar nem a consistência após cozer, a que os portugueses se habituaram. O que dantes pescávamos vem agora principalmente da Noruega e da Islândia.

É fácil distinguir o bacalhau legítimo dos seus sucedâneos, o bacalhau tem a cauda com corte a direito e 3 barbatanas dorsais. Quando escalado no mar à faca, fica com 3 pontas do lado da cabeça, (melhor condição para a cura que o congelado para posterior tratamento).

Os outros peixes “ditos bacalhaus” são muito diferentes; se tiverem escamas escuras e cauda bifurcada (em V) é o Saithe (escamudo). Se forem estreitos com cauda arredondada e barbatana longitudinal é o Ling. Mais altos mas pequenos com cauda redonda ligada às barbatanas longitudinais é o Zarbo. São óptimos para vários pratos; assados, caldeiradas, bolinhos etc. mas não são bacalhau legitimo.

Como escolher depois de identificado o bicho? Primeiro, estar seco, não pode ter mais de 47% de humidade, mas sei que há grandes superfícies onde as perdas em água ultrapassam os 60% por não despacharem as vendas. Descontos de 25% e mais em promoções são mais rentáveis que deixar o bacalhau secar (literalmente) nas bancas. Apalpar o bacalhau e pegar-lhe para ver se dobra muito é aconselhado. Quanto mais seco mais barato e melhor é.

Depois deve ter o aspecto regular à superfície, uniforme na salga, sem manchas, fendas ou colorações anormais (o Morhua tem cor palha geral).

O barrete chamado “asa branca” é o mesmo bacalhau que tem o peritoneu (pele escura) que cobre a barriga do peixe, pagar mais uns euros por uma operação de segundos após a demolha, não é opção em tempos de austeridade.

Mas se a compra é importante a demolha é fundamental, bons exemplares são estragados nessa operação. Tem de ser feita no frigorifico, num recipiente apropriado, por 12, 24, 36 ou 48 horas conforme a espessura das postas, sempre com a pele virada para cima, mudando a água 2 ou 3 vezes por dia. Afina-se com a prática. Para a cozedura mergulha-se ainda na água fria e quando começa a ferver está cozido, o corte em largura das postas também se afina com a prática.

Ainda pode estragar o prato de bacalhau com um mau azeite, cá em casa vai com o da Cooperativa de Valpaços, couve portuguesa (Penca de Chaves), e batata transmontana. Boas Festas.

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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Apoio a Jorge dos Santos/George Wright na Ler Devagar.

Lx Factory Alcântara Lisboa Dez 2011


Promovido pela Plataforma Guetto realiza-se hoje, um debate e concerto, de solidariedade com Jorge dos Santos/George Wright.

No debate participam Ana Benavente, António Pedro Dores e o Colectivo de Solidariedade Múmia Abu-Jamal.

No concerto actuam; dUASsEMIcOLCHEIASiNVERTEBRADAS, CHULLAGE, SOPHIE FEAT LORENZO, DJ MASCARILHA, KROMO DI GUETTO, S FOR SEWARD, DUDU, LORD G, SOULDJAH, HUGO PINA, JACPOT, IPACO.

Haverá angariação de fundos para as despesas legais com a defesa. Após a decisão da Justiça portuguesa em não extraditar o cidadão português Jorge dos Santos, os Estados Unidos recorreram, continuando assim a ameaça de extradição e a luta jurídica para que Jorge continue em liberdade.

O evento terá lugar na Ler Devagar na Lx Factory (antiga gráfica Mirandela) em Alcântara – Lisboa. Inicio pelas 21.00 Horas
Jorge dos Santos-George WrightSobre Jorge dos Santos ler AQUI
 
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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

O fim da União Europeia, efemérides e coincidências.

Bandeira Europeia


Neste dia nasceram Diego de Rivera (homenageado pelo Google) e Jim Morrison. Nasceu também a Bandeira Europeia, que era em 1955 do Conselho Europeu. Foi adoptada por treze países mas tem doze estrelas por causa do azar. Depois, em 1986, quis a sorte que a Comunidade Europeia a fizesse sua.

Hoje, 56 anos depois das concêntricas estrelas terem ido brilhar no azul do planeta europeu, o céu está pouco luminoso. Diz-se até que começa hoje o rasgar definitivo da bandeira. Sarkozy é mais destrutivo e fala em explosão. Deve-se dar ouvidos a Sarkozy, ele e a amiga das diversões pirotécnicas têm sido vistos a brincar com detonadores. Logo se vê, o mais tardar amanhã.

Nisto das efemérides entendo melhor evocar a data em que se acaba em vez do nascimento. Ao princípio, como diz um amigo meu, não passamos dum tubo digestivo com uma corneta na ponta, a imagem não é de grande rigor científico mas alegra dias cinzentos como o de hoje.

De alguns desaparecidos podemos dizer que são estrelas da nossa bandeira, como John Lennon que nos deixou em 1980 ou António Carlos Jobim em 1994.

Como ainda não sabemos se por estes dias surge mais uma razão para futura efeméride, o fim da União Europeia, ouçamos WAVE de Jobim. Sobre a EU e o Euro “vou lhe contar”…


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