quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Novo protesto de Vitivinicultores Durienses.

Manifestação de 30-08-2011 Nov2011

Hoje, “Marcha Lenta” na Régua e na A 24,
Início às 9:30 horas. Saída da Rotunda das Freguesias – Régua.

Promovida pela AVIDOURO – Associação dos Vitivinicultores Independentes do Douro, com o apoio da CNA – Confederação Nacional da Agricultura, é a terceira acção pública de protesto nos últimos quatro meses.
A “Marcha Lenta” foi aprovada no Plenário de 6 de Novembro onde ficou decidido “que enquanto não fossem tomadas medidas concretas para a resolução da situação muito difícil que se vive na Região Demarcada do Douro, os protestos seriam para continuar”. Ficou aí determinado realizar, em data a designar, uma Grande Manifestação no Porto.

Comunicado:

No seguimento da resolução aprovada no “Plenário de Vitivinicultores” do início deste mês, AVIDOURO, com o apoio da CNA, promove uma “Marcha Lenta” de protesto e reclamação. Vamos todos, chamar a atenção dos Governantes e da Opinião Pública para a situação muito difícil que se vive na Região Demarcada do Douro.

AVIDOURO e os Vitivinicultores Durienses reclamam ao Ministério da Agricultura, ao Governo e ao Comércio dos Vinhos:

Melhores Preços à Produção do Vinho do Douro e do Vinho Generoso / Porto.
Mais Benefício para os Pequenos e Médios Vitivinicultores.
Saneamento financeiro justo e mais poderes para a instituição Casa do Douro.
A devolução ao IVDP dos 8 milhões de Euros tirados à Região pelas Finanças.
Linhas de Crédito Bonificado, a longo prazo, para desendividamento e para investimento dos Agricultores e do Sector Cooperativo.
A manutenção dos Direitos de Plantação da Vinha para além de 2015.
Queremos Serviços Públicos acessíveis e de qualidade na nossa Região.
NÃO, às Portagens na A 24.
QUEREMOS PRODUZIR E PROMOVER A REGIÃO DEMARCADA DO DOURO!
QUEREMOS AJUDAS PÚBLICAS DE EMERGÊNCIA PARA ACUDIR À CRISE!
Os Vitivinicultores Durienses também reclamam ao Governo e às troikas:
NÃO ao aumento de Impostos! NÃO aos “cortes” orçamentais!
Queremos o Orçamento de Estado com mais verbas para a Agricultura e para a Produção Nacional!
Queremos outras e melhores políticas agrícolas e de mercados!

AVIDOURO

Post anterior; clicar em “O Douro em perigo. Agricultores em pé de guerra”.

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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Militares protestam amanhã. Vigília no Palácio de Belém.

Militares.Manif 12 Nov 2011


Representantes das associações socioprofissionais das Forças Armadas, vão estar no Parlamento seguindo depois para a vigília frente ao Palácio de Belém.

Dirigentes das associações do sector militar; Associação dos Oficiais das Forças Armadas, Associação Nacional de Sargentos e Associação de Praças, estarão presentes nas galerias da Assembleia da República, para presenciar a votação final do Orçamento de Estado para 2012.

Pelas 18.00 horas, os militares convocados pelas suas associações socioprofissionais, realizam uma vigília frente ao Palácio de Belém, residência oficial do Presidente da República e comandante supremo das Forças Armadas.

O protesto dos militares resulta da moção aprovada por unanimidade na concentração frente ao Ministério das Finanças no passado dia 12, aquando da manifestação que partiu do Rossio e juntou mais de 10 mil militares.

A vigília tem como finalidade pedir a Cavaco Silva a não promulgação do Orçamento de Estado para 2012, considerado pelos manifestantes lesivo para a condição dos militares e da própria instituição militar. Os militares que tentarão ser recebidos em Belém pelo Presidente da República, protestam contra a perda de direitos inerentes à condição militar e os cortes orçamentais que os atingem.

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Mário soares e a revolução na Europa.

Qual Europa.


Soares disse que nutria amizade por Otelo “apesar de (ele), de vez em quando dizer assim a sua asneira”. Soares entende que os militares de Abril “não tinham cultura política”. Pois apesar da imensa cultura política de Mário Soares, dir-se-ia, que ele também diz de vez em quando a sua asneira. Afirmar que “se a Europa não muda, terá de haver uma revolução” é mais ambíguo e duvidoso que um golpe militar num país. Ninguém sabe o que é uma revolução na Europa.

Com a tentativa de um país, a Alemanha, dominar o poder político no Continente, através da imposição da total perda de soberania nacional dos Estados membros, como é um exemplo, a aprovação dos Orçamentos de Estado fora dos parlamentos nacionais; o que espera a Europa não é uma revolução, mas a resistência ao domínio imperialista (termo já usado, calcule-se, por Freitas do Amaral).

A falência do projecto europeu dará aos nacionalismos maior expressão, fechará os países, estabelecerá novas alianças e exclusões. O que se vê no horizonte é a criação de novos “Eixos”, com a tentação de maquinar anexações.

Os novos blocos políticos que se tramam, dividindo a Europa, são mais perigosos que a situação existente antes da União. As condições objectivas que estão a ser criadas, vão mais no sentido do fim da paz entre os povos europeus, que de qualquer ruptura para aprofundar a democracia.

Para isso muito contribuíram as famílias políticas que Soares diz terem sido colonizadas pelo neoliberalismo, a sua, socialista, os democratas-cristãos e os sociais-democratas. E continuam a contribuir, pela passividade nas instâncias europeias eleitas, pela ausência das linhas fundadoras nos grandes partidos nacionais, tomados todos eles, CDS, PSD e PS pelos neoliberais e colaboracionistas do neoliberalismo.

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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Recessão em toda a Europa de Merkel; é bom? É mau?

Merkel

Vivemos em época de assaltos como é visível e palpável. Eu estou a ser assaltado por sentimentos contraditórios, estou a gostar de ver a perspectiva de os países ricos da Europa passarem mal, e não devia gostar. (A OCDE diz que a Zona Euro está em recessão, e prevê menos de 0,2% de crescimento para 2012).

Fui educado a não apreciar a desgraça alheia, a não ter desejos de vingança, e agora perante a ameaça de cortes de rating em todos os países da Zona Euro, (sem excepção) só me apetece dizer: - é bem feita! E tenho a sensação que muitos mais portugueses, gregos e irlandeses, com esmerada educação e de bom carácter, pecam de igual mau génio.

Até aqui se disse, há meses, que quando a crise atingisse os países do centro estaríamos perto da solução, para o bem ou para o mal. Já não é opinião é constatação, a Europa de Merkel com a ditadura alemã, ou de um directório com Sarkozy e alguns “passa brilho” como Passos Coelho e políticos do mesmo nível, não convence os investidores em divida europeia. Já são as agências de rating que apelam ao funcionamento das instituições europeias, a crise global descontrolada não serve o capitalismo. A OCDE diz que “o Banco Central Europeu tem poder para conter a crise”, sabe-se porque não resolve, Angela Merkel não aceita.

A subida dos juros da divida alemã e a dificuldade em colocá-la é preocupante, a ameaça paira sobre todos os países e isso é bom, por alguns momentos os problemas são de todos. Solução ou desastre parece coisa de dias, o caos é tal que hoje as bolsas na Europa subiram como reacção às notícias negativas, é o jogo, a fé que se está tudo tão mau, alguém não vai deixar cair o euro, Merkel vai ceder. Vai?

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domingo, 27 de novembro de 2011

Em louvor dos equilibristas - poema de Carlos Loures.

Ilustração capa  Nov 2011 


Era para comentar a ajuda da troika a Portugal, melhor, o custo em euros dessa ajuda, mas como é Domingo, censurei (me). Por outro lado não corro o risco de rasgar o ecrã por causa de algum a(ex)cesso de raiva.


Em vez disso um poema que Carlos Loures fez há uns anos (não sei dizer a data). Tem o título “Em louvor dos equilibristas”, faz parte da colectânea de poemas do autor, O Cárcere e o Prado Luminoso. (Edições Salamandra)

Em louvor dos equilibristas


Falta ainda uma condecoração,
ordem, ou comenda, que consagre
o esforço do equilibrista
em prol da civilização.
Formidável ciclista,
verdadeiro paganini da circulação
em cima do arame,
o equilibrista percorre,
sem qualquer hesitação,
o ténue traço que separa
a esquerda da direita.
É um simples traço,
quase uma abstracção,
um risco passado
por onde não há espaço.
Ágil, aproveita
o espaço inexistente
deslocando o corpo
obliquamente:
metade sobre o risco da direita
e outra debruçada
sobre os riscos da vertente
que à esquerda, sobre o abismo,
espreita.
Mas ouçamos a receita do artista
(que ninguém está livre
de a ter de usar:
quando menos se espera e pensa,
a corda tensa, a pista, a vertigem,
lá estão à espera
dos que não aprenderam a voar).
Diz, com modéstia,
o frágil saltimbanco:
- Afinal nem é assim tão complicado.
Sigo pela direita
quando
ando,
avanço pela esquerda
quando estou
parado.

Carlos Loures


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sábado, 26 de novembro de 2011

Recordando Mário Cesariny.

Mário Cesariny Nov 2011


Mário Cesariny de Vasconcelos, surrealista, pintor, poeta!
Lisboa, 9 de Agosto de 1923 – 26 de Novembro de 2006.


You are welcome to Elsinore



Entre nós e as palavras há metal fundente
entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos morte violar-nos tirar
do mais fundo de nós o mais útil segredo
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gente de costas
altas flores venenosas portas por abrir
e escadas e ponteiros e crianças sentadas
à espera do seu tempo e do seu precipício


Ao longo da muralha que habitamos
há palavras de vida há palavras de morte
há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar
há palavras acesas como barcos
e há palavras homens, palavras que guardam
o seu segredo e a sua posição


Entre nós e as palavras, surdamente,
as mãos e as paredes de Elsinore
e há palavras nocturnas palavras gemidos
palavras que nos sobem ilegíveis à boca
palavras diamantes palavras nunca escritas
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
e os braços dos amantes escrevem muito alto
muito além do azul onde oxidados morrem
palavras maternais só sombra só soluço
só espasmos só amor só solidão desfeita


Entre nós e as palavras, os emparedados
e entre nós e as palavras, o nosso dever falar


Mário Cesariny

A ver no YouTube:http://www.youtube.com/watch?v=Cha0snxicho
O Navio Dos Espelhos - Poema e voz de Mário Cesariny, música de Rodrigo Leão (album "Os Poetas")
 
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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Seguro, a cadeira vazia da cena política.

Rosas Nov.2011


Vale a pena ver o último programa “a quadratura do círculo” da SIC Notícias, repete hoje (13.00h) e depois ficará acessível no arquivo online da SIC. Nele, José Pacheco Pereira fala da representação; é elementar o que diz, mas é ignorado por muita gente.

Em período de crise global, com o epicentro na Europa e abalando perigosamente Portugal, seria natural que a discussão e intervenção política abrangesse todos os portugueses, todo o espectro politico, todos os representantes das várias sensibilidades.

Perante um acontecimento como a Greve Geral, o partido socialista emudeceu, não apareceu, foi silenciado. António José Seguro o líder do maior partido da oposição, foi a única personalidade política que nada teve a dizer ou a fazer, nem um sinalzinho de vida.

O PSD está tão agradecidos a Seguro que resolveu apoiá-lo contra as iniciativas de outros socialistas, que só por se dar por eles são uma ameaça à hibernação do PS. Marques Mendes fez de ponta de lança no seu programa da TVI 24 afirmando que Mário Soares “está a cercar, minar e condicionar Seguro” como hoje relata um artigo do Público.


É o estado da arte, nem uma agulha pode bulir na oposição “responsável” do Partido Socialista, é o papel que o PSD lhe dá e Seguro aceita passivamente.
Marques Mendes é que sabe o que é bom para o Partido Socialista e ele diz que o manifesto que Soares protagonizou “é mau para o PS”.

Têm a palavra aqueles que se acham representados pelo Partido Socialista.

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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Fitch baixa Portugal a "lixo" por falta de crescimento.

Carvalho da Silva (Greve Geral) Nov.2011
No dia em que se realizou em Portugal a maior Greve Geral de sempre nos sectores público e privado, outra das grandes agências de rating – depois da Moody´s a 5 de Julho – dá nota “junk bond” (lixo) a Portugal. A Fitch Ratings considera o “cenário macroeconómico negativo” para além do desequilíbrio orçamental e o elevado endividamento conhecido.

Também a agência chinesa Dagong baixou o rating de Portugal para a mesma condição. O nível “lixo” significa que é desaconselhável o investimento em divida portuguesa.

Não vai haver crescimento devido à austeridade imposta pela troika e às medidas do governo de Passos Coelho que vão no sentido de aumentar ainda mais a recessão. Sem criação de riqueza é impossível pagar os empréstimos contraídos, é a perspectiva das agências. Após a classificação da Fitch subiram naturalmente os juros das Obrigações do Tesouro portuguesas.

A Fitch, que tinha ameaçado com o corte agora feito, acrescenta que Portugal continua sobre observação e que a tendência negativa pode levar a novos cortes no rating.

A agência de rating “percebeu” que o objectivo de baixar o défice em 2011 só fui possível com os fundos de pensões da banca, e entende que “para 2012 o risco de derrapagem é grande”.

A política de empobrecimento dos consumidores internos e de asfixia das empresas com a falta de crédito bancário, está a deixar a economia sem meios de funcionar. O que espera os portugueses são mais medidas de consolidação para 2012, ou seja mais cortes nos rendimentos, mais impostos e menos serviços públicos essenciais. Foi contra isso a Greve Geral de hoje.

O governo vai teimar na ofensiva contra a população, os trabalhadores, os pensionistas e os jovens vão ter de endurecer a luta contra a agressividade do governo.

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Mensagem da CGTP-INTERSINSIDICAL.

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http://www.grevegeral.net/index.php/concentracoes-distritais.

A Luta Continua!

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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Mário Soares e Medeiros Ferreira apelam à mobilização.

24 Nov.Greve Geral Nov 2011 

A “mobilização dos cidadãos de esquerda que se revêem na justiça social e no aprofundamento democrático como forma de combater a crise”, é o apelo de um manifesto assinado por Mário Soares e Medeiros Ferreira, entre outros democratas.

Pessoalmente, subscrevo metade dos considerandos e a intenção a cem por cento. A função objectiva da apresentação é espevitar sectores do centro esquerda que têm demonstrado resignação e desnorte, é por isso bem-vindo por todos aqueles que entendem que a altura é de aliar vastos sectores políticos da sociedade.

Como eu disse ontem, em resposta a um comentário ao post anterior, o ClariNet está a caminho de “trabalhar em modo anti-fascista” o que pressupõe o reconhecimento de todos os contributos vindos da esquerda alargada, todos os democratas e patriotas.

Uma análise mesmo superficial do estado da nossa democracia e da democracia na Europa, facilmente conclui que o tempo é de resistência.

Façamos pois um parêntese temporal nas divergências históricas com Mário Soares. Pode alguém ser quem não é? Soares não é quem muitos gostavam que fosse, mas é hoje opositor ao regime financeiro internacional que está a desmantelar as democracias ocidentais. Apela à mobilização? Nós também!

Dia 24 – AMANHÃ – QUINTA - FEIRA
GREVE GERAL EM PORTUGAL.

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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Indignação nos EUA por uso de gás pimenta.



A repressão policial com gás pimenta sobre estudantes, que se manifestavam pacificamente e imóveis, está a provocar a indignação geral. Os estudantes, em fila e de joelhos no chão, protestavam contra o aumento das matrículas. Faziam parte do grupo que armou uma dúzia de tendas, num campus universitário da Califórnia. Dois dos estudantes feridos tiveram de ser tratados no hospital.

A reitora, Linda Katehi, acusada pela Associação da Universidade Davis de ter permitido a presença policial no campus e por isso convidada a demitir-se, acabou por qualificar o uso de gás pimenta da forma mostrada no vídeo como “arrepiante”. As diligências da universidade e a necessidade de limitar os protestos generalizados levaram à suspensão de dois polícias.

O movimento dos indignados, que nos Estados Unidos tem a maior expressão com os Occupy Wall Street, preocupa as autoridades americanas. Está a espalhar-se por todo o país, de costa a costa, e as autoridades politicas e forças policiais têm demonstrado ter muita dificuldade em lidar com manifestantes pacíficos.
A única resposta que conhecem é a repressão violenta da polícia. Vão ter mais gente a manifestar-se e em mais locais; os manifestantes têm mais razões de protesto – contra a repressão do Estado, contra a violência policial, pelos direitos civis.

Da indignação ao protesto e deste ao movimento é o curso em vários pontos do Globo; as pessoas querem ter uma palavra a dizer sobre o seu futuro, não aceitam passivamente que os roubem.

DIA 24 – Depois de Amanhã – Quinta-feira Greve Geral em Portugal.


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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Estudo sobre a Saúde é só mais um.

Hospitais Nov.2011


Em Portugal andam todos entretidos com a discussão de estudos; hoje foi da Saúde ou hospitais ou não sei quê, antes foi sobre a RTP do futuro (ou sem futuro), já houve sobre os transportes públicos para ricos e passes para os sem-abrigo, sobre o dinheiro que falta nos colégios por ir para o ensino público, sobre o efeito do consumo de água com gás no Parlamento, de apara-lápis no Ministério Público etc. Confesso que é possível que tivessem outros nomes, foi ao que me soou.

Que interesse têm os estudos divulgados pelo governo? Sabemos serem coisas de encomenda com objectivos políticos, sem qualquer credibilidade. Do ponto de vista dos contribuintes, não servem para mais nada senão para gastar o dinheiro do (restritivo) Orçamento de Estado Nem são para seguir nem para não seguir.

O que espero conhecer, é quantos milhões têm custado aos contribuintes os estudos (externos) que Passos Coelho manda fazer por tudo e por nada, e não trazem nada de novo ou criativo. Os estudos que têm vindo a público têm sido acusados por (outros) especialistas das diversas áreas de serem a repetição de anteriores e de pior qualidade.

Então porque se fazem os onerosos estudos? A resposta é – para governar! Sem “estudos” seria mais difícil governar, cada ministro cada executivo, tinha de assumir a paternidade das medidas, coisa que não dá jeito quando elas não são populares.

Mas para além da desculpa da base científica dum relatório, para lixar o pagode, o estudo também serve para demonstrar a benevolência dos governantes; se um estudo diz que a electricidade precisa aumentar 30%, e os papagaios da comunicação social debitam a notícia com a ignorância do “tem de ser” e do ´”é inevitável”, é bem possível que apareça um Álvaro a dizer que conseguiu que o aumento não seja tanto. Os crentes Álvaros acreditam que o crente povinho fica agradecido, por isso não fazem outra coisa.

Todos sabemos que na política, perante um “estudo científico” que demonstre seja o que for, são possíveis outros a demonstrar o contrário e usando igual “ciência”. Com a escolha da equipa que vai elaborar os estudos já vêm as conclusões. É como na televisão, querendo-se um programa imbecil há duas formas de o conseguir, ou com gente inteligente a fazer de imbecis, ou com imbecis de gema.

O mais importante é que haja noção de que há serviços públicos que estão a desfazer que são para alguém voltar a montar – custe o que custar.

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domingo, 20 de novembro de 2011

Eleições em Espanha. Ajustes por código genético.

Que mudanças em Espanha. Nov 2011


“La desigualdad natural del hombre viene escrita en el código genético”, dizia Mariano Rajoy em 1983, quando era simpatizante franquista. Após a anedota, negoceia agora (antes de eleito) directamente com Ângela Merkel os termos dos ajustes impostos pela União Europeia ao Estado Espanhol. Deverão ser distintos para Espanha por razões genéticas, e também dentro de Espanha atendendo a “la desigualdad natural entre los españoles”.

Espanha e Portugal estarem historicamente de costas voltados, tem sido prejudicial para os dois países, dizem alguns teóricos. Pelos dias de hoje parece terem acertado, se “nuestros hermanos” olhassem para a execução do plano troiko em Portugal talvez as sondagens por lá fossem diferentes.

“O mais importante é dar a mensagem de que as coisas vão mudar, para dentro e fora de Espanha”. Diz Mariano Rajoy.

A introdução de medidas restritivas por governos de direita é mais à bruta; uns apreciarão o estilo ou até o prazer, outros pelam-se por novas experiências, a aventura é o sal da vida da classe média. Slogans como mudança; cambio; yes,we can; venderão sempre muitos bilhetes para os cruzeiros às novas Ítacas – o que conta é o gozo da viagem. Depois….

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sábado, 19 de novembro de 2011

Papa contra submissão incondicional às leis do mercado.

Papa no Benin Nov 2011


Bento XVI apelou ontem em Cotonou, no Benin, à “prudência (para bem de todos), evitando os obstáculos que existem no continente africano e noutras partes do mundo, como por exemplo, a submissão incondicional às leis do mercado ou das finanças” (sublinhado meu - falou também nessa parte do discurso, no nacionalismo e tribalismo exacerbado e estéril, na politização extrema das tensões inter-religiosas e na degradação dos valores humanos).

É de sublinhar que o Papa esteja contra a submissão incondicional às leis do mercado ou das finanças, porque a hierarquia da Igreja católica portuguesa tem andado a dar uma no prego e outra na ferradura.

D. José Policarpo veio em Junho apoiar a troika e considerar como “anti-sociedade” os movimentos contra essas medidas na Grécia, desejava para aqui que se cumprissem o mais rapidamente possível. Lembrou na altura as instituições da Igreja como veículos para ajudar o Estado.

As contas da Igreja saíram furadas, tinham a promessa de colégios cheios de meninos para catequizar e a classe média está a tirá-los de lá para devolvê-los ao ensino público, não há dinheiro. Também as suas IPSS rompem pelas costuras, são mais os pedidos de ajuda das pessoas que o financiamento do Estado, não há dinheiro. Em 2012 vai ser pior e estamos para ver como vai funcionar o sistema privado de saúde, é que não vai haver dinheiro.

Por isso, D. José Policarpo que dizia “ninguém sai da política de mãos limpas” resolveu aderir ao discurso político “anti-sociedade”; agora já diz que “o governo está a perder poder” e “ninguém manda nos mercados”, em linha com Bento XVI.

Não sei se é de dar as boas vindas aos camaradas bispos; ao camarada Belmiro, que diz que o ajustamento das contas públicas não pode ser para criar miséria; ou ao camarada Fernando Ulrich que qualificou os fachos da troika como funcionários de quinta ou sétima escolha.

Uma coisa podemos dizer a estes camaradas, obedecer ao insaciável capitalismo financeiro não cria o que vos convinha – pobreza “ma non tropo”; provoca a ruína, incapacita as famílias de consumir, cria miséria e exclusão.

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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A detenção de Duarte Lima é boa notícia sobre a Justiça?

Esta música é uma gaita. Nov.2011


Está a embandeirar-se em arco com a detenção de Duarte Lima, quando o processo do BPN está a ser julgado sem a mínima cobertura jornalística. Há uma máfia muito poderosa que tem abafado o caso BPN, nada chega aos jornais ou às televisões. No entanto, a ladroeira, cujo prejuízo o povo português está a pagar com austeridade desemprego e miséria, teria de certeza muita audiência. Pergunta-se, quem é o “capo” que tem poder para manietar toda a comunicação social?

Depois, e ao contrário dos vivas ouvidos ontem, reservam-se dúvidas sobre a qualidade da investigação e da acusação a Duarte Lima. O método usado, de chamar as televisões para todas as moradas onde ia haver diligências, informar os arguidos (o principal pelo menos) da intenção da detenção, são sinais, que em casos anteriores, quiseram dizer que a Justiça procura a condenação do público, por temer não ser capaz de conseguir a condenação judicial. Pode não ser assim agora, tem sido assim sempre.

É assim desde o caso Dona Branca, já contei a história noutro lado. A Polícia Judiciária sabia do envolvimento dum juiz no bando da “banqueira do povo”, como não conseguia provas, deu a “fuga” a um jornalista do Expresso (o meu grande amigo Celestino Amaral). A peça foi publicada, o jornal processado, se a PJ não tinha provas o jornal também não, e Balsemão pagou 7.000 contos de indemnização. Andou uns tempos na boca do mundo, esqueceu e hoje esse juiz tem um bom cargo no sistema.

No sentido da mediatização desnecessária vai também a noite passada por Duarte Lima nos calabouços da PJ. Com um mandato internacional de prisão ia fugir do país? E as buscas? Depois de darem dois anos a Duarte Lima e quatro à empresa que comprou os terrenos de Oeiras para limpar rastos, o que encontraram? Se não foi nada, foi muito menos que encontrariam se a investigação fosse tão célere para o peixe graúdo como para o miúdo.

De qualquer maneira vai-se sabendo para onde foi algum do dinheiro “desaparecido” do BPN. Neste “negócio” do ex-líder parlamentar do PSD e família, (filho e o deputado PSD Vítor Igreja Raposo) foram 44 milhões de euros, falta saber do resto, a parte do leão dos 4.500 milhões de euros. Estranhou-se a venda do BPN ao BIC a preço de saldo, o maná distribuído por Oliveira e Costa e que haja gente que não responde por nada, mas o mais importante é que se consiga reaver algum do dinheiro roubado, é para abater à dívida que os portugueses estão obrigados a pagar.

A mediatização do caso Duarte Lima podia ser a partida para o jornalismo cobrir o que se passa no julgamento do BPN, mas não acredito, mais facilmente saberemos se as trutas do Armando Vara foram comidas pelo sucateiro de escabeche ou na grelha, que o que se passa com o dinheiro que estamos todos a desembolsar no BPN. Comparado com o caso BPN o Face Oculta não é “peanuts” é tremoços, mas é o “direito à informação” que temos.

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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Espanha nos 7% de juros. Merkel/Sarkozy perto do divórcio.

Global. Nov 2011


O contágio da crise do euro é uma evidência, já não é um risco. Os investidores têm uma certeza, com Ângela Merkel a liderar os destinos da Zona Euro há incerteza económica nos países europeus, em todos eles e não só nos do sul; Merkel impede uma solução que passe pelo BCE.

Os mercados não vêm (ninguém vê) qualquer medida que impeça o fogo que pegou na Grécia, e alastra para fora da Europa, de atingir maiores proporções.

Como era esperado, os governos de tecnocratas na Grécia e na Itália não devolveram a confiança apregoada, os juros continuam a subir. A Espanha colocou hoje títulos a dez anos e tocou os fatídicos 7% de juros, (Portugal pediu o resgate nos 6,8%). A França, segunda economia europeia, atingiu custos de financiamento que enervaram os políticos franceses, mas também o ministro das Finanças alemão Wolfgang Schaeuble, que terá dito “os mercados não estão a agir de forma racional”. Onde é que nós já ouvimos isto?

O discurso político já nada resolve. O paleio dos países ameaçados de que não eram a Grécia não funcionou, a conversa de que não fazem parte dos PIIGS ou tem “triple A” não está a funcionar. Nem sequer funciona o facto de não estarem no euro como sucede com o Reino Unido e os Estados Unidos. Está tudo interligado no sistema financeiro, a exposição à divida é cruzada, o caos ameaça a economia mundial.

Tem a palavra Nicolás Sarkozy, a perna curta do monstro bicéfalo que criou o problema, para que o BCE assuma o papel de Banco Central com outras funções que não sejam apenas controlar a inflação. E não venham com a desculpa dos Tratados, eles já não são respeitados pelo mostrengo Merkozy.

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Efeito Boomerang, banca americana afunda em Wall Street.

Ratings Nov 2011
Há precisamente 15 dias e a propósito da Grécia, escrevia aqui:

- “O futuro da Grécia não pode ser imposto pelo estrangeiro, pela estratégia dos ricos da Europa de sacrificar alguns países para manter a estabilidade do euro. Não funciona, o caos imposto à Grécia está a espalhar o caos na Zona Euro e já atinge outros Continentes.

Era barato salvar a Grécia, optaram por puni-la, agora o boomerang anda desordenado a bater nos reais culpados dessa decisão”.

Atente-se nesta notícia:

Nova Iorque, 16 nov (Lusa) – A agência de notação financeira Fitch alertou hoje que os maiores bancos norte-americanos podem ser "muito afetados", no caso de a crise de dívida soberana da Europa se espalhar, criando uma cascata de choques.
A Fitch, uma das três grandes agências de 'rating' mundiais, afirmou, num relatório hoje divulgado, que os bancos norte-americanos podem ser "muito afetados" se a crise de dívida europeia continuar a alastrar a outros países além dos que já estão em apuros, como a Grécia, Irlanda, Itália, Portugal e Espanha.
Depois deste alerta, as cotadas bancárias em Wall Street afundaram: o Bank of America e o JP Morgan Chase desvalorizaram 3,7 por cento, o Goldman Sachs 4,1 por cento e o Morgan Stanley 7,9 por cento.

In Jornal i

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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Vítor Gaspar anuncia mais desemprego para Portugal.

Desemprego Nov 2011


O governo através do ministro da Finanças acaba de prometer mais desemprego para 2012, o desemprego actual já é recorde no nosso país.

Hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE) anunciou que a taxa de desemprego aumentou para 12,4% no 3º trimestre de 2011; mais 39.300 portugueses face ao trimestre anterior. Mais de 24 mil trabalhadores por conta de outrem e mais de 14 mil por conta própria perderam o ganha-pão. Os desempregados em Setembro eram 689.600 indivíduos, 75.600 à procura do primeiro emprego e 614.000 procurando novo emprego.

Neste contexto, a taxa mais elevada do desemprego desde 1953 (segundo registos do Banco de Portugal e do INE) a troika deve mais logo mostrar-se contente com a performance do governo de Passos Coelho/Portas. Na próxima visita vão ficar ainda mais agradados, a recessão por eles imposta e aceite pelos nossos governantes vai aumentar substancialmente o desemprego.

Escolheu-se para Portugal o caminho recessivo, medidas de austeridade com elevados custos sociais, diminuição de salários e aumento de impostos. Está a tirar-se dinheiro à economia, a reduzir o consumo interno até ao colapso dos agentes económicos que labutam para o mercado nacional.

A doutrina da austeridade punitiva não está apenas a empobrecer os portugueses, está a deixar famílias sem quaisquer meios de subsistência. É uma declaração de guerra aos trabalhadores, que pede uma resposta a condizer. A frieza com que o ministro das Finanças anuncia medidas que vão desgraçar a vida de muitas famílias terá de ter a oposição da população. Os portugueses têm de encontrar novas formas para serem ouvidos.

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terça-feira, 15 de novembro de 2011

Seguro e a troika. O rejeitado vai queixar-se à sogra.

Ajuda da troika Nov 2011


1 - A troika vai ouvir António José Seguro como as sogras escutam as queixas dos genros. Gostavam muito que se dessem muito bem e pensassem as tarefas em comum, mas se ela resolve fazer e decidir tudo sozinha porque ele é um papa-açorda, que se há-de fazer!?

Talvez a sogra, conciliadora, sugira dar ao amuado do genro uma cândida tarefa doméstica. Ligar a máquina de lavar roupa por exemplo, desde que não decida qual o tipo de roupa e a dose de detergente não estraga a barrela e fica com a sensação de ter sido útil.

2 – António José Seguro que viu enjeitadas pelo governo PSD/CDS todas as suas iniciativas, que foi humilhado no Parlamento, vai jogar com a troika o último trunfo; ou consegue ultrapassar a barreira erguida por Passos Coelho, e a troika, (o verdadeiro governo) aceita alguma alteração importante, ou envia o Partido Socialista para a irrelevância completa e a si próprio para uma liderança insignificante.

Por outro lado ficamos a saber o que os responsáveis do FMI/BCE/Comissão Europeia, entendem sobre a participação das forças políticas no destino deste país. O sinal que vem da Grécia e da Itália é de total desprezo pelas mais elementares regras da democracia, os partidos deixam de ter função as populações de poder decidir.

Seguro só quer sair menos-mal do mísero papel secundário em que se meteu, quer um rebuçado. Sou do tempo dos rebuçados de meio tostão, serviam para fazer trocos – eram trocos.

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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Ministro Álvaro anuncia fim da crise - PIB cai 1,7%.

Contração do PIB Nov 2011

Enquanto a economia portuguesa está em queda descontrolada, Álvaro Santos Pereira garante que 2012 irá marcar o ano de fim da crise. O ministro da Economia (portuguesa que está em queda descontrolada) contou a anedota, numa audição, hoje, no Parlamento.

Hoje, que se soube pelo INE que o PIB (Produto Interno Bruto) de Portugal contraiu 1,7% no 3º trimestre deste ano em relação ao mesmo do ano passado (0,4 perante o 2º trimestre), que deverá (projecção União Europeia) ser de 1,9 neste ano e 3% para 2012.
Estamos em recessão confirmada e acentuada, a economia portuguesa tinha crescido em 2010, 1,4%; vai retrair mais que isso em 2011 e em 2012 vai duplicar a queda.

Mas hoje também se soube (Eurostat) que a produção industrial na Zona Euro caiu 2% em Setembro na comparação com Agosto, invertendo os ganhos desse mês. E que para essa queda a Alemanha contribuiu com 2,9%, a França 1,9% e a Itália com 4,8%. As locomotivas estão a abrandar, em vez de alguns ficarem a ver passar os comboios fica tudo apeado não tarda.

Também hoje o Banco de Espanha anunciou o aumento da dívida da banca espanhola ao BCE, em Outubro 76 mil milhões de euros. Acresce à dificuldade de liquidez da banca espanhola, a necessidade de capitalização para os 9% impostos em Outubro pela União Europeia. Segundo o El País, depois dos bancos gregos o pior cenário será para cinco bancos espanhóis que precisam de 26 mil milhões de euros para cumprir a obrigação. Com a próxima mudança “à direita” em Espanha, esperam-se maiores problemas para as nossas exportações para este parceiro fundamental.

O rol de contrariedades para a economia portuguesa são infindáveis, umas diz o INE; desaceleração das exportações, redução do investimento, descida acentuada do consumo das famílias, outras vêm daquela Europa que pensava poder viver bem com clientes mais pobres. A política de tirar dinheiro à economia está a colapsar a sociedade, a passar os limites.

Resta-nos por agora assistir a imitações dos números de circo, do nosso governo troiko e das suas trupes, mas mesmo isso pode acabar, um dia deixam de ligar aos Álvaros – sem dinheiro não há palhaço.

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domingo, 13 de novembro de 2011

Otelo. Golpes de Estado.

Golpe de Estado 25 de Abril Nov 2011


Otelo apelou a um golpe militar? Ouvi a entrevista de Otelo, algumas reacções, pareceu-me tudo “normal”, o costume, o homem fala e deturpam-lhe o discurso, já vem da inexistente conversa sobre o Campo Pequeno. Neste caso esmeraram-se.

Perante a minha dúvida se teria ouvido bem, fui ao Youtube ver uns vídeos da entrevista. Não encontrei um sem corte e costura (manipulado na montagem ou incompleto); não encontrei nenhum em que Otelo apele a qualquer golpe de Estado.

Disse umas evidências e deu a sua opinião. Disse “Os militares têm a tendência para estabelecer um determinado limite à classe política” é lapalissiano, razão do nosso 25 de Abril ou do recente abandono de Papandreou na Grécia; quando a gestão política não consegue manter os equilíbrios na sociedade surge a solução militar, umas vezes trazem ditaduras outras instalam democracias.

Se um golpe militar é mais fácil hoje que em 1974, por haver menos quartéis ou quantos homens seriam precisos, é uma opinião profissional, poderia ser perguntado a qualquer militar e qualquer militar daria a sua resposta.

O comentário à “manifestação da família militar” de ontem, foi o pretexto para a inventona mediática do apelo ao golpe militar de Otelo. Disse, “para mim, a manifestação dos militares deve ser, ultrapassados os limites, fazer uma operação militar e derrubar o governo” e disse a seguir “não digo que deva ser feito já, mas quando forem ultrapassados os limites”. Acabou a dizer, “se me fizer a pergunta de quando estarão ultrapassados – não sei dizer”.

Independentemente da opinião de Otelo, a história indica que “ultrapassados os limites” podem suceder golpes militares, “assassinatos políticos, tentativas de revolução” etc. Quem o diz são os historiadores económicos, como Jachim Voth e Jacopo Ponticelli, autores do estudo “Austeridade e Anarquia: Cortes Orçamentais e Agitação Social na Europa, 1919-2009” e cuja entrevista (de Voth) à Lusa foi publicada no DN e em vários blogues, (alguns dos que criticam as palavras de Otelo nem lêem o que publicam). Os golpes de Estado fazem-se quando estão reunidas as condições para eles acontecerem, sem dúvida quando a política “ultrapassa os limites”.

O general Garcia Leandro afirma que Otelo disse uma asneira, pois o governo, diz o general, tem apoio de 80% dos portugueses. Deixemo-nos entrar em 2012 para ver se o general não terá de rever as casas decimais da asneira que afirmou.
(continua)

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sábado, 12 de novembro de 2011

12 de Novembro - 180 Mil manifestantes em Lisboa.

oclarinet (A)

 oclarinet (C)oclarinet (D)


oclarinet (B)











As centrais sindicais, os sindicatos da função pública, e sindicatos aderentes à convocatória, juntaram 180 mil manifestantes em Lisboa; contra o roubo dos subsídios salários e pensões e outras reivindicações de várias estruturas sócio profissionais.

Do Norte ao Sul, da Madeira e dos Açores fizeram-se representar muitas estruturas de trabalhadores. Médicos e enfermeiros, professores e bombeiros, funcionários camarários e judiciais, pensionistas e precários, muitos jovens, muitas pessoas. Os polícias vieram de Faro aos Açores, vieram os militares da GNR e os guardas prisionais. Muitos milhares que encheram por completo a Avenida.

Os sindicatos demonstraram a sua capacidade de mobilização, os trabalhadores a sua oposição às medidas do governo. A Greve Geral do próximo dia 24 é a fase seguinte para se ouvir a voz de quem trabalha.

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Cesariny - Porto - Neupergama.

Cesariny Nov.2011

Exposição

“O PICTO-POETA da Neupergama”


Inauguração dia 19 de Novembro de 2011, Sábado, pelas 17 horas, na Fundação Dr.António Cupertino de Miranda, Av.Boavista, Porto
(encerra a 3 de Dezembro de 2011)



Horário: 2ª a 5ª: 9h -13h,14.30h -18.30h
6ª. Sábado e Domingo: das 15h às 20h.


GALERIA NEUPERGAMA Rua Miguel Bombarda, 15 e 19 Torres Novas

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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Jovens e idosos sem desconto nos transportes.

A inteligência Nov 2011


O governo vai acabar com o desconto de 50% nos transportes para jovens e idosos. O desconto existente, até agora, abrange os idosos com mais de 65 anos, cujo rendimento do agregado familiar seja inferior ao salário mínimo, os reformados e jovens até aos 23 anos.

O governo Passos/Portas espera surripiar à mobilidade dos sub-23, fundamentalmente estudantes, e aos seniores, principalmente reformados, várias dezenas de milhões de euros. Dinheiro tirado às famílias que terão de suportar mais este aumento de impostos depois do enorme aumento dos transportes públicos feito em Agosto.

Os nossos velhos vão ficar mais isolados, os nossos jovens com mais dificuldades em fazer frente aos custos para ir à escola, isto num país que diz apostar na educação e quando há estudantes a abandonar o ensino por ainda não terem recebido as bolsas de estudo.

Este corte estúpido saído das inteligências do ministro Álvaro e do seu secretário de Estado, um tal Sérgio Ribeiro, vai resolver algum problema do défice das empresas de transportes? Justifica o impacto social e económico? O que atenua (o défice) legitima a penalização das famílias mais necessitadas que são quem utiliza os transportes públicos?

O balão do descontentamento está a encher - perigosamente a encher demais!

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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Discussão do orçamento começa com humilhação do PS.

Não há almofadas.Nov 2011


Na primeira parte da discussão do Orçamento de Estado para 2012 nem houve confronto de posições, António José Seguro disse que havia folgas para suavizar os sacrifícios, Passos Coelho que não, e acabou a conversa. Era esperado.

Seguro, com o anúncio antecipado de que o PS se absteria tirou condições de negociação ou veleidades de impor alterações, terá o que por boa vontade lhe concederem. Como dizia aqui na semana passada, António José Seguro apagou o Partido Socialista.

Sendo verdade que o governo está a fazer batota, “está a tomar medidas que vão além do necessário” a ter “excesso de precaução”, o facto é que os portugueses deram-lhe a maioria e o maior partido da oposição desistiu de assumir as suas responsabilidades enquanto oposição.

António José Seguro acabou a pedinchar que pelo menos o governo renegoceie com a troika os prazos e metas do acordo. É não conhecer Passos Coelho; para ele não conta se os sacrifícios são mais ou menos suportáveis, conta apenas a obediência canina à ditadura dos mercados e às exigências do “directório Merkozy”.

As cenas (para lamentar) do parlamento seguem dentro de momentos, com a certeza que a oposição tem de se assumir nas ruas, que na casa (da democracia) o ambiente é demasiado passivo para provocar mudanças.

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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O Partido Socialista e o governo de Passos Coelho.

Silva Pereira Nov.2011


Já se devia ter posto uma pedra sobre o assunto, o desvio orçamental de 2011 são 1.000 milhões de euros do trimestre socialista, 600 milhões alapados na Madeira e 1.800 milhões já do governo Passos/Portas; é a rol de responsabilidades do Partido Socialista e do governo de Passos Coelho. Ainda não vimos contestar cabalmente estes números pelo governo ou autoridades financeiras. Já é tempo de deixar o passa culpas para nos determos nas coisas essenciais.

Assistimos ao ressurgimento de Sócrates e do passado a cada problema do governo ou dos partidos que o compõem, seja porque sobe a contestação às medidas do governo, seja porque alguém ligado ao poder tem dificuldades ou acusações públicas. Como gastei resmas a criticar o governo anterior, quando foi caso para isso, estou à vontade para denunciar que as asneiras do presente não se justificam com campanhas ou asneiras do passado. Não pega.

António José Seguro assumiu dores que ninguém lhe pediu, ontem resvalou no Relvas com as almofadas que há e não há no Orçamento, amanhã no Parlamento sujeita-se a ser espezinhado pelo Passos. A estratégia da direita é diabolizar os militantes e deputados socialistas que estiveram no governo Sócrates, receiam-nos. Manda a justiça que lhes seja permitido defenderem-se.

Em entrevista à Rádio Renascença, Pedro Silva Pereira disse:

“O governo não explicou o desvio orçamental, e não o fundamentou – por alguma razão será.
O governo não disse que encontrou um desvio no 1º semestre, podia-o ter dito aos portugueses. Só o soubemos mais tarde pela troika e pelas autoridades estatísticas; que tinha 600 milhões de euros contabilizados das dívidas escondidas da Madeira. Mas o ponto mais importante nem é esse, é que nós, se temos a diferença de 1600 milhões no 1º semestre, sendo 600 de Madeira, temos de reparar que o governo fala de um desvio de quanto? De 3.400 milhões de euros. Ora entendamo-nos, entre 1.600 e 3.400 há uma diferença de 1.800 euros – que não estão no 1º semestre – estão onde? Estão no 2º semestre”.

“O que aconteceu neste ano é que realmente as condições de execução do Orçamento para 2011 foram prejudicadas pelo facto de ter existido, ainda no 1º trimestre do ano uma crise política em Portugal. Nós não podemos passar pela crise política, pelo chumbo do PEC 4, pelo pedido de assistência financeira internacional, como se ele não tivesse implicações”.

Silva Pereira sublinhou que “a questão do desvio é que o chumbo do PEC 4 e o pedido de assistência financeira tiveram consequências financeiras directas na execução orçamental. Porque nós temos de pagar este ano mais de 350 milhões de euros de comissão por ter pedido ajuda externa. As empresas públicas, que tinham contratos de empréstimo, com a descida do rating da República tiveram de renegociar os seus contratos e a juros mais elevados; portanto há consequências financeiras directas (…)”.

“Nós já tivemos, só para a conclusão da execução orçamental duas ou três estratégias orçamentais deste governo, podemos dar-lhes números, chamar PEC 5 e PEC 6 e PEC 7…”

A entrevista completa a Silva Pereira está (ou esteve) no endereço:
http://rr.sapo.pt/informação_detalhe.aspx?fid=191&did=38199

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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Itália - Berlusconi não sabe se fica.

Umberto Bossi Nov.2011

Berlusconi perdeu a maioria mas não sabe se fica. Bossi, líder da Liga Norte, suporte da maioria de Berlusconi, disse à entrada da Câmara dos Deputados que o primeiro-ministro devia dar um passo ao lado; o passo lateral era para passar a bola (a bota) a Angelino Alfano, secretário nacional do partido “Povo da Liberdade” de Berlusconi.

Quando aqui era chumbado o PEC 4, Bossi quase derrubou Berlusconi, desistiu porque era dar o poder à esquerda, (a “sinistra”). O que é sinistro é que para Humberto Bossi o mais importante é o regionalismo nacionalista da Padânia. Em nome do federalismo quer a maioria (LN + PdL) e indica o siciliano Alfano para suceder a Berlusconi.

Angelino Alfano ex-ministro da Justiça é o autor da lei de imunidade judicial dos altos cargos políticos, (mais tarde considerada inconstitucional) feita à medida dos “casos” de Berlusconi. Não será a pessoa mais recomendável para lidar com a necessidade de transparência imposta pelos auditores da União Europeia e do FMI.

A Itália segue dentro de momentos, sob a pressão dos mercados, (com os juros perto dos 7% que Teixeira dos Santos dizia ser o limite) e a pressão da Zona Euro. A maioria quer salvar a sua maioria, os outros um governo de emergência; o acesso aos mercados vai ditar o futuro.

A credibilidade da Itália está baixa. Um novo governo seria diferente se não viesse com ele a descoberta de buracos escondidos. Um governo em que muda a cara do líder para ficar tudo na mesma não vai enganar ninguém.

Esta Europa não tem solução para a Itália e as eleições de pouco servem, adiam o inevitável na Grécia, na Itália e nos seguintes. Se algumas eleições forem úteis são na Alemanha e na França; caso a emergência espere por elas.

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Paralisação nos transportes com adesão de 96%.

Paralisação 8 Nov 2011

Registam-se grandes adesões dos trabalhadores dos transportes às lutas nas empresas do sector. - Metropolitano – 100%; CP, CP – Carga, REFER, – 95%; STCP do Porto, 90%; Carris – 70%.

Durante a tarde haverá plenários com recurso a paralisação na SOFLUSA e TRANSTEJO e greve na última hora de serviço na EMEF e novo período de paralisação na CP até ao final do dia.

Confrontados com esta grande mobilização e unidade na acção, o Ministro da Economia e o Secretário de Estado dos Transportes, numa acção de desespero, optaram pela ameaça e chantagens a trabalhadores e utentes, mas podem crer que na Greve Geral estes trabalhadores e muitos mais de outras empresas e sectores darão uma forte resposta ao conjunto de medidas, que têm como objectivo a redução dos salários e aumento dos tempos de trabalho

(in boletim da FECTRANS - Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações).


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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Novembro - Mês de Luta; Manifestações e Greve Geral.

Manif. 12 Nov. 2011 

A circulação de comboios está condicionada a partir de hoje. Esta manhã, e apesar do bom tempo, foi um pandemónio na Grande Lisboa com o registo de acidentes rodoviários na hora de ponta e atrasos na circulação automóvel. A mobilidade está perturbada com as consequências na produtividade e no aumento de consumo de combustível.

No próximo sábado manifestam-se os trabalhadores da Administração Pública. Também os militares. Greve Geral a 24 e no fim do mês voltam os vitivinicultores da Região Demarcada do Douro.

A troika está cá para medir o cumprimento do “Memorando” e contar os troikos nacionais. Tem apoio dos políticos da direita ao bloco central, mas a resistência está nas ruas – são as pessoas. Pessoas de todos os quadrantes políticos, sem partido a maioria.

Cresce a revolta contra a violência do roubo de quem trabalha ou vive da pensão, pelos direitos básicos ao emprego e ao vencimento, contra as atitudes fascizantes do Governo PSD/CDS e de quem o apoia.
Haverá sempre razões para não ir à luta, mas essa é a forma de perder o que se conquistou com a democracia. Não falta muito para anunciar – anti-fascistas precisam-se!

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domingo, 6 de novembro de 2011

Cortes nos benefícios sociais.

No inicio - a ordem. Nov.2011
O que são os cortes na despesa? Serão os cortes anunciados pelo PSD e pelo CDS durante a campanha eleitoral – nas gorduras do Estado, nos gastos supérfluos, nos investimentos perdulários, nas mordomias dos detentores de cargos públicos, nos estudos externos encomendados a escritórios de advogados e outros sorvedouros, nas negociatas com o sector privado, nos institutos públicos inúteis, nos contratos ruinosos, no tráfico de influência e na corrupção. Ou os cortes na despesa são apenas e só – cortes nos benefícios sociais?
A Agência Lusa falou com Hans-Joachim Voth, resultou o texto que transcrevo na íntegra, publicado ontem no Diário de Notícias.

 Repetem-se erros que conduziram Hitler ao poder

Dois académicos da universidade espanhola Pompeu Fabra concluíram pela história, matemática e economia o que muitos políticos aprendem na pele – que a austeridade provoca contestação social, e que mais...


"Quanto mais corto nos benefícios sociais, mais agitação social tenho. O nível expectável de agitação aumenta maciçamente à medida que cai a despesa do Estado", disse à Agência Lusa Hans-Joachim Voth, um dos autores do estudo, resumindo a investigação que fez com Jacopo Ponticelli, com o título "Austeridade e Anarquia: Cortes Orçamentais e Agitação Social na Europa, 1919-2009".

No estudo, os dois investigadores olharam para os movimentos de contestação social, incluindo motins, manifestações, greves gerais, assassinatos políticos, crises governamentais e tentativas de revolução, ao longo de 90 anos, em 26 países, incluindo Portugal.

Um período que envolveu uma guerra mundial, assassinatos de presidentes e líderes políticos, nascimentos e mortes de nações, o fim da colonização e inúmeras revoltas e revoluções.
Ponticelli e Voth, investigador de História Económica, concluíram que os países que escolheram aumentar os impostos em vez de reduzir as prestações e serviços sociais enfrentaram menos contestação nas ruas.

"Subir impostos quase não teve efeitos, em comparação com os cortes na despesa. Quem paga impostos tem emprego e portanto, tem muito a perder, enquanto quem recebe transferências sociais - grande parte da despesa pública nos países observados - tem pouco a perder e sente que não é parte interessada na sociedade", explica o investigador.

"Ao ver o Estado cortar a despesa, ao dizer aos mais pobres que eles não têm prioridade, um número significativo vai decidir que este não é o género de sociedade em que querem viver", acrescenta Voth, que compara o fenómeno a um fogo - o fósforo pode ser uma causa exterior, mas o combustível são as razões que levam "tantas pessoas dispostas a assumir o pior e a decidir invadir as ruas" e partir para as formas mais extremas de contestação.

O investigador admite que, extrapolando para o futuro as conclusões do passado, é possível recear que o espectro da contestação aumentada ameace a Europa nos próximos anos, até porque, diz Voth, a revolta "tem a ver com as expectativas" e a classe média, que se habituou a esperar do Estado muito mais, deverá engrossar a massa contestatária.

"Se tudo desabar na agitação social, haverá um segundo ciclo em que nos vamos deparar com menos crescimento e receitas fiscais ainda mais baixas. Depois tem que se cortar outra vez e vamos acabar numa espiral, vamos acabar por destruir grande parte do tecido social e político que mantém a estabilidade na Europa", prevê Voth.

O investigador, nascido na Alemanha há 43 anos, diz mesmo que, no caso da crise na Grécia, a Europa vai "olhar para trás e ver que perdeu uma oportunidade gigante" para reforçar o continente e corrigir uma política económica e financeira que Voth compara mesmo àquela que levou à ascensão de Adolf Hitler.

"É o que os alemães viveram no início da década de 1930. A cada ano, o governo tomava novas medidas orçamentais, reduzia os salários da função pública, tentava equilibrar o orçamento e sempre que fazia isto a economia contraía ainda mais, as receitas fiscais era ainda mais baixas, o governo tinha de cortar mais e, no final, destruiu a democracia alemã.

"Repetir este erro é completamente imperdoável, em 2011", concluiu Voth.


Por: Lusa
Publicado no Diário de Noticias em 2011-11-05

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