quinta-feira, 16 de junho de 2011

O Senhor Bispo falou.

BispoJun2011

D. José Policarpo veio dizer que “governar Portugal não é apenas tarefa dos partidos que vão formar governo, é uma tarefa da oposição também”. Reconheceu que o país não tem “muita tradição disso” e que “chegou o momento de isso acontecer”. Foi buscar os acontecimentos na Grécia como exemplo, e disse que “as convulsões sociais e posições absolutamente contrárias, parecem até de anti-sociedade, e que dificultam ao governo grego que vá para a frente com os projectos que, porventura, ajudariam a salvar a Grécia da situação em que está”.

D.José, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, deseja que as medidas da “troika” “se cumpram o mais rapidamente possível”, e lembrou que “um dos canais que também o Estado tem com pouca despesa de estrutura, de ajudar, é servir-se das instituições da Igreja”.

Temos portanto que a Igreja Portuguesa, crítica na legislatura anterior, apoia este governo e considera que posições absolutamente contrárias serão anti-sociedade. Não reconhece que há quem não queira uma sociedade em que lhes mandem comer e calar. Não é novo.

A Igreja vê no actual momento político português, uma oportunidade de recuperar a influência perdida nas últimas dezenas de anos. A ideologia que vai estar a governar prefere a caridade à solidariedade social. Tudo indica que escolherá dar mais dinheiro dos contribuintes à Igreja, que ser o Estado directamente a assegurar a protecção dos mais necessitados.

Durante o governo anterior, 60% das receitas das IPSS ligadas à Igreja iam do Estado, (ver aqui), quando querem que vá mais?

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