quarta-feira, 8 de junho de 2011

O jornalismo dos "directos" para coisa nenhuma.

oclarinetjornalistasjun2011

Os jornalistas correm, atropelam-se, empurram-se, furam por entre a multidão de colegas, para ter o microfone ou gravador perto de quem querem tirar umas palavras, os homens das câmaras fazem o mesmo à procura do melhor ângulo; para o filme, o directo, ou a foto. Atrás, uma parafernália está montada, meios técnicos e humanos foram deslocados para levar ao telespectador a notícia fresca, acabada de fazer. Na ponta disto tudo – um papel! É verdade, um papel a que chamaram “comunicado”, que podia ir para as redacções dos órgãos de comunicação por qualquer outro meio; fax, e-mail, pombo-correio ou pelas redes sociais tão do agrado dos políticos.
Num país em crise, onde se pede a todos contenção nas despesas, dezenas de trabalhadores pagos para exercer profissões especializadas, são enviados para fazerem de paquetes, outros para filmar o paquete e outros para levar a todas as casas o filme do paquete. Estes paquetes de luxo o que representam na produtividade nacional? Quanto custou ir buscar um comunicado ao vivo e em directo?

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