quinta-feira, 31 de maio de 2012

Portagens nas SCUT não beneficiam o Estado.

Portagens nas SCUT não trazem benefícios. Mai 2012

Contratos paralelos nas estradas agravam despesa pública. Segundo o Tribunal de Contas (TC), a reformulação dos contratos com os subconcessionários de maior parte das ex-SCUT prevê compensações equivalentes aos contratos a que o tribunal recusou o visto prévio.

Alguém deu a volta ao texto para que tudo fique na mesma, segundo a acusação. As Parcerias Público Privadas não são um mal em si, são uma forma de financiamento como outra qualquer, já o corpo dos contratos e das reformulações dos contratos encerram os problemas.

O Estado negociou mal as PPP no primeiro momento e não teve vontade, poder ou capacidade de as renegociar. Renegociar é (ainda) a fase em que estamos. A discussão, mais que pública, é política e jurídica, a defesa dos interesses do Estado (dos contribuintes) verso contratos assinados pelos representantes do Estado.

Entretanto o Tribunal de Contas confirma o que muita gente sempre disse, que há portagens que não trazem benefícios para o Estado mas são um novo negócio para os concessionários. Estes reduziram os riscos do negócio passando a receber o mesmo, passem carros ou não passem pelas auto-estradas.

Diz o relatório que “O Estado não procedeu à avaliação dos critérios definidos para a introdução de portagens nas concessões SCUT, nem à avaliação dos potenciais impactos sócio económicos daquela medida sobre as regiões afectadas, nem tomou qualquer iniciativa no sentido de proteger os direitos e interesses dos utentes da introdução de portagens”. Mais palavra menos palavra, eu, e outros, dissemos o mesmo há anos.

Como as vantagens financeiras para o Estado dependem do tráfego e os “cenários de tráfego” foram “extremamente optimistas”, vamos ter ex-SCUT pagas pelos utilizadores e pelos não utilizadores que através dos impostos pagarão os prejuízos da Estradas de Portugal.

A que acrescem “efeitos (que) contribuem para a redução substancial dos benefícios líquidos atribuídos à renegociação dos mesmos”, que o TC enumera:

-“ Os custos relativos às externalidades ambientais, resultantes do desvio de tráfego para estradas secundárias; custos concernentes ao aumento da sinistralidade; custos relativos aos impactos económicos e sociais nas regiões afectadas; o aumento dos custos de manutenção e conservação das vias secundárias para Estradas de Portugal, S. A. e para os municípios afectados com a transferência de tráfego para aquelas vias”. Pois é, também já tinha sido dito.

Com um único organismo do Estado – o Tribunal de Contas – a saber fazer contas, não é fácil governar este país.

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terça-feira, 29 de maio de 2012

Egipto. Presidenciais segunda volta - que revolução?

Maio 2012


Estão apurados os vencedores da primeira volta das presidenciais no Egipto. De uma dúzia de candidatos passam à segunda volta Mohamed Morsy da Irmandade Muçulmana (islamita) e Ahmed Shafik que se apresentou como independente. Morsy venceu Shafik (24,78% contra 23,66%) com a ligeira diferença de 260 mil votos em aproximadamente 23,3 milhões de votos válidos.

Ambos se dizem pela “revolução”, que fez cair em Fevereiro de 2011 o regime de Hosni Mubarack. Os derrotados asseguram que quer um ou quer outro são alternativas ruins.

Mohamed Morsy é o presidente do Partido Liberdade e Justiça, criado para as eleições pelo mais antigo (1928) movimento do mundo islâmico, a Irmandade Muçulmana (IM). Morsy, Engenheiro e professor universitário, porta-voz para a imprensa da IM, substituiu o candidato inicial e “vice guia supremo” da IM, Kairat El-Shater, excluído pela Comissão Eleitoral.

Os fundamentalistas da “Irmandade” estão perto de conseguir a presidência, juntando o poder executivo e legislativo, uma vez que dominam o Parlamento. Para tal Mohamed Morsy procura conquistar os “revolucionários da Praça Tahrir” contra o que chamam “o candidato do anterior regime” Ahmed Shafik.

Encontros com os candidatos derrotados seguir-se-ão, principalmente com Hamdin Sabbahi líder do partido nasserista al-Karamah, 3º classificado com 20,77% de votos, e Abdul Fotouh, 4º com 17,47%, um “irmão” expulso da IM por ir concorrer à presidência. Fotouh considerado um liberal, apresentou-se no entanto com o apoio dos Salafistas, (radicais islâmicos) segunda força politica no parlamento.

Ahmed Shafik foi o último primeiro-ministro, nomeado por Mubarak já depois de se ter iniciado a “revolução de 2011”, é para uns opositor de Mubarack e para a campanha da oposição um membro do anterior regime. Inicialmente desclassificado, recorreu e foi aceite pelo Supremo e pela Comissão Eleitoral.

Shafik, secular, ex-piloto da força aérea, participou na guerra dos 6 Dias de 1973, adido militar em Roma nos anos 80, veio a ser chefe da divisão aérea e comandante da Força Aérea do Egipto na década seguinte. De 2002 a 2011 foi ministro da Aviação Civil, “transformando a companhia aérea do Egipto numa empresa de prestígio internacional”. Mal visto pelos manifestantes de Tahrir, apesar de ter mandado dar a ruas os nomes dos activistas mortos e de ter congelado bens de proeminentes membros do anterior governo. A sua campanha será para se afastar do regime de Mubarak, “acabar com a anarquia” e impedir que o povo egípcio ponha todos os ovos no mesmo saco (islâmico).

Quem esperava que da “Primavera Árabe” (versão egípcia), resultasse uma revolução democrática que afastasse o anterior regime mantivesse a laicidade e não trouxesse uma qualquer espécie de teocracia deve estar desiludido. Uma enorme maioria de parlamentares da Irmandade Muçulmana e Salafistas com um presidente a condizer só pode dar uma “democracia corânica” de leitura fundamentalista.

Agora são todos moderados, mas nem há programas nem constituição nem se conhecem bem as funções presidenciais. O Egipto está próximo de ter um poder islâmico, na melhor das conjecturas – imprevisível.

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segunda-feira, 28 de maio de 2012

Cerejas para adoçar o paladar.

Cerejas - mutações ou imitações. Mai 2012

O ClariNet foi para a lavoura. Apanhar cerejas, enxofrar as videiras, tratar das fruteiras, ajeitar os solos e hoje pelo cedo deixou o velhote a plantar tomateiros e pimenteiros.

Desde sexta-feira, sem jornais, rádio ou televisão, numas merecidas férias de quatro dias das notícias amargas; estamos fora dos acontecimentos mas parece que não se passou nada.

Ainda está o mesmo governo, o Relvas continua “semi-morto” (o estado político-clínico do Álvaro dos pasteis) e o mês está a acabar – com o IRC para pagar.

Tratar as terras que nos deixaram, conservar as árvores que plantámos e olhar com respeito para a agricultura de sobrevivência é uma maneira de nos prepararmos para o “Peuro”.

Passar à geração seguinte o que os velhos sabiam e o que mais aprendemos não é perda de tempo. Não se sabe o dia de amanhã.
Sem notícias amargas cerejas para adoçar o paladar.
E depois, as cerejas estão a um preço a que só chegam algumas bolsas. Agora apanharam-se algumas, para o mês que vem há mais, de outras espécies ainda a amadurecer. Bom, mas isto é conversa para quem gosta de cerejas, coisa rara.

Amanhã volta a lavra normal do ClariNet.

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domingo, 27 de maio de 2012

Emprego na Alemanha.

O que está por detrás das palavras de Merkel. Mai2012



Atente-se neste período do jornal Público, parte do relato da reunião informal dos líderes europeus em Bruxelas:

«Merkel defende, em contrapartida, o relançamento da economia através de reformas estruturais incluindo um reforço da mobilidade dos trabalhadores no interior do mercado interno “porque alguns países procuram trabalhadores qualificados enquanto noutros há um desemprego elevado”.» Sublinhado meu.

O que está por detrás das palavras de Angela Merkel? Não pode ser mais claro; depois de ter usado os parceiros europeus para vender os excedentes da produção industrial alemã, de lucrar milhões com a crise da dívida soberana, só lhe falta aproveitar o desemprego criado pela política de austeridade, para suprir as necessidades de mão de obra qualificada da Alemanha.

Não estando em causa a mobilidade dos trabalhadores, a verdade é que a Alemanha já tem de recorrer a trabalhadores aposentados para preencher os postos de trabalho que a sua economia gera, mas fica-lhe bastante mais barato utilizar os quadros formados no estrangeiro, com dinheiro dos contribuintes e dos pais dos jovens qualificados desses países.
Merkel mandem os trabalhadores mais qualificados para cá. Mandem os desempregados qualificados para cá.

O desemprego que a política de Merkel e de quem a apoia cria, é afinal um bom negócio – para a Alemanha e seus pares.

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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Sondagens alemãs apontam fim da coligação de Merkel.

Sondagens na Alemanha. Mai 2012

A germanização da Europa é inevitável? O poderio económico é capaz de decidir a hegemonização política e isso interessa à Alemanha?

A classe dominante não tem pátria mas a classe dominante de um país é capaz de controlar por algum tempo uma região, no entanto o paradigma económico e cultural alemão não é fácil de ser imposto a uma Europa historicamente plural no pensamento e tipo de vida, e cujos países foram desenhados por muitas batalhas. A União Europeia é na sua essência um conjunto de compromissos.

A condução alemã é desastrosa também para a própria Alemanha. Como dizia o ex-chanceler Helmut Schmidt, em 2011, “é fundamental para os interesses estratégicos alemães que a Alemanha não fique isolada de novo” pois se “cair na tentação de assumir o papel de liderança os vizinhos vão defender-se cada vez mais”. Nisto de condução quem sabia era o campeão Jackie Stewart, cujo segredo confessou ser, “manter-se na frente o mais devagar possível”.

Na corrida, Merkel já perdeu o pendura Sarkozy com quem simulava fazer equipa, e tem vários problemas com os adeptos internos e externos.

As eleições municipais, regionais ou estaduais realizadas em vários países europeus têm determinado tendências, recomposições partidárias e mudanças na paisagem representativa dos povos, que acabam por se reflectir no topo político da União Europeia. Ultimamente no Reino Unido e Itália como antes em França, que aqui acompanhámos, há sinais de mudança a partir das eleições locais.

As eleições estaduais que Merkel perdeu, têm implicações nas gerais de 2013, pelos efeitos nas forças políticas e pela estabilidade das sondagens, embora estas sejam de um curto espaço de tempo.

Após os mais importantes resultados nas eleições estaduais na Alemanha, a tendência é para que o conjunto CDU (União Democrata Cristã) CSU (União Social Cristã da Baviera) não possa contar com o FDP (Partido Liberal) para conseguir um governo de maioria conservadora, como o actual. CDU/CSU valem 33 a 35% e o FDP não passa de 5%.

À esquerda, o Partido Social Democrata (SPD) membro da Internacional Socialista, tem entre 26 a 30%, Os Verdes (Die Grunen) de 12 a 14% e A Esquerda (Die Linke) 5 a 7%. Os Piratas, defensores da liberdade de partilha na Internet, não têm história de alianças partidárias, valem 10 a 12% e não apoiarão, de certeza, os conservadores alemães.

Ângela Merkel partirá para a campanha de 2013 sem coligação de direita à vista, com problemas na CDU por ter demitido o seu ministro do Ambiente, Norbert Rotten, no rescaldo da derrota nas eleições da Renânia do Norte-Vestefália em que ele foi candidato. Caiu mal em sectores democratas cristãos a demissão do presidente da maior organização regional da CDU, apontado como sucessor de Merkel, também por ela ter antes afirmado que as eleições estaduais não teriam reflexo na política federal.

Os sociais-democratas do SPD têm o regresso ao governo quase assegurado, independentemente da coligação. Não estarão na primeira linha da defesa das Eurobonds, na sua versão integral, que já defenderam no início da crise, mas foram capazes de juntar a troika de candidatos à liderança; Peer Steinbruk ex ministro das finanças, Sigmar Gabriel actual líder e Frank-Walter Steinmeier presidente do grupo parlamentar, para recusar o Pacto Orçamental na sua actual versão, fazendo várias exigências a Merkel.

A Regra de Ouro foi inicialmente refutada pelo Die Linke no Parlamento, organização que passa por muitas dificuldades depois de falharem no estado de Scheswig-Holstein e serem literalmente afundados na Renânia do Norte-Vestefália pelos “Piratas”. O Die Linke está em declínio com inconsequentes debates internos e crise de liderança. O último episódio foi o reaparecimento e desaparecimento do ex-líder Lafontaine, a tentar unir Leste e Oeste e outros conflitos. Entre ter dois presidentes ou a mais provável Sahra Wagenknecht a liderar, esperam recuperar “A Esquerda” na Convenção do início de Junho.

Os “Verdes” (Die Grunen) ou Aliança 90/Os Verdes; juntaram afinidades aquando da unificação da Alemanha, têm crescido notável e sustentadamente, e receberam do desastre de Fukushima uma ajuda suplementar para o seu programa anti-nuclear. Pragmáticos na exequibilidade das suas propostas, sendo uma força estadual importante terão uma palavra, talvez decisiva, nas eleições federais.

Numa época de visibilidade das grandes contradições, a pequena politica ainda regula a vida no curto prazo, as mudanças da representatividade na procura de novos equilíbrios apenas dizem o que não queremos. A germanização da Europa não é aceite passivamente, nem é missão de todos os alemães.

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quinta-feira, 24 de maio de 2012

Nova Lei Laboral aprovada em Espanha.

oclarinet.blogspot.com Lei Laboral aprovada em Espanha. Mai2012
Trabalhar sem direitos - Trabajar sin derechos
oclarinet.blogspot.com Contra a lei laboral. Mai 2012 oclarinet.blogspot.com Espanha protestos contra Lei Laboral. Mai.2012
oclarinet.blogspot.com Espanha a mesma luta. Mai.2012
A mesma luta!

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Eurobonds. PS de Seguro apoia Merkel contra Hollande.

Euro Obrigações só não de debatem em Portugal.Mai2012

“A Posição do PS passa a ser posição de Portugal” disse António José Seguro após saber que a maioria “deixava” passar a sua adenda ao pacto orçamental.

Seguro parecia uma foca a bater as barbatanas de contente; nem reparou que está fora do seu elemento, ou da ambiência natural de todos os partidos socialistas europeus, quer estejam na oposição quer estejam a governar nos seus países.

Caso único na Europa, um Partido Socialista que entra no debate das Eurobonds do lado errado da barricada, de facto, o PS de Seguro apoia Merkel.

O porta-voz da “posição do PS” que é “posição de Portugal” foi o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho que em conferência de imprensa em Bruxelas disse o que pensa “Portugal” sobre as Eurobonds, é coincidente com a posição de Angela Merkel, cada dia mais isolada na Europa e vergonhosamente apoiada pelos dois maiores partidos portugueses.

A adenda do PS não tem qualquer influência prática nas políticas do governo; como dizia o deputado do PSD, António Rodrigues, “estamos a apoiar este projecto de resolução diga ele o que disser”, mas tem um significado político quando obriga o PS a retirar as Eurobonds da discussão política, e terá efeitos na percepção que os portugueses fazem do papel do Partido Socialista.

O PS está para a política nacional como a UGT para o mundo laboral, a trair a sua missão natural de fazerem oposição às políticas do governo.

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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Cavaco Silva. Crise acaba no próximo mês.

Cavaco Silva em 27 de Abril de 2012. Mai2012

De Cavaco Silva vem uma carta, de Jacarta “Portugal vai vencer a crise mais rápido do que previsto”.

Mais rápido que o previsto por quem? Por Vítor Gaspar que já disse que Portugal ia ao mercado em 2013, ou pelas próprias previsões do nosso presidente que “raramente tem dúvidas e nunca se engana”.

Terão uma vaga ideia de ter ouvido o presidente dizer que no segundo semestre de 2012 estava esperançado que Portugal começava a crescer, foi em Vagos, em 27 de Abril último, e fez títulos por todo o lado, como todas as declarações de Cavaco fazem (decerto para facilitar a pesquisa).

Cavaco Silva diz agora que vai ser mais rápido que as previsões; antes do segundo semestre deste ano – é para o mês que vem!

Anda o Seguro a tentar pôr uma palavra; abracadabra ou crescimento ou lá o que é, num texto do governo, para resolver a crise, e afinal o nosso presidente já sabia que nada disso é preciso.

É bom ter um presidente assim, que emende as previsões da OCDE no próprio dia, com coragem e douto saber, e que não se fique pelas previsões nacionais a que poucos ligam. Quem diz, como Cavaco Silva, que “existe a convicção de que a economia europeia está a entrar na trajectória de recuperação”, quando a OCDE cortou a previsão de crescimento para uma contracção na Zona Euro, merece parangonas internacionais.

A não ser, a não ser que Cavaco, quer seja em Vagos quer seja em Jacarta, esteja sempre a leste da realidade. É tempo de organizar uma viagem à comitiva presidencial para um local do Universo com outra visibilidade.

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terça-feira, 22 de maio de 2012

Para cumprir com a troika é preciso mais austeridade.

Obediência vai trazer mais austeridade. Mai.2012

Enquanto a selecção treina em Óbidos a OCDE fez uma selecção de recomendações para o óbito da economia real em Portugal.

De mais “aumento de impostos (IVA e IMI)” ao “congelamento de salários”, de mais “cortes em benefícios e deduções fiscais” à “revisão do subsídio de desemprego”; mais medidas de austeridade serão necessárias para cumprir com as metas da troika.

A OCDE prevê um défice do PIB de 4,6% em 2012 e de 3,5% em 2013. Prevê também o aumento da taxa de desemprego, que chegará a 16,2% em 2013.

Com este panorama, as medidas de consolidação orçamental terão de ir para além do previsto pelo governo, que tem afiançado não serem necessárias mais medidas de austeridade.

O governo está a aprofundar o problema, o ajustamento depende das receitas quando a sua política leva ao encerramento de empresas, mais aumento de impostos reduzirá o consumo a níveis de entorpecimento da economia, a continuada negação de investimento do Estado acabará por paralisar o resto.

No fundo, a conversa do crescimento não passa de conversa, ainda para mais uma conversa feita agora, por quem sempre disse que consolidação orçamental ao ritmo exigido e crescimento eram incompatíveis, e são, como se verificará.

Portugal tem duas alternativas, ou faz do objectivo do défice conversa e do crescimento realidade, ou o inverso, fala em crescimento mas dá prioridade aos objectivos da troika. Portugal e Espanha optaram por alinhar com as exigências de Merkel, a Península é o grande impedimento ao isolamento da política Alemã.

A troika que falhou rotundamente na Grécia, está cá, são os mesmos indivíduos, as mesmas soluções, porque haveria de dar resultados diferentes?

Pouco depende dos portugueses, incapazes de se mobilizarem ou sequer perceber que há alternativas e nada depende da troika que são uns mandaretes dos interesses financeiros.

Estamos subordinados ao que conseguirem políticos e povos europeus que não falam português. Se o resultado for bom para nós (como no futebol) faremos a festa.

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segunda-feira, 21 de maio de 2012

Proposta moeda de Geuro para Grécia. Peuro para Portugal?

GEURO Nova moeda PEURO logo a seguir. Mai 2012

A ideia foi anunciada pelo economista-chefe do Deutsche Bank, Thomas Mayer, à agência Dow Jones. Propõe uma moeda paralela ao euro para uso interno na Grécia e pagamento de importações. Deu nome à coisa, Geuro!

O receio de que nas próximas eleições gregas ganhe quem não queira seguir o programa da troika, tem feito aparecer estudos e propostas que mais não são que a preparação para o abandono do euro pela Grécia.

A nova moeda teria uma desvalorização, na hipótese lançada, de dois Geuros igual a um euro. Segundo Mayer “a Grécia poderia continuar formalmente na Zona Euro e realizar a depreciação cambial para adquirir a necessária competitividade”.

Não é grande novidade nos meios económicos, vale pelo apadrinhamento. Já agora, o Senhor Mayer não quer ser também padrinho do Peuro, a moeda portuguesa para ficarmos na Twillight Zona do Euro.

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Reunião Passos Hollande. O que é isso do crescimento?

Hollande-Coelho.Mai.2012 

Cavaco espera que troika concilie agora austeridade com crescimento económico. Vejamos.
Passos Coelho, insatisfeito com a reunião que teve com Tó Zé Seguro, onde o Seguro queria adendar a palavra “crescimento” à realidade da austeridade, foi encontrar-se com François Hollande. Tinha confirmado com o seu amigo Tó Zé que o “crescimento” é matéria que não se dá nas jotas nem se deu na sua faculdade, senão ainda se recordaria pois foi há pouco tempo.

Do relato que Passos faz da reunião com Hollande, das três uma, ou esteve com pouca atenção à aula, ou Hollande esteve a gozar com ele, ou confundiu esta reunião com qualquer das que teve com Merkel. Diz Passos Coelho que Hollande “subscreve a ideia de que é preciso levar a bom porto os esforços de consolidação orçamental que hão-de permitir-nos ser mais competitivos e poder crescer no médio e longo prazo”.

E diz mais; que veio de lá com uma “boa base de trabalho”, com a “prioridade ao estímulo do financiamento à economia para aumentar o crescimento económico, sem aumentar a despesa pública”. Teríamos assim, Hollande de acordo em adiar para o médio e longo prazo a intervenção na economia real e com cuidados tais sobre a despesa pública que manteriam, por exemplo, o uso das verbas do QREN paralisadas. Só pode ser mentira.

A título de explicações gratuitas de quem não precisa de nenhum grupo de estudos para perceber a economia real, digo-lhe:

Sendo verdade que todos os esforços da austeridade não resultam sem acesso a financiamento pelas empresas, e, que a liquidez oferecida aos bancos não chega à economia, coisa que se obvia com um “mecanismo” chamado vontade política, há em paralelo com a servidão ideológica ao sistema financeiro uma outra situação que apenas depende do Estado, das opções do governo:

- O meu caso. Estou prestes a encerrar a minha empresa (menos receitas para o Estado, mais despesa no desemprego) porque pago a sessenta dias aos fornecedores e recebo actualmente as contas principais a seis, sete meses. Não trabalho para o Estado mas tenho clientes que o fazem, eles não recebem (média de pagamentos do Estado 392 dias) não me pagam atempadamente, não tenho mais fundo de caixa para suprir a demora.

Entretanto o Estado já recebeu o IVA do último trimestre de 2011 do qual tenho recebimentos atrasados, do 1º trimestre deste ano também já paguei ao Estado e ainda não recebi a maior parte da facturação.

Não há “variáveis externas que o país não controla” que justifiquem o Estado caloteiro, a responsabilidade é do governo de ignorantes da economia básica
Pior estão indústrias com quem trabalho, cujo volume de facturação impõe pagamento do IVA mensal, têm encomendas, já não conseguem adquirir matéria-prima; boas empresas fecham umas atrás das outras.

Depois ficam surpreendidos com a subida do desemprego!

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domingo, 20 de maio de 2012

Saída da Grécia do euro é inevitável, diz Nobel.

Grécia e Zona Euro. Mai2012

Paul Krugman, Nobel de Economia diz que saída da Grécia do euro é inevitável. Entretanto na reunião do G8 todos se mostraram “esperançados” de que a Grécia permaneça no euro.

Da convicção de Hollande à confusão de Merkel, que diz que a “consolidação orçamental e o crescimento são duas faces da mesma moeda”, não produziram (que se saiba) qualquer medida concreta; esperança é muito pouco, este tipo de discursos não mudam o curso dos acontecimentos.

Krugman diz em entrevista ao Der Spiegel não haver alternativa, “todas as soluções que se discutem não servem para remediar o desastre”. O economista aponta como única solução “ a intervenção do Banco Central Europeu (BCE), através da injecção de liquidez”. Não só para a Grécia como para as situações que vivem a Itália e a Espanha.

Importante é a tendência interna alemã, sobre a consolidação do valor das forças políticas nas escolhas do eleitorado. Será o próximo assunto a acompanhar pois irá ter mais reflexos na política europeia que prédicas de circunstância.

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sábado, 19 de maio de 2012

Duarte Lima entrega polvo político.Quem são?

Duarte Lima entrega políticos...desconhecidos.Mai 2012

Como se devem lembrar, ainda há pouco, a Justiça tinha um grande e insolúvel problema; as “fugas ao segredo de justiça”. O Procurador-Geral da República lamentava-se, pesaroso, de não ter meios para impedir tal situação.

Transcrições de escutas telefónicas apareciam nos jornais e televisões, apesar de estarem em “segredo de justiça”, faxes idem, e-mails idem, memorandos, recibos, notas de cursos e cursos sem notas, etc. Os jornalistas até eram avisados de que fulano ia ser ouvido em interrogatório, o que dava para montar com antecedência a cena da notícia com carros de exteriores.

Chegou o caso BPN, e com ele, por artes fantásticas, as fugas terminaram. Por obra de algum picheleiro, spray ou mistela tapa-fugas, tudo agora parece hermeticamente fechado. Nem um sopro de leve aragem é bufado do aparelho de justiça para o aparelho auditivo dos jornalistas. Mesmo quando estoura um petardo como agora este, do ex-dirigente do PSD Duarte Lima, abre-se os jornais e é o silêncio das profundezas.

O polvo que Duarte Lima entregou, dizem as notícias, tem muitos tentáculos, envolve personalidades políticas e segundo “fontes judiciais” ouvidas pelo jornal Correio da Manhã, “pode abanar o sistema partidário”. Que o caso BPN abanaria o sistema partidário em qualquer país civilizado, não é notícia.

O que seria notícia era saber-se os nomes dos políticos dos quais a justiça tem provas de envolvimento no caso BPN. Mas desse polvo só temos visto a tinta. Contra tudo o que pescador à linha conhece, é mais fácil encerrar um enorme polvo vivo que meia dúzia de robalos de “aviário” já grelhados.

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Miguel Relvas pede desculpa ao Público. Isso basta?

Miguel Relvas ameaça jornalista. Mai 2012

A direcção do jornal Público expõe os factos relatados pelo Conselho de Redacção sobre as pressões/ameaças do ministro Miguel Relvas; informa os leitores de que apresentou um protesto na sexta-feira e que recebeu um pedido de desculpas do ministro.

Isso basta? O “Público” pode entender suficiente, até a jornalista ameaçada poderia achar suficiente, mas, e a opinião pública e o país político?

O Sindicato dos Jornalistas vai pedir a intervenção da Entidade Reguladora para a Comunicação Social e da Comissão de Direitos, Liberdades e Garantias da Assembleia da República. Isso basta?

Que Miguel Relvas tenha ameaçado o jornal Público de “blackout” do governo ao jornal, (ou manda no governo ou é a posição do governo) coisa ao nível das zangas dos clubes da bola com os jornalistas, não é de um governo de gente adulta, mas paciência.

Agora que tenha ameaçado “publicar na Internet dados da vida privada” duma jornalista do Público, fia mais fino. Não se entende que o advogado do jornal não tenha visto qualquer ilegalidade, o direito fundamental ao respeito pela vida privada é expressamente consagrado na Constituição. E como ia publicar na Internet, como ministro, como anónimo ou através das secretas? E como é que um ministro dos Assuntos Paramentares possui “dados da vida privada” duma jornalista?

Parece-me que um pedido de desculpas não basta, em Inglaterra já tinha saído da vida política. A imprensa em Portugal é muito estranha, até quando o assunto a envolve directamente.

Post Scriptum: O Sindicato dos Jornalistas diz que a confirmarem-se as acusações, o ministro deixará de ter condições para manter-se no governo.
Concordo - demissão!

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sexta-feira, 18 de maio de 2012

Governo adia Salário Mínimo; para a UGT é fantochada.

João Proença metido em fantochadas.Mai 2012

O governo português resolveu brincar (outra vez) com a Concertação Social.

Segundo declarou António Saraiva, presidente da CIP, ao repórter TSF José Milheiro, o secretário de Estado levou para a reunião de hoje dados sobre o salário mínimo com dois anos, “quer internacionalmente, quer em termos nacionais, há indicadores mais actuais e é sobre esses indicadores que devemos fazer a avaliação” disse António Saraiva.

João Proença da UGT enunciou que o governo tem “uma predisposição para não aumentar” o salário mínimo. Agastado, João Proença disse que “se vêm para aqui, para uma reunião de fantochada, para não discutir nada, então era melhor não fazer a reunião”.

João Proença informou (!) que “o Secretário de Estado ficou de repensar se vai ou não avançar num espírito aberto relativamente ao salário mínimo” (SIC)

Conclusão: houve uma reunião da Concertação Social, uma “fantochada” onde não se debateu nada e que só serviu para o governo adiar para Setembro a discussão sobre o salário mínimo que não quis ter hoje.

Quem é fantoche nesta fantochada? Qual o papel da UGT na Concertação Social? Só serve para os políticos do governo (e não só) ou o presidente da República, andarem pelo estrangeiro a dizer que há acordo entre as forças sociais em Portugal?

Arménio Carlos, da CGTP, afirmou; “não alinhamos neste tipo de falcatruas, o salário mínimo tem de aumentar este ano”. Pois é! Mas outros alinham em fantochadas e falcatruas – são eles próprios a falcatrua!

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Espanha. Controlo partidário da RTVE pelo PP espanhol.

Juan Luis Gordo (PSOE) -  da Comissão Mista de Controle Parlamentar da RTVE. Oposição sem votos para impedir a partidarização da RTVE

A independência da televisão do Estado espanhol está em causa devido a um decreto, aprovado ontem no Congresso dos Deputados, sobre o modelo de governação da RTVE.


Para além desse decreto, a maioria do Partido Popular (PP) de Mariano Rajoy, fez ontem aprovar “o maior corte de serviços sociais da democracia”. Bastaram duas horas, como realça o El País, “para validar dois decretos que reduzem em 10.000 milhões de euros os gastos com a Saúde e a Educação”.

O PP impôs a sua maioria absoluta, votando só contra toda a oposição. Como nota o Jornal; “ a maioria parlamentar do PP é suficiente,” para aprovar leis no parlamento, “mas é politicamente limitada, levando em conta que os cortes (na Educação e na Saúde) devem ser aplicados pelas Comunidades Autónomas, governadas por partidos diferentes”.

A situação política em Espanha está ao rubro, o governo do PP está isolado nas medidas que impõe, voltou a recessão, a Moody´s baixou a nota de 16 bancos, só não há mais dificuldades pela intervenção directa do BCE.

Nesta conjuntura difícil, que a crise grega transformou em aflição, Mariano Rajoy deu um “golpe de mão”. Precisa de ter controlo governamental sobre a RTVE (principal empresa de audiovisual em Espanha) que é, reconhecidamente, um meio informativo plural e independente.

A informação da TVE é uma das melhores do mundo, onde o comentário político é feito por jornalistas de vários órgãos de comunicação, garantindo que não há manipulação política partidária.

A nomeação do presidente da RTVE era aprovada por maioria de dois terços do Congresso dos Deputados e isso acabou, assim como a alteração do regime jurídico do Conselho de Administração que deixa de contar com a presença de forças políticas e sindicais que lhe davam maior pluralidade.

O presidente da RTVE passa a concentrar o poder executivo e é nomeado por maioria do Congresso. Mais precisamente, Rajoy inventou uma nova fórmula, uma Eleição À Espanhola: Findo o consenso anterior, o método consiste agora em fazer uma primeira votação onde se procura uma maioria qualificada, no caso de não se alcançar, repete-se 24 horas depois só requerendo uma maioria simples (metade mais um). Se a ideia pega e se propaga…!?

A informação jornalística em Espanha corre o risco de se partidarizar, com comentadores políticos do regime, telejornais manipulados e tudo o mais que os portugueses bem conhecem (basta ligar qualquer das nossas); para os espanhóis será mau e também para muitos de nós, que ligam habitualmente à TVE para saber mais sobre o que se passa no mundo.

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quinta-feira, 17 de maio de 2012

Renovação da Carta de Condução e caça à multa.

Revalidação da Carta de Condução. Mai.2012

Razões de saúde impediram hoje os post habituais; venho só alertar para uma situação em que muitos automobilistas têm sido apanhados em falta, por não terem informação ou por esquecimento.

As datas de revalidação da carta de condução já foram alteradas há um tempo, (a data que vem na carta para renovar não conta) falou-se nisso na altura em que entrou em vigor a nova legislação (2008) mas entretanto foi caindo no esquecimento de muitos.

O governo parece querer equilibrar as contas públicas com receitas das multas de trânsito. Não há dia que não veja várias operações stop; em vias congestionadas como o IC19, em rotundas engarrafando o trânsito, em ruas interiores de bairros residenciais, etc., etc. Com dúzias de elementos ou com um ou dois, quer a PSP quer a GNR estão em campo.

Alertado por um amigo que apesar de trabalhar em “seguros automóvel” foi apanhado, fui ver a minha data de renovação, é em 2015, se ainda por cá andar. Escrevo este post para me lembrar e para vos lembrar.

A forma de saberem quando revalidar e como, está no site do IMTP Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (para aceder clicar AQUI).

Fazer a simulação (e dos elementos da família com carta) e consultem as tabelas de revalidação por ano de nascimento e pela categoria da carta, para as revalidações seguintes.

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quarta-feira, 16 de maio de 2012

Desemprego 14,9%, desde Passos Coelho mais 144.300!

oclarinet.blogspot.com - Desemprego.Mai 2012 Desemprego jovem atinge 36,2%

- A empresa de Passos Coelho -

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou a taxa de desemprego no primeiro trimestre de 2012. Os números oficiais, do INE, são muito inferiores aos reais mas servem para estimar a evolução do desemprego. Eram no 1º trimestre 14,9%, a maior taxa de sempre que corresponde a 819.300 desempregados.

Em termos de taxa, a comparação ainda é mais negativa se considerarmos que a população activa é menor em 1,3% relativamente ao 1º trimestre de 2011.

O governo previa 14,5%, como valor médio do desemprego de 2012, já ultrapassou a meta no primeiro trimestre.

Quando o governo de Vítor Gaspar/ Passos Coelho/ Paulo Portas tomou posse o desemprego estava a descer; tinha decrescido 2% em relação ao trimestre anterior e o número de empregados aumentava 0,6% (dados do INE).

Os desempregados em Junho de 2011, (inicio deste governo) eram 675 mil, o que representava a taxa “elevadíssima” de 12,1%. Em Março deste ano eram os números que hoje se conhecem; 819.300 (14,9%). À conta das medidas do governo e da troika são mais 144.300 desempregados.

Com o desemprego a subir a este ritmo, mais 48.300 desempregados desde o anterior trimestre, quando “comemorarmos” um ano de governo (no fim do actual trimestre) estaremos próximo de mais 200.000 desempregados – obra de Passos Coelho.

Não se pedia que criasse 150.000 postos de trabalho, como o outro, mas 200.000 “oportunidades” para criar empresas é muita empresa; para já é a grande empresa, a única empresa que conhecemos, criada por Passos Coelho.

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terça-feira, 15 de maio de 2012

Novas eleições na Grécia. O que pode ser alterado?

oclarinet.blogspot.com Grécia a aquecer.Mai2012

A Grécia vai ter novas eleições legislativas. A ser assim, o que vai mudar? Pode mudar tudo se o voto anterior foi “um voto de protesto” a ser rectificado na próxima oportunidade, ou ficar tudo na mesma, sem capacidade de formar um executivo que negoceie ou aceite o acordo com a troika.

Antes das primeiras eleições, dizia no post " Eleições na Grécia. Quem são os partidos", que o futuro da Grécia dependia da capacidade política de Fotis Kouvelis, da Esquerda Democrática (DIMAR); ele não quis viabilizar o governo com PASOK e Nova Democracia (tinham 168 lugares, mais que o necessário), devido à elevada votação na Coligação de Esquerda Radical (SYRIZA). Seria incoerente com o que disse em campanha apoiando esse governo, como incoerente com o que tem dito depois. Já afirmou viabilizar tanto um governo de direita/centro esquerda (que negou antes) como um governo de esquerda.

Depois de exigir, durante as negociações com o presidente Papoulias o apoio do SYRIZA ao governo, Kouvelis rejeita agora a possibilidade de cooperar “mesmo após as próximas eleições” com o SYRIZA. Tal situação vai colocar os “radicais” perante um problema, com quem vão fazer um governo de esquerda? Ou simplesmente um governo!? O eleitorado já sabe agora (como já se sabia antes) que o Partido Comunista (KKE) é carta fora do baralho.

Ou há uma reviravolta na votação dando uma maioria aos “radicais” de Tsypras ou o PASOK e a Nova Democracia voltam a ter lugares suficientes para se entenderem a sós, ou com o DIMAR. O resto da direita apenas quer cavalgar o descontentamento.

Esta é a primeira parte; arranjar um poder interlocutor com a União Europeia que saia de eleições e não de tecnocratas nomeados. A outra, e definitiva, é colocar aos gregos a questão de quererem continuar ou não na União Europeia (UE), e em que condições. A “Europa” não deixou Papandreou fazer um referendo, que agora os gregos andam a fazer, da forma mais demagógica, confusa e anti-democrática que já se viu.

Os gregos não querem esta UE e ela ainda não dá mostras claras de ir mudar; devem-se pôr francamente as opções e decidirem em função dos níveis de austeridade e de capacidade de recuperação económica que uma ou outra solução transporta. O que se tem passado, que é consultar os gregos através de sondagens (ainda por cima nada fiáveis) para decidir posições políticas, é uma vigarice.

Não perguntaram aos gregos se queriam entrar na União Europeia (nem a nós) pelo menos perguntem-lhes se querem sair. Uma mudança na política europeia podia resolver o problema, que também é dos outros países da Europa, mas isso não cabe só aos gregos, que com muito risco e coragem já fizeram a sua parte.

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Alta ansiedade no encontro entre Hollande e Merkel.

Reunião  Hollande - Ângela Merkel.Mai2012


Ângela Merkel confessou que está ansiosa pelo encontro com François Hollande, será um teste às promessas de Hollande ou apenas para se conhecerem. Alterações nas políticas não estão no programa de Merkel; nada influencia o caminho traçado, nem a realidade nem isto nem a situação grega.


Paul Krugman, qual agitador catratrofista escreveu no seu blog, com o título
Eurodammerung o seguinte:


Some of us have been talking it over, and here’s what we think the end game looks like:

1. Greek euro exit, very possibly next month.

2. Huge withdrawals from Spanish and Italian banks, as depositors try to move their money to Germany.

3a. Maybe, just possibly, de facto controls, with banks forbidden to transfer deposits out of country and limits on cash withdrawals.

3b. Alternatively, or maybe in tandem, huge draws on ECB credit to keep the banks from collapsing.

4a. Germany has a choice. Accept huge indirect public claims on Italy and Spain, plus a drastic revision of strategy — basically, to give Spain in particular any hope you need both guarantees on its debt to hold borrowing costs down and a higher eurozone inflation target to make relative price adjustment possible; or:

4b. End of the euro.

And we’re talking about months, not years, for this to play out.

É evidente que Ângela Merkel não liga nada ao que Krugman escreve; Paul Krugman, lá porque tem um Nobel pensa que é algum João Cantigas Esteves!?

De maneira que o encontro entre Hollande e Merkel pode ser só para se conhecerem melhor.

Fora do encontro a inquietação é diferente; da agonia da Grécia à aflição de Espanha e Itália, ao tormento de Portugal e Irlanda; muitas esperanças são colocadas na capacidade de Hollande provocar uma inflexão nas políticas europeias.

O Eurogrupo quis dar uma imagem imperturbável e o Ecofin vai de certeza pelo mesmo caminho. Não se passa nada de anormal na zona euro, não há riscos nem traços ou reticências, está tudo controlado. Espera-se pelo menos que Hollande tire a harpa a Merkel que a Europa está prestes a arder.

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segunda-feira, 14 de maio de 2012

As eleições estaduais que Ângela Merkel perdeu.

Resultados  Eleições Renânia Norte-Vestefália.Mai 2012

Como era esperado, Merkel perdeu agora as eleições no Estado da Renânia do Norte-Vestefália. É relevante a sequência de derrotas do partido de Ângela Merkel, União Democrata-Cristã (CDU), só ou coligado em vários Estados com o Partido Liberal (FDP), com quem partilha o governo da Alemanha.

Merkel envolveu-se pessoalmente nas campanhas regionais, as derrotas também são dela. O parceiro Liberal ainda sofreu maiores desaires, não tendo conseguido resultados para continuar em alguns dos parlamentos. A tendência demonstra que esta coligação dificilmente governa a Alemanha após as eleições para o Parlamento Alemão (Bundestag), que são em Setembro de 2013.

O plano inclinado da direita alemã, foi marcado com a eleição para a cidade-estado de Hamburgo, a segunda maior da Alemanha, em 20 de Fevereiro de 2011. A CDU teve o pior resultado de sempre, perdeu metade dos deputados (56 para 28) e Olaf Scholz do SPD (Partido Social Democrata, membro da Internacional Socialista) conseguiu a raridade de uma maioria absoluta com 62 lugares.

A 27 do mês seguinte, Kurt Beck do SPD mantém a maioria absoluta no estado da Renânia-Palatino, enquanto o partido da coligação governamental FDP perde todos os 10 deputados. No mesmo dia em Baden-Wurttemberg, a coligação CDU/FDP perde a maioria do Estado, que mantinha à 58 anos, principalmente devido à subida dos Verdes que passaram de 17 para 36 lugares no parlamento, tornando-se Winfried Kretschmann (cabeça de lista dos Verdes) o primeiro-ministro presidente e o primeiro ecologista com tal cargo.

Maio, 22, a coligação SPD/Verdes mantêm a maioria no estado de Bremen, tendo subido 10 lugares no conjunto e a CDU descido, assim como o FDP governamental que perdeu todos os seus 5 deputados. Pela primeira vez os Verdes ultrapassaram o partido de Merkel numas eleições estaduais.

A 4 de Setembro, no estado de Mecklenburg-Pomerânia Ocidental, a região de origem de Ângela Merkel, o vencedor foi o SPD, que reconduziu Erwin Sellring e mais uma vez a CDU perdeu lugares; os Verdes entraram pela primeira vez no parlamento e o FDP perdeu os 7 deputados que tinha. Um partido de extrema-direita (NPD) tem assento neste parlamento.

Dias depois, a 18 de Setembro, no estado de Berlim, o SPD volta a ganhar e o mais relevante em termos da maioria de direita que governa a Alemanha é o desaparecimento do Partido Liberal do parlamento de Berlim, perdeu três quartos dos votos e todos os 13 deputados. Quem apareceu foi o Partido Pirata com 15 lugares na estreia. Sobre esta eleição ver AQUI.

Já este ano, a 25 de Março, a coligação CDU/FDP no estado do Sarre, perde a maioria, tendo o FDP conseguido apenas 1,2% dos votos e perdendo todos os lugares, era o sexto Estado onde o FDP deixava de estar representado. Sendo uma derrota da coligação, a CDU manteve o seu resultado.

A 6 do corrente mês foi a vez de a coligação CDU/FDP perder a maioria no estado de Schleswig-Holstein, onde estavam há sete anos no poder, o FDP desceu para metade, tendo a esquerda conquistado mais mandatos. É o segundo Estado em que o Partido Pirata consegue representação.

Agora, a 13 de Maio, no estado mais populoso da Renânia do Norte-Vestefália, que habitualmente permite leituras para as eleições federais, o SPD ganha com uma subida significativa fazendo com os Verdes (a esquerda/die Linke desaparece) uma maioria que promete para as eleições federais. Os “Piratas” são quem mais sobe e a grande derrotada é Angela Merkel, com um resultado desastroso. (ver quadro acima com gráfico comparativo com as eleições de 2010).

Como escrevi em Setembro de 2011, no post das eleições no estado de Berlim “ As eleições regionais, claramente perdidas pelas forças políticas do governo, sinalizam a subida sustentada dos sociais-democratas e dos Verdes, com condições para disputar o governo alemão. Para o conjunto da União Europeia seria uma enorme mudança, tendo como único senão o tempo. Com a crise do euro a necessitar de soluções urgentes, a previsível alteração do poder político na Alemanha pode chegar tarde”.

Provavelmente tarde para a Grécia acrescentaria agora, mas estas eleições estaduais, com a vitória de Hollande em França, vão impor mudanças na política interna alemã e na política europeia mesmo antes das eleições de Setembro de 2013 na Alemanha.

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domingo, 13 de maio de 2012

Grécia,saída do euro? novas eleições decididas hoje.

oclarinet.blogspot.com Mai.2012

O referendo que propunha Papandreou está a ser feito escondendo dos Gregos as verdadeiras opções. A quadratura do circulo ensaiada em jogo de poker; demagogia, bluff e muita irresponsabilidade.

O presidente da Grécia, Karolos Papoulias faz hoje a última tentativa de formar um governo a partir dos últimos resultados eleitorais, vai consultar os partidos que já se consultaram entre si. Como já se previa, os três partidos convidados a conseguir uma maioria através de coligação, falharam no intento, nem há bloco central, nem governo à direita e muito menos governo de esquerda. Não há surpresa.

Só os socialistas de esquerda, do DIMAR, cederam, diziam na campanha não se coligar com a Nova Democracia e o PASOK, agora aceitam com a condição de entrar o SYRIZA – que recusa. A bola passada ao presidente Papoulias é fácil de jogar, ou demove os “Radicais” e consegue um governo que podia esperar pela queda de Merkel em 2013 e as consequentes alterações na União, ou convoca eleições.

Novas eleições que serão dominadas pela falsa questão da austeridade quando está em causa a permanência na Zona Euro. Austeridade haverá sempre, imposta pela troika ou pelo regresso ao dracma; alívio da austeridade só negociando os termos do resgate o que pressupõe continuar na União e aceitar reformar o Estado, coisa de que nenhum partido grego, nem de direita nem de esquerda, tem um esboço de plano.

Sair do euro é austeridade de choque, bancarrota sem panorama de financiamento da economia. Uma opção “argentina” de recusa em pagar a dívida (na realidade pagá-la em dezenas de anos) e partir para a recuperação económica com uma moeda 50% mais fraca que o euro. Cabe aos gregos decidir que caminho querem; seria sério que a alternativa lhes fosse colocada claramente.

Os sinais que vêm da Grécia são de facilidades que não existem, o SYRIZA diz que a Europa “vai pedir que a Grécia aceite mais dinheiro” (!) enquanto os dirigentes europeus dizem que não há financiamento sem condições de aplicabilidade do acordo de resgate. Não é um braço de ferro, é puro poker em que um parceiro acha que tem uma boa mão, sem levar em conta o jogo e intenções do adversário.

O que não conta no bluff é o desígnio dos militares, pois não se sabe se as alterações feitas por Papandreou, nas chefias, são suficientes para impedir a sua intervenção.

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sábado, 12 de maio de 2012

O desemprego pode ser uma oportunidade

Primavera Global 12M 15 M. Mai2012
Indignados organizam protestos

Passos Coelho: “Estar desempregado não pode ser, para muita gente, como é hoje em Portugal, um sinal negativo. Despedir-se ou ser despedido não tem de ser um estigma, tem de representar também uma oportunidade para mudar de vida”.

Indigna?

Pois! E indigna terem maioria para aprovar o novo código laboral, como indigna terem maioria para levar avante todas as políticas contra quem vive do seu trabalho.

Indigna que tenham a maioria parlamentar que lhes permite tantas indignidades.

Mas, esta maioria não foi eleita apenas com os votos expressos a seu favor;
Quem lhes deu a maioria – foi quem não votou contra eles!

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sexta-feira, 11 de maio de 2012

Grécia sob chantagem. Sondagem dá maioria ao SYRIZA.

Alexis Tsipras líder do SYRIZA.Mai2012

Primeira sondagem pós-eleitoral na Grécia dá vitória ao Syriza. O inquérito é do Instituto Marc, a mesma empresa que fez em Fevereiro uma outra sondagem onde 7 em cada 10 gregos diziam ser a favor da “perspectiva europeia” (75,9%). Surrealista? Talvez não; primeiro as sondagens na Grécia são pouco fiáveis, basta verificar, por exemplo, que as três principais empresas colocavam o Syriza em quarto lugar (entre 9,1 e 11%) e foi segundo com 16,77%.

Depois deve-se contar com a percepção da política e a sensibilidade dos gregos às campanhas; culpavam em Fevereiro pela situação da economia grega, primeiro, os governos do país (81,8%), depois os mercados e os especuladores (9,3%), e 6,1% a troika. A Grécia é um terreno fértil para todos os populismos e as organizações políticas caracterizam-se por pensarem primeiro nos seus resultados. A táctica guia os comportamentos políticos em quase todos os quadrantes.

O mais importante é que a sondagem que dá vantagem ao Syriza foi realizada antes da “esperada” resposta dos credores às ameaças (para eles) da situação grega. O líder do Syriza, Alexis Tsipras, para além da declaração de nulidade do acordo de resgate e quando tentava (!?) formar governo, disse que ia nacionalizar a banca. Nacionalizações não se anunciam nestas ocasiões, o único resultado foi uma corrida “moderada” (segundo jornais gregos) aos depósitos, depois da fuga de capitais que se conhece.

À mensagem que o Syriza enviou, preocupante para o exterior também pela inabilidade política, a “Europa” respondeu não enviando a tranche completa do resgate. O FEFF creditou à Grécia 4,2 mil milhões em vez dos 5,2 mil milhões previstos, numa altura em que os gregos têm de reembolsar 3,3 mil milhões aos credores.

A Grécia entra em bancarrota em Junho se não receber a tranche destinada às despesas públicas. É uma situação de chantagem que os partidos políticos gregos tinham de ter previsto.

Radicalizar ou não a posição grega é a questão. Na carta de Tsipras aos líderes europeus, que hoje o jornal grego Kathimerini refere, já “baixou o tom do seu discurso pré-eleitoral, de rejeição unilateral dos termos do resgate” pede a “reexaminação do acordo”. A reexaminação do acordo pedia o próprio PASOK em período eleitoral quando Vanizelos solicitava a ampliação do período de ajuste.

A situação grega é complexa e pode ter consequências catastróficas, o jogo de pressões é perigoso para todas as partes.

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quinta-feira, 10 de maio de 2012

12 De Maio - Primavera Global. Dia de Protesto.

Primavera Global Protesto 12 de Maio.Mai.2012
Primavera Global presente no 1º de Maio de 2012


No 1º aniversário das grandes manifestações dos Indignados e das acampadas da Praça do Sol em Madrid, Portugal sai à rua em sete cidades, juntando-se aos protestos internacionais em centenas de outros lugares.

A base das demonstrações está concentrada num Manifesto Internacional da plataforma “Global May”. Representa o consenso havido entre as reivindicações expressas em assembleias populares e outros tipos de encontros por todo o mundo.

Independentemente das discordâncias em alguns pontos que muitos terão, ou de equívocos que encontrem na sua redacção, o Manifesto é globalmente um bom compromisso, e a movimentação que provoca muito importante no momento actual, de luta pela “democracia global e justiça social”.

O movimento Primavera Global PT composto de “cidadãos, activistas, colectivos e movimentos sociais” pretende “dar voz e visibilidade” às iniciativas que irão decorrer “de “forma pacífica” em Portugal.

É fundamental que existam cautelas na organização e decurso das manifestações que se irão realizar em várias cidades. Há uma história de provocações e aproveitamentos paralelos, de vários tipos, que podem danificar a imagem do protesto cívico.

Informação sobre os eventos na página Facebook.


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terça-feira, 8 de maio de 2012

Competir em solo inglês treinando em solo argentino.

Para competir en suelo inglês entrenamos en suelo argentino
  To compete on english soil we train on argentine soil  


O Reino Unido exigiu um pedido de desculpas à Argentina por causa de um spot de homenagem às vítimas e ex-combatentes na guerra das Malvinas. Com a iniciativa, o governo britânico multiplicou a exibição do vídeo por tudo o mundo.

Mostra o jogador, da selecção argentina de hóquei, Fernando Zilberberg, correndo por diversos lugares do arquipélago das Malvinas.
No final é legendado em Inglês e Espanhol com a frase “ Para competir em solo inglês treinamos em solo argentino”.

O anúncio foi enviado para os “meios” quando se assinalam os 30 anos do afundamento do navio argentino General Belgrano, pelos ingleses, que causou mais de 300 mortos. A abertura das Olimpíadas de Londres é a 27 de Julho próximo.

As tensões entre a Inglaterra e a Argentina por causa dos direitos sobre o território das Malvinas continuam. (ler aqui).

O vídeo é “um bom filme”!

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segunda-feira, 7 de maio de 2012

Eleições na Grécia. Resultados finais. Que saída?

Resultados finais 99,92% nacional.Mai 2012

Resultados 17 de Junho clicar AQUI

Ao contrário do que afirmam análises ligeiras às eleições gregas, não se pode ver a situação como antagonismos entre partidos pró austeridade e contra a austeridade, nem tão pouco falar em vitórias da esquerda ou da direita. Quem constituir governo na Grécia ou é para levar o país para fora do Euro, ou para gerir um plano “tipo troika” com as alterações que consiga introduzir – se a tanto ajudar o engenho e arte das mudanças que a eleição de Hollande irá permitir.

A grande maioria dos gregos não quer “sair do Euro”. Votaram furiosos contra a austeridade, conscientes da instabilidade que iam provocar, duvido que alguém saiba, na Grécia e nos arredores, como voltar a conseguir equilíbrios no curto prazo.

O memorando da troika falhou e os líderes políticos gregos foram incapazes, em mais de dois anos, de elaborar medidas para lidar com os credores, ou com as fragilidades estruturais da economia e do Estado. Estrangulados pelas opções da UE/FMI/Merkel, limitaram-se a ganhar tempo, esperando por uma mudança na política da União Europeia. Se ela chega a horas de poupar a Grécia a piores momentos não se sabe.

O sistema político grego complicou-se, nem a borla de 50 lugares para o vencedor permite maioria com dois partidos. Pelo perfil dos partidos (ver aqui) o que disseram em campanha e os resultados, nem há bloco central nem governo à direita e muito menos governo de esquerda. Se conseguirem uma coligação, será estranha e instável.

Os vencedores da Nova Democracia só constituem governo com alguém que tenha dito nunca se aliar com ela. O SYRIZA (erradamente designados de extrema-esquerda) apenas faria governo entrando os socialistas do PASOK e alguém à direita.

O normal seria novas eleições, mas aqueles que lucraram com o voto de protesto nem querem ouvir falar nisso. Governos nestas condições duram meses, como anteriores coligações contraditórias na Grécia.

Entretanto os capitais vão saindo, principalmente para a Alemanha, no mês que vem aumenta a tarifa da energia eléctrica e multinacionais como a Silchester tomam posição para dominar a empresa estatal de energia. Enquanto houver bens públicos para privatizar e bancos com créditos para receber, o dinheiro vai chegando só deixando para os gregos uma pequena parte, depois, depende da conjuntura na Europa.

Das esperadas mudanças na União Europeia, que se antevêem com a eleição de François Hollande, depende o futuro dos povos e da economia da Europa, mas dependerá também a paz. Uma preocupação latente raramente expressa.




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Nova Democracia (ND) – 18,85 % -108 lugares
Coligação da Esquerda Radical (SYRIZA) – 16,78% – 52 lugares
Movimento Socialista Pan-helénico (PASOK) – 13,18% – 41 lugares
Gregos Independentes – 10,60% – 33 lugares
Partido Comunista da Grécia (KKE) – 8,48% – 26 lugares
Alvorada Dourada (Golden Dawn) – 6,97% – 21 lugares
Esquerda Democrática (DIMAR) – 6,10% – 19 lugares.