sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Palestina na ONU. Como votou a Europa.

Palestina na ONU. Nov.2012

29 de Novembro, dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestiniano, data da aprovação, em 1947, da resolução 181 da Assembleia Geral da ONU, que dividiu a palestina em dois Estados. 

Data que, em 2012, viu aprovar por maioria esmagadora da Assembleia Geral da ONU, o reconhecimento tácito do Estado da Palestina, passando do estatuto de entidade observadora para “Estado observador não-membro”.

A resolução aprovada por maioria dos 193 países membros, recebeu 138 votos a favor, 9 contra e 41 abstenções. Os nove opositores foram Israel, Estados Unidos, Canadá, Panamá, República Checa, Nauru, Palau, Micronésia, Ilhas Marshal. A grande maioria dos Países Árabes, de África, Asia, América Latina e da Europa aprovaram o novo estatuto da Palestina.

A Europa:

Como votou a Europa? Nos 27 países da União Europeia, houve uma evolução em relação à votação de Outubro de 2011, para a entrada da Palestina como membro de pleno direito da UNESCO (ver aqui). 

Dos cinco países europeus que tinham votado contra, só a República Checa manteve o voto. Alemanha, Lituânia, Holanda abstiveram-se e a Suécia desta vez votou a favor do Estado Palestino.

Votaram a favor (14); Áustria, Bélgica, Chipre, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Portugal, Suécia.

Abstiveram-se (12); Alemanha, Bulgária, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, Holanda, Polónia, Reino Unido, Roménia.

Contra; República Checa. 

Fora dos “27”, a Noruega, Suíça e a Islândia votaram a favor e o Mónaco absteve-se.

Antes da votação, Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, pediu à Assembleia Geral da ONU, para “salvar uma solução baseada na existência de dois estados” solicitando da ONU a “emissão da certidão de nascimento” do Estado Palestino.

Foi dado mais um passo no sentido de a Palestina vir a tornar-se membro pleno da ONU, com direito a voto.

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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

29 Novembro. Manifestação de Estivadores.

oclarinet.Desemprego e trabalho precario nos portos. Nov.2012

Na Assembleia da República debate-se hoje a proposta da nova lei sobre o regime jurídico do trabalho portuário. Na rua estarão os estivadores, suas famílias e outros apoiantes da sua luta, em mais uma manifestação contra as intenções do governo de precarizar o trabalho nos portos portugueses.

Já em Agosto se antevia que as greves nos portos podiam estender-se a outros países; hoje, vários portos europeus paralisam entre as 13.00h e as 15.00h, em solidariedade com a luta dos estivadores portugueses. Delegações de sindicatos dos portos europeus juntam-se à manifestação dos estivadores, que se concentra às 13.00h na Praça do Município em Lisboa, de onde partirá para a frente da Assembleia da República.

in Estivadores de Aveiro.Nov.2012
A nova lei, origem de várias greves nos últimos meses, tem vindo a ser contestada pelos trabalhadores portuários com bastante firmeza. Passaram por ameaças de requisição civil, por exigências patronais de substituir os estivadores por militares e pela intransigência do governo em não negociar com os sindicatos.

No dia em que está agendada a discussão da proposta de lei, pelos deputados, é altura dos portugueses demonstrarem, mais uma vez, apoio à luta dos estivadores. A sua luta é pelo trabalho com direitos e contra a precariedade laboral, reivindicações de todos os trabalhadores.

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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Declaração de voto de João Almeida, dirigente do CDS.

Porta-voz do CDS.Nov.2012

O deputado João Almeida, num documento citado pelo Expresso, justifica ter votado favoravelmente o Orçamento de Estado (OE) para 2013, dizendo que o seu voto “não se justifica pelo conteúdo do Orçamento, mas antes pelas implicações que teria a sua não aprovação”.

João Almeida, depois de votar o orçamento, assinala “cinco riscos muito significativos” do OE, são eles:

“A carência de justificação clara para a dimensão do ajustamento necessário;

A difícil sustentação do cenário macroeconómico;

A desproporção entre o esforço do estado e o esforço solicitado às famílias;

A insuficiência das alterações introduzidas, em sede de especialidade;

E a introdução de medidas que comprometam reformas futuras”.

Diz depois que da falta de justificação do Orçamento, decorre “um primeiro risco de credibilidade, acrescido de um problema de aceitabilidade”.

Nada credíveis e totalmente inaceitáveis, são as declarações de voto dos deputados da direita que aprovaram o Orçamento. Pensarão eles que sacodem a água do capote? 

São os responsáveis por medidas que levarão mais miséria a mais lares, têm aliás total noção disso como se observa em João Almeida. Mas o tacho político é muito útil e os deputados do CDS/PP anteveem para si um futuro incerto. 

É o baixo nível a que chegou a honestidade política de alguns deputados e partidos.

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terça-feira, 27 de novembro de 2012

Manifestação 27 Nov. protesto contra OE 2013 continua.

Foto Manif.27 Novembro.Nov.2012

Milhares de manifestantes estiveram em S. Bento para protestar contra a aprovação do Orçamento de Estado (OE) para 2013. Não houve violência. 

Era escusado o McDonald´s ter passado à clandestinidade e alguns comerciantes da zona terem encerrado. As autoridades sabem que basta não aparecer a polícia de choque e que os paisanos estejam com dono, para baixar o risco de provocações ou confrontos. Andaram a espalhar receios com a colaboração da comunicação social, o que é duplamente lamentável.

Manif.27 Novembro CNA.nov.2012

Até quando as demonstrações ordeiras, não se sabe. A violência que vem do interior da Assembleia da República não deixará de ter resposta no país. A paz social não é compatível com a aplicação do OE de 2013.

O papel das “manifestações pacíficas da CGTP” corre o risco de não servir para guião do Portugal de 2013. O poder gosta da contenção existente mas não tem retribuído, as propostas da CGTP não são atendidas nem discutidas. Como disse Arménio Carlos, esperam há três semanas resposta a um pedido de reunião com Cavaco Silva.

Com as medidas violentas que se vão sentir a partir de Janeiro, que se somam às dificuldades de hoje, é bem possível que muitos portugueses mandem as passeatas passear.

O que se seguirá logo se vê, mas não acredito que tudo vá emigrar. Quem cá ficar tem de acabar com a roubalheira.
 Manif.27 Novembro parlamento.Nov.2012

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Contra este Orçamento de Estado para 2013.

manif.contra OE 2013. Nov.2012

 
Vamos lá!


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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Cesariny–Todos por um.

oclarinet - Cesariny.Nov.2012Mário Cesariny, Lisboa 9 de Agosto de 1923 – Lisboa 26 de Novembro de 2006
 
Todos por um

A manhã está tão triste
que os poetas românticos de Lisboa
morreram todos de certeza

Santos
Mártires
e Heróis

Que mau tempo estará no Porto?
Manhã triste, pela certa.

Oxalá que os poetas românticos do Porto
sejam compreensivos a ponto de deixarem
uma nesgazinha de cemitério florido
que é para os poetas românticos de Lisboa não terem de
recorrer à vala comum.

Mário Cesariny

Antes: You are welcome to Elsinore (clicar aqui)

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domingo, 25 de novembro de 2012

Eleições históricas na Catalunha.

Percentagem de votantes s 19.00h portuguesas

Há uma história antes - ver vídeo - haverá uma história depois destas eleições.

Actualização: Resultados finais AQUI

Comentário:

Como resultado das eleições catalãs de 25 de Novembro e ao contrário do que dizem os comentários madrilistas, há um reforço no sector independentista.

Artur Mas (CiU) o presidente da Generalitat, não teve a maioria absoluta que pedia, mas o “Bloco Soberano” tem uma maioria clara no Parlamento da Catalunha e mais independentista.

 O facto da ERC, Esquerda Republicana da Catalunha, agora a segunda força, ter duplicado os seus assentos (10 para 21), a Candidatura de Unidade Popular (CUP) uma coligação de organizações mais à esquerda, ter elegido na primeira vez que concorre três deputados e a Esquerda Unida ter subido, altera qualitativamente a natureza do campo soberanista.

Tudo ficou diferente na Catalunha e no Estado Espanhol. Com o reforço da esquerda no parlamento catalão, o líder da CiU, não fica em piores condições para negociar com Madrid, pois Mariano Rajoy não deixará de reparar nos perigos (para ele) de maior radicalização catalã. Por outro lado, Artur Mas, terá maiores dificuldades no prosseguimento da política de cortes e austeridade na Catalunha e terá de fazer alianças com outras forças que não o PP.

A consulta em referendo sobre a soberania da Catalunha, intenção de que o líder catalão diz não ter desistido, tem condições para ser convocada. A diferença é que será um processo mais clarificado, de interpretação menos tacticista, que uma maioria absoluta CiU emprestava, e mais estratégico em função dos votos que os catalães deram a forças abertamente independentistas.

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Espanha. Proposto 140Km/hora nas auto-estradas.

Autoestradas seguras.Nov.2012

Um deputado do Partido Popular, (PP) propôs no Congresso espanhol que o limite de velocidade nas auto-estradas com portagem aumente. O deputado, Paco Vaño, vítima de um acidente rodoviário e tetraplégico, argumenta com a diminuição de tráfego nessas vias, provocada pela crise, e os níveis de segurança das auto-estradas.

O PP sugere 140Km/hora, considerando não ser uma velocidade de risco para as auto-estradas nem ter efeitos negativos nos valores de sinistralidade, seria antes, segundo a proposta, um incentivo para os utilizadores.

O Estado espanhol vive o mesmo problema de Portugal, a quebra de tráfego nas vias com portagens estão a acumular prejuízos. 

O assunto promete discussão, lembro que ainda em Março do ano passado, a velocidade máxima das auto-estradas espanholas baixou para 110Km/hora, por um período de três meses, com a condição de ser reposto o limite de 120Km/hora apenas se o preço do barril de petróleo baixasse.

Para quem não se lembra (ou nunca soube), os limites de velocidade em Portugal foram impostos aquando da crise petrolífera de 1973; visavam reduzir o consumo de combustível e não a segurança. 

A qualidade das vias e os carros de hoje são muito diferentes, já o preço dos combustíveis é a mesma história, não estamos limitados a 20 litros por carro, como chegou a ser, mas limitados pela escassez daquilo que paga os 20 litros.

É um assunto que merece discussão, também por cá. Para mim, o actual limite de velocidade nas autoestradas é anacrónico. Ou se quisermos pôr as coisas doutra maneira – um grande negócio.

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sábado, 24 de novembro de 2012

Itália. Protestos contra Monti e pela Escola Pública.

Manifestantes em Roma.Nov.2012

Este Sábado, muitos milhares de estudantes e sindicalistas pararam Roma; para isso também contribuiu o aparato da segurança policial, montado para impedir que a manifestação chegasse ao parlamento italiano. 

Os protestos, contra os cortes no sector na Educação e a política de austeridade, tiveram em Roma a participação de milhares de sindicalistas das Comissões de Base, professores, e estudantes universitários.

Aos 30% de desemprego jovem em Itália, soma-se uma lei, em discussão no parlamento, para a privatização da gestão escolar. Os estudantes transportaram “escudos” feitos em esferovite, reproduzindo livros de autores universais. Os protestos contra a política de Mário Monti decorreram também em outras cidades italianas.

Manif.Palermo.Nov.2012     Manif.Npoles.Nov.2012    


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Portugal afunda-se e governo português mantém-se.

Portugal afunda-se.Nov.2012

Percebe-se que o PSD tenha desejado governar com a troika, em condições normais um executivo que tivesse falhado tão rotundamente já não governava.

Não tenho actualizado este blogue, como habitualmente, porque tenho trabalhos em curso que me poderão ajudar a não entrar em bancarrota. Já o governo de Passos Coelho tem o ano perdido, levando com a sua miserável incapacidade de governar muitos portugueses à miséria.
 
Os dados da execução orçamental de 2012 (Outubro), agora conhecidos, dizem que Vítor Gaspar, Passos e Portas, falharam em toda a linha.

Contas descontroladas.Nov.2012

Em Abril, (aqui) do governo diziam que estava tudo no bom caminho, já com as receitas fiscais em queda (-5,8%). Em Agosto, na quinta (auto)avaliação da troika (aqui) assumiam quebra das receitas de cerca de três mil milhões de euros. Vítor Gaspar deixou de dizer o mesmo de todos os meses, que os números da “execução” conhecidos “não afectam as previsões do governo para a totalidade do ano”.

Recorde-se que o Orçamento para 2012 previa aumento da receita fiscal para este ano de 3,8%, revisto no “rectificativo” para 2,8%. Está negativo (-4,2%) ao fim de dez meses do ano. 

Enganaram-se nas receitas de impostos em todas as parcelas, apenas receberam mais IRS à custa da redução dos reembolsos, mas mesmo o IRS ainda tem de contar com uma queda, imposta pelo não pagamento do subsídio de natal aos funcionários públicos.

Na despesa, não desce, e o dinheiro roubado aos funcionários públicos corresponde aos aumentos com juros da dívida. A Segurança Social levou um rombo de 800 milhões de euros, e o valor do défice aligeirado pela troika, se for atingido, é com a marosca da receita extraordinária da ANA.

O orçamento para 2013 é impossível, como todos sabem. 

Porque é que este governo continua a governar? Tem de se perguntar ao cómico…sim esse, o palhaço sem graça.

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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Comissão de trabalhadores da RTP acusa ministros.

Comunicado CT da RTP.Nov.2012

A Comissão de Trabalhadores da RTP, pede hoje que sejam apuradas responsabilidades políticas sobre o “caso das imagens em bruto” recolhidas pelo canal público, durante a manifestação de 14 de Novembro.(assunto do posts de hoje de manhã – Aqui). Acusa o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, de “induzir ao crime” com “pedidos de imagem que pressupôem uma violação da legalidade pela RTP”. Considera ainda que “não pode tolerar-se um Ministério da tutela que tolera toda esta intromissão e dela se faz cúmplice, por acção ou omissão". (o ministro da tutela é Miguel Relvas).

O comunicado na integra da CT da RTP:


 A RTP NÃO É FIGURANTE NAS ENCENAÇÕES DO GOVERNO

Toda a gente sabe que, no dia 14 de Novembro, a polícia foi apedrejada durante hora e meia sem reagir. Toda a gente sabe que, depois disso, a carga policial cilindrou por igual manifestantes violentos e manifestantes pacíficos, passantes acidentais em S. Bento e alguns no Cais Sodré. Toda a gente sabe que as dezenas de pessoas detidas foram depois privadas de contacto com os seus advogados e submetidas a vexames em Monsanto. Toda a gente sabe que o ministro Miguel Macedo negou com solenidade a mesma existência de infiltrados que a PSP veio depois confirmar.

A actividade dos infiltrados e a passividade da polícia, durante uma hora e meia, só podem ter servido para justificar aos olhos da opinião pública as violências e arbitrariedades policiais. Em última análise o plano só pode ter consistido em intimidar as centenas de milhares de pessoas que nos últimos meses têm participado em protestos contra o Governo e em dissuadi-las de voltarem à rua. Tudo teve os contornos de uma grande operação de guerra psicológica.

Para continuar, nos dias e meses seguintes, a fazer render essa operação de guerra psicológica, o Governo quis lançar mão de todos os recursos. Entre eles, quis contar com imagens gravadas pela RTP. Aqui enganou-se. A cada passo que dava dentro da RTP, o pedido governamental tropeçava na resistência dos trabalhadores.

A Comissão de Trabalhadores tomou desde o primeiro instante o seu lugar – e só o seu, sem ocupar o de mais ninguém – nessa espontânea resistência dos trabalhadores. Do primeiro ao último instante, insistiu para que fosse esclarecida toda esta história nebulosa.

Uma parte das responsabilidades foi assumida pelo Diretor de Informação e pelo Conselho de Administração. Nada foi dito pela Direção Geral de Conteúdos. Um inquérito interno irá correr para apurar outras responsabilidades: o ministro Miguel Macedo deverá saber que nem nós somos figurantes da sua encenação, nem a RTP é uma manifestação onde possa colocar impunemente os seus peões infiltrados.

E são estas as responsabilidades políticas que deverão ser apuradas por quem de direito. Não pode tolerar-se que Miguel Macedo, para efeitos da propaganda do Governo, induza ao crime – seja com as pedradas dos seus infiltrados, seja com pedidos de imagens que pressupõem uma violação da legalidade pela RTP. Não pode tolerar-se que homens de mão do ministro entrem na televisão pública como numa quinta sua, sem mandado judicial, para visionar e requerer cópias de imagens destinadas exclusivamente ao trabalho jornalístico. E não pode tolerar-se um Ministério da tutela que tolera toda esta intromissão e dela se faz cúmplice, por acção ou omissão.

A hora é de apurar também as responsabilidades políticas.

O Secretariado da Comissão de Trabalhadores da RTP 

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RTP. Demissões por causa de imagens de manifestações.

policia encoberto.Nov.2012
Polícias de cara tapada nas suas próprias manifestações.
 
Eles querem amedrontar.

Nuno Santos e Vítor Gonçalves, membros da direcção de informação da RTP, demitiram-se. Em causa a disponibilização de imagens captadas pela televisão e não editadas, (da manifestação de 14 de Novembro) a “elementos estranhos” à estação pública.

Nuno Santos diz na sua carta de demissão que reuniu com o conselho de redacção e com a comissão de trabalhadores, aí garantindo que “nenhuma imagem saiu das instalações da RTP.”

O Conselho de Administração fala na “presença de elementos estranhos à empresa, dentro das suas instalações”, em “acção abusiva” e “quebra grave de responsabilidades”. Diz ainda que “poder-se-á verificar uma violação dos direitos liberdades e garantias, com consequências nefastas para a credibilidade e idoneidade na produção informativa da RTP.” 

Cito os comunicados do DE, que também diz que é prática corrente, pedidos de imagens pelas autoridades, mas que, “todas as estações (de televisão) assumem que em nenhuma circunstância cedem imagens que não tenham sido emitidas nos seus serviços noticiosos”.

O inquérito aberto na RTP dirá o que se passou, a boa notícia é a sua existência. Se, mais uma vez se provar que houve agentes da investigação que contornaram a lei, é grave.

A tendência para o abuso da autoridade e a prática do chico-espertismo para obter provas é já habitual. As notícias vindas a público ao longo dos anos serão a ponta do iceberg das ilegalidades; são detectives privados a fazer escutas ilegais para a polícia, são empregados das telecomunicações seduzidos a fazer de espiões etc. 

Desde o anúncio pela polícia de que filma as manifestações, que se sabe da intenção de reduzir o número de manifestantes nas ruas, haverá sempre quem receie o destino e uso das imagens. A detenção ou identificação de manifestantes que nada fizeram de errado ou ilegal tem a mesma missão. A repressão, através da brutalidade indiscriminada, é outro passo para dificultar o uso do direito constitucional à manifestação.

A resposta dos democratas tem de contrariar os excessos policiais e o ressurgimento de um poder “musculado”. Estar presente nas manifestações é a melhor réplica a quem pensa ser possível amedrontar um povo que quer viver em liberdade. 

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terça-feira, 20 de novembro de 2012

Imagens das manifestações.

oclarinet.Cuidado com as imagens.Nov. 2012
Cuidado com as imagens mas não é preciso exagerar…

  “Relvas repreende presidente da RTP” é o título de um artigo do jornal i de hoje, onde também se escreve sobre a manifestação do dia da greve geral.

Diz: “O i sabe que a PSP pediu à RTP brutos das imagens recolhidas junto do parlamento, material que a estação não fornece. Luís Silveira, da direcção de emissão e arquivo, confirmou apenas que foi feito um pedido das imagens recolhidas”.

Mais abaixo: “Como o DN já tinha avançado, a divisão de investigação criminal da PSP pretende socorrer-se de imagens para perceber ligações eventuais entre manifestantes com comportamentos mais violentos a grupos extremistas ou relacionados com tráfico de droga”. (sublinhado meu)

Temos assim, nas manifestações, além dos hooligans da bola, dos agentes estrangeiros e dos profissionais da desordem, os traficantes de droga: Seguir-se-ão decerto os pedófilos e outros violadores, os incendiários da floresta, os assaltantes de multibancos e de velhinhos que vivem isolados, os que fogem ao fisco e os fumadores de tabaco. Toda a corja, nacional e internacional de malfeitores, encontra-se nas manifestações contra a austeridade a troika e o governo de Passos Coelho.

Num outro artigo, de Nuno Ramos de Almeida (no jornal i), é relatado a certa altura. “Algumas raparigas foram obrigadas a despir-se para uma revista mais aprofundada. Vários jovens foram insultados, tendo sido dito, por agentes policiais, àqueles que garantiram não ter participado nos incidentes que “gente inocente não vai a manifestações”.

Não há nada como ouvir falar claro.

O mesmo jornalista, no artigo “Um dia com os 380 irredutíveis estivadores”, (aqui) a ler, particularmente por quem ainda não entendeu o que se passa nos portos, escreve:

“No mesmo dia em que falamos, os estivadores juntam-se à manifestação nacional de polícias, sob o olhar curioso dos agentes. Perto deles, estão activistas dos indignados, gente com máscaras dos Anonymos. Mais atrás, um elemento da DCCB (Direcção Central de Combate ao Banditismo) com uma camisola do Che Guevara. Um circo”.

Camisola do Che Guevara? Seria para passar despercebido entre os hooligans do No Name Boys ou da Juve Leo?

Não sabemos o que o futuro nos reserva em termos de liberdades fundamentais. Por isso, à cautela, é preciso ter cuidado com os vídeos e fotos que se publicam nas redes sociais. Mais prudências ainda com as campanhas contra aqueles que usam maior radicalismo na acção. Agora levam esses em seguida vão os outros (todos conhecem a história). 

O pacifismo é muito bonito mas pode haver uma curta distância entre um pacifóide e um patifóide, o espaço encurta-se pela delação. Bufos conscientes ou involuntários não se diferenciam objectivamente.

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domingo, 18 de novembro de 2012

Carga policial em S.Bento e histórias da carochinha.

oclarinet. Preparar carga policial.Nov.2012

Estive em S. Bento no dia da greve geral e o que vi é diferente do que vejo relatado. Inventa-se muito, por todo o lado.

A primeira historieta são os “profissionais da desordem”. Embora nunca tenha percebido porque há manifestantes que querem subir degraus de acesso ao Parlamento, como se fossem os anfiteatros da Sorbone, ver agentes estrangeiros a promover desacatos é demais. Não há nenhum Lenin de Nanterre à frente da turba, o Dany aparlamentou-se e o modus operandi é muito amador, nem uma gancheta para arrancar as pedras da calçada se viu.

Depois, a polícia de choque que arrasou tudo por onde passou, como aprendeu a fazer nos treinos, acabou por tirar a dúvida se seriam enxertados em sul-coreano. Sendo os únicos profissionais da desordem presentes, acabaram por cumprir, tendo um deles, inclusive, dado um manifestante prostrado no chão a provar ao cão. Acaba por ser um alívio e rasgar o postal turístico português da bela jovem e o polícia de choque domesticado.

A quantidade de polícias feridos relatados mas não filmados é outra inventona. Em S.Bento e antes da carga policial só se viram feridos entre manifestantes, atingidos por pedras por se porem entre os escudos dos polícias e os apedrejadores, curiosamente, estes jovens redentores andam pelos blogues a chamar estúpidos aos que os atingiram.

Quem obrigou os escudos dos polícias a levar com pedras por tempo interminável foram os manifestantes pacíficos e não os chamados “estúpidos” que os apedrejaram. Deviam saber que há um tempo antes e depois da debandada da CGTP. A polícia se não quisesse atingir inocentes, comunicava por megafone aos mirones que estava à espera que fossem embora para arrear nos provocadores. Acontece que a radicalização já não é apenas de um pequeno grupo de jovens urbanos empobrecidos, todos os presentes sabiam que iria haver uma carga policial, uns achavam-se a salvo outros tomaram medidas para não ser atingidos.

O saldo da greve geral é o mesmo e não se mede em S.Bento. Afectado foi o tempo de antena mas é normal. A dinâmica da luta dos trabalhadores, autónoma ou sindical, e dos mais atingidos pela crise, (os desempregados, os precários e os pobres que nada têm a perder), tem pontos de contacto com a política partidária mas objectivos tácticos e estratégicos distintos; aliados momentâneos são concorrentes na mediação da comunicação social, que é essencial para a imagem dos eventos.

Para além do postal da bela e do polícia domesticado outro desapareceu, o da grande diferença entre as manifestações ordeiras nacionais e os desacatos que se vêm no estrangeiro, podendo ser mau para o turismo não é pior que o IVA da restauração.

Por último gostava de saber, dos comentadores de todos os quadrantes que genericamente vêm dizendo que “a sociedade portuguesa pode não aguentar tanta austeridade e haver uma rotura social”, o que querem dizer. 

Expliquem lá o que é essa rotura social, que sinal dá e como se confirma, pois não se percebe que digam isso e não reconheçam o que se passa.

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sábado, 17 de novembro de 2012

Cimeira Ibero-americana. Europa não aprende.

Dilma criticou austeridade.Nov.2012
Rajoy incrédulo de que Dilma Roussef tenha criticado a austeridade.

  Os Estados português e espanhol podiam ver a América Latina menos como oportunidade e mais como exemplo; eles viveram profundas crises económicas, tiveram a presença do FMI e ultrapassaram as dificuldades. 

Mas os governos de Portugal e Espanha não aceitam lições dos países que colonizaram, nem sequer escutaram os seus discursos, como foi o caso de Mariano Rajoy, que em conferência de imprensa disse que se Dilma Roussef criticou o modelo de austeridade não foi na sua (dele) presença.

Dilma não tem feito outra coisa quando se refere à crise europeia e mundial, foi assim no G 20, na V Cimeira Brasil – União Europeia (ver aqui). Agora disse que “a confiança não se constrói somente com sacrifícios”.

Deu o exemplo do Brasil onde “na última década 40 milhões de brasileiros saíram da pobreza”. Disse:

 - “O Brasil vem defendendo, não só no G 20, que a consolidação fiscal exagerada e simultânea em todos os países não é a melhor resposta à crise mundial, e pode inclusive agravá-la, levando a uma maior recessão”.

“Não é só o Brasil, toda a América Latina mostra seu dinamismo económico, seu vigor democrático de maior equidade social, graças às políticas que privilegiam o crescimento económico como inclusão social”. 

A América Latina vem desenvolvendo instrumentos de cooperação regional como assinalou Dilma, “depois do Mercosul e da Unasul, a comunidade de Estados latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), tem 33 países”.

O que nós vemos na Europa é o estertor da União Europeia e da moeda única, a falta de cooperação e solidariedade entre os países mais ricos e aqueles que passam por dificuldades.

Os europeus podiam olhar para a América Latina e aprender, mas com governos incultos, como os actuais da Península Ibérica, não é imaginável.

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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Boys nomeados pelo governo receberam subsídio de férias.

oclarinet. Nem com pedras. nov.2012

São quase 1.500 os “boys” do PSD e do CDS, nomeados pelo governo para funções públicas, que receberam subsídio de férias este ano.

A notícia do DN (aqui) revela que ao grupo dos 131 assessores de gabinetes ministeriais, noticiado em setembro como tendo recebido subsídio de férias em 2012, juntam-se mais 1323 nomeados para outras entidades do Estado, que também receberam subsídio de férias.

São 1454 indivíduos que entraram na administração pública sem concurso, nomeados politicamente pelo governo, e que não foram abrangidos pelos cortes nos subsídios efectuados na função pública. Uma trapaça.

Estas excepções são uma violência; uma violência diferente de mandar pedras aos escudos da polícia de choque, mas é violência.

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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Substituir os estivadores por militares. A demência.

Estivadores contra a precariedade.Nov.2012
 
Os agentes de navegação devem ter visto na carga policial de ontem uma oportunidade para subir a parada e pedir a militarização do país. A sua associação (Agepor) desafiou, segundo os jornais, o governo a substituir os estivadores em greve, por militares.

Diz a Agepor que a requisição civil não resolve o problema, o que já se sabia.

A greve na estiva (ver aqui) tem estado sujeita à mais descarada contra-informação, continuando os jornais a relatar que há impasse nas negociações entre o governo e os sindicatos, e o próprio ministro Álvaro a dizer nas televisões que continuam a negociar, quando não houve reuniões entre o governo e os grevistas, coisa que os sindicatos vêm pedindo há meses.

Não é a greve mas a causa da greve que está a prejudicar as exportações e a economia. Antes do governo querer precarizar o trabalho portuário nada de anormal se passava nas exportações e na actividade da estiva. É mais uma das asneiras deste governo com efeito lesivo na economia.

A proposta dos operadores portuários é inqualificável, substituir trabalhadores em greve parcial por militares, decerto para fazer as horas extra, pagas por não sei quem e a que preço, só lembra a um cabo feito general num golpe de Estado. 

Militarizar a função de quem tenha contratos normais de trabalho seria o cúmulo da desfaçatez fascistoide. 

Precários e militares, o sonho duma sociedade em que o chefe dá elogios muito fortes a quem tem a coragem de ir trabalhar pois está a lutar por Portugal e por vencer adversidades. (já ouvi isto em qualquer lado)

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14 Nov. Dia de Greve Geral. Carga policial em S.Bento.

Dia de greve geral acaba mal.Nov2012

A violenta carga policial junto ao Parlamento não obscurece a jornada de luta dos trabalhadores portugueses. A greve geral, que se saldou segundo os dados da CGTP, por uma das maiores greves nacionais, decorreu sem incidentes nos locais de trabalho, para além da lamentável presença policial junto de alguns piquetes de greve.

Portugueses e estrangeiros greve geral.Nov.2012

A concentração em Lisboa, teve a participação de vários sindicatos não filiados na CGTP para além de movimentos e organizações, nomeadamente; “Precários Inflexíveis”; “Que se lixe a troika”; e delegações estrangeiras.

oclarinet. Rossio greve geral.Nov.2012
oclarinet.Rossio-Parlamento.Nov.2012










Do Rossio, o desfile seguiu para a frente da Assembleia da República entoando palavras de ordem.
 
oclarinet.greve geral-Parlamento.Nov2012
Os manifestantes superlotaram o espaço frente ao parlamento, e muitos deles não arredaram pé após o fim do período de intervenção da CGTP. Foi sobre esses manifestantes que a polícia de choque carregou e não apenas sobre aqueles que atiravam objectos contra a força policial. É visível nas reportagens das televisões que são agredidas pessoas idosas e mulheres numa investida cega, como é “normal” na actuação destas forças.

Av.D.Carlos revolta greve geral.Nov.2012

Como reacção, muitos jovens revoltados causaram distúrbios na via pública, incendiando caixotes de lixo e virando vidrões e contentores, numa expressão de violência a que não estávamos habituados em Portugal. Uma viragem comportamental que as autoridades deviam ter calculado. É um tema que vai ser debatido na nossa sociedade e cá estaremos para contribuir, mas se pensam que a violência latente que começa a aparecer é fruto de “profissionais da desordem” ou quejandos, estão muito enganados.

Av.D.Carlos em chamas.greve geral.Nov.2012

Portugal é um país normal, com uma sociedade tão normal como as outras, onde inventaram uma léria de brandos costumes sem qualquer fundamentação histórica.

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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Greve Geral. Lisboa–concentração no Rossio.


14 Novembro Greve Geral.Nov 2012

Os trabalhadores portugueses, em Greve Geral, promovem hoje concentrações nos distritos do continente, nos Açores e Madeira (ver aqui).


No distrito de Lisboa a Concentração/Desfile é no Rossio, pelas 14.30h.

Vamos lá!

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terça-feira, 13 de novembro de 2012

Amanhã 14 de Novembro. Greve Geral.

Greve Geral 14 de Novembro.Nov.2012

A visita de Ângela Merkel tinha uma missão essencial na política interna portuguesa; não era só o apoio público à política de Passos Coelho, coisa tão esperada como a mentira de que a aplicação do Memorando está a ser um sucesso e resolverá os problemas da economia nacional.

A única tarefa política de relevo que Merkel terá tido, foi convencer Cavaco Silva de que a Alemanha não faltará com o seu apoio, caso a execução orçamental corra mal. Todos sabem das dificuldades (impossibilidades) da execução orçamental para 2013, para mais com rectificativos que aprofundarão a recessão. 

Cavaco Silva elegeu o apoio da Alemanha perante o falhanço das medidas governamentais, como suporte da situação política interna. Se Ângela Merkel promete auxílio mesmo que as metas do governo não sejam alcançadas, Cavaco mantém Passos Coelho a governar por muitos e maus anos.

O que deixa aos portugueses a perspectiva de uma viagem grega por anos de recessão e de destruição do país. É nessas condições que os protestos, manifestações e greves também devem ser entendidos.

Dizem que os protestos contra Merkel foram fracos, mas são a notícia nos jornais alemães. Como dizia um jornalista alemão ontem na TV, “Merkel não disse nada de importante, depois da manifestação dos militares estamos aqui para cobrir os protestos”. E continuam por aqui para relatar a greve geral. 

A greve geral de amanhã é uma marca em Portugal e na Europa das dificuldades, é particularmente difícil para quem a faz em período de escassez de rendimentos, mas é realizada na altura que mais se justifica. 

Quanto mais parar o país, mais forte será a posição dos trabalhadores.

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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Visita de Merkel. Protestos CCB e S.Bento.

oclarinet. Foto Angela  Merkel CCB.12 Nov.2012

A segurança em torno da visita de Ângela Merkel serviu sobretudo para dificultar o acesso dos manifestantes à zona de Belém.

Foi possível ver a comitiva a curta distância como demonstra esta foto; com as faixas de rodagem e a linha do comboio entre os carros oficiais (a baixa velocidade por aproximação do CCB) e o fotógrafo. Neste caso foi apontada uma câmara de bolso, mas poderia ser apontado outra coisa - por exemplo…um dedo acusador.


Da visita de Ângela Merkel a Portugal ficaram os protestos.

oclarinet. A caminho do CCB. Nov.2012 oclarinet.A caminho de S. Bento.Nov.2012











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domingo, 11 de novembro de 2012

Militares mostram cartão vermelho ao governo.

foto Manif. Militares 10 Novembro.Nov.2012

  Manifestação 10 de Novembro

Foi ao som de “Grândola Vila Morena”, com emoção, que a frente da manifestação da “família militar” entrou na Praça dos Restauradores. 

A marcha fez-se em silêncio, da Praça do Município (onde foi implantada a República) até à Praça dos Restauradores, que comemora a Restauração da Independência Nacional, em 1640. 

Tal foi lembrado por Paulo Amaral da Associação de Praças, que saudou os presidentes das associações sindicais da polícia (ASPP/PSP) da Investigação Criminal (ASFI/PJ) e profissionais da Guarda (APG/GNR) que acompanharam a manifestação. Leu e nomeou mensagens, entre elas de Vasco Lourenço.
 oclarinet Manif.Militares 10 Novembro.Nov.2012

Os presidentes das três associações, Luís Reis, Associação de Praças (AP); Pereira Carcel, Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) e Lima Coelho, Associação Nacional de Sargentos (ANS) - na foto junto aos símbolos respectivos – discursaram. 

O coronel Manuel Pereira Carcel referiu-se aos cidadãos de Portugal como de “uma pátria ameaçada” cuja “independência e soberania está posta em causa”, declarou que “ninguém tem mandato para promover o desmantelamento das forças armadas”, e garantiu que as forças armadas “não serão um instrumento de repressão sobre quem juraram defender, o povo português”.

Luís Reis expressou a “indignação perante as medidas do Orçamento de Estado para 2013” afirmando ser “hora de dizer basta”. Deu também um recado ao ministro da Defesa, Aguiar Branco: “as ameaças veladas do Sr. Ministro, aos militares e às suas associações, não terão nenhum efeito”. Ainda sobre as polemicas declarações de Aguiar Branco (ver aqui) sobre a “vocação para servir nas Forças Armadas”, Luís Reis perguntou; “Sr. Ministro, o senhor tem a certeza de querer falar em vocação? É que se quer, provavelmente amanhã, Portugal e os portugueses não têm governo”.

Lima Coelho, que confessou terem-lhe vindo as lágrimas aos olhos quando entrou na praça ao som da “Grândola”, disse que “não é inevitável este malvado orçamento” pois é um projecto que “nós, cidadãos, temos a obrigatoriedade de alterar”. Referiu a Constituição a propósito dos direitos aí consagrados e as “10.000 crianças com fome”; “não admitimos a fome”, disse.

Cavaco Silva foi várias vezes referido pelos oradores (e apupado pelos manifestantes) para lhe lembrarem que jurou cumprir e fazer cumprir a Constituição. 

No final, foi aprovada por unanimidade dos milhares de militares presentes, uma resolução:

Considerando medidas na segurança interna no sentido de atribuírem aos militares um papel que vai além da sua missão, “tudo farão para impedir o uso dos militares em acções que visem reprimir a expressão do descontentamento dos portugueses”. Decidiram ainda “testemunhar com a sua presença” a votação final do Orçamento, dia 27 de Novembro. 

Nesse mesmo dia entregarão ofícios contra a aprovação do Orçamento de Estado (OE) ao Provedor de Justiça e ao Tribunal Constitucional seguindo-se uma vigília junto da presidência da República, apelando à não promulgação do OE e que Cavaco Silva peça a sua fiscalização preventiva.

 Os militares vão continuar na luta.

oclarinet.Manif.10 Novembro Militares.Nov.2012 
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sábado, 10 de novembro de 2012

Militares manifestam-se hoje em Lisboa.

Militares manifestam-se em Lisboa.Nov.2012

A manifestação - Ver Aqui

Desfile a partir da Praça do Município, pela Rua do Ouro e pelo Rossio até á Praça dos Restauradores.
 
Intervenção nos Restauradores, junto ao monumento da Restauração da Independência Nacional.
 
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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Por onde andará Ângela Merkel no dia 12.

Manif.12 Nov.Receber Merkel - Nov.2012

Onde para a Merkel?

Dia 12, segunda-feira, muitos dos que se querem manifestar contra Ângela Merkel gostariam de saber por onde ela andará. O secretismo do programa da visita da chanceler da Alemanha é ridículo, tanto como o das saídas dos nossos governantes a eventos públicos. Fugir dos populares já é padrão dos governantes portugueses, agora estende-se às suas visitas.

As notícias contraditórias sobre o itinerário e horário de Merkel, tem como única razão esconder Merkel do povo, e esconder o povo que se manifesta, de Merkel. Inicialmente a Autoeuropa fazia parte dos destinos, últimos ecos apenas dão certos os encontros com Passos Coelho, com Cavaco Silva em Belém e a participação no Encontro Empresarial Luso – Alemão no CCB. Horas, em segredo.

Ângela Merkel vai ter esperas pelos locais onde consta ir, e vai ter manifestações; essas vão ser vistas, difundidas pelas televisões nacionais e estrangeiras. A convocada para Lisboa pela CGTP parte do Largo do Camões (15.00H) para São Bento e outra do movimento “Que Se Lixe a Troika” sai do Largo do Calvário (13.00H) para Belém. 

A recepção de más-vindas a Merkel vai dispersar-se por vários locais, os populares não deixarão de ir atrás das notícias que localizem a chanceler. Merkel tem seis horas para umas corridas entre encontros, enquanto o governo tentará escondê-la e esconder dela os protestos.

Se os portugueses ocorrerem em massa às manifestações nada poderá ser escondido.

Vamos lá!

Como receber Merkel dia 12 de Novembro. Nov.2012

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