segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Palestina membro da UNESCO. Como votou a Europa.

Palestina membro da UNESCO Out2011


A Palestina é membro de pleno direito da UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Dos 173 países que votaram a proposta de adesão, 107 votaram a favor, 14 contra e 52 abstiveram-se.

Dos Estados membros da União Europeia onze votaram sim à adesão; Áustria, Bélgica, Chipre, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Luxemburgo, Malta, Eslovénia e Espanha. Cinco votaram contra; República Checa, Alemanha, Lituânia, Holanda e Suécia. Os restantes onze abstiveram-se; Bulgária, Dinamarca, Estónia, Hungria, Itália, Letónia, Polónia, PORTUGAL, Roménia, Eslováquia e Reino Unido.

Onze a favor, cinco contra e onze abstenções, a União “bem” dividida. Os 14 que votaram contra para além dos cinco europeus foram; Austrália, Canadá, Israel, Palau, Panamá, Samoa, Ilhas Salomão, Estados Unidos da América e Palau.

A favor, do Afeganistão ao Zimbabué, votaram os BRIC, (Brasil, Rússia, Índia, China) África do Sul, Noruega, Indonésia, etc. A maioria do mundo de África, Ásia, América Latina e Países Árabes. A Palestina está aceite como membro da UNESCO deixando de estar na condição de país observador. Representa uma grande vitória da justiça sobre o lóbi sionista e um passo muito importante para o reconhecimento da Palestina como Estado pela ONU – o passo seguinte.

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domingo, 30 de outubro de 2011

Empobrecer para depois pagar dívidas... só em Portugal.

Os comedores de batatas - Vincent Van Gogh


Quando vir um banco emprestar dinheiro aos pobres passo a acreditar na política de Passos Coelho, e dos troikos. O governo está a executar a política da Grécia e não da Irlanda, a Grécia depois de ficar mais pobre não terá economia para pagar as dívidas, e nós, indo pelo mesmo caminho, também não vamos ter.

Passos Coelho não disse que nós vamos ficar menos ricos depois de pagar as dívidas. Disse, “só vamos sair desta situação empobrecendo – em termos relativos, em termos absolutos até, na medida em que o nosso PIB está a cair”.

A questão é se empobrecemos por pagar as dívidas ou para tentar pagar as dívidas (nas condições impostas); não é semântica são os caminhos distintos da Irlanda e da Grécia. O caminho de empobrecer para depois pagar as dívidas só é imaginável em Portugal, é preciso meios para pagar, meios que os pobres não têm nem lhes emprestam.

É abusiva a comparação de Passos Coelho com o Canadá; cuja crise foi feita e desfeita pelo seu Banco Central. Canadá que é, tal como a Irlanda, em boa parte uma extensão da economia dos Estados Unidos.

A Irlanda ao contrário de Portugal, soube negociar com a troika, manteve o seu dumping fiscal e assim a atractividade ao capital estrangeiro, manteve a produção. Por cá, vende-se aos estrangeiros que temos mão-de-obra barata, trabalhadores subservientes e o mercado de trabalho sem regulação, para tentar atrair investimento. Enquanto isso destrói-se o aparelho produtivo e o rendimento das famílias. Com que riqueza se vai pagar as dívidas?

A Grécia é um país com a economia destruída, espoliado dos bens públicos e sem capacidade de sozinha lançar um programa de crescimento, está demasiado pobre e descredibilizada para ir aos mercados, de pouco serve perdoar parte da dívida. A mesma política (da troika) está a ser seguida pelo governo Passos/Portas; se a passividade dos portugueses e da oposição parlamentar o permitir, se por exemplo o Partido Socialista não começar por votar contra o Orçamento, estamos dentro de menos de dois anos na mesma situação.

A dominação dos países pela dívida deu os resultados conhecidos em África e América Latina, nunca criou condições para “recuperar um trajecto de crescimento económico” como anuncia o nosso governo. Pelo contrário, foram roubados os bens públicos naturais, privatizados os sectores rentáveis, reduzidos os orçamentos da saúde e da educação, congelados e diminuídos salários, sem que diminuíssem as dificuldades em obter crédito.

Ao sul há países com décadas de asfixia financeira provocada pelas medidas do FMI.

Chegaram à Europa com a complacência da União Europeia e penso que não terminam antes das eleições na Alemanha e na França. Para os optimistas, este filme de terror não dura o tempo que auguram os políticos europeus e os economistas ao seu serviço. Acaba antes de porem toda a gente a comer apenas batatas.

Nesse caso, Passos Coelho e Paulo Portas são figurantes duma curta-metragem. E o quadro de Van Gogh uma coisa do século dezanove.

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sábado, 29 de outubro de 2011

Porque hoje é Sábado...

 
Ao poeta encarnado.


Águas que voam sobre pedras
Que bem fica perderes no porto…
tuas penas. Seca as lágrimas (poeta)
Mais penas virão depois de morto

Apesar de tudo agora vives
espumando raiva no leito forte
Louva o vale onde pariste
a força a glória e a semente

Augustas árvores desfolhadas
Nuvens sem graça e céu sombrio
Cobrem de musgo antigas fragas

Postal de inverno, névoa e frio
Embaciando o louco olhar
Que as margens deitam sobre o rio.

Carlos Mesquita

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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

28 de Outubro - Dia Internacional da Animação.


28 de Outubro de 1892 – Émile Reynaud fez uma projecção do seu “teatro óptico” no Museu Grevin; a primeira apresentação pública de imagens animadas.
ANIMAÇÂO  
                                              ANIMAÇÂO

(Clicar na foto para iniciar a animação)
Animador Out 2011 DESANIMAÇÂO

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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Fugir com os impostos é pior que fugir aos impostos.

Votar contra o quê...Out2011


Aí está o segundo orçamento rectificativo em poucos meses, do governo Passos/Portas; o primeiro foi para acondicionar a ajuda à banca, este é para ajustar o falhanço da execução orçamental ao objectivo de 5,9% do défice. O PS no anterior votou a favor (acordo troiko oblige) agora deverá abster-se. Esperemos sentados que venha a votar contra alguma coisa deste governo.

O Partido Socialista que não tem sido ouvido ou achado nas opções do governo, decidiu engolir todos os sapos e enxovalhos em nome da imagem externa do país, como se um país com uma democracia menor, por gazeta da oposição, seja figurino que se recomende.

Os portugueses elegeram um governo de gente que não fazia ideia do que é governar, tinham umas ideias feitas que estão a ser desfeitas todos os dias. São uns amadores, a culpa é deles por se proporem fazer o que não sabiam, e a culpa é dos portugueses por não saberem ler um currículo político e deixarem-se enganar com campanhas publicitárias elementares. O analfabetismo político da classe média portuguesa não é da educação é da preguiça, a política faz-lhes dores de cabeça o alheamento provoca a enxaqueca crónica que os consome.

Portugal é um laboratório onde uns aprendizes manuseiam reagentes perigosos, acreditam que misturar isto com aquilo vai dar qualquer coisa certa. Não tem dado, a inexperiência só dá azar. Esperam-nos muitos mais orçamentos rectificativos (muitos PECs), são a forma de retocar a imundície provocada pelos acidentes no laboratório.

Quando é que a Justiça apresenta resultados sobre a roubalheira do BPN? Não foi Teixeira dos Santos que deu caminho aos milhares de milhões que os contribuintes estão a pagar. Persegue-se quem teve algum dia relações com o fisco em vez daqueles que nunca pagaram impostos, e mesmo esses serão os prioritários? Fugir aos impostos é pior que fugir com os nossos impostos? Os responsáveis do BPN/SLN estão por aí, alguns em bons cargos de nomeação governamental, são intocáveis por serem do PSD?

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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Buracos da Madeira e do BPN com contas nada claras.

OE 2012 Out 2011


O Orçamento de Estado para 2012 começou a ser esmiuçado no parlamento, a audição da equipa das Finanças, ministro e secretários de Estado pela Comissão Parlamentar respectiva, serviu para a oposição tentar perceber os números e intenções do Orçamento.

As partes que intervalos no meu trabalho permitiram ver, aumentaram-me as dúvidas sobre a transparência das contas do governo.

Sobre a Madeira e pela intervenção de Silva Pereira fiquei a saber (penso ser novidade para a maioria) que Alberto João Jardim aumentou o buracão precisamente no último dia do primeiro trimestre, 30 de Junho, em 600 milhões de euros. Há quem faça nomeações à última hora, Jardim faz divida; era para entrar nas contas do PS – para ir na “herança do governo anterior”.

Como disse o deputado socialista, os 800 milhões roubados (roubados é meu) ao 13º mês é quase todo para pagar essa graça intencional do PSD Madeira. Mais, sendo o valor do “desvio” madeirense em 2011 de 6.338 milhões, estão previstos até 2015 ainda mais 3.737 milhões para as empresas dependentes do poder de Alberto João. O ministro, a isto respondeu que ainda não há governo na Madeira, o programa de ajustamento será quantificado mais tarde. A seguir.

Sobre o BPN a confusão das contas é total, ninguém parece conhecer o custo final para os contribuintes, do parlamento nacional a Bruxelas; O buraco ia em 2.350 milhões, 1.860 foram inscritos em 2010, 560 no orçamento de 2011 para a recapitalização, o governo admite ser de 4.500 milhões (1.400 garantias, mais 3.100 sociedades) e o Bloco de Esquerda retira do Orçamento para 2012 a conclusão de que as garantias do Estado, injectadas através da CGD são 8.500 milhões de euros, mais que o orçamento do Serviço Nacional de Saúde. O que vai passar para 2012 é uma incógnita, mas ficou a saber-se que os créditos bancários vão ser substituídos por créditos do Tesouro.

A roubalheira do BPN, executada por gente grada do PSD, e o desvio consciente do PSD Madeira necessitam de ser quantificados para não restarem dúvidas sobre o montante de cada rubrica na culpa da austeridade. É preciso seguir a discussão do orçamento o que não é fácil, com um secretário de Estado que deixa o vocabulário em casa e não acaba as frases e um ministro prolixo a repetir as perguntas para não dar respostas, ou a dar com redondilhas imperceptíveis.

Esta ouvi hoje, sobre a duração dos cortes dos subsídios de Natal e férias. Disse Vítor Gaspar…”medida temporária maior que um ano” (blá,blá) em vigor num período não negligenciável de tempo”. Que raio é isto, em que sistema de medida funciona o lento do ministro?

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Indignados 15 de Outubro Lisboa - Fotos (2)

Como hoje é dia de grandes decisões na União Europeia, uma delas a decisão de adiar a tomada de decisões, mais umas fotos da manifestação de 15 de Outubro.
A indignação popular a levar em conta nas cimeiras dos líderes políticos.

Mais fotos (15 Out.) publicadas AQUI e na página do Facebook de O ClariNet.
(Fotos de uso livre , utilizar à vontade)

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terça-feira, 25 de outubro de 2011

Ana Drago diz que BE devia ter reunido com a troika.


Ana Drago, deputada do Bloco de Esquerda (BE) admitiu hoje no parlamento que o Bloco devia ter reunido com a troika. Disse-o na reunião dos deputados da Comissão dos Assuntos Europeus com o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas.

A dirigente do BE, comentando a acusação de Paulo Portas sobre a ausência do BE nas reuniões com a troika, disse “dar a mão à palmatória” e entender que deveriam ter participado. Já em Junho, Francisco Louçã, tinha dito que “se fosse hoje, viria com outros olhos essa reunião”. Louçã tinha acrescentado que “os portugueses não souberam interpretar a posição assumida pelo Bloco de Esquerda”. Agora, Ana Drago deu a entender que a ida do BE às reuniões não seria para “eleitor português ver” mas para ter alguma influência. É uma evolução.

Na altura, critiquei neste blogue a ausência da esquerda parlamentar e é hoje evidente que se a negociação com a troika fosse com o PSD, as medidas “para além do Memorando de Entendimento” que são o programa do governo, estariam todas incluídas no acordo. Não era indiferente quem negociava como não é indiferente quem aplica o Memorando. Até uma outra linha do PSD, mais social-democrata, adaptaria a execução do programa a outras preocupações. Não aceito o Memorando, de todo, mas se me fosse possível tentaria na negociação minorar os seus efeitos. Quem leva com ele ficaria grato.

Espera-se que o BE não demore muito a comentar a situação actual na Líbia.
É também um caso em que muitos portugueses (alguns, eleitores do BE) “não souberam interpretar a posição assumida pelo bloco de esquerda”. Está na Internet a execução do filho de Kadhafi, Mutassin, deram-lhe água, um cigarro, logo a seguir é cadáver. Massacres de prisioneiros, Sharia como Estado de Direito, etc. O CNT como interlocutor da União Europeia, sabendo-se quem eram e conhecendo a história da Líbia foi um erro dificilmente desculpável. Como as coisas ainda vão azedar mais, o tempo vai juntar culpas ao BE. Há companhias muito indesejáveis.

A propósito um vídeo de Hillary Clinton (very happy), que a CBS cortou na entrevista, (para não exibir pornografia) mas que passou para o Youtube.
O “Veni, Vidi, Vici” de César na linguagem imperialista americana:
- Viemos, Vimos, Morreu. O mesmo “Viva la Muerte” dos fascistas de Franco.


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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A banca vai ter-nos como sócios, mas sócios passivos.

oclarinet.blogspot.com Out2011

Passos Coelho já decidiu a posição dos portugueses em relação à “sua” banca – posição passiva. Deixou ao critério de cada um a postura; deitado, de cócoras, de pé ou de ladinho, a seco ou oleado, fica conforme o gosto. A parte séria é que vamos novamente ajudar a financiar a banca, sem que esta fique com a obrigação de ajudar a financiar a economia. Se do porco oferecido sobrar uma unha talvez haja coentrada.

A “posição passiva” de que fala Passos Coelho, vai contra as instruções da própria troika que obriga o Estado a entrar no capital, particularmente para impedir que sejam distribuídos dividendos pelos accionistas, como tem acontecido durante o curso da crise financeira. Já não é a equidade nos sacrifícios é a pouca vergonha da austeridade de quem trabalha, para suprir as asneiras do sistema financeiro.

Esta conversa de que a banca é essencial para a economia e por isso temos de a manter saudável, paleio que levou ao endividamento dos Estados, não pode continuar. Tem de haver contrapartidas para a economia e não podem ser deixadas à boa vontade dos banqueiros.

Estamos numa fase da crise financeira em que a Europa pede ajuda ao FMI, vai pedir dinheiro ao mundo, BRIC e Árabes, porque a crise é global e não europeia, como é europeia e não dos países do sul, como é de Portugal e não dos funcionários públicos portugueses. São naturais as exigências entre as partes, quem empresta quer assegurar que não perde o dinheiro, seguir, quando não controlar, o caminho do empréstimo. Só o mãos largas do nosso primeiro-ministro está disposto a dar capital à banca e virar as costas.

O próprio Belmiro de Azevedo dizia em 2008 que “um sistema financeiro sem actividade económica da nada serve”, era 2008 agora está calado. Como estão a ser concretizadas as linhas de apoio, estão a ir para a economia? O que se nota no aparelho produtivo é que pouco chega às empresas e a juros proibitivos. Se os empréstimos do Estado à banca não se repercutem em crédito às empresas, e não, para que servem? Para manter a saúde da banca e a prosperidade económica dos banqueiros e seus accionistas?

O Estado, agora que mais uma vez vai injectar dinheiro na banca entrando no seu capital, tem de ter uma participação efectiva, se a banca vai ter-nos como sócios, nunca poderá ser como sócios passivos. Não é? Ó sócio!?

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domingo, 23 de outubro de 2011

Irão critica situação na Síria.

Mahmoud Ahmadinejad Out 2011


Ahmadinejad disse em entrevista à CNN, que o Irão condena os mortos e massacres na Síria. Não disse como se lê no lide da notícia do Público que condenava “os mortos e massacres da repressão na Síria”, mas sim o que diz no corpo da mesma notícia do Público, “condenamos os mortos e os massacres na Síria, quer as vítimas pertençam às forças de segurança, à oposição ou à população”. Faz toda a diferença; é correcta a posição do Irão.

O conflito interno sírio iniciou-se com a repressão de manifestações pacíficas por reivindicações básicas, como a habitação e o emprego. Seguiram-se acções de grupos armados que mataram membros das forças de segurança (atacaram postos da polícia matando dezenas) e começaram a aparecer civis mortos e mutilados; este filme já foi visto, alguém quer transformar a Síria num novo Líbano.

A criação de um clima de pré guerra civil tinha/tem como função chamar uma intervenção externa, a posição das potências que compõem os BRIC no Conselho de Segurança da ONU, não apoiando a resolução de condenação da Síria, deu uma oportunidade aos esforços de conciliação do povo sírio. Escritores, dirigentes sociais, sindicalistas, partidos de oposição, e pelo menos parte do partido Bass que suporta o poder, estão interessados na pacificação, têm reunido abertamente na busca de soluções e há eleições marcadas.

Os partidários de soluções bélicas para todos os conflitos têm alguns problemas na Síria. A sociedade é evoluída, a oposição está dentro da Síria e opõe-se a qualquer intervenção externa. Todos desejam reformas, o fim da repressão e da corrupção existente.

Com a maioria sunita dividida e o apoio dos cristãos, alauitas e drusos, o governo sofre pressões internas, das manifestações pacíficas, dos grupos armados e dos radicais partidários da repressão sobre a oposição.
A posição do Irão vem reforçar os defensores da pacificação, Ahmadinejad não está a atacar a Síria, está a tirar força àqueles que julgavam poder contar com o Irão para tomar uma posição extrema.

O Irão está a dizer à Síria que de nada lhe serve um aliado esfrangalhado.

Mais sobre a Síria:
http://oclarinet.blogspot.com/2011/10/situacao-siria-e-o-veto-na-onu-da.html
 http://oclarinet.blogspot.com/2011/08/siria-situacao-e-mais-complexa-do-que.html

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sábado, 22 de outubro de 2011

Kadhafi já foi autopsiado e por duas vezes.

Kadhafi saiu da fotografia Out2011


Kadhafi não vai ser autopsiado, diz o Conselho Nacional de transição em Misrata, através do seu porta-voz Fathi Bachagha, segundo a AFP.

Há dois dias a Euronews e outros meios de comunicação deram a seguinte notícia “ o numero dois do CNT, Muammar Jibril, também visitou o local onde está depositado o cadáver e declarou que a autópsia a Kadhafi «foi concluída e os resultados enviados para Haia», na Holanda”.

Outros órgãos de informação citando as declarações do médico legista Ibraim Tika à televisão Al Arabiya diziam coisas diferentes, na Veja, citando o médico, a causa de morte foi “um tiro na cabeça”; já na Globo, “o médico que fez a autópsia no corpo disse que foi um tiro na barriga que matou Kadhafi”. Talvez seja da tradução e barriga e cabeça tenham sonoridades semelhantes em árabe.

A Globo lembra que “em guerra, a execução sumária é ilegal. Uma coisa é ser morto em combate e outra é capturar uma pessoa acusada de crimes e matá-la. Segundo o Direito Internacional isso é um crime e o capturado tem de ser levado a julgamento. Por isso o alto comissariado de direitos humanos da ONU sugeriu que seja feita uma investigação sobre a morte do ex-ditador”.

O porta-voz do Alto Comissariado da ONU Para os Direitos Humanos, Rupert Colville, não sugeriu nada, pediu uma investigação, disse, “Consideramos que é necessária uma investigação sobre as questões sombrias relacionadas com a morte” (de Kadhafi). Também a Human Rights Watch, exigiu que o CNT realize uma autópsia supervisionada ao corpo de Kadhafi.

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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Vem aí o subdesenvolvimento - Boaventura Sousa Santos


O desenvolvimento do subdesenvolvimento é o título do artigo na “Visão” de ontem de Boaventura Sousa Santos. É aqui publicado na íntegra sob autorização do autor. Os” internautas” que o quiserem publicar a partir daqui, escusam de referir este blogue, mas obrigam-se naturalmente a nomear o autor, Professor Boaventura de Sousa Santos. O artigo:

Está em curso o processo de subdesenvolvimento do País. As medidas que o anunciam, longe de serem transitórias, são estruturantes e os seus efeitos vão sentir-se por décadas.

As crises criam oportunidades para redistribuir a riqueza. Consoante as forças políticas que as controlam, a redistribuição irá num sentido ou noutro. Imaginemos que a redução de 15% do rendimento aplicada aos funcionários públicos, por via do corte dos subsídios de Natal e férias, era aplicada às grandes fortunas, a Américo Amorim, Alexandre Soares dos Santos, Belmiro de Azevedo, famílias Mello, etc. Recolher-se-ia muito mais dinheiro e afectar-se-ia imensamente menos o bem-estar dos portugueses.

À partida, a invocação de uma emergência nacional aponta para sacrifícios extraordinários que devem ser impostos aos que estão em melhores condições de os suportar. Por isso se convocam os jovens para a guerra, e não os velhos. Não estariam os superricos em melhores condições de responder à emergência nacional?

Esta é uma das perplexidades que leva os indignados a manifestarem-se nas ruas.
Mas há muito mais. Perguntam-se muitos cidadãos: as medidas de austeridade vão dar resultados e permitir ver a luz ao fundo do túnel daqui a dois anos? Suspeitam que não porque, para além de irem conhecendo a tragédia grega, vão sabendo que as receitas do FMI, agora adotadas pela EU, não deram resultado em nenhum país em que foram aplicadas – do México à Tanzânia, da Indonésia à Argentina, do Brasil ao Equador – e terminaram sempre em desobediência e desastre social e económico. Quanto mais cedo a desobediência, menor o desastre.

Em todos os países foi sempre usado o argumento do desvio das contas superior ao previsto para justificar cortes mais drásticos. Como é possível que as forças políticas não saibam isto e não se perguntem por que é que o FMI, apesar de ter sido criado para regular as contas dos países subdesenvolvidos, tenha sido expulso de quase todos eles e os seus créditos se confinem hoje à Europa. Porquê a cegueira do FMI e por que é que a EU a segue cegamente?

O FMI é um clube de credores dominado por meia dúzia de instituições financeiras, à frente das quais a Goldman Sachs, que pretendem manter os países endividados a fim de poderem extorquir deles as suas riquezas e de fazê-lo nas melhores condições, sob a forma de pagamento de juros extorsionários e das privatizações das empresas públicas vendidas sob pressão a preços de saldos, empresas que acabam de cair nas mãos das multinacionais que atuam na sua sombra. 

Assim, a privatização da água pode cair nas mãos de uma subsidiária da Bechtel (tal como aconteceu em Cochabamba, após a intervenção do FMI na Bolívia), e destinos semelhantes terão a privatização da TAP, dos Correios ou da RTP. O back-office do FMI são os representantes de multinacionais que, quais abutres esperam que as presas lhes caiam nas mãos. Como há que tirar lições mesmo do mais lúgubre evento, os europeus do Sul suspeitam hoje, por dura experiência, quanta pilhagem não terão sofrido os países ditos do Terceiro Mundo sob a cruel fachada da ajuda ao desenvolvimento.

Mas a maior perplexidade reside na pergunta: que democracia é esta que transforma um ato de rendição numa afirmação dramática de coragem em nome do bem comum? É uma democracia pós-institucional, quer porque quem controla as instituições as subverte (instituições criadas para obedecer a banqueiros e mercados) quer porque os cidadãos vão reconhecendo, à medida que passam da resignação e do choque à indignação e à revolta, que esta forma de democracia partidocrática está esgotada e deve ser substituída por uma outra mais deliberativa e participativa, com partidos mas pós-partidária, que blinde o Estado contra os mercados, e os cidadãos contra o autoritarismo estatal e não estatal.

Está aberto um novo processo constituinte. A reivindicação de uma nova Assembleia Constituinte com forte participação popular, não deverá tardar.

Boaventura de Sousa Santos.


Sobre as medidas de austeridade, a opinião de Dilma Roussef AQUI
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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Alternativas na Europa. François Hollande pode derrotar Sarkozy.

François Hollande Out2011

(Actualização das presidenciais francesas AQUI)

Devemos estar atentos às modificações políticas nos países que compõem a União Europeia, em particular aqueles que ilegitimamente se autopromoveram a líderes da Europa. A França de Sarkozy aparenta ter os dias contados, François Hollande derrotará Sarkozy segundo o primeiro estudo de opinião, (após a designação de Hollande) o que não é indiferente para os países do euro e para o mundo.

François Hollande recém-eleito representante do Partido Socialista francês na corrida presidencial de 2012 venceria Sarkozy na primeira volta das eleições, segundo uma sondagem do Instituto CSA (Conseil Supérieur de l´Audiovisuel).

A sondagem deu; François Hollande (Partido Socialista – centro esquerda) 35%, Nicolas Sarkozy (UMF – União para um Movimento Popular, direita) 25%, Marine Le Pen (Frente Popular, extrema-direita) 16%, François Bayrou (UDF – União para a Democracia Francesa, centro direita) 9%, Jean-Luc Mélenchon (PG – Partido da Esquerda, esquerda) 5% e Eva Joly (Europa-Ecologia, verdes) 3%, outros, abaixo de 2%.

Para uma segunda volta nas presidenciais, entre Hollande e Sarkozy, a sondagem do CSA indica uma vantagem do candidato socialista de 62% contra 38% do actual presidente.

O resultado de Hollande na primeira volta ultrapassa os 33% (em Março) de Dominique Strauss-Kahn suposto candidato socialista, afastado pelo escândalo sexual em que esteve (ou foi) envolvido. Significa que as opções nas primárias socialistas, tendo em conta o objectivo de derrubar a direita foram acertadas.

A escolha de François Hollande na segunda volta das primárias socialistas, teve em conta encontrar o candidato melhor posicionado para conquistar os votos ao centro (também lá decidem quem vence). Hollande ganhou por 56,55 contra 43.5% de Martine Aubry, primeira secretária do PS, filha do ex-presidente da União Europeia Jacques Delors, ex-ministra do trabalho e numero dois do governo do “trotskista” (entrista) Lionel Jospin.

Hollande teve o apoio dos candidatos derrotados na primeira volta, Ségolène Royal, Manuel Valls, Jean-Michel Baylet, do lado “centrista” do PS, e fundamentalmente de Arnaud Montebourg cujas propostas mais à esquerda valeram 17% na primeira volta das primárias. A atitude de Montebourg consegue a unidade do PS, dos sectores mais à esquerda aos sociais-liberais. Como ele disse, “quero que a esquerda ganhe e derrote Nicolas Sarkozy”.

As eleições primárias do Partido Socialista abertas aos eleitores de esquerda; (diziam que eram de esquerda e pagavam um euro) transformaram os 218 mil filiados em mais de 2 milhões de votantes. Talvez um dia isso aconteça por cá.

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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Agências de rating atacam países ricos da Europa.

Sarkozy ameaçado Out2011


A doença ataca os mais fortes porque não a curaram quando atacava os mais débeis, é a narrativa das epidemias por contágio. Itália e Espanha vêem baixar as suas notações e a França é ameaçada pela Moody´s. Um corte na dívida francesa poderia ter implicações na que é atribuída ao fundo de socorro do euro .
A exposição à dívida soberana da banca europeia e a fraca perspectiva de crescimento das economias, são argumentos de peso das agências para atacar também os países ricos da Europa.

Uma história. Há anos, quando era industrial, precisei de uma máquina (16.000 contos) e o meu banco, também meu cliente, demorava a aprovar a operação de leasing. Voltei-me para “os espanhóis” instalados em Lisboa; enviaram um analista (português) à fábrica, deu uma volta pelo fabrico, viu os produtos expostos da nossa produção, reconheceu as marcas, não pediu balancetes ou outros dados, conversámos e aprovou a operação na hora.
O equipamento foi pago (pagou-se) facilmente. O profissional da empresa bancária, conhecedor do sector, sabia que a máquina triplicaria a nossa produção, e foi essa perspectiva de crescimento que o levou a aprovar o investimento, em condições para nós bastante favoráveis.

As agências de notação financeira sabem que o simples anúncio da possibilidade de cortes no rating cria ou aumenta vulnerabilidades aos países, estão a pressionar soluções para a zona euro. Portugal, com as opções internas que tomou, tem um papel secundário e mudo, não sabe quando vai renegociar a divida nem qual será o perdão, está a destruir o resto do aparelho produtivo por ignorância dos decisores políticos e a inércia dos portugueses.

A falta de resposta atempada das instituições europeias põe em risco toda a zona euro, por cá a governação espelha-se num ministro da economia que podia ser atropelado por uma fábrica de lâmpadas acesas, que não veria o que lhe passou por cima. Sabem lá o que é uma empresa.

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terça-feira, 18 de outubro de 2011

Gráficos de Medina Carreira. A catástrofe.

GráficosOut2011

Apanhei ontem, de raspão, um programa de televisão onde Medina Carreira afirmava (com gráficos) que “se as despesas sociais continuarem a crescer ao ritmo dos últimos dez anos e a economia crescer ao mesmo ritmo dos últimos dez anos, em 2020 os impostos não chegam para as despesas sociais”.

A cantiga de outros como o novel comentador do regime Cantiga Esteves é de que o Estado Social já faliu. Medina Carreira, põe a coisa na condicionante, o “se” pressupõe que a situação pode ser alterada. No caso, pode ser mexido do lado das despesas sociais ou do lado do crescimento da economia, ou de ambas.

As medidas do Orçamento de Estado tiram razão a Medina Carreira, antes de 2020 os impostos não chegarão para cobrir as despesas sociais, não estamos “no ritmo dos últimos dez anos”. A opção recessiva do governo impede qualquer crescimento (que não seja negativo) e por consequência vai haver menos receitas de impostos, e ao mesmo tempo crescem as despesas sociais com mais desemprego e mais reformados. Reduzir o apoio social àqueles que dele precisam e baixar o valor das reformas é opção do governo, ainda envergonhada, mas subentendida na comunicação do Ministro das Finanças.

A catástrofe anunciada por Medina Carreira é a estratégia do governo, destruir a economia para justificar a impossibilidade do Estado Social. O medo, espalhado pelo governo e a comunicação social é para que se aceite a regressão social como inevitável, desistiram do crescimento económico, tudo fazem para virar em alto risco qualquer investimento privado, e público não há.

O ministro da economia, como é visível, nada sabe da matéria e tem as prioridades trocadas. Em vez de contribuir para a criação de empregos, acrescenta meia hora de trabalho grátis por trabalhador quando o problema não é o preço hora do trabalho. Vim agora de uma indústria que reduziu a jornada em meia hora diária por falta de encomendas. Há um mercado interno que o corte abrupto do consumo vai destruir. E sei, por experiência própria, que quem fecha indústrias por causa das opções dos governos não volta a investir.

Com este governo Medina Carreira terá sucesso a propagandear gráficos catastrofistas, são o retrato da governação.

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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A verdade sobre Jorge dos Santos/George Wright.

Jorge dos Santos-George WrightOut2011


Os Estados Unidos pediram a extradição do cidadão português Jorge dos Santos, perseguido pela justiça americana enquanto George Wright, por factos ocorridos nos anos 60/70. Está actualmente em prisão domiciliária com pulseira electrónica, na sua casa em Sintra.
A comunicação social portuguesa omitiu factos da vida de George Wright e da política dos Estados Unidos à época dos acontecimentos, por isso transcreve-se de um comunicado do “Grupo de Solidariedade com Jorge Santos/George Wright” as partes do enquadramento histórico e do carácter de Jorge Santos/George Wright.

“ Nestes últimos dias a comunicação social desdobrou-se em notícias sobre a prisão de Jorge dos Santos/George Wright diabolizando-o perante a opinião pública, sem informar sobre o contexto da realidade social e racial dos anos 60-70 nos EUA. Uma sociedade onde o racismo dominava e a comunidade negra vivia na pobreza, o que impulsionou activos movimentos de resistência e de lutas dessa comunidade pelos seus direitos.

Edgar Hoover, o então chefe do FBI, estabeleceu como objectivo principal desta polícia o desmembramento das mais activas organizações do movimento negro, entre as quais os Black Panthers uma organização que lutava pelos direitos da comunidade negra e instituiu um programa social de apoio à comunidade. Ao mesmo tempo outras organizações racistas eram toleradas pela polícia e desenvolviam frequentes provocações, espancamentos e linchamentos, nomeadamente os KKK (Ku Klux Klan).

Foi dentro deste enquadramento que, em 1962, Jorge Santos/George Wright, então com 19 anos, se viu envolvido num assalto do qual resultou a morte de uma pessoa, e embora tenha sido provado que não foi o responsável directo dessa morte, isso não impediu o sistema judicial de Nova Jersey a condená-lo a uma pena de prisão de 30 anos.

Passados 8 anos, Jorge/George evadiu-se da prisão de Bayside em Leesburg. Na cidade de Detroit, para onde foi viver, entrou em contacto com o Black Liberation Army, uma organização que combatia pelos direitos dos negros americanos vindo a envolver-se nas suas actividades. Foi enquanto militante dessa organização política, que participou numa acção para obtenção de fundos, que consistiu no desvio de um avião da Delta Airlines, para Miami, a 31 de Julho de 1972.

O resgate pedido, de um milhão de dólares, foi entregue pelas autoridades americanas em troca da libertação de todos os passageiros, o que aconteceu sem que estes tenham sido molestados.
O resgate destinava-se a subsidiar a actividade da organização, nomeadamente apoiar socialmente a comunidade negra.
Ainda com a tripulação e avião, dirigiram-se para a Argélia onde pediram asilo político, tendo o dinheiro do resgate sido devolvido aos EUA, juntamente com o avião e a tripulação.

Mais tarde os autores do desvio do avião exilaram-se em França, onde permaneceram alguns anos. Foi após a prisão dos seus camaradas que Jorge/George veio para Portugal, e em seguida para a Guiné-bissau, onde lhe foi dado asilo político, e por protecção, uma nova identidade.
Jorge, durante a sua permanência neste país africano, fez voluntariado junto das camadas jovens, ensinando basquetebol, e desenvolveu diversas actividades sociais.

No final dos anos 70, conhece uma portuguesa, com quem se vem a casar. Há cerca de 30 anos, veio viver para Portugal onde adquiriu legalmente a nacionalidade portuguesa. Jorge, como qualquer cidadão, trabalha para a sua subsistência e de sua família (esposa e 2 filhos), não deixando, porém, de participar em actividades de solidariedade, estando sempre disponível para ajudar o próximo.

Apesar de ter a sua imagem denegrida pela comunicação social, é possível verificar-se que se trata de um cidadão integrado e acarinhado pela comunidade onde reside”.

O “Grupo de Solidariedade com Jorge Santos/George Wright” afirma:

Consideramos que o Jorge só tem uma pena a cumprir: a absolvição. Por isso exigimos a sua liberdade incondicional.
A extradição para os EUA para cumprir o resto da pena, passados 41 anos, mesmo com dúvidas quanto à veracidade dos factos propagandeados, só pode ter como resposta, Não!”

Contacto: solidariedadejorgedossantos@gmail.com

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sábado, 15 de outubro de 2011

15 Outubro 2011. Que força é essa amigo!?

Porque hoje é Sábado mas não um Sábado como os outros.

Larga o computador e vai para a rua

15 horas
Angra do Heroísmo – Praça Velha
Braga – Avenida Central
Coimbra – Praça da República
Évora – Praça do Sertório
Lisboa – Marquês de Pombal
Porto – Praça da Batalha

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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A caminho da situação grega. Passos Coelho mentiu aos portugueses.

Ao encontro da GréciaOut2011


Passos Coelho aumenta os sacrifícios, tira rendimentos aos trabalhadores, avança decididamente no caminho da recessão. Entre outras medidas vai cortar os subsidios de férias e de Natal (acima de 1.000 euros) aos funcionários públicos.

Passos Coelho mentiu durante a campanha eleitoral, está a fazer o que disse que nunca faria, mentiu na apresentação das últimas medidas quando afirmou que bastariam, e mente agora porque olhando para o caso grego, a seguir as estas outras se seguirão.

Enganaram-se nos cálculos das receitas, que ainda vão baixar nos próximos tempos, enganaram-nos com as medidas da troika que poriam Portugal no bom caminho, e enganaram-nos com a obrigatoriedade de cumprir o memorando de entendimento, que como se vê no exemplo da TSU não é aplicado e nada acontece de negativo.

O governo é incapaz de negociar alternativas com a troika e pior de tudo não é capaz de apresentar uma medida de estímulo à economia.

A situação está má e piorará se os portugueses cruzarem os braços. Ou há força para impedir a política de aprofundamento da recessão ou as empresas e os empregos desaparecem em tal número que Portugal levará muitos anos a recompor-se.

E pensar que a classe média portuguesa derrubou o anterior governo por causa das deduções fiscais.


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Alteração de feriados? A Igreja Católica já paga impostos?

Feriados Precisam-seOut2011


A Igreja Católica portuguesa está disponível para discutir com o governo a extinção ou a deslocação de feriados, caso as datas civis também sofram alterações. O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa diz sobre os feriados católicos que “não é uma questão de dogma de fé” mas uma questão de “respeito pela cultura popular”.

Esse respeito vai às ortigas se a Igreja puder negociar o fim de alguns feriados civis. A proposta de duas deputadas católicas do PS, em 2010, foi o 5 de Outubro, provavelmente para esquecer as ruindades da 1ª República sobre a Igreja e o 1 de Dezembro dia da Restauração (da Independência e não dos restaurantes que com o aumento do IVA não vão ter restauração possível).

Segundo a Concordata de 2004, terá de haver o aval da Santa Sé, o que me recorda que essa Concordata preparada pelo governo Guterres e assinada por Durão Barroso e o representante do Vaticano na presença do Cardeal D. José Policarpo, bispos, governantes e ex-governantes, acordou outras matérias importantes; uma determinante para os tempos que correm foi o fim das isenções fiscais para a Igreja Católica.

A história é comprida; mas resume-se no conflito entre Portugal e o Vaticano criado com a lei de Separação da Igreja e do Estado, de Abril de 1911, que levou à confiscação de bens patrimoniais da Igreja. Em 1940 Salazar e o Papa Pio XII resolvem a discórdia com a devolução parcial dos bens patrimoniais, juntando isenções fiscais a título compensatório.

Em 2004 o acordo com a Santa Sé determina que os padres e as instituições católicas sejam abrangidos em todos os âmbitos do sistema fiscal português. Como foram deixadas para regular em lei da República várias das decisões, gostava de saber em que estado está a execução do acordado na Concordata.

Sobre os feriados e atendendo a que o nosso primeiro-ministro leva em conta a minha opinião; não podem mudar o 25 de Abril ou o 1º de Maio, nem que mudem o Natal para Agosto. E se mudarem faço como no Acordo Ortográfico, continuo com a norma antiga.


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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A propósito do emprego e dos empregadores.

EmpregoOut2011


Num comentário ao artigo aqui feito sobre a entrevista de Nuno Vasconcelos ao jornal Público, o director de comunicação do grupo Ongoing, Sr. Ricardo Santos Ferreira, realçou o facto de empregarem “1500 pessoas, especialmente em Portugal e no Brasil”. Uma volta rápida pelo “O ClariNet” diz que há aqui sensibilidade pelo emprego, por quem trabalha, é um argumento mais afectivo que efectivo.

A propósito do emprego e dos empregadores sabe-se que quem tem o papel essencial na criação do emprego não são os grupos económicos. Segundo as conclusões da Semana Europeia das PME realizadas em 2010, são empresas de pequena dimensão, (até 250 trabalhadores) e que representam 99% das empresas europeias, quem emprega e é fonte de novos empregos. O motor de relançamento e do crescimento económico são as PME e não os grupos empresariais.

O emprego mede-se em quantidade mas também em qualidade. É melhor ter um emprego qualquer que nenhum diz a doutrina dos homens de negócios, quando depende da qualidade do emprego a sua função social.

Por exemplo, a PT, que conheço melhor como empregadora, além dos empregos técnicos e ter apostado na investigação, mantém serviços prestados por trabalhadores de empresas de trabalho temporário a desempenharem funções permanentes.

Os trabalhadores precários podem estar eternamente nessa situação, são despedidos para voltar a assinar contratos com a mesma empresa, mudam de funções, de direcções ou para outra empresa de trabalho temporário, com outro nome, realizando o mesmo trabalho permanente para a PT. Que necessidade tem uma empresa como a PT de manter esta disfunção? Que efeitos tem na sociedade?

Onde estão os defensores da família e as preocupações com a natalidade? Como podem os jovens precários até à velhice construir uma vida? O modelo de desenvolvimento não pode assentar em empresas cuja preocupação é fazer dinheiro para os accionistas, daí nunca virá melhor distribuição da riqueza.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A primavera árabe quando nasce não é para todos.

Primavera ÁrabeOut2011


Cristãos egípcios (coptas por redundância) apoiaram a comunidade muçulmana nos protestos contra Mubarak, fizeram-no nas ruas. Foi muito divulgada a imagem dos coptas rodeando e protegendo os muçulmanos nas manifestações enquanto eles rezavam. Os coptas que participaram no levantamento foram contra a directriz do seu patriarca Shenuda III que apoiava Mubarak como aliás Mubarak apoiou a minoria da igreja copta contra o extremismo muçulmano.

Agora pelo menos 24 pessoas perderam a vida durante os confrontos registados ontem à noite no Egipto entre cristãos coptas e as forças de segurança. Nas “forças” envolvidas estavam militares, militares esses que não intervieram aquando do derrube de Mubarak.

Ao contrário do que se quer fazer crer no ocidente a primavera árabe não é para todos, na Líbia basta ter pele escura para ser perseguido, ou ter o azar de nascer na tribo Gaddafa, e até na Warfalla que começou por pedir a saída de Kadhafi e agora teme pelas relações ancestrais privilegiadas com a tribo de Kadhafi. No Egipto, a mudança do líder do regime, só isso por enquanto, fez voltar ao de cima os sectarismos religiosos, como voltarão os tribais na Líbia.

Dá que pensar quando se prepara a opinião pública para mudanças na Síria, que mudanças? O que acontece depois aos Alauitas, cristãos, judeus e aos sunitas refugiados do Iraque? A “rua árabe” tem muitos passeios mal frequentados, muitos interesses inconfessáveis com campo privilegiado para provocação de conflitos. Mudanças sim, mas que acautelem a sobrevivência, em paz, de todas as etnias e religiões.

No Egipto, o imã sunita da Al-Azhar e o patriarca copta Shenuda vão reunir (outra vez) para tentar sanar as lutas religiosas, é um passo. Outros passos devem ser dados, mas tem de ser por quem habita o Médio Oriente, sem intromissão estrangeira, seja ela dos árabes do Golfo, do Irão, da Turquia, ou do “Ocidente”.

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domingo, 9 de outubro de 2011

Ongoing, o valor e os valores de Nuno Vasconcelos.

OngoingOut2011


A entrevista de Nuno Vasconcelos ao Público de hoje vale pela divulgação de que a Ongoing recebeu de dividendos da PT (onde possui 10%) 400 milhões de euros para um investimento de 600 (!) milhões. Como se sabe a PT arrecadou pela venda da sua participação na “Vivo” seis mil milhões de euros, livres de impostos. Com o país próximo da bancarrota há quem ganhe milhões e nada contribua para as contas, impostos pagam os que vivem do trabalho.

O resto é a guerra de poder com a Imprensa e a pancada stressante de quem vive obcecado pelo dinheiro. O nome Ongoing deve ter origem na “oniomania”, uma doença compulsiva que leva a sentirem-se realizados com as compras, “going” será a badalada que mantém despertos os espertos dos negócios.

A entrevista é daqueles filmes que as crianças devem ver acompanhadas pelos pais. A frase de Nuno Vasconcelos “Balsemão pode ter sido um pai, mas faço aquilo que tenho de fazer contra tudo e contra todos” precisa de uma bolinha. O “vale tudo” é corrente mas não é decente. O “respeito pelo dinheiro” o valor que guia Nuno Vasconcelos, não é religião asseada para espalhar, há deuses mais nobres.

Para a opinião pública a Ongoing assemelha-se a uma “central de lobbying” com imenso poder. As contratações ajudaram, de Agostinho Branquinho (ex-deputado do PSD que na comissão de inquérito parlamentar PT/TVI desconhecia o que era a Ongoing) a gente das secretas incluindo o chefe Jorge Silva Carvalho. No Brasil as ligações são idênticas, correndo um inquérito do Ministério Público de S. Paulo sobre o uso de possíveis meios ilícitos para tornear a Constituição no domínio da comunicação social. Tem futuro.

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sábado, 8 de outubro de 2011

Oran Etkin e Yacouba Sissoko.

Porque hoje é Sábado.

Yacouba Sissoko com Regina Carter e Will Holshouce  AQUI.http://oclarinet.blogspot.com/2011/04/regina-carter.html

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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Passos Coelho pediu ajuda para governar Portugal.

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Pedro Passos Coelho pediu ajuda à Comissão Europeia para governar Portugal. Escreveu uma carta a Durão Barroso a pedir o envio de uma equipa de técnicos da Comissão Europeia para acompanhar em permanência, no Ministério das Finanças, as reformas impostas pelo memorando da “troika”.

Já era voz corrente que este governo é o mais impreparado para governar de que há memória. Já não bastava a linha directa com o FMI, do secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro Carlos Moedas, agora, a função executiva fica a cargo de Bruxelas.

O programa de governo é da troika, a sua implementação passa a ser com responsabilidades divididas também com Bruxelas. Então para que serve o governo?

Para as medidas difíceis da “troika” Passos Coelho desculpa-se com a quem assinou o acordo, esquecendo o “papel fundamental” do PSD (segundo Catroga) na elaboração do memorando. Para as medidas que ultrapassam o acordo o governo inventou este Grupo de Apoio a Portugal, que mais não é que o verdadeiro executivo.

Não resta uma réstia de orgulho nacional que afirme a capacidade de nos governarmos? Não há uma ponta de coragem no primeiro-ministro, que o leve a assumir as suas responsabilidades na governação? É uma vergonha!


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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A situação Síria e o veto na ONU da Rússia e China.

Siria. Crac dos Cavaleiros.Out2011


A realidade geoestratégica no médio oriente alterou-se esta semana com a votação no Conselho de Segurança da ONU (CS). As potências mundiais que compõem os BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) não apoiaram a resolução que condenava a Síria. Brasil e Índia abstiveram-se (com o Líbano e a África do Sul) e o veto da Rússia e China neutralizou a proposta feita pela França em colaboração com os países europeus no Conselho, Reino Unido, Alemanha e Portugal.

A Rússia disse através do seu embaixador Vitaly Churkin que “havia um conflito de leitura política” e que tinham a preocupação de que se a resolução passasse, se abrisse a porta para uma intervenção militar do género da Líbia. A China justificou com a sua política de “não interferência nos assuntos internos” de outros países.

Na verdade quer a Rússia quer a China, que deixaram passar a resolução 1973 do CS, o ponto de partida para a intervenção militar da NATO na Líbia, tiveram com esse erro enormes prejuízos, para além da influência política e económica na região, ambos perderam muitos milhões em negócios (a China repatriou 36.000 pessoas da Líbia). Aprenderam com a experiência.

Os esforços ocidentais (Europa, Estados Unidos) de desestabilização da Síria, não decorrem com a mesma facilidade que na Líbia, não há uma região por onde partir o país para daí prosseguir com o auxílio militar estrangeiro. A Síria de hoje é o que resta da Grande Síria que englobava territórios do Líbano, Jordânia, Israel e Palestina, havendo nacionalistas que incluem o Iraque, Kuwait e Chipre. Nenhum sírio aceita dividir o país, o que poderia suceder era uma guerra civil com obvio envolvimento de países estrangeiros.

Pelo que se lê, na Síria haverá manifestações populares “inspiradas na primavera árabe” e equipas militarizadas em confronto com as forças regulares, há mortos de ambos os lados e também de civis. O que é provocação da Arábia Saudita e dos Estados Unidos, o que é repressão do poder ninguém pode confirmar, – principalmente depois da reconhecida intoxicação mediática na Líbia – o que podemos defender é uma solução política que impeça outra guerra.

Bachar al-Assad, que era um oftalmologista sem ambições políticas em Londres, é presidente por morte acidental do irmão Basil. Considerado um reformista antes desta crise, foi eleito e reeleito em referendo pelos sírios. Intelectuais de todas as tendências reuniram abertamente para encontrar soluções para a Síria. O partido Bass, suporte do poder, aceitou a multipartidarismo, vão ser marcadas eleições parlamentares entre o fim deste ano e Fevereiro de 2012.

A confirmar-se um plano de desestabilização da Síria, ele está a correr mal para quem o engendrou. A votação na ONU talvez tenha impedido mais uma aventura intervencionista ocidental e permita que homens de vários credos vivam em paz num mesmo lugar, o que não sucede na grande maioria dos Estados da região, de Israel aos países árabes.


Outro post sobre a Síria: -  (Síria. A situação é mais complexa do que parece.)

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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Ainda não acabaram os ilusionistas, Sr. Cavaco Silva

IlusõesOut2011


O Presidente da República disse que acabaram os tempos de ilusões, que temos de viver em austeridade digna. Se já não há ilusões, ainda não acabaram os ilusionistas, como quer Cavaco Silva recuperação económica com políticas somente de austeridade, é com mais recessão que vai haver crescimento económico?

E austeridade digna pode ter a classe média alta, a quem os cortes e impostos pouco afectam. Como pode ter austeridade digna quem perdeu o emprego, quem perdeu a empresa, quem não consegue trabalho? E aqueles que já pouco tinham e agora vêm aumentados os bens alimentares, os medicamentos, a energia eléctrica, o gás, os transportes, etc. Bem prega S.Tomás; a presidência não gasta como uma Casa Real? Não há por lá “gastos supérfluos”?

E com que ilusionismo pensa não precisarmos de nova ajuda? Depois do caso Dexia quando vai a banca portuguesa regressar aos mercados? Estamos em crise do tipo da de 2008 com novas intervenções dos Estados para salvar a banca, o resto é ilusão.

E será com as privatizações que vão atrair investimento estrangeiro, para além do necessário para a compra dos bens agora públicos. Se privatizarem as Águas há mais empregos, ou água mais cara para todos os portugueses?

Iludida anda muita gente, com os ilusionismos da troika e dos troikos.


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