terça-feira, 23 de agosto de 2011

Para Carlos Moedas as Eurobonds são um tema querido dos media. Mais nada?

CarlosMoedasAgo2011


Carlos Moedas, secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, disse hoje no Parlamento, que Portugal não tem uma posição oficial sobre as “Eurobonds”. Respondia a uma pergunta do deputado Fernando Medina sobre a posição do governo português em relação à emissão conjunta de divida europeia – as Eurobonds. Antes tinha classificado o tema (das eurobonds) como muito querido aos media…; assim como uma coisa que anda pelos jornais e televisões a tapar buracos.

As Eurobonds são uma questão central na discussão da crise das dívidas soberanas; na Europa e no mundo da “ciência” económica, mas para o governo “não se pode tomar, de todo, uma posição prematura”, disse Carlos Moedas.

O que se exigia do governo era uma atitude sobre um assunto que diz directamente respeito à situação portuguesa. Pois não toma, não quer tomar, ou não sabe tomar. Incompetência? Imaturidade? Ou não faz parte das funções do governo dizer qualquer coisinha que se ouça na Europa sobre o “tema querido dos media”. Fazer, fazia, mas é o governo que temos.

Carlos Moedas é o retrato duma certa competência, passa o tempo a autopromover-se como trabalhador esforçado, e isso deve ter funcionado nas empresas onde andou. No governo não basta isso, é preciso dar contas do que se anda a fazer, era o que a Comissão Eventual de Acompanhamento (do memorando da troika) no Parlamento queria saber. Soube que para promover o crescimento (!) acabaram as golden shares, e que apesar da contracção no primeiro semestre ter sido menor que o esperado, o governo mantém o cenário macroeconómico de recessão (2,2 % em 2011). “Não sabemos o que será o segundo semestre”, diz Carlos Moedas. Acredito que não façam ideia.

Carlos Moedas é um produto da Harvard Business School, com passagens pela Suez-Lyonnaise des Eaux, que ficou com as privatizações das águas públicas em vários continentes, esteve na Goldman Sachs, a do lixo tóxico da especulação imobiliária, numa empresa do grupo Deustshe Bank, e na Aguirre Newman até criar a Crimsom Investment Management que essencialmente procura e gere activos para o Grupo Carlyle. A fina-flor. Agora cansa-se no governo, penso eu porque telefona todos os dias ao FMI, como ele revela com orgulho. No fundo é um secretário permanente do FMI.

Será que Carlos Moedas, que não é alto, estará à altura da sua missão?
Eu acho que sim, desde que ponham o seu telefone numa mesa baixa.

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