quinta-feira, 31 de março de 2011

Standard & Poor´s vai baixar o rating da Brandoa?

Não bastava a Dona Dorothea Merkel, assumida patroa da Europa, (sem que ninguém a tenha elegido para o cargo) andar a impor medidas económicas e a definir a política interna de outros países; deu agora às agências de rating para classificarem os nossos lugarejos mais pitorescos, como a vila “piscatória” de Cascais.
Trabalhei em Cascais na Standard, não na Standad & Poor´s mas na fábrica da Standard Eléctrica, (73/74 do século passado). Nessa altura Cascais não era governada pelo Dr. António Capucho, havia uma crise do petróleo (também) mas a vila não estava falida. Nem agora deve estar, pois o seu presidente que frequentemente aparece nas televisões com soluções para o país, também decerto as sabe aplicar na “bem governada” Cascais. Deve ser a perseguição das agências de rating aos países periféricos, se o Cabo da Roca ficasse no Sabugal a Standard & Poor´s não chateava. O problema é que os analistas não nos vão largar tão cedo, vem aí o “Abril em Portugal”, e a seguir têm o nosso solzinho de Verão. Talvez lá para o Outono, quando as folhas estiverem a cair, se ainda restarem árvores de pé, eles tratem de juntar o bando para migrar. Quando cá a carcaça só for ossos, irão lambuzar-se para outro lado.
Aqui no meu bairro, o receio é que andando a Standard & Poor´s por sítios chiques, ainda chegue aos nossos vizinhos da Brandoa.


quarta-feira, 30 de março de 2011

Al Qaeda nas forças rebeldes da Líbia.

Segundo o almirante James G.Stavridis, da NATO, em declarações numa comissão do senado dos EUA, os serviços de inteligência ocidentais encontraram sinais da presença da Al Qaeda entre as forças anti-Kadhafi.
Já em 23 de Fevereiro (como referi num post) o vice ministro das Relações Externas líbio, Khaled Kaim, tinha afirmado aos embaixadores da União Europeia que a Al Qaeda tinha estabelecido um “emirato islâmico” em Derna, no leste da Líbia sob o domínio dos revoltosos. Seria dirigido por Al Hasadi, um ex-preso de Guantánamo. Derna é a cidade do mundo onde a Al Qaeda recrutou mais elementos.
Kadhafi tinha erradicado os simpatizantes da Al Qaeda da Líbia em colaboração com serviços secretos ocidentais, agora voltaram e quem o confirma são fontes americanas. A Líbia faz parte dos objectivos confessados da Al Qaeda, de fundar uma base para lançar ataques á Europa.
Esta informação tem relevo numa altura em que se discute o fornecimento de armas aos rebeldes. A resolução 1970 do Conselho de Segurança impõe o embargo do comércio de armas com a Líbia, mas como era esperado já há uma “interpretação” baseada na frase “usar todas as medidas necessárias”.
A repórter da SIC na Líbia, hoje à hora de almoço dizia que tinha visto nas mãos dos rebeldes “armas novinhas”. Os americanos não aprendem nada com a história, nem com a sua experiência em armar insurgentes, de que o caso dos Talibans no Afeganistão é um exemplo.
O receio de que armas Líbias venham a ser usadas no terrorismo surgiu logo no início do conflito. A pilhagem de material militar nos armazéns do exército, lançou inevitavelmente no mercado negro armas de todo o tipo, incluindo mísseis terra – ar, uma ameaça para os aviões civis; e foram filmados insurgentes na sua posse.
Hillary Clinton admitiu saber pouco sobre os rebeldes, o comandante da NATO na Europa diz que estão (agora) a avaliar “o conteúdo, a composição e as pessoas que são líderes das forças de oposição a Kadhafi”; no entanto os EUA estão dispostos a fornecer-lhes armamento; contra a decisão da ONU e contra qualquer bom senso que reconheça que esse acto é uma ameaça ao futuro da segurança internacional.

terça-feira, 29 de março de 2011

Pesadelo

                              

                                                           Paulo César Pinheiro e MPB4

segunda-feira, 28 de março de 2011

Vagas em lares, um mercado lucrativo.


O que não vai mudar qualquer que seja o novo governo, é a relação especial entre o Estado e a Igreja; até pode ser que venha a ser mais aprofundada.

domingo, 27 de março de 2011

Passos Coelho vai fazer melhor, mas não sabe o quê.

A situação é caricata. Um ano após ter sido eleito presidente do PSD, o seu líder não tem um programa alternativo de governo. Andaram a dizer que “mais mês menos mês” estavam a governar, mas a direcção do PSD não produziu qualquer documento estratégico durante um ano. Agora está à pressa, a tentar desenhar um programa eleitoral, uma parte estará nas mãos de Eduardo Catroga, outra na cabeça do líder e outras partes hão-de chegar.
A ansiedade existente no seio do PSD, que antes da demissão de José Sócrates, levava vários “notáveis” a pressionar a direcção do partido para provocar eleições antecipadas, é agora substituída por outra ansiedade; o receio de que as medidas avulsas, que vão sendo apresentadas por Passos Coelho, sejam elas próprias impeditivas da vitória eleitoral da direita.

sábado, 26 de março de 2011

Faz hoje 100 anos que nasceu Tennessee Williams.


Thomas Lanier Williams (Tennessee Williams) nasceu a 26 de Março de 1911, em Columbus – Mississípi. Com um lugar cimeiro no teatro americano do pós-guerra, é representado em todo o mundo.
Várias das suas peças passaram ao cinema sendo as de maior êxito as vencedoras do prémio Pulitzer. As mais famosas adaptações resultaram nos filmes “A Steetcar Named Desire” (Um Eléctrico Chamado Desejo) de 1951, realizado por Elia Kazan, com Vivien Leigh e Marlon Brando como protagonistas, e “Cat on a Hot Tin Roof” (Gata em Telhado de Zinco Quente) de 1955, dirigido por Richard Brooks, com Elizabeth Taylor e Paul Neuman nos principais papeis. Tennessee Williams é dos dramaturgos cujas peças mais adaptações tiveram para o cinema, escreveu igualmente contos e novelas. “The Night of the Iguana” 1961 está em livro, editado pela Assírio & Alvim – “A Noite da Iguana e Outras Histórias”. Mais difícil de encontrar é o volume “49 Contos de Tennessee Williams” publicado pela Companhia das Letras. O escritor faleceu em Fevereiro de 1983.
                             

sexta-feira, 25 de março de 2011

BAUHAUS - Herbert Bayer.


Escrever com letras apenas minúsculas seria um problema? Habituámo-nos a captar uma determinada imagem gráfica das letras e das palavras, e a cada alteração da norma aprendida temos um supetão, a mim sucede-me quando leio textos escritos segundo o último acordo ortográfico; mas se fizermos a experiência de substituir a letra grande pela pequena lemos o mesmo. São convenções.
Há 85 anos alguém desenhou um abecedário com letras apenas minúsculas. O artista gráfico chamava-se Herbert Bayer (1900-1985) foi aluno e depois professor em Bauhaus.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Harry Sparnaay

Aumento do IVA para 25%? Ensaio do BIG - PEC.

O governo caiu por causa das medidas de austeridade. Ninguém as quer, ou melhor, ninguém quer ser abrangidos por elas. Já são demasiados PECs, diz-se. A vinda do FMI é um Big-PEC. Em 1983 o FMI impôs a Portugal medidas que resultaram numa inflação de 40%, e na desvalorização deslizante do Escudo a 1% ao mês.  
Já anda esquecido.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Enquanto o governo cai e não cai, outras guerras.

Guerra do petróleo.

Uma avaria nas telecomunicações do jornal impediu que este artigo fosse hoje para paginação do Semanário Transmontano. Fica aqui.

Não é a primeira guerra do petróleo, nem vai ser a última.

Mais uma guerra do petróleo. Na Líbia ou noutro local era inevitável; do Médio Oriente à região do mar Cáspio, de África à América Latina, onde houver petróleo e instabilidade política há palco para a intervenção das grandes potências. E quando não há instabilidade cria-se, é esse o papel dos serviços secretos, aproveitar as disputas étnicas e religiosas, as divergências políticas locais, e até reivindicações populares justas, para instaurar regimes que orientem, controlando a posse dos recursos energéticos

segunda-feira, 21 de março de 2011

José Ángel Hevia

No dia mundial da poesia - os livros.

Em Setembro de 2010, no blog Estrolabio, pediu-se aos colaboradores para apresentar os dez livros que "deviam ser conservados".

Os dez livros do exercício.

Carlos Mesquita
Por qualquer razão cabalística pediu-se que indiquemos dez livros que deviam ser conservados, não são onze, sete ou dezanove, são dez. Talvez porque dez são as emanações divinas, dez são os mandamentos ditados para as tábuas de Abraão, dez por cento é o limite para entender por cá, que o desemprego é preocupante.

Há várias formas de apresentar o “trabalho”, uma é escolher entre as milhentas listas alguns incontestáveis, Guerra e Paz, Ulisses, O Processo, os Cem Anos de Solidão, etc. outra maneira é pensar naqueles que foram mais importantes na nossa formação, e possamos num acto louco designar para fazer clones culturais de nós próprios. Nem as coisas são assim nem acredito que alguém saiba quais os livros que os influenciaram decisivamente; a não ser os adeptos do livro único, como a Bíblia, o Corão ou os livros vermelhos de Mao Tsé-Tung e do Vital Moreira.

domingo, 20 de março de 2011

Outra guerra do petróleo.

Os acidentes nas centrais nucleares japonesas, que espalharam receios fundados na opinião pública mundial, sobre a energia nuclear, são um elemento crucial a ter em conta na disputa do petróleo africano e do Golfo.

Começou outra guerra, dita para garantir a estabilidade e os direitos humanos; agora na Líbia. Como vai acabar, e quando, ninguém sabe.

sábado, 19 de março de 2011

Isto anda tudo ligado

mario

Ou como uma serigrafia do Vasco onde está Mário Sá-Carneiro me lembra
um poema de Mário Cerariny

Hoje, dia de todos os demónios
Irei ao cemitério onde repousa Sá-Carneiro
A gente às vezes esquece a dor dos outros
O trabalho dos outros o coval
Dos outros

Ora este foi dos tais a quem não deram passaporte
De forma que embarcou clandestino
Não tinha política tinha física
Mas nem assim o passaram
E quando a coisa estava a ir a mais
Tzzt…uma porção de estricnina
Deu-lhe moleza foi dormir

Preferiu umas dores no lado esquerdo da alma
Uns disparates com as pernas na hora apaziguadora
Herói à sua maneira recusou-se
A beber o pátrio mijo
Deu a mão ao Antero, foi-se, e pronto,
Desembarcou como tinha embarcado
Sem Jeito para o Negócio

Mário Cesariny
in Discurso sobre a Reabilitação do Real Quotidiano

sexta-feira, 18 de março de 2011

Opinião

Com-Posição

A questão Líbia (continuação)


O bloqueio aéreo na Líbia seria uma operação complexa, de resultados duvidosos e imprevisíveis consequências; mas o mundo está cheio de governantes que perderam a noção da realidade.
No artigo da semana passada dava conta do risco de desmembramento da Líbia, nesta altura em que escrevo, essa divisão só parece viável caso haja uma intervenção militar estrangeira.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Vasco expõe pintura na galeria Pedro Nunes


VASCO
PINTURA

acrílicos e serigrafias


Galeria Pedro Nunes a partir de 17 de Março (18h00)
Rua Pedro Nunes, 27 B Lisboa
                                          Giovanni Mirabassi Trio - Last Minutes   
                                             Giovanni Mirabassi - piano
                                                       Gianluca Renzi - contrabaixo
                                                       Leon Parker - bateria

quarta-feira, 16 de março de 2011

No-fly zone ou o fim da guerra civil na Líbia

Por Carlos Mesquita

O filho de Kadhafi, Saif al-Islam Kadhafi, anunciou em entrevista (exclusivo no portal Euronews) que o fim dos combates está para breve.

Ao impasse na guerra civil e perante a ameaça internacional, Kadhafi respondeu primeiro com a reconquista das cidades ocupadas pelos insurgentes a oeste, até à fronteira com a Tunísia, em seguida dominou os complexos petrolíferos até as portas de Benghazi. É em redor da maior cidade da Cirenaica islamizada, que diz estar neste momento. Não é crível que use mais que a força necessária para abrir condições de negociar.

Para o regime de Kadhafi as sanções impostas pelo ocidente nada alteram, nem as deliberações do Parlamento Europeu, da Liga Árabe ou da Conferência Islâmica; o importante é internamente conquistar o apoio das tribos com quem divide a autoridade politica. A maioria delas é espectadora do conflito, seria prejudicada pela divisão do país e tomarão a iniciativa de impor negociações perante uma situação sem solução militar.
 Para além do risco político de uma operação militar da NATO contra um país árabe, há experiência anterior de não se conseguirem cumprir os objectivos inicialmente propostos pelas zonas de exclusão aérea.

As forças de Kadhafi têm uma grande supremacia militar nos meios terrestres e não precisam (às portas de Benghazi) de projectar à distância operações aéreas ou bombardear uma cidade com muita população civil, o que seria um contra-senso político que Kadhafi, já se viu, dificilmente cometerá.
O bloqueio aéreo na Líbia seria uma operação complexa, de resultados duvidosos e imprevisíveis consequências; mas o mundo está cheio de governantes que perderam a noção da realidade.

Antes de ontem publiquei no Estrolabio o post seguinte:

 O governo americano apresenta amanhã o plano
 para os europeus se envolverem na guerra civil líbia.