quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Os mais de Fevereiro.

O mais...fev 2012


Do que o ClariNet publicou no mês que hoje termina destacaria por juízo pessoal a frase que o ministro Álvaro Santos Pereira disse, e o “jornal i online” publicou com a foto junta. Álvaro é sem dúvida o mais… o quê? Fica ao critério de cada um encontrar o adjectivo qualificativo.

No ClariNet, os 5 posts mais lidos em Fevereiro, foram e por ordem decrescente, o 
“Acordo ortográfico fora do CCB” do dia 3 (a juntar sobre o mesmo assunto outro de dia 13); depois “Alterações no IRS” de dia 6; “Vem ai a reforma agrária” a 20; “Carta dos oficiais das Forças Armadas” do dia 8 e “O piegas Passos Coelho” a 7.

Uma amostragem de leitura imprecisa; serão os temas ou os títulos que trazem mais leitores? A subida de visitas, e de retorno de visitantes, é apenas fruto de haver mais posts? Março é um bom mês para fazer balanço.

Continuem a seguir o ClariNet…e o Álvaro! É o mais… o maior…

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Jorge dos Santos/George Wrigth não será extraditado.

Justiça. Fev.2012

O caso Jorge dos Santos/George Wrigt está em definitivo encerrado; a decisão da sua não extradição para os Estados Unidos “transitou em julgado”. O Departamento de Justiça norte-americano não recorreu para o Tribunal Constitucional da resolução do Supremo Tribunal de Justiça (STJ).

Recorde-se que em 17 de Novembro passado, o Tribunal da Relação de Lisboa recusou a extradição de Jorge dos Santos, para cumprir pena nos Estados Unidos, tendo sido apresentado recurso, a 29 do mesmo mês, para o STJ. No Supremo “recusaram-no liminarmente” a 22 de Dezembro.

Após o indeferimento do STJ, aguardava-se a decisão das autoridades norte-americanas de novo recurso, ou não, para o Tribunal Constitucional. Soube-se agora que os responsáveis da Justiça americana desistiram desse recurso, pelo que a decisão dos tribunais portugueses em não extraditar Jorge dos Santos/George Wright é definitiva.

Ao jornal Público o advogado de Jorge dos Santos, Manuel Luís Ferreira, disse que “acabou a saga”.

Sobre Jorge dos Santos ler AQUI e AQUI.

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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Roche suspende venda de medicamentos a crédito.

Roche tem fármacos insubstituíveis. Fev.2012


Os nossos governantes falam de vergonha, por se sonhar que Portugal não paga as suas dívidas, e por isso andamos todos vestidos com a austeridade, entretanto o governo monta calotes.

A má gestão, pelo Estado, da conta corrente entre o ministério da Saúde e a Roche Farmacêutica levou ao corte de fornecimento de medicamentos a 23 hospitais. A Roche e o Estado contratualizaram como prazo de pagamento 60 dias e existem “dívidas acumuladas há mais de 500 dias, chegando a superar em alguns casos os 1.000 dias”; valores “superiores a 135 milhões de euros” mais 6 milhões de juros de mora.

A Roche cortou o crédito por o Estado não apresentar um plano de pagamento da dívida vencida, como combinado entre as partes. A primeira reacção do Ministério da Saúde foi dizer que “o SNS encontrará soluções alternativas, inclusivamente junto de outros fornecedores”; é a burla mais corrente em Portugal, deixar calotes e ir mudando de fornecedor, é também por isso e pela inoperância dos tribunais nestes casos que não há mais investimento interno e externo no nosso país.

Para azar dos chicos – espertos do ministério, a Ordem dos Médicos veio avisar que não há “substitutos válidos” aos fármacos da Roche “Não é por isso, aceitável ou tolerável o corte do fornecimento dos referidos medicamentos, que condicionará necessariamente a suspensão dos tratamentos indispensáveis”, dizem os médicos.

Agora o Infarmed diz que é, “eticamente reprovável e ilegal”, a posição da Roche. Olhem para a Grécia onde a Roche já reduziu o fornecimento e a Novartis e a Big Pharma planeiam o mesmo, estendendo esta última a outros países (incluindo Portugal) com grandes dívidas aos laboratórios.

O melhor é sentarem-se novamente à mesa das negociações e renegociarem a dívida aproveitando a abertura da Roche. Ou será que esta dívida segue o princípio de que não é para renegociar?

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domingo, 26 de fevereiro de 2012

Vem aí a reforma agrária!

Se a conversa fizesse florir...Fev. 2012 

A ministra Conceição Cristas, da Agricultura, do Mar, do Ambiente, do Ordenamento do Território e da Fé, – este último divide-o com o primeiro-ministro entre outros ministros, secretários de Estado e o próprio Presidente da República – deu uma entrevista ao jornal Público. O que disse deu para o jornal escrever que o que a ministra quer fazer, “lembra uma reforma agrária”.

Lembra mais a necessidade de fazer relações públicas porque não se tem solução para nenhum dos problemas prementes dos agricultores, dos produtores pecuários e das populações.

Depois de se ter conseguido, do governo de Cavaco Silva para cá, que agricultores e pescadores abandonassem as terras e o mar, quer-se agora recuperar o sector primário, coisa que todos os portugueses apoiam. Só que isso não se faz com conversa.

Como quer o governo atrair alguém para agricultura quando o que todos vêm nas televisões, nos jornais e ao vivo são queixas, com razão, dos homens da terra? O que fez Conceição Cristas para resolver os problemas que agora existem? Nada.

Em relação à seca prolongada, tem fé que chova. Sabe que já se perderam culturas de Outono/Inverno, que não há pastos suficientes e que os descapitalizados agricultores têm de comprar fenos e rações para dar de comer aos animais.

Diz na entrevista que os seguros “não funcionam”, sabe das dificuldades económicas do sector; no entanto o Estado ainda não pagou o que deve de 2011 aos agricultores, ouvi hoje na televisão que era para ser em Janeiro e foi atirado para o Verão. As reivindicações da reposição da ajuda à electricidade agrícola ou o aumento do benefício fiscal ao “gasóleo verde” não têm resposta, assim como não se vê uma iniciativa para minorar os prejuízos irreversíveis da seca.

A política do governo, como já se está a tornar habitual, é contraditória com os objectivos que apregoa, como querem auto-suficiência de produtos agrícolas, com o acumular de prejuízos dos produtores e esmagamento dos preços à produção.

O financiamento directo à agricultura não seria mais barato e eficaz que à banca, porque é que os contribuintes têm de pagar comissões aos accionistas dos bancos? Ou produtos mais caros e subida da inflação, ou produtos importados e consequente efeito na balança externa.

De nada serve expor planos de marketing para encher páginas de jornais e o próprio ego, a realidade está bem presente, a agricultura está ao Deus-dará – é preciso ter muita fé para trabalhar o campo.

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sábado, 25 de fevereiro de 2012

Almofada de mais 300 milhões para o BPN.

BPN-BIC alaranjado. Fev.2012
Mira Amaral não faz declarações.


Segundo o jornal Público “o acordo entre o governo e o BIC Portugal, com vista à venda do BPN, prevê uma almofada de liquidez de 300 milhões de euros concedidos pela CGD à taxa Euribor”.

“A tranche de 300 milhões destina-se a ser utilizada caso a carteira de depósitos que vai ficar no BPN/BIC se reduza” diz o jornal. Os contribuintes portugueses vão assim assegurar o rácio do banco. É mais uma peça no folhetim BPN, cujo custo final para o Estado será difícil de calcular dado o “segredo de Estado” que envolve o contrato com o BIC.

A Comissão de Acompanhamento das Privatizações não foi ouvida; a maioria do PSD/CDS impediu na Assembleia da Republica, uma Comissão Parlamentar de Inquérito, proposta pelo BE (há dois dias), pelo que só sabemos alguma coisa a conta-gotas, e sem explicações.

O governo de Passos Coelho e Paulo Portas, através do banco público, vai emprestar dinheiro ao BPN/BIC, logo 300 milhões de euros e sem qualquer valor de spread (margem zero para a CGD).

Isto sucede em profunda recessão, com as empresas portuguesas sedentas de financiamento bancário. Não há dinheiro do Estado para a economia. Não há ajudas para a seca – o que se vai reflectir na balança externa, no aumento dos produtos da terra e na taxa de inflação.

Todas as torneiras estão fechadas excepto para a banca. Grandes negócios se fazem em momentos de crise económica. E… nós a arder!

(Artigos “BPN” no blogue – clicar BPN coluna à direita)
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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

As críticas a José Afonso.


Chamaram-me a atenção para uma discussão que anda por aí por causa de um post de Eurico de Barros no blogue “Forte Apache”.

Escreveu Eurico de Barros:
“José Afonso era um defensor da revolução armada, da ditadura do proletariado e dos princípios perigosamente lunáticos da esquerda mais radical, glorificando a acção política violenta em várias das suas canções, nas quais propunha, por exemplo, “atirar aos fascistas de rajada”. Empenhou-se no PREC ao ponto de se afastar da vida musical e andou envolvido nas demenciais campanhas de “dinamização cultural” do MFA. Cantou no RALIS na noite do 11 de Março, defendeu as arbitrariedades e ilegalidades da Reforma Agrária, esteve com os pára-quedistas de Tancos no 25 de Novembro, apoiou Otelo Saraiva de Carvalho e os presos terroristas do PRP. Só para recordar, agora que se assinalam os 25 da sua morte e muita gente vai associar a palavra “liberdade” ao nome de José Afonso.”

Quando visitei o “Forte Apache” para ver o artigo, o primeiro comentário que lá estava, assinado “AMD”, tinha uma quadra do Zeca e acabava com uma frase “Cada um escolhe a barricada, tu com saudades de Salazar eu de Zeca Afonso”.

Pois. Depois do que escrevi ontem (AQUI) apetece-me perguntar: Andam a discutir o quê? E com quem?

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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

25 Anos da morte de Zeca Afonso - símbolo da resistência.

oclarinet.blogspot.com


A data de hoje propicia homenagens a José Afonso, são muitas as iniciativas que durante a semana decorrem pelo país. Dentro e fora das datas redondas várias vezes tenho lembrado o Zeca pelo exemplo e pela influência que teve na minha geração.

É com prazer que vemos os jovens de agora interessarem-se pela sua obra, os artistas recriarem a partir do seu génio, os estudiosos debruçarem-se sobre a complexidade do homem e do que construiu.

Uma faceta do Zeca, aquela que ele mais valorizou, continua incómoda e por isso é desvalorizada; José Afonso foi um empenhado militante político e é bom que os mais jovens o saibam. Foi símbolo da resistência ao fascismo e por isso sofreu a perseguição, a cadeia, o desemprego. E foi também o homem que não cedeu a qualquer tipo de poder após o 25 de Abril.

São poucos os registos da sua vida porque o Zeca foi boicotado nas rádios e na televisão antes e depois do 25 de Abril. Fica mal lembrar isto hoje? Acho que não, a história vai ser reescrita várias vezes até que se desvaneça o exemplo do homem solidário com a luta dos trabalhadores, o activista que juntava a sua voz nas manifestações, mesmo sabendo que lhe ia fazer falta a limpidez vocal a seguir, quando lhe pedissem para cantar.

Realcei na ilustração o “Venham Mais Cinco” por ser o último trabalho no tempo da ditadura, acompanhou-nos na última visita que em excursão se fez aos presos políticos em Peniche.

Com a democracia José Afonso esteve sempre com aqueles que mais pediam do processo revolucionário, não se acomodou aos poderes, continuou a lutar.
Foi na militância política que conheci pessoalmente o Zeca, depois quis o acaso que vivêssemos uns tempos na mesma casa e percebi o homem, a impaciência e preocupação com os recuos das transformações que todos achávamos possíveis.

Com o seu desaparecimento o povo perdeu um lutador pelas suas causas, mas o Zeca ganhou novos amigos; no seu funeral a minha companheira chamou-me a atenção para um casal que ia atrás de nós, um ex-presidente da Republica que ele detestava. Depois, muitos que o ostracizavam fizeram-lhe estátuas…

Hoje José Afonso é de todos e todos admiram José Afonso. Mas é bom lembrar que o Zeca fez em vida escolhas, decidiu-se por um lado, esteve sempre com os explorados contra as injustiças sociais e fê-lo não apenas com a sua criatividade artística, mas também estando presente nas lutas, nas associações, na rua.

Um exemplo que se deve lembrar.

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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Vítor Gaspar quis banir TVI das reuniões europeias.

Imagens TVI usadas por outros jornalistas. Fev 2012
Se a Dona Merkel é a dona, Wolfgang Schauble é o dono, quando se tem uma obediência canina pelos donos, resulta na enormidade de vermos responsáveis políticos portugueses a defender que jornalistas do seu país sejam banidos de locais onde eles – entre outros – exercem a sua profissão.

Maria Rui Fonseca, porta – voz da Representação Permanente de Portugal na União Europeia, diz que a decisão de suspender os jornalistas da TVI foi tomada “em articulação e segundo instruções do ministério das Finanças”. Temos outro ministro das Finanças que lida mal com a Liberdade de Imprensa, vamos ver se não chega a “Presidente do Concelho de Ministros”, como o outro.

Conheço o Código Deontológico dos Jornalistas e como o director de informação José Alberto Carvalho, poria o trabalho recolhido pelos repórteres no ar. O interesse público da notícia sobrepõe-se a qualquer acordo conversado em Bruxelas. A prova que teve relevância é que o vídeo foi usado por outros órgãos de informação para “fazer jornalismo” e até fez baixar as taxas de juro dos empréstimos a Portugal.

Não sei o que é pior, se a censura se a autocensura, andam ambas por aí de mãos dadas com o péssimo jornalismo de frete, que já é o mais preponderante dos meios de comunicação portugueses. Maria Rui Fonseca e Vítor Gaspar envergonham a democracia portuguesa quando defendem que a TVI “devia ser banida para sempre” de Bruxelas.

Como deu nota José Alberto Carvalho não se entende porque é que as televisões da Suíça e de Espanha que fizeram o mesmo que a TVI não tenham sofrido sanções; a única diferença é não terem aborrecido os alemães, os que se julgam donos porque têm submissos que lhes prestam vassalagem.

Os repórteres da TVI Pedro Moreira (jornalista) e António Galvão (imagem) fizeram uma declaração curiosa: “Esperamos que o facto da câmara da TVI não estar na sala ajude o Conselho Europeu a combater a recessão económica e o desemprego de 24 milhões de pessoas”. Meus caros, nem o microfone direccional mais potente seria capaz de captar tal coisa.

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Violência policial em Valência revolta espanhóis.

Perigosos inimigos.Fev.2012

Milhares de manifestantes voltaram ontem a sair às ruas de Valência. A repressão policial contra estudantes em Valência gerou protestos em várias cidades espanholas envolvendo milhares de jovens; só em Madrid, 3.000 cortaram o trânsito em solidariedade com os estudantes de Valência.

Desde 25 de Janeiro que às quartas-feiras jovens estudantes do instituto Lluís Vives cortavam por 10 minutos o trânsito em frente do estabelecimento de ensino; um protesto simbólico contra os cortes na educação, que levaram inclusive à falta de aquecimento e a terem de levar cobertores para as aulas.

A 15 de Fevereiro a policia deteve e manteve por horas incomunicável um estudante de 17 anos, que fazia parte de uns 30 ou 40 alunos que se manifestavam pacificamente em frente ao Lluís Vives. Foi a origem da manifestação de segunda-feira, na qual a polícia teve um comportamento abusivamente violento e desproporcionado perante jovens (na maior parte menores) e cidadãos que nada tinham a ver com os protestos.

O ministro da Justiça, Alberto Ruiz-Gallardón defendeu a actuação policial.
O chefe da polícia António Moreno e a delegada do governo na Comunidade Valenciana Paula Sánchez de León deram uma conferência de imprensa em que a delegada classificou os incidentes como “anedota” e o responsável da polícia negou a carga policial. Moreno recusou dizer o número de efectivos policiais para não         “ proporcionar essa informação ao inimigo”.

Inimigos 1  Inimigo 2 inimigo 3

As repercussões da difusão das imagens da violência policial pelos meios de comunicação internacionais, levaram o primeiro-ministro Mariano Rajoy (em Londres) preocupado com a imagem de Espanha e do seu governo, a pedir tranquilidade. O ministro do Interior reconheceu “alguma actuação infeliz da polícia” e o porta-voz do Partido Popular (PP) no Congresso de Deputados manifestou preocupação pela imagem de Espanha no estrangeiro.

O PP, que inicialmente tinha fornecido uma cartilha de justificações para a repressão, aos seus porta-vozes, vai tentar minimizar os acontecimentos, enquanto a oposição e os estudantes querem demissões dos responsáveis.

Com razão chamaram “Primavera Estudantil de Valência” aos protestos, não há como esconder a repressão nos dias de hoje. Fica um sinal da mudança política em Espanha, interpretada por alguns como favorável à “ordem musculada”. Mas em democracia, protestar é um direito – reprimir é um delito.

Vídeos AQUI.

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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Expurgados dos centros de saúde é coisa de carnaval.

Quietos.Fev 2012

Não deram tolerância de ponto no Ministério da Saúde e eles resolveram brincar ao carnaval – no serviço.

Todos os utentes que não recorram a um centro de saúde durante três anos consecutivos vão ser expurgados das listas, noticia o Público. Dito assim, num país de leitores de títulos e raciocínio vertiginoso; tão rápido que não precisam de ler os artigos até ao fim, parece que vão ficar sem médico.

Afinal não é o caso, arquivo morto sempre existiu nos centros de saúde, já por lá andei por não dar sinal de vida. Quando muito é um estratagema para “aumentar os utentes dos médicos de família” como denuncia O Sindicato Independente dos Médicos, e isso sim, seria grave.

O caminho para resolver o problema da falta de médicos de família, não pode ser o de aumentar o número de doentes que cada médico já tem – seria estragar o que de bom foi feito nos últimos anos.

Olhem antes para os excelentes exemplos que as Unidades de Saúde Familiar são, que transformaram por completo a forma de atendimento dos doentes, pelo menos na minha área.
As listas actuais já incluem decerto doentes crónicos, mais ou menos frequentes e passivos. Cabe a cada serviço e médico gerir os seus “clientes”.

Ampliar administrativamente por directiva do ministério o número de utentes por médico – que é do que se trata – vai desorganizar o atendimento, piorando o que hoje funciona bem e não resolvendo o problema de quem não tem médico de família.

Não bastar ter médico de família, é preciso que o serviço prestado funcione e isso não se consegue trabalhando para as estatísticas. Os utentes são pessoas e os médicos também, uns necessitam de ser bem atendidos e os outros de terem o numero de doentes que lhes permita exercer bem a profissão.

Antes de porem em prática as ideias (!?) pensem nas consequências. Não estraguem.

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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Greve nos comboios no Carnaval. Serviço combinado.

Carnaval na CP.Fev2012


A greve dos maquinistas da CP no dia de carnaval deverá levar a empresa a realizar apenas os 162 comboios definidos como serviços mínimos pelo tribunal arbitral, um número que corresponde a cerca de 19% da oferta prevista.

O Sindicato Nacional dos Maquinistas (SMAQ) informou no sábado passado que mantém a greve para o dia de carnaval, amanhã, nas empresas CP – EPE e CP – Carga; das 00h00 às 24h00.

Segundo o sindicato, a razão para a greve é “o incumprimento por parte das administrações daquelas empresas do acordo de 9 de Junho de 2011, que criou condições objectivas para a pacificação laboral” e ainda a “intransigente posição do Presidente da CP de aposta no conflito e na negação do seu desbloqueamento pela via negocial”.

O SMAQ queixa-se da “perseguição disciplinar de que os maquinistas estão a ser alvo diariamente” notando que no próprio dia em que anunciam esta greve “chegaram mais 18 processos disciplinares contra os maquinistas que exerceram, nos termos legais, o seu direito de greve, relacionados com o conflito de Fevereiro/Março de 2011”.

Esta greve no Carnaval é a continuação das do Natal e Ano Novo que referi aqui em 23 e 27 de Dezembro. Os fundamentos ainda são os mesmos, a não cedência por parte da administração da CP em reivindicações que já tinha concordado conceder.

Trata-se de um serviço combinado entre a Tutela e a Administração da CP, agravado com mais processos disciplinares de maquinistas. Com estes responsáveis (?) no governo e no conselho de administração da CP, não se vê solução.

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domingo, 19 de fevereiro de 2012

Passos Coelho vaiado em Gouveia.

Passos Coelho vaiado.Fev.2012

Passos Coelho foi fortemente vaiado e assobiado em Gouveia, à entrada e saída do pavilhão onde decorre a Feira do Queijo da Serra. Aos jornalistas disse que "um primeiro-ministro tem de estar preparado para tudo".

Trabalhadores da Citroen de Mangualde, populares, professores e um movimento contra as portagens apuparam o primeiro-ministro. Entre muitas queixas dos populares ouviu chamarem-lhe “piegas” e que “o FMI não manda aqui”.

Passos Coelho procurou responder a alguns populares. A uma mulher que falava em fome e dizia ter trabalhado 41 anos na mesma empresa, o primeiro-ministro disse que “gostaria que todas as pessoas pudessem ter uma pensão digna”; a outra que “o nosso salário mínimo é baixo e nós sabemos disso, mas nesta altura – este ano é talvez o mais difícil que nós estamos a enfrentar”.

O que vai enfrentar Passos Coelho? Decerto mais manifestações de desagrado cada vez que pousar os pés no país real, particularmente no Interior, ofendido por um conjunto de políticas que tornam a vida ainda mais difícil nessas regiões. Os apelos à emigração não surtiram efeito e em Gouveia disseram-lhe isso com todas as letras.

Passos Coelho foi “apertado” apesar de rodeado de muita segurança; é como ele diz “este ano é talvez o mais difícil que vai enfrentar”, se chegar no cargo até ao fim do ano.

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Espanha nas ruas contra a Reforma Laboral.

Espanha contra a Reforma Laboral.Fev.2012

Os centrais sindicais do estado Espanhol, Comisiones Obreras (CC OO) e Unión General de Trabajadores (UGT), convocaram para hoje manifestações em 57 cidades espanholas. São as primeiras manifestações contra a lei laboral, do governo de Mariano Rajoy.

As CC OO e UGT consideram que a Reforma Laboral é um retrocesso nas condições laborais e sociais em Espanha, “pensada para satisfazer os empresários e os mercados financeiros”.

A Reforma Laboral aprovada pelo Partido Popular (PP) a 10 de Fevereiro desprotege os trabalhadores, facilita e embaratece os despedimentos, possibilitando a destruição massiva de postos de trabalho.

O desemprego em Espanha, o maior da União Europeia, está em 22,9% (4,6 milhões de pessoas sem trabalho) segundo dados do governo; subiu 4% em Janeiro, mais 370 mil desempregados que há um ano.

As manifestações que agora decorrem por todo o país, destinam-se a combater a lei laboral e também a “medir a resposta cidadã com vista à convocatória de uma greve geral”.

O lema é: “ Não à Reforma Laboral – Injusta com os trabalhadores – Ineficaz para a economia – inútil para o emprego”.

Lá como cá!
 
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sábado, 18 de fevereiro de 2012

Mikis Theodorakis em Berlim.


Onde estarão estes alemães?


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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Pessimistas?

Clima económico.Fev.2012
 

Nunca as famílias e as empresas portuguesas estiveram tão pessimistas.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), divulgados esta manhã, o Clima Económico (calculado através de inquérito a empresas da indústria, construção, comércio e serviços) caiu para -4,7 em Janeiro, o valor mais baixo de sempre; em Dezembro já era recorde com -4,4.

Também a Confiança dos Consumidores (calculado através inquérito aos particulares) baixou como nunca, para -57,1 sendo o anterior máximo, de Dezembro -56,8.
Os dois indicadores que definem a qualidade da conjuntura sofrem quedas contínuas há meses.

Depois dos números conhecidos ontem sobre a evolução do desemprego, que atinge oficialmente os 14% e a contracção da economia registada no último trimestre (2,7%), os dados de hoje vêm confirmar que estamos numa recessão cada dia mais profunda. O péssimo clima económico leva a menos investimento privado e a baixa confiança dos consumidores à redução do consumo privado.

Para escurecer o quadro, na zona euro, Bélgica, Itália e Holanda entraram em recessão no 4ºTrimestre de 2011, juntando-se à Grécia e Portugal, e o Reino Unido, Alemanha e Espanha sofreram quebras da actividade económica. Metade da zona euro teve taxas negativas de crescimento neste período. Os problemas económicos na Europa, o principal destino das exportações portuguesas, são outro factor a juntar à evolução interna negativa.

Mas como assinalava o jornal El País de ontem; “o declínio europeu contrasta com a recuperação experimentada pelos Estados Unidos, que cresceu 0,7% no 4º trimestre, com uma política expansionista”. Duas políticas, dois resultados; cortes e austeridade não são caminho para o crescimento, por cá o governo fala em crescimento quando todas as suas políticas vão no sentido contrário.

Os números não enganam, e são de organismos credíveis, com a política actual não vai haver crescimento da economia e menos desemprego, nenhum indicador aponta isso. Ficar passivamente pessimista “não é posição”, há que rejeitar colectivamente a política de austeridade.

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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Desemprego em 14%, pior que as piores previsões.

Desemprego histórico em Portugal.Fev.2012


O desemprego em Portugal disparou no 4º trimestre de 2011, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), 771 mil desempregados, mais 81,4 mil que no trimestre anterior. Ultrapassa a estimativa do governo inscrita no Orçamento de Estado e da troika.

O ano de 2012 iniciou-se com 14% de desempregados. Recorde-se que a taxa de desemprego prevista pela OCDE para o presente ano foi de 13,8%, enquanto o governo apontou 13,4% e a Comissão Europeia 13,6%. Ainda a procissão vai no adro, (muitas empresas estão e vão fechar em 2012) e já se excederam as estimativas mais pessimistas.

Mas se a taxa de desemprego está pior que as piores previsões, as medidas para garantir o cumprimento do défice para 2012 vão agravar a situação; mais austeridade cortes e impostos são inevitáveis na linha definida pelo governo, certo é que as receitas normais do Estado vão baixar devido à contracção económica e as exportações serão mais dificultadas pelas fracas perspectivas dos nossos parceiros europeus, principalmente a Espanha.

A troika está cá para examinar o cumprimento das suas medidas, e provavelmente das medidas que foram além das suas, e nós estamos cá para examinar os efeitos das medidas da troika e das medidas do governo; nem o governo nem a troika passam no exame. O que está a ser pedido aos portugueses não é um esforço a prazo para a recuperação económica, é a miséria como futuro.

O guia da troika não resultou na Grécia, não está a resultar aqui – é altura de dizer basta!

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Líbia o fracasso anunciado. Milícias são o poder.

Milícias controlam a Líbia.Fev.2012 

Para se saber algo do que se passa na Líbia é necessário procurar na imprensa mais longínqua como a turca ou russa que a ocidente caiu um manto de silêncio (censura?) nas redacções. Alguma coisa está errada na “revolução Líbia” para não ser seguida pelo jornalismo ocidental.

Como amanhã o levantamento de Benghazi faz um ano, não há como continuar a esconder a realidade líbia. O jornal Público, a partir de um relatório da Amnistia Internacional publica hoje um artigo. As violações de direitos humanos cometidos “com toda a impunidade” por diferentes milícias ameaçam a “nova Líbia” que deveria surgir com a vitória da revolta contra Muammar Khadafi.

A democracia, que estava logo ali, bastava “derrubar o ditador”, não aparece, o poder está dispersado por milícias armadas de obediências várias, umas “naturais”, das tribos, outras dos novos senhores da guerra, facções das forças vencedoras ou representantes de forças externas à Líbia.

Entre as milícias dos “revolucionários” que não desarmam por não confiar no caminho que o CNT poderá dar à Líbia e as milícias tribais que simplesmente não obedecem nem reconhecem o poder que o ocidente arranjou para o país, serão centenas. O CNT dividido por querelas internas e cuja legitimidade é posta em causa permanentemente, não controla nem as grandes cidades. As milícias exercem o poder livremente.

Em Tripoli manda a “lei” das milícias que conquistaram a cidade, são polícias, exército e poder judicial, prendem, torturam, pilham e lutam entre si; o governo provisório é incapaz de as controlar.

Continuam os ajustes de contas com os vencidos, as prisões arbitrárias e a tortura; os Médicos Sem Fronteiras abandonaram Misrata por em vez de assistirem vítimas de guerra, estarem “a tratar repetidamente os mesmos pacientes entre várias sessões de tortura”.

Espera-se que a situação na Líbia sirva para mais alguém que aos russos e chineses, (arrependidos de não vetarem a “no-fly zone” origem da intervenção estrangeira) agora que se ensaiam novas Líbias em nome dos mesmos “direitos humanos”, que pioraram na Líbia após a Guerra feita em seu nome.

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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Cavaco Silva quer mais bebés.

Não há dinheiro para ter filhos. Fev2012 

O Presidente da República, que não vive bem com os vencimentos que recebe, suspeita que mesmo esses “parcos rendimentos” não estejam assegurados no seu futuro. É um problema dos adultos de hoje, particularmente dos que auferem reformas “razoáveis”, não há geração de substituição para descontar para a Segurança Social e o dinheiro que descontaram já voou dos cofres do Estado, quem deu asas ao dinheiro foi a sua geração, mas isso é outra história.

Quando o número de mortes em Portugal ultrapassa o número de nascimentos temos um problema de natalidade, dizem. Também se podia dizer que sendo menos no futuro haverá menos gente a passar mal, errado; como a tendência é para aumentar o número de pobres em relação aos ricos e “remediados”, não nascerem mais não diminui a pobreza dos portugueses.

A questão demográfica em Portugal está longe de ser um problema de fertilidade ou dos padrões de vida modernos, não se nasce porque não há dinheiro para ter filhos. Uma minoria burguesa terá opções de vida profissional ou “filosofias” de vida que os levam a não procriar, mas as classes trabalhadoras não têm filhos porque não têm condições económicas para os terem. Não é teoria é a história da minha família e também dos meus vizinhos.

Cavaco vai promover na sexta-feira uma conferência com o nome “Nascer em Portugal” decerto na linha das suas declarações: “Porque é que nascem tão poucas crianças? O que é preciso fazer para que nasçam mais crianças em Portugal” ou da revelação “Eu não acredito que tenha desaparecido nos portugueses o entusiasmo por trazer novas vidas ao mundo”.

Cavaco está próximo do segredo, é de facto do entusiasmo, o entusiasmo está murcho e não sobe com medicamentos para a disfunção eréctil, o entusiasmo que falta aos portugueses é a esperança no futuro.

Em toda a natureza, os animais têm mais crias se os alimentos forem abundantes, nós os racionais fazemos previsões, vemos mais longe e o que vemos é que há muitos riscos de tudo faltar, a educação não está assegurada nem a saúde, o ganha-pão não é certo e com ele a habitação e os gastos domésticos, fazer hoje filhos é uma aventura que os irracionais não fariam.

Cavaco podia ajudar a natalidade, bastava-lhe não promulgar as leis que destroem a economia, que facilitam o despedimento e a precariedade laboral, os portugueses não estão dispostos a fazer filhos para depois os mandarem emigrar.

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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Portugal não é a Grécia, mas é o quê?

OCDE Actividade económica a cair em Portugal. Fev.2012 

O gráfico acima, da OCDE, publicado ontem no Expresso online, indica a evolução da actividade económica de Portugal (vermelho) comparando com a da Grécia (azul) e da Irlanda (verde) de Fevereiro 2010 a Dezembro de 2011. Enquanto no princípio do último trimestre de 2011 há um ponto de retoma na Grécia e Irlanda, Portugal não pára de descer.

Dados de agora, do INE, dizem que a recessão em Portugal no total do ano de 2011 foi de 1,5% do PIB. De imediato ouviram-se vozes a minimizar a situação pois havia previsões piores, como estratagema é o que é, mas não esconde a realidade; estamos em recessão há quatro trimestres, os seguintes também serão de recessão, vivemos a crise económica mais longa pelo menos da minha existência.

Um factor a ter em conta é a distribuição pelos trimestres de 2011 da queda do PIB, respectivamente; 0,6% – 0,2% – 0,6% – 1,35%, sendo que o quarto trimestre comparativamente ao mesmo de 2010 caiu 2,7%. Há uma evidente mão das medidas de austeridade do governo, no aprofundamento da recessão.

Na Irlanda o problema é mais no sector financeiro e na Grécia ao nível do Estado, como se sabe, mas em Portugal são os particulares e as empresas que não recuperam, os “ajustamentos” empobrecendo as pessoas e asfixiando por falta de crédito as empresas, não são reformas estruturais.

Mesmo as contas externas que contaram com a queda de importações e o bom comportamento das exportações, vão sofrer alterações este ano; as medidas de austeridade em Espanha (o principal parceiro) vão reflectir-se nas nossas vendas ao exterior, e no nível da nossa recessão.

O governo de Passos Coelho entende que com propaganda convence todos, interna e externamente, que vamos no bom caminho, depois aparecem os indicadores económicos e vai tudo por água abaixo. A Moody´s baixou mais o "nível de lixo" apesar da conversa fiada, e o que eu vejo que ando na produção, é que não há trabalho. A economia está paralisada em muitos sectores, a situação ainda vai piorar para a maioria das famílias portuguesas.

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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Acordo Ortográfico tem queixa na Provedoria de Justiça.

Desacordo Ortográfico.Fev.2012

Ivo Miguel Barroso, professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, considera que utilizar a Língua Portuguesa segundo as normas do novo Acordo Ortográfico é “inconstitucional” e apresentou queixa na Provedoria de Justiça; diz o lide do artigo do jornal Público de hoje onde o professor se explica.

O assunto “acordo ortográfico” é polémica para durar, depois de Vasco Graça Moura ter relançado o tema com a iniciativa tomada no CCB; e do editorial do Jornal de Angola do passado dia 8, que entre outras coisas afirma que “há coisas na vida que não podem ser submetidas aos negócios”, agora é um homem do Direito a insurgir-se contra o Acordo Ortográfico e a apresentar queixa na Provedoria de Justiça.

A coisa está viva – coisas da língua!


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domingo, 12 de fevereiro de 2012

Armas nucleares nas Malvinas. Argentina acusa Reino Unido.

Bases inglesas Atlântico Sul.Fev.2012

O governo argentino acusa o Reino Unido de militarizar o Atlântico Sul, de ser a maior potência militar na zona, e de levar armas nucleares para a América Latina, quando todos os países da região são signatários do Tratado de Tlatelolco (1967) que proíbe armamento nuclear na América Latina – uma zona livre de armamento nuclear.

Em conferência de imprensa nas Nações Unidas, na última sexta – feira, o ministro das Relações Exteriores da Argentina, Héctor Timerman, apoiado por embaixadores de vários países da sua região, apresentou o documento entregue ao presidente da Assembleia Geral da ONU, ao presidente do Conselho de Segurança e ao Secretário-geral Ban Ki-moon.

Apelando às Nações Unidas como “máximo organismo de defesa da paz” disse ser obrigação da Argentina “dar uma oportunidade à paz, desafiando a Grã-Bretanha a fazê-lo também”. Com o apoio de slides apresentou as bases militares inglesas (acima) nas ilhas: Assunção, Santa Helena, Tristão da Cunha, Malvinas, Geórgia do Sul/Ilhas Sandwich do Sul e Antárctica.

Timerman denunciou o Reino Unido como a maior potência militar no Atlântico Sul; “com essas bases controla não somente todo o tráfico de passagem pelo Atlântico Sul, como também todo o tráfico marítimo e aéreo que passa entre a América do Sul e África; controla os acessos ao Oceano Pacífico e ao Oceano Índico. É essa a situação militar que existe hoje no atlântico Sul”.

Pormenorizando, Timerman disse que a Argentina “tem informações de que a Grã-Bretanha enviou um submarino nuclear Vanguard para as Malvinas com capacidade de albergar armamento nuclear. (nota: os mísseis balísticos -16 - fazem parte do armamento dos Vanguard, podem carregar 12 cabeças cada de ogivas nucleares com diferentes destinos). Referiu que não era a primeira vez que há razões para esta denúncia, “como foi reconhecido em 2003”. Soube-se “através de um serviço de inteligência, que anos antes, a Grã-Bretanha, tinha feito um transbordo de material entre dois barcos no Atlântico Sul e tiveram um acidente no qual se correu o risco de propagação nuclear na zona”. “Nós não vamos aceitar que exista armamento nuclear na zona de influência da América Latina”, afirmou.

O Destroyer HMS Dauntless D-33.Foto Brian Burnell.ed.Fev.2012 o Destroyer que está nas Malvinas

Timerman disse que “um Destroyer tipo 45, foi recentemente enviado para as Malvinas. É a última geração de Destroyers em todo o mundo, não existe em nenhum país da América Latina, nenhum país poderia fazer frente a este tipo de armamento. Com a introdução deste barco a Grã-Bretanha multiplica por quatro o seu poder naval no Atlântico sul; diz que não está a militarizar o Atlântico Sul mas quadruplica o seu poder naval”.


Typhoon II - RAF.ed.Fev.2012
Também o avião Typhoon II “está nas Malvinas. Este avião leva o poder aéreo da Grã-Bretanha da 3ª à 5º geração tecnológica, o maior salto tecnológico na região nos últimos anos”. “Das Malvinas pode alcançar parte da Argentina e do Chile, o Uruguai, e parte do Brasil, sem reabastecer, (apesar de poder abastecer em voo), e disparar os mísseis Taurus (que têm nas Malvinas) cujo alcance é de 500 km e foi desenhado para destruir bunkers reforçados; os mísseis Taurus combinados com o avião Typhoon II transforma-se na arma ofensiva mais letal a operar no Atlântico Sul”.

Timerman ainda denunciou o polígono de tiro na região, usado para ensaio de mísseis sem avisar a organização marítima internacional, pondo em risco rotas de navegação das mais importantes do mundo, e o sistema sofisticado de radares e comunicações, base global da Grã-Bretanha e ligados aos sistemas dos EUA, da França, Japão e Canadá, sistemas esses de controle marítimo e aéreo de toda a zona sul americana.

Segundo o representante do governo Argentino, “a Grã-Bretanha tem reduzido o investimento em defesa em todo o lado excepto no caso das Malvinas”. E conclui, “em nome de uma infundada defesa, pois as Nações Unidas, desde 1965 declarou haver um conflito de soberania entre a Grã-Bretanha e a Argentina, e a Argentina, na sua Constituição, garante que somente através da paz vai procurar a recuperação da sua soberania” sobre as Malvinas.

Por fim Timerman afirmou que “a Argentina insta uma vez mais a Grã-Bretanha a cumprir com as resoluções das Nações Unidas, a sentar-se à mesa das negociações e a desistir desta escalada militar que está levar adiante no Atlântico Sul”.

São onze as resoluções das Nações Unidas nesse sentido, mas nisto de resoluções da ONU, uns países são invadidos com base nelas, outros fazem orelhas moucas e nada lhes acontece.

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sábado, 11 de fevereiro de 2012

A maior manifestação dos últimos trinta anos.

Manifestação  Nacional.Fev.2012
A cada nova manifestação cresce o número de participantes, sinal que o descontentamento está a aumentar e que há capacidade organizativa da CGTP.

A maior manifestação dos últimos 30 anos.Fev.2012
De todo o país, reformados, trabalhadores de todas as idades e desempregados foram ao Terreiro do Paço julgar o governo.

Interjovem. Fev.2012 Interjovem; foi significativa a presença de manifestantes jovens, (alguns com os seus filhos) em luta pelo seu futuro, contra o desemprego e a precariedade.


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Hoje 11 de Fevereiro MANIFESTAÇÃO NACIONAL - 15 h.



Cais do Sodré» Terreiro do Paço
Martim Moniz» Terreiro do Paço
Restauradores» Terreiro do Paço
Stª Apolónia» Terreiro do Paço

 
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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

À conversa com. Vítor Gaspar e Wolfgang Schauble.

Flexibilização - muito obrigado. Fev 2012
Após a conversa entre Vítor Gaspar e o seu homólogo alemão, cujo vídeo todos os portugueses viram, o ministro das finanças de Passos Coelho diz que “”um eventual reajustamento do programa de ajuda externa a Portugal não está neste momento a ser considerado”. Considero uma falta de consideração Vítor Gaspar achar que os portugueses são estúpidos. Depois de todos os cortes feitos só faltava cortar o oxigénio ao cérebro de todos nós.

Portugal negoceia a “ajuda externa”com a “troika”, que é composta por representantes da Comissão Europeia, do FMI e do BCE. Wolfgang Schauble, ministro das finanças de Angela Merkel, não faz parte da troika. O governo português, subvertendo a orgânica do funcionamento da União Europeia, trata dos assuntos portugueses na Europa com o governo alemão, Passos com Merkel, Gaspar com Schauble. Para que União está a trabalhar o governo Passos/Portas.

Depois do desassossego de ontem com as declarações de Martim Schulz, que chegou ao ridículo de um comunicado oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros, a imprensa e comentadores de hoje, trazem Wolfgang Schauble, o falcão responsável da intransigência alemã para com os países endividados, nas palminhas.

Schulz é o alemão mau, Schauble o alemão bom; e para tal bastou o carrasco dizer que talvez vá aliviar o torniquete do garrote. Para entender o motivo da reacção da nossa comunicação social, ontem e hoje, aconselho a ver o programa de televisão (que a minha cadela mais aprecia) “o treinador de cães”.

Entretanto (entre mentiras, sexo canino e vídeo), há gestores públicos que vão ficar em tempo de austeridade sem limite nas remunerações. Mas não se sabe se é verdade, pode ser que Vítor Gaspar veja esclarecer o assunto dizendo que “não se trata de uma hipótese concreta, específica que esteja a ser considerada neste momento do tempo, mas sim um mecanismo de seguro para desenvolvimentos hoje imprevistos”. Nunca se sabe…


Amanhã Sábado 15h MANIFESTAÇÃO NACIONAL
 Cais do Sodré – Martim Moniz – Restauradores – Stª Apolónia
Para Terreiro do Paço

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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Martim Schulz e Merkel, ingerências e declínio.

Foto e legenda Público.Fev 2012


O alvoroço que estão a gerar as declarações do presidente do Parlamento Europeu sobre o facto de Passos Coelho ter ido pedir dinheiro a Angola, tem razões legítimas e abusivas.

Legitimo é que em Portugal se defenda o direito a ter política externa própria, que aliás não temos, e relações comerciais ou diplomáticas com quem o Estado português entender. Abusivo é tudo o resto a começar pela interpretação das palavras de Martim Schulz.

A dissertação de Martim Schulz não pode ser entendida como interferência na política externa portuguesa, não criticou, constatou factos. Também não é menos respeitosa, expressam uma realidade portuguesa e europeia, principalmente europeia – o ponto que Schulz quis realçar.

Martim Schulz introduziu longamente o passado das relações coloniais entre Portugal e Angola antes de falar no declínio como futuro de Portugal. Interpretei o “declínio” como evento futuro (na verdade já é presente) da relação da potência colonial a pedir dinheiro (e seus custos políticos) ao país antes colonizado. É uma verdade, é o mesmo declínio da Europa rica, no G20, em que Merkel pediu dinheiro ao Canadá, ao Brasil, à China (país agora visitado por Merkel para guarnecer o Fundo europeu).

Schulz não tem razão em qualificar esse declínio como “um perigo social para as pessoas” e “sobretudo para o nosso modelo democrático”? Não tivemos em Portugal censura e saneamento na RDP para agradar ao poder angolano? Para que quer Angola um semanário, um banco (ou dois), e pelo que se alvitra um canal de televisão em Portugal, (um país estrangeiro)? Qual vai ser a política externa de Portugal em relação à China? Não fomos já mais independentes? Se somos menos, isso não é um declínio?

O mais estranho (ou não) é que os que agora fazem burburinho com Martim Schulz tenham estado silenciosos com a descarada ingerência de Angela Merkel com o exemplo da Madeira. O orçamento da Madeira não é assunto interno português? Parece que há por cá quem facilmente aceitaria um comissário europeu a gerir e vetar a execução orçamental portuguesa.

A coisa boa que sai destas polémicas é a consciência de que a independência nacional é um valor. Outra constatação é que Helmut Schmidt tinha razão quando avisava que a hegemonia alemã na Europa não servia os interesses estratégicos da Alemanha; “os vizinhos vão defender-se cada vez mais”. Na Grécia queimam bandeiras da Alemanha, nós devemos defender-nos, mas fazer de Martim Schulz alvo, é atirar ao lado.

Próximo Sábado 15 h MANIFESTAÇÃO NACIONAL
Cais do Sodré – Martim Moniz – Restauradores – Stª Apolónia
Para Terreiro do Paço

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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Carta de oficiais das Forças Armadas põe em causa ministro.

Aguiar Branco em causa. Fev.2012


O ministro da Defesa, Pedro Aguiar Branco, considerou hoje que as associações das forças armadas “não representam a família militar”. Respondeu assim à carta aberta, tornada também hoje publica, da Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA). Em vez de pôr água na fervura do descontentamento militar, Aguiar Branco decidiu-se pelo confronto verbal com as associações.

A carta aberta é ela própria “uma resposta a recentes declarações de Aguiar Branco sobre as Forças Armadas e que terão caído mal entre os militares”. As afirmações de Aguiar Branco, proferidas há uma semana, num debate onde estiveram presentes altas patentes militares, foram no sentido de que “ninguém é obrigado a ficar” nas Forças Armadas.

Acusando as associações de “na prática, fazerem política onde a política não tem lugar”, o ministro disse que “se não sentem vocação, estão no sítio errado. Se não sentem, antes de protestar, fazer manifestações ou dar conferências de imprensa, precisam mudar de carreira”.

A AOFA pergunta se “denunciar perante a opinião pública as medidas lesivas e carregadas de falta de respeito pela dignidade de quem jurou e serve abnegadamente (sem se servir) a pátria, é fazer política?”

Ao contrário de Jorge Sampaio, Cavaco Silva tem-se recusado a receber as associações dos militares. Agora, o ministro Pedro Aguiar Branco resolveu desencadear uma guerra com elas; nem as recebe “ignorando o quadro legal vigente” como provoca o “descontentamento de muitos que se sentiram humilhados com as suas palavras”, como assinala a carta aberta.

Se aos militares não cabe fazer política partidária, e não fazem; aos políticos caberia fazer uma política qualquer, mas definitivamente políticos como Aguiar Branco não têm nenhuma capacidade para a tarefa.

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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O piegas Passos Coelho queixa-se sem razão.

Fechado.Fev2012


Os portugueses queixam-se de estarem a ser roubados nos seus salários e direitos, queixam-se da precariedade laboral e do desemprego, queixam-se do trabalho gratuito e de lhes tirarem os seus dias de descanso, queixam-se dos aumentos dos transportes, energia e outros bens essenciais, queixam-se das desigualdades e do empobrecimento. Não são pieguices.

Piegas é Passos Coelho com a lamúria de não o entenderem, nem cá nem no estrangeiro. Não lhe entendem as desmesuradas nomeações de amigos e familiares de governantes para cargos públicos, ou como ficando mais pobres pagamos a dívida que não pára de crescer, ou as mentiras da campanha eleitoral. Não lhe entendem que faça da caridade, política social; da cedência ao terrorismo económico dos mercados, estratégia de governação; da independência nacional, gato-sapato.

O piegas Passos Coelho assumiu o discurso vergonhoso alemão, de que aqui não se trabalha – “os países preguiçosos do sul” – e tem o descaramento de o dizer a todos os que lhe pagam o ordenado.

No fundo, Passos Coelho pensa como os contribuintes alemães, a quem convenceram que estão a dar do seu dinheiro para alimentar os países endividados. A realidade é inversa como assinalou Paul Grauwe: “os países como a Alemanha” cujas “economias beneficiaram antes da crise, com a acumulação de excedentes externos e forte crescimento; durante a crise têm sido os que mais ganham. Estão a endividar-se quase de graça. A Alemanha pede emprestado de graça e depois empresta com bom lucro. Os portugueses são quem paga aos alemães”.

Mas a maior pieguice de Passos Coelho é que não vejam reconhecido internacionalmente que o futuro português é diferente do grego. Ainda ontem o jornal americano Wall Street Journal, através do seu correspondente em Bruxelas, Matthew Dalton, dizia que “políticos europeus estão preocupados com as semelhanças entre as economias portuguesa e grega”, e com o risco de Portugal “descarrilar do programa de resgate”. É o mesmo jornal onde o piegas Carlos Moedas escrevia há quinze dias que “Portugal está a vencer ventos contrários”. Nem o sopro duma ligeira brisa pela redacção do Wall Street Journal conseguiu.

Um responsável da Zona Euro disse ao Wall Street Journal que “os portugueses estão a aplicar mais ou menos os mesmos truques do livro dado. Mas talvez haja um problema com o livro”. Truques, remédios, experiências, tem sido o que levou a Grécia à situação actual, Portugal vai pelo mesmo caminho.

Próximo Sábado 15h MANIFESTAÇÃO NACIONAL
Cais do Sodré – Martim Moniz – Restauradores – Stª Apolónia
Para o Terreiro do Paço

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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Alterações no IRS - salários vão baixar.

Por tabela.Fev.2012


O valor de IRS, retido todos os meses para entregar às Finanças, deve aumentar 10% este ano. A notícia é da SIC, baseada nos cálculos da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC).

“A actualização das tabelas de retenção na fonte deve reflectir não só a subida da inflação como os cortes nas deduções fiscais, que diminuem os valores que podem ser abatidos como despesas de educação, saúde e habitação”; pelo que, “resulta um agravamento fiscal que implica o corte directo nos salários”.

Domingos Azevedo, bastonário da OTOC, afirmou: primeiro “nós vamos ter uma inflação na ordem sensivelmente dos 3%, e não houve uma correcção (actualização) dos escalões, portanto a erosão vai-se sentir agora, no enquadramento dos escalões. Segundo, o efeito que tem a diminuição das deduções com a saúde, educação e habitação, vão levar a que aumente a massa salarial sobre a qual incide o IRS, e esse aumento vai obrigar a que haja uma retenção maior na fonte (dos trabalhadores) daquela que existia o ano passado”.

A SIC deu um exemplo: o contribuinte que tenha descontado 250 euros o ano anterior; passará a descontar 275 euros, mais 25 euros por mês, ou seja 350 euros no ano.

Domingos Azevedo acusa a política fiscal de desumanizar o sistema, aferindo a “capacidade contributiva pelo rendimento na fonte e não pelo rendimento líquido dos cidadãos”. O ministério das Finanças não comenta e diz que as novas tabelas serão publicadas em data oportuna.

Em plena austeridade em cima da austeridade, há trabalhadores que vão ter cortes salariais em cima de cortes salariais.


Próximo Sábado 15h MANIFESTAÇÃO NACIONAL
Cais do Sodré – Martim Moniz – Restauradores – Stª Apolónia
Para o Terreiro do Paço


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domingo, 5 de fevereiro de 2012

11 de Fevereiro Manifestação Nacional.

Cartaz CGTP-IN. Fev 2012
 

Sábado às 15 horas, Concentrações:
Cais do Sodré – Martim Moniz – Restauradores – Stª Apolónia.
Destino: Terreiro do Paço.


(da página CGTP-IN):

Não à exploração, às desigualdades e ao empobrecimento
Outra política é possível e necessária


Estamos perante uma política de terrorismo económico e social que exige uma resposta de grande dimensão a nível nacional


O governo do PSD-CDS e o grande patronato pretendem:

Colocar o Estado ao serviço das empresas;

Pôr a segurança social a financiar os patrões para pagar menos e precariezar as relações de trabalho;

Facilitar os despedimentos e diminuir as indemnizações e o valor do subsídio de desemprego;

Flexibilizar os horários de trabalho e reduzir a retribuição;

Atacar a contratação colectiva e promover o trabalho gratuito com a redução de feriados e dias de férias.

Esta é uma política que é preciso combater. Dia 11 vamos manifestar todos os descontentamentos, protestos e indignações contra a política que rouba aos trabalhadores e ao povo ao mesmo tempo que empurra o país para o precipício.


(Divulga durante a semana a convocatória da CGTP-IN) Partilha!

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