sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

As críticas a José Afonso.


Chamaram-me a atenção para uma discussão que anda por aí por causa de um post de Eurico de Barros no blogue “Forte Apache”.

Escreveu Eurico de Barros:
“José Afonso era um defensor da revolução armada, da ditadura do proletariado e dos princípios perigosamente lunáticos da esquerda mais radical, glorificando a acção política violenta em várias das suas canções, nas quais propunha, por exemplo, “atirar aos fascistas de rajada”. Empenhou-se no PREC ao ponto de se afastar da vida musical e andou envolvido nas demenciais campanhas de “dinamização cultural” do MFA. Cantou no RALIS na noite do 11 de Março, defendeu as arbitrariedades e ilegalidades da Reforma Agrária, esteve com os pára-quedistas de Tancos no 25 de Novembro, apoiou Otelo Saraiva de Carvalho e os presos terroristas do PRP. Só para recordar, agora que se assinalam os 25 da sua morte e muita gente vai associar a palavra “liberdade” ao nome de José Afonso.”

Quando visitei o “Forte Apache” para ver o artigo, o primeiro comentário que lá estava, assinado “AMD”, tinha uma quadra do Zeca e acabava com uma frase “Cada um escolhe a barricada, tu com saudades de Salazar eu de Zeca Afonso”.

Pois. Depois do que escrevi ontem (AQUI) apetece-me perguntar: Andam a discutir o quê? E com quem?

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2 comentários:

carlos loures disse...

Basicamente, este senhor Barros, só diz verdades. Interpreta-as segundo a sua perspectiva de direita e abusa dos adjectivos «lunáticos da esquerda mais radical», os «presos terroristas do PRP» - o Zeca fez tudo isso e porque o fez, tínhamos admiração pelo homem. Mas o cantor e o compositor era também excepcional -já agora usemos também adjectivos- aos fascistas que se preocuparam com as arbitrariedades e ilegalidades do PREC e da Reforma Agrária, os crimes cometidos pela PIDE (por exemplo) nunca lhes tiraram o sono - Outros adjectivos, outros conceitos de legalidade... Falamos línguas diferentes. Provavelmente até associam a palavra "liberdade" ao nome de Salazar.

Anónimo disse...

É interessante pensar por exemplo que a direita nunca teve ninguém a cantar e versejar sobre o 28 de Maio, os embarques para as ex-colónias, as deportações para o Tarrafal, as prisões pela PIDE/DGS e a Guerra Colonial. Só para inicio de conversa!