segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Roche suspende venda de medicamentos a crédito.
Os nossos governantes falam de vergonha, por se sonhar que Portugal não paga as suas dívidas, e por isso andamos todos vestidos com a austeridade, entretanto o governo monta calotes.
A má gestão, pelo Estado, da conta corrente entre o ministério da Saúde e a Roche Farmacêutica levou ao corte de fornecimento de medicamentos a 23 hospitais. A Roche e o Estado contratualizaram como prazo de pagamento 60 dias e existem “dívidas acumuladas há mais de 500 dias, chegando a superar em alguns casos os 1.000 dias”; valores “superiores a 135 milhões de euros” mais 6 milhões de juros de mora.
A Roche cortou o crédito por o Estado não apresentar um plano de pagamento da dívida vencida, como combinado entre as partes. A primeira reacção do Ministério da Saúde foi dizer que “o SNS encontrará soluções alternativas, inclusivamente junto de outros fornecedores”; é a burla mais corrente em Portugal, deixar calotes e ir mudando de fornecedor, é também por isso e pela inoperância dos tribunais nestes casos que não há mais investimento interno e externo no nosso país.
Para azar dos chicos – espertos do ministério, a Ordem dos Médicos veio avisar que não há “substitutos válidos” aos fármacos da Roche “Não é por isso, aceitável ou tolerável o corte do fornecimento dos referidos medicamentos, que condicionará necessariamente a suspensão dos tratamentos indispensáveis”, dizem os médicos.
Agora o Infarmed diz que é, “eticamente reprovável e ilegal”, a posição da Roche. Olhem para a Grécia onde a Roche já reduziu o fornecimento e a Novartis e a Big Pharma planeiam o mesmo, estendendo esta última a outros países (incluindo Portugal) com grandes dívidas aos laboratórios.
O melhor é sentarem-se novamente à mesa das negociações e renegociarem a dívida aproveitando a abertura da Roche. Ou será que esta dívida segue o princípio de que não é para renegociar?
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