O primeiro episódio que lembro, de apostas perdidas por Francisco Louçã na promoção de independentes, foi numas eleições presidenciais. Quis candidatar uma mulher, conhecida antifascista. O PCP levantou uma história antiga e interna de dinheiros, e foi obrigado a desistir.
A seguir tivemos o caso “do Zé que fazia falta a Lisboa”. Depois de encravar anos a obra do túnel do Marquês, desentenderam-se; agradeceu a boleia até à Câmara de Lisboa, passou a auxiliar o PS e lá está. A história é recente, todos conhecem
Agora o “caso Rui Tavares” que devia andar morto por se libertar do partido e vice-versa. Para quem diz defender a unidade das esquerdas, rompe facilmente à primeira discussão. A esquerda está cheia de plantas de estufa.
Há um assunto que tinha decidido não abordar, por achar que não valia a pena, agora faz sentido.
A guerra da Nato contra a Líbia e a posição do BE no Parlamento Europeu. Dois dos três deputados do BE reconheceram o “governo” de Benghazi, numa altura em que Hilary Clinton dizia não saber quem eles eram. E o outro deputado (Rui Tavares) votou a favor da “zona de exclusão aérea”, que já se sabia, ia dar nos bombardeamentos da NATO que agora decorrem. Há 4 meses que intensificaram os ataques, atingindo zonas civis (ontem, de nove civis mortos dois eram crianças).
A NATO já veio por duas vezes pedir desculpa. Que eu saiba nem Rui Tavares nem o Bloco de Esquerda disseram nada.
A Miguel Portas, que conhece a Líbia, exigiam-se outras cautelas políticas, mas não esteve à altura. Rui Tavares não tem qualquer desculpa, não é preciso ser historiador para saber o que aconteceu no Iraque e noutros lados com a “no fly zone”. Esteve (ainda está?) ao lado da NATO na guerra do petróleo na Líbia.
Sai do BE, deveria sair do Parlamento Europeu, pois de certeza quem votou no Bloco, não foi para eleger quem defende soluções bélicas para os conflitos, ou interesses imperialistas sobre África e o mundo árabe.
O “caso Rui Tavares” é um assunto interno do BE, tenho amigos e camaradas de muitos anos no BE, e como eleitor posso dizer a Louçã que o erro de não reunir com a troika (que aqui aludi) não é nada, comparado com o apoio à NATO dado por Rui Tavares e tolerado pelo Bloco de Esquerda.
Assim não vão lá.
PS – Sobre a Líbia, há neste blog vários artigos – opiniões coincidentes com parte dos militantes e simpatizantes do BE.
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