terça-feira, 14 de junho de 2011

Privatizar a água. Passos Coelho, Berlusconi - a mesma luta.

l´Acqua Bene Comune


Na Itália, que decidiu através de referendo ser uma República, desde 1995, (ano em que houve 12 referendos, 5 dos quais aprovados) que não se conseguia quórum num referendo.

Na consulta popular que agora decorreu, referida aqui, participaram 57% dos eleitores. O governo de Berlusconi, e ele próprio que apelou à abstenção (!) perderam em toda a linha. Humilhado há pouco nas eleições municipais em que perdeu baluartes como Milão e Nápoles entre outros descalabros, Berlusconi enfrenta agora a oposição que deseja a queda do governo, e a ameaça do seu aliado Umberto Bossi, da Liga do Norte, que não quer ser arrastado na sua queda.

Da votação resultou a oposição em massa (94 a 96%) dos italianos às intenções do governo Berlusconi. Votaram contra a imunidade judicial dos governantes, o regresso da produção nuclear de energia, e a privatização da água.

Para os portugueses, que não têm centrais nucleares (e quem as defende, após Fukushima tem de aguardar melhores dias), nem tem ministros envolvidos em tribunais ou em “bunga-bungas”, o que interessa destas matérias é a privatização da água.

Sobre a intenção de Passos Coelho privatizar a água já aqui escrevi.
Sabe-se o que a Constituição protege, mas sabe-se igualmente das pressões para ultrapassar a Lei fundamental.

O ambiente criado na imprensa (berlusconizada) portuguesa, vai no sentido de que não há tempo para discutir nada, tem de se fazer o que a troika manda e o futuro governo acrescenta, depressa e sob ameaça. Isso não vai ser assim, há umas guerras concretas a travar. Em Itália a “Acqua” é um “Bene Comune”, em Portugal é um Bem Público.


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