quarta-feira, 1 de junho de 2011

Campanha do Bloco de Esquerda pelo voto útil.

be2011junho




O Bloco de Esquerda e o PCP/CDU votaram com a direita o derrube do governo. Sem a sua colaboração as eleições não estavam a decorrer, e não havia memorando da troika. Quando decidiram forçar eleições ou sabiam que íamos estar nestas condições, a dias de um eventual governo de direita ultra liberal com possível maioria parlamentar de direita, ou enganaram-se e isso justifica a sua campanha “dos aflitos” – para perder poucos deputados.

Passos Coelho só governaria com o FMI (eu escrevi-o há muito), e sabia que a instabilidade política provocada pela queda do governo, levaria ao incomportável aumento das taxas de juro dos empréstimos e à intervenção do FMI/BCE/CE.
PCP e BE não achavam inevitável a vinda da troika. Não sei o que Bloco e PCP previram, (crescer eleitoralmente?) mas é evidente que não contavam com a resistência do PS, tal como Passos, que pedia maioria absoluta, e não fez acordos pré-eleitorais com o PP – o governo que deseja.

É grave se BE e PCP derrubaram o governo apenas para mudar a liderança do PS, conduzindo ao poder do país, a facção mais extremista do neo-liberalismo que quer arrasar todos os direitos e conquistas de muitos anos.

É verdade que o pendor liberal de Sócrates promoveu muitos atentados ao Estado Social, aos direitos dos trabalhadores, etc; que houve má gestão, compadrio e o mais que estamos fartos de denunciar. Mas o BE e o PCP sabem, que tudo isso foi muito moderado se comparado com o que Passos Coelho se propõe fazer.

A campanha contra “o homem” por um governo de esquerda (com quem?) é bizantina, destina-se apenas a limitar prejuízos partidários, não é eficaz para contrariar as medidas mais nocivas da troika, e leva à abstenção da esquerda moderada.
O BE e PCP seriam úteis se levassem aqueles que pensam votar em branco ou abster-se, a votar contra um parlamento de direita, é lá a primeira frente de oposição às medidas. Isso não se consegue a bater no “ceguinho”, é a falar das situações concretas da Escola Pública, do SNS, da Segurança Social, da privatização da CGD, etc. Dizer que Sócrates e Passos Coelho pensam o mesmo sobre essas matérias é uma tolice.

O voto será útil no BE ou no PCP/CDU onde estão próximos de eleger deputados à direita; mas se a direita vier a ter uma maioria no Parlamento, mais deputado menos deputado, interessa ao próprio e à família dele.

Voto à esquerda, por uma assembleia de esquerda, sem opção que não seja engolir um sapo, … ou um jacaré.

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