Já muitos deram por isso, mas o melhor é ficar escrito para facilitar a vida aos futuros historiadores. Há uma crise financeira internacional que tem implicações graves na Europa, no Euro e em Portugal; quem o garante (agora) é uma novíssima legião de comentadores e observadores da coisa política e da economia. Novíssima porque só agora aderiram ao discurso da crise externa.
Essa legião de fazedores de opinião pública é precisamente a mesma que negava que a crise internacional tivesse reflexos significativos na nossa economia. Isto antes da data em que se conheceram os vencedores das últimas eleições. Há portanto dois momentos, um quando o governo era PS e outro quando o “governo troiko” se começou a formar.
Antes, a crise internacional era uma desculpa de Sócrates, o processo seguinte à falência do Lehman Brothres era coisa estrangeira, a situação grega e Irlandesa era deles. A falta de solidariedade da União Europeia, para com os países membros em dificuldades, era uma justificação esfarrapada para encobrir a incompetência do governo. Falar em crise internacional era motivo para ser apelidado de socretino. Como se vê era só-cretinice militante.
Agora, a legião que apoia o governo troiko, não só abusa dos mesmos argumentos de Sócrates, como vai adiantando que é muito difícil a tarefa de governar nestas circunstâncias. Dar a imagem de que só não se demitem porque ainda não tomaram posse, é tão negativa como o optimismo excessivo para criar confiança. Deprimir o povo não ajuda a baixar a despesa com medicamentos no SNS, basta a depressão natural causada pela penúria.
Já aderiram às razões da crise internacional, bem vindos. Agora tentem ser úteis exigindo uma boa governação em vez de desculparem o futuro governo pelas asneiras que ainda não teve tempo de fazer. Não estamos em bancarrota, e se lá chegarmos é com um governo troiko; troiko 1, troiko 2…!
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