terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Continua a greve na CP. Irresponsáveis!

Dia 1 não há comboios.Dez 2011


A reunião de hoje entre o sindicato dos maquinistas e a administração da CP não deu em nada, a greve continua como estava anunciada.

A greve tinha sido convocada pelo sindicato pelas razões que aqui descrevi no dia 23 de Dezembro;

O Sindicato dos Maquinistas diz que entre o que urge resolver, está “nomeadamente o cumprimento integral dos acordos de 21 de Abril e 9 de Junho de 2011, pois, ao contrário do então acordado, foram mantidos e abertos inúmeros processos disciplinares relacionados com o legítimo exercício do direito de greve, em cuja anulação, então, aquele Conselho (de Administração da CP) se comprometeu; bem como a anulação das medidas que visam restringir o exercício da actividade sindical na empresa”.

A intoxicação da comunicação social e de alguns comentadores apressados têm dado largas a indignações várias, seja por razões ideológicas, o papel dos sindicatos e de que tipo de sindicatos, seja o moralismo dos utentes prejudicados, seja a situação económica da empresa (que nunca foi gerida por nenhum maquinista). O que parece não contar é a razão da luta dos maquinistas; que a administração ceda nas reivindicações que já tinha concordado conceder.

O conselho de Administração da CP desencadeou um confronto político contra o sindicalismo. Tem obviamente o apoio do governo com quem concerta as suas operações e iniciativas, pois a administração não tem autonomia para provocar um prejuízo de 2,5 milhões de euros sem ouvir a tutela.

O sindicato dos maquinistas, que não é um sindicato de base (como eu defendo que devem ser os sindicatos de empresa), é no entanto um sindicato que tem três características muito importantes; a primeira é os trabalhadores não serem facilmente substituíveis, a segunda é possuírem o “Kit da Luta” que lhes é fornecido pelo fundo de greve para o qual descontam, a terceira é serem suficientemente unidos para fazerem paralisações com 100% de adesão.

É portanto um sindicato forte, a quem o governo está interessado em quebrar a espinha, para servir de exemplo e especialmente para facilitar a privatização; sanear financeiramente não basta, é preciso entregar a CP com trabalhadores tão meigos como o chinês que rejubila com uma malga de arroz.

O Conselho de Administração da CP é apenas um intermediário; o governo conta com a legião de serviçais na comunicação social e a ingenuidade de muita gente bem intencionada, para encaminhar o confronto para o lado da propaganda.

O governo já sabia o desfecho da reunião se nada tivesse para dar, gasta assim 2,5 milhões em propaganda irresponsável contra o sindicalismo.

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