sábado, 11 de maio de 2013

Vamos à bola.

Jogo Porto - Benfica. Mai.2013

Porto-Benfica em jogo decisivo, merece um intervalo na faina. O futebol é valorizado na nossa cultura, infelizmente mais que o Desporto; é o jogo - é do jogo.

Há noutros sítios mas sintetiza-se no futebol; o mistério do desfecho, a manifestação corporal, a matemática dos ensaios e os ajustes de palco, a cumplicidade com a plateia, a identidade com o actor, o seguimento do enredo, os bons e os maus em confronto e o desenlace, porque há sempre um desenlace – fatal como um epílogo – o remate sem bola do resultado.

Entretanto, como na vida, perdoa-se ao autor o truque e ao actor a queda e a canelada. Dá-se valor ao drible e almeja-se o lance mágico que dê golo e traga a vitória (pode ser o adversário a marcar na própria baliza – como um Portas a derrubar o seu governo), porque o que interessa é a mudança, o triunfo.

O futebol tem jogadores espetaculares que não se encontram na vida semanal das coisas comestíveis. Gente de sucesso económico nascida em berços de miséria, exemplos de uma lotaria que não andou à roda nem está à venda. 

Vê-se sorte no futebol, a rodos, a golos, até em apitos. Há lá coisa assim em outro lado.

Post Scriptum: O meu jogo foi ontem, O Desportivo de Chaves ganhou ao Académico de Viseu, para o apuramento do campeão da II Divisão. Para o jogo de hoje, servem as palavras já conhecidas do nosso treinador João Pinto, “prognósticos só no fim do jogo”. 

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2 comentários:

Augusta Clara disse...

Essa da "gente de sucesso nascida em berços de miséria" parece a conversa do Cavaco que ia pendurado no eléctrico quando era pobrezinho.
Com o futebol tens um discurso diferente do da política. Essa é boa!

Unknown disse...

Não conheço a pobreza de ver em filmes, nem numa crónica ligeira brinco com os “pobrezinhos”. Ignoras os “berços de miséria”, és ignorante de coisas que os adeptos do futebol conhecem, em todo o mundo. Não sigo a vida pessoal de ninguém, mas é impossível desconhecer, até na Selecção Nacional, as origens humildes de muitos jogadores; Ronaldo, Fábio Coentrão ( o miúdo das Caxinas) ou Dani, que conheço melhor, nascido num bairro da lata perto de mim, onde a minha mulher deu aulas 3 anos, como deu em outros semelhantes; o Bairro da estrada militar de Queluz, o Bairro dos Sinistrados de Odivelas, ou fez alfabetização (voluntária) antes e depois do 25 de Abril, do Casal Ventoso a Montelavar. Ainda namorávamos (no antes) e levávamos alunos dela pela primeira vez ao cinema. Fiz trabalho político em zonas muito humildes, conhecemos as pessoas as condições difíceis e essas coisas fazem parte de nós. Não brinques com a indecência do Cavaco nem uses termos como pobrezinhos, que é feio. Fico contente quando algum desses miúdos têm sorte na vida, gosto que sejam solidários e todos são, e não invejo nada do que possuem de riqueza.

O meu discurso político é coerente com a minha formação e propósitos, deves referir-te ao “futebol ópio do povo” uma patetice pseudomarxista; Marx referiu-se à religião, juntou-lhe o amor e a esperança que nunca é citado, é uma frase não é uma teoria não é marxismo. Não sou da religião marxista, não sigo Marx; possuo influências marxistas e outras mas Marx está morto, não está cá para interpretar a nossa realidade.

O que está subjacente à crítica do futebol como coisa alienante (o que é e não é alienante?) é uma “teoria revolucionária” que a prática demonstrou estar errada. O povo não se poder distrair da opressão porque ela endurece a luta e o conflito de classes, deu no deu, da maior repressão sairia a transformação socialista, vieram os fascismos. O quanto pior melhor trouxe a troika. Alienante, ópio do povo, foi a campanha de media que levou Passos e Cavaco ao poder, muita esquerda da treta estive nesse estádio a aplaudir.(Ainda está!)

Sobre a prática do futebol como desporto de massas e socialização dos jovens, assim como a influência do futebol profissional nela, nem perco tempo.