terça-feira, 9 de abril de 2013

Gaspar manda Estado gastar mais.

Paul Krugman Abr.2013

Despacho do ministro das Finanças congela todas as despesas dos ministérios, com algumas excepções de despesas básicas. A medida parece de poupança mas não é, parece de rigor mas não é; serve para paralizar serviços e criar dificuldades aos fornecedores privados.

Os “serviços ficam impedidos de assumir novos compromissos sem autorização prévia do Ministério das Finanças”, significa que há fornecedores do Estado que não vão receber como previam (média de 6 meses ou a 1 ano). 

Vão ficar a arder, pois os serviços do Estado não fazem encomendas depois de ter verbas, mas a contar com entrada de dinheiro que agora não virá. Mais uns calotes que decerto contribuirão para descapitalizar e encerrar empresas.

Depois, o Estado não poupa nada sendo mau pagador, ou, como agora, destruindo a confiança contratual. Todos nós, na economia real (economia real é algo capaz de atropelar qualquer economista sem ele dar conta) que fazemos orçamentos, vamos a concursos, metemos no preço dos serviços as alcavalas para maus pagadores, fazemos aquilo que se chama “Orçamentos Com Lápis Grosso”. O Estado é um bom cliente para determinados fornecedores, pagam mal mas pagam muito mais.

Os contribuintes devem saber, pois são eles que pagam, que o Estado é um grande gastador por não pagar atempadamente.

A outra vertente desgraçada da medida salazarenta de Vítor Gaspar é retirar dinheiro da economia. 

Há três dias era notícia: "O Estado italiano vai pagar 40 mil milhões de euros aos seus fornecedores privados ao longo dos próximos 12 meses para estimular o crescimento económico”. Anúncio de Mário Monti após a reunião do Conselho de Ministros italiano.

Mário Monti é neo-liberal Gaspar é neo-liberal; há aqui algo muito anormal.

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