terça-feira, 22 de outubro de 2013

Medina Carreira. Já me pronunciei sobre isso.

Europa da austeridade e do euro. Out.2013

Não vejo os programas de TV de Medina Carreira, repete-se há muito, como a maioria dos que se vão pronunciando sobre o dia-a-dia. Tenho a sensação, a cada episódio da nossa vida política de já ter escrito qualquer coisa sobre o assunto. O Déjà vu de que já me pronunciei sobre isso.

Há dois anos, em Outubro de 2011, Medina Carreira dizia que “se as despesas sociais continuarem a crescer ao ritmo dos últimos dez anos e a economia crescer ao mesmo ritmo dos últimos dez anos, em 2020 os impostos não chegam para as despesas sociais”. Já por aqui havia “denominador e numerador”; aumentar o PIB de um lado ir à despesa do Estado do outro. 

O governo, nestes dois anos, recusou olhar para o que já é consensual, que o real problema está no crescimento. O problema está nas suas políticas e na “Europa da austeridade e do Euro”.

Comentava eu aqui há dois anos:

 As medidas do Orçamento de Estado tiram razão a Medina Carreira, antes de 2020 os impostos não chegarão para cobrir as despesas sociais, não estamos “no ritmo dos últimos dez anos”. A opção recessiva do governo impede qualquer crescimento (que não seja negativo) e por consequência vai haver menos receitas de impostos, e ao mesmo tempo crescem as despesas sociais com mais desemprego e mais reformados. Reduzir o apoio social àqueles que dele precisam e baixar o valor das reformas é opção do governo, ainda envergonhada, mas subentendida na comunicação do Ministro das Finanças. 

A catástrofe anunciada por Medina Carreira é a estratégia do governo, destruir a economia para justificar a impossibilidade do Estado Social. O medo, espalhado pelo governo e a comunicação social é para que se aceite a regressão social como inevitável, desistiram do crescimento económico, tudo fazem para virar em alto risco qualquer investimento privado, e público não há.

O ministro da economia, como é visível, nada sabe da matéria e tem as prioridades trocadas. Em vez de contribuir para a criação de empregos, acrescenta meia hora de trabalho grátis por trabalhador quando o problema não é o preço hora do trabalho. Vim agora de uma indústria que reduziu a jornada em meia hora diária por falta de encomendas. Há um mercado interno que o corte abrupto do consumo vai destruir. E sei, por experiência própria, que quem fecha indústrias por causa das opções dos governos não volta a investir.

Com este governo Medina Carreira terá sucesso a propagandear gráficos catastrofistas, são o retrato da governação.
 
Escrevi isto em 2011. O retrato mantém-se.

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