terça-feira, 19 de julho de 2011

"Contas" de Passos Coelho desvalorizadas pela Comissão Europeia.

fónixJul2011


Imagine-se alguém que tenha pedido um empréstimo bancário, e a quem o banco tenha investigado a sua situação económica; vir dizer, para que o banco ouça, que está muito pior das finanças do que o banco avaliou. Não cabe na cabeça do mais fantasista. Pois é o que o nosso primeiro-ministro voltou a fazer, descredibilizando o país e as comissões técnicas do FMI, da Comissão Europeia e do BCE. Falou num desvio de 2.000 milhões quando o seu ministro das Finanças diz, como a troika, ser metade.

O “desvio colossal nas contas públicas” começou por ser uma fuga (inoportuna?) do Conselho Nacional do PSD. Depois (com as agências de rating a baixar a cotação de Portugal) vieram as costumeiras interpretações, “do que tinha sido dito”, para minimizar a argolada. A desculpa mais divertida foi a do ministro das Finanças que inventou umas palavras entre o “desvio” e “colossal” para lhe enviesar o sentido. Não serviu de nada, Passos Coelho teima na asneira.

Hoje o Diário Económico refere uma fonte comunitária, que considera “estranho” tal desvio, e afirma que “as contas do país foram escrutinadas em grande detalhe”, primeiro por uma missão da Comissão e do BCE, em Fevereiro e Março e “algumas semanas depois por uma missão de mais de 30 técnicos do FMI”. Passos Coelho, ainda não disse onde encontrou o buraco que nenhum dos rodados especialistas viu.

Um governo de gente jovem, até podia ser uma vantagem, de jovens verdes e inexperientes é um problema a somar aos problemas reais. Com mentiras para uso interno que soam como bombos nos organismos internacionais, não vão lá.

O que podemos acreditar, é que com as medidas recessivas que estão a ser impostas, e as afirmações desconexas que as acompanham, resulte um verdadeiro desvio colossal nas contas públicas. Não aparecem políticas que combatam a despesa, apenas impostos e venda de património para arranjar receitas. Os actos da governação resultam em paralisia económica, e o discurso incoerente no aumento da desconfiança, interna e externa. Assim vai o governo de Passos Coelho.

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