quinta-feira, 5 de julho de 2012

Frasquilho diz que troika devia dar mais dois anos.

Miguel Frasquilho quer mais dois anos. Jul.2012
É truque. Luís Montenegro, líder parlamentar do PSD já veio dizer que Miguel Frasquilho foi mal interpretado. O PSD no seu melhor.

Como toda a gente viu, ouviu, ou leu, Miguel Frasquilho, vice-presidente do PSD, maior partido de suporte do governo, defendeu que a troika devia flexibilizar os prazos do ajustamento financeiro do nosso país. Primeiro na TVI24, depois em declarações à Lusa.

Vindo de onde vem, do economista que esteve até agora na primeira linha da defesa do governo, nos prazos impostos pela troika que muita gente sempre disse serem irrealistas, trás água-no-bico. Mas tem de ser considerado normal, dentro da anormalidade da comunicação governamental. O PSD tem sempre alguém a dizer uma coisa e o seu contrário, ser inclusivamente a mesma pessoa nem é relevante. É um truque, é o truque.

Para o que já vai faltando a paciência, é para ouvir logo a seguir um outro dirigente do PSD dizer que não percebemos o que ouvimos. Chicos espertos a tomarem os outros por parvos.

As declarações (sic) de Luís Montenegro às televisões: “Sempre dissemos que ao governo compete cumprir as suas obrigações, que decorrem da assinatura do memorando de entendimento com a troika. Faríamos esse esforço sempre sintonizados com essa necessidade, e se eventualmente POR RAZÕES EXTERNAS (sublinhado meu) a esse esforço que compete ao governo fazer… algum dia se colocasse uma questão, ela teria de ser vista pelos nossos parceiros atendendo ao comportamento que tínhamos tipo”. Fim de citação.

Quais razões externas, maçónica criatura, o que Frasquilho disse é que “do lado da receita há um desvio orçamental considerável, pelo que dificilmente se conseguirá cumprir o défice de 4,5%”. As asneiras governativas que impedem a execução orçamental prevista são externas?

A flexibilização das metas; a necessidade de prolongamento dos prazos e mais dinheiro é algo que muitos referem há muito, licenciados e tipos que não tiveram seis meses para se licenciar, da esquerda e da direita, só o governo não quis (não quer) ver as consequências das suas políticas.

Frasquilho pede dois anos porque o PS pediu um, se amanhã alguém pedir três haverá um frascário do PSD que pedirá quatro. Se a troika não quiser dar nada, está justificada mais austeridade - é o truque.

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