segunda-feira, 30 de julho de 2012

Síria. Zona de exclusão aérea e o Bloco de Esquerda.

Doutrina do caos ameaça Síria.jul.2012
O líder da oposição síria no exterior pediu ao Ocidente que “instaure uma zona de exclusão aérea”. Também o líder curdo Abdel Sayda fez o mesmo pedido e um reforço de verbas dos “Amigos das Síria” que já terão entregue 15 milhões de dólares aos rebeldes. Com mais 145 milhões de dólares e uma zona de exclusão aérea a oposição diz que toma o poder na Síria.

Zona de exclusão aérea lembra-nos o Iraque, o Kosovo e ultimamente a Líbia, lembra também as posições políticas do Parlamento Europeu, no qual o Bloco de Esquerda (BE) teve a posição que teve.

Nesta guerra da Síria, no entanto, não parece ser só a Rússia e a China que aprenderam com o desenlace líbio. As zonas de exclusão aérea serviram sempre para o Ocidente atacar os exércitos normais e proteger os rebeldes.

É altura de recordar uma entrevista do bloquista José Manuel Pureza no Brasil, em que este realçou que “qualquer intervenção, por mais bem-intencionada que seja, é uma forma de controlo”.

O dirigente do BE falou ao Opera Mundi do “precedente inédito da autorização do uso da força contra um estado em exercício normal das suas funções”. Cito.

“Esse precedente pode ser encontrado na Resolução 1973 da ONU, relativo ao conflito líbio. Ela autorizou, além de uma zona de exclusão aérea e a imposição de um cessar-fogo, a utilização de todos os meios necessários para a protecção de civis. Essa resolução apenas serviu para que as forças da NATO bombardeassem sistematicamente as forças do governo líbio, facilitando o progresso da oposição e o derrube do governo, meses depois. E, ao contrário do previsto, foi indirectamente responsável pela morte de milhares de civis”.

No artigo titulado “Doutrina do caos”, JM Pureza diz que a “intervenção da NATO na Líbia, em 2011, não contribuiu apenas para derrubar o regime de Kadhafi, como também abriu um precedente para que questões envolvendo violações de direitos humanos, sejam usadas como desculpa para violar soberanias nacionais.
O artigo AQUI

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2 comentários:

Francisco Santos disse...

Ainda bem que o Bloco desta vez percebeu !!! a falta de coerência política trás consequências, que se pagam caro, quando da resolução que deu protesto há invasão da Líbia pelos imperialistas, deve ter custado ao bloco a perda de quase metade dos deputados....

O Barco de Sinbad disse...

A posição José Manuel Pureza é a posição do Bloco de Esquerda de sempre. Vejam a intervenção de Miguel Portas no Parlamento Europeu,em Março de 2011. http://www.esquerda.net/artigo/bloco-op%C3%B5e-se-%E2%80%9Cqualquer-interven%C3%A7%C3%A3o-militar%E2%80%9D-na-l%C3%ADbia