terça-feira, 10 de abril de 2012

Espanha atacada, cortes e recortes.

EL Gasparzinho 2. Abril 2012


O título podia ser “ralações conjuntas Portugal – Espanha”. Olhando daqui para o Estado espanhol temos uma sensação de déjà-vu. Os cortes de Rajoy, que lá se diz “recortes”, têm o recorte de um figurino já visto e na moda em Portugal.

Alguns espanhóis dizem, “vivimos a espaldas de nuestros hermanos lusos”; pois é! Para além das costas voltadas o espanhol comum “no lee u oye una noticia referida a Portugal”. Se há mais de cem dias atrás, antes de colocarem a direita no poder, tivessem ouvido e lido o que se passava em Portugal com o governo de Passos Coelho, não teriam as surpresas de agora.

Rajoy fez os impossíveis, em campanha, para nada denunciar das suas intenções, bastava (como cá “pintou” o PSD) mudar de governo para suster a pressão dos mercados. A nota de imprensa de ontem atirando 10.000 milhões de euros em cortes na saúde e na educação, em vez de acalmar os mercados fez subir os juros dos especuladores. A Espanha saltou para o olho do furacão.

Das poucas promessas do PP já deslizam as de não mexer em impostos, em não incentivar os despedimentos, ou de evitar cortes na educação e saúde. Se tudo correr tão (a)normalmente como aqui mais se seguirão nos próximos dias.

O argumentário da direita espanhola é em tudo igual ao do governo português, esperemos pela divulgação de todo o plano de reformas para comparar. Entretanto, as declarações contraditórias entre ministros, e de líderes do PP, em temas como o co-pagamento da saúde revelam o desnorte comum a governos preocupados em agradar a Bruxelas e pressionados pelos interesses privados.

Não sou bruxo, mas em Espanha acreditam que “los hay”, portanto, se Rajoy disse que não ia tocar no IVA e nas pensões, preparem-se; Passos Coelho também jurou o mesmo que Rajoy e até disse que mexer no 13º mês era um disparate.

Aqui vamos de disparate em disparate, em Espanha para lá caminham. Penso que temos uma coisa em comum perceptível mesmo de costas voltadas, dois primeiros-ministros que vão mentir sem parar.

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