domingo, 22 de abril de 2012

Misericórdias com gestão duvidosa e falta de dinheiro.

A gestão das Misericórdias é de pôr os cabelos em pé.Abr.2012
A gestão das Misericórdias é de pôr os cabelos em pé


Será verdade que as Misericórdias, que dizem ter falta de dinheiro, vão “comprar um BMW topo de gama que custa mais de 70 mil euros para o Dr. Carlos Andrade” do secretariado nacional da União das Misericórdias Portuguesas” (UMP)?

Vamos por partes. Realizou-se ontem uma assembleia-geral da UMP, em Fátima, após a qual o seu presidente Manuel Lemos, acusou o governo de “não pagar dívidas às Misericórdias”, entre “35 a 40 milhões” segundo disse, (este arredondamento de 5 milhões de euros para cima ou para baixo é significativo sobre o conhecimento das contas das Misericórdias pelos próprios responsáveis).

O ministro da Saúde, no Parlamento, já tinha dito; “Não há verba para pagar às Misericórdias e não podemos contratar novos serviços”. É o dossier dos “cuidados continuados”, um horizonte para a Igreja que esbarra nas medidas de austeridade, um negócio contraditório, oportunidade versos dificuldade.

A troika caiu do céu para a Igreja. Em Junho do ano passado D. José Policarpo lembrava que “um dos canais que também o Estado tem com pouca despesa de estrutura, de ajudar, é servir-se das instituições da Igreja”, mas as previsões de chuva de Maná transformaram-se em chuviscos e agora a seca ameaça.

Um estudo da Universidade Católica dizia, ainda no tempo do governo anterior, que 60% das receitas das IPSS ligadas à Igreja vêm do Estado. Hoje será mais devido à proximidade do governo e do ministro da Caridade, com a holding católica.

O Estado não controla o destino do dinheiro entregue às instituições da Igreja, são gente de bem, e as populações nem acreditam nos muitos desvios anunciados pelo país, para elas também são todos gente de bem. O que se vai sabendo vem de dentro e é preocupante – ver site u-misericordias (artigos e comentários) – aí está o BMW, uma quinta doada avaliada em 60 milhões de euros, vendida pela UMP não se sabe a quem, saldo de contas (passivo de 9,8 milhões de euros) sem apresentar balanço e o mais que lá se pode ler.

Como o Tribunal de Contas não verifica a actividade deste Grande Instituto que é a Igreja Católica, solicita-se aos seus responsáveis mais transparência e vida menos faustosa – este país está em “risco de colapso social” como dizem os senhores bispos, procedam como pregam ou pelo menos não tenham uma conduta contrária à doutrina que propagam.

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