terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Afinal vai haver mais austeridade ou não? Défice há.

Buracos.Jan 2012


O governo fez publicar ontem no DN, que não consegue para 2012 o défice acordado com a troika, será de 5,4 e não 4,5% do PIB. Ontem o governo estava “a trabalhar num cenário de medidas adicionais para este ano”, (DN), hoje “uma fonte oficial do executivo garante que o desvio não será tapado com mais austeridade” (jornal i). ontem tinha “um problema de comunicação”, hoje teria o problema de comunicação resolvido.

Percebe-se o que o governo pretendia e foi ensaiado, pelo silêncio, em vários órgãos; secundarizar as dificuldades da execução orçamental. Lá mais para a frente quando surgisse a necessidade de mais medidas de austeridade, a “legião jornaleira” lembraria que já em Janeiro o governo tinha “comunicado” aos portugueses que “a execução orçamental se tinha tornado ligeiramente mais difícil”. Só há um problema, é dia de debate na Assembleia da República, não há como esconder a coisa. Por isso, a RTP veio falar (agora) em possível austeridade. Em que ficamos?

Para já a ordem é baralhar. A política de “comunicação” do governo nem é sofisticada, apenas controla os órgãos de comunicação social; foi esta a forma como os partidários de Pinochet voltaram ao poder no Chile poucos anos volvidos sobre a restauração da democracia.

Não é fácil combater a intoxicação mediática, a manipulação de notícias e a contra-informação policial, num país em que a oposição não possui qualquer meio informativo de grande difusão. Só resta a luta de quem sofre as consequências das políticas do governo, e a denúncia das maneiras como os portugueses estão a ser burlados.

A “nota interna” que o governo ontem divulgou tem várias semanas, esperou por montar várias manobras de diversão para a difundir. A clássica é fazer burburinho à volta do nome de Sócrates – já se sabe que se Sócrates aparece a despropósito há bernarda a anunciar pelo governo; é lamentável o número de pessoas informadas, que por não gostarem do anterior governo se deixam ludibriar por este. Mas é o que temos – vistas embaciadas.

(Para ver últimos posts clicar em – página inicial)

Sem comentários: