terça-feira, 3 de janeiro de 2012

BPN. Supremo condena todos nós a pagar a padres burlados.

oclarinet.blogspot.com Jan 2012

Ele há coisas do Diabo, ou como dizia uma senhora muito educada da minha família “COISAS DO CARVALHO”! Um burlão de nome Manuel Gordo, que chegou por vias imagináveis a gestor do BPN, recebeu entre 2004 e 2005, em cheques e dinheiro vivo, das mãos de um, decerto inocente padre “missionário da Consolata”, avultadas verbas para aplicações de alta rentabilidade, como lhe prometeu o bancário.

O padre, anjinho como os anjinhos do BPP, não achou estranho os juros elevados, e andou todo o tempo agradado por nem precisar de se deslocar ao banco, pois o gestor, o Gordo, ia-lhe a casa buscar as notas, as moedas e os cheques, para investir em seu nome. No BPN, como se sabe, este serviço porta a porta era apanágio da instituição.

Das mãos do padre com gula, para as do guloso do Manuel Gordo, passaram 3,584 milhões de euros (não vale a pena interrogarmo-nos donde veio tanto dinheiro) só que, e aí começam os nossos problemas, o gestor do BPN, como outros gestores do BPN, geria outras coisas para além do banco. Jogou o dinheiro do padre, que era do Instituto Missionário, em aplicações na bolsa, e perdeu. Diz ele, e convenceu os tribunais disso.

Quando o Instituto Missionário da Consolata quis saber em quanto se tinham multiplicado os depósitos, (tivemos dois bancos que faziam com notas o que dizem que Jesus fez com pães) descobriu-se a trapaça, e “Ai meu Deus”, o Manuel Gordo sujeitou-se à Justiça. Foi condenado em 2008 por burla e falsificação de documentos a quatro anos e meio de cadeia com pena suspensa.

Como os padres não viram maquia nenhuma, “Ai meu Deus”, apelaram ao Supremo, não ao Supremo a Quem se apela com rezas, mas ao Supremo da Justiça dos Homens, porque, “Ai meu Deus”, quando toca a dinheirinho os milagres só se fazem na Terra.

Vai daí, a Justiça suprema nacional, decidiu que éramos todos nós, portugueses, que tínhamos de ressarcir os anjinhos dos padres burlados. Portanto, meus caros; juntem mais 3,584 milhões de euros ao prejuízo do BPN, e nem se interroguem porque não sabem nada de nada do julgamento do caso BPN, é mais um milagre inexplicável.

Isto não fica por aqui, com base na jurisprudência deste caso, ainda vamos ver filas de padres a exigir a devolução do dinheiro das cautelas brancas da lotaria, digo eu que não percebo nada da Justiça. Mas alguém percebe? “Ai meu Deus”, e nós a arder…

(Para ver últimos posts clicar em – página inicial)

1 comentário:

clara castilho disse...

Se isto fosse só literatura, tirava o chapéu de tão bem escrito que está. O pior é que é para chorar ... ou...