terça-feira, 3 de janeiro de 2012

As secretas e a manipulação de relatórios pelo PSD.

À porta fechada. Jan 2011


“PSD apaga de relatórios sobre as secretas alegadas ligações das chefias à Maçonaria”. Diz o “Público” num artigo assinado por Maria José Oliveira. O relatório feito pela deputada Teresa Leal Coelho, vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, que traduz as audições realizadas no parlamento, à porta fechada, sofreu cortes e foram apagadas páginas.

Recorde-se que em Julho o Expresso noticiava “Fugas de informação nos serviços secretos”; “Ex-director terá passado informação à Ongoing antes de ser contratado”; “Jorge Silva Carvalho (o ex-director) assessora a administração da Ongoing com mais dois ex-espiões”. Depois houve o caso “lista de compras” que eram os contactos telefónicos do jornalista Nuno Simas (no período em que escreveu para o Público), e o registo criminal de um empresário madeirense obtido dos serviços para uso particular. No último Expresso diz-se que “Limpeza nas secretas reforça Silva Carvalho”, que, note-se, já não é funcionário dos serviços secretos. O que o Expresso diz é gravíssimo, acusa a reestruturação feita há duas semanas de “afastar os que, de alguma forma, criticaram a instrumentalização dos serviços”.

Agora veio a saber-se pelo bom jornalismo, que o PSD procedeu à manipulação do relatório parlamentar original, indo levar a debate um documento truncado à sua maneira.

Obviamente que os grupos parlamentares da oposição não deixarão de criar um ponto prévio nesse debate para discutirem o que vão discutir. Um relatório censurado ou o que de facto se passou na audição parlamentar à porta fechada.

O título do Público é chamativo, a secreta Maçonaria e a secreta “secreta” espevitam a curiosidade, mas o importante politicamente são os outros cortes do lápis azul dos “laranjas”. As guerras entre os ramos maçónicos anulam o oculto dessa sociedade, cada dia com mais semelhanças com a praxis mafiosa.

Sabe-se assim o que o PSD quer encobrir para além das “ligações de titulares de cargos de chefia e de direcção da intelligence à Maçonaria”. Da lista das citações eliminadas realço terem apagado a página com as “notícias sobre a actuação de Silva Carvalho antes e depois de abandonar o SIED”, ou sobre a “lista de compras” do jornalista Nuno Simas (o processo está no DIAP).

O artigo termina com o seguinte período, «Mais excertos foram apagados da segunda versão apresentada pelo PSD. Nomeadamente o “pressuposto” de que os serviços estão “sujeitos a perturbações” durante as mudanças de Governo; a referencia de que a Ongoing não integra “o elenco das empresas de interesse estratégico” (com as quais os serviços colaboram); as “críticas” sobre as relações que os funcionários das “secretas” mantêm com os serviços depois de iniciarem funções no sector privado, e os “indícios” de que Silva Carvalho continuou a ter “relações privilegiadas” com funcionários da intelligence já depois de ter saído do SIED». O que pretende o PSD?

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