domingo, 15 de janeiro de 2012

Sondagem. 64% Contra actuação do governo Passos Coelho.

Reflexos. Jan 2012


Contrariando a percepção geral de quem fala com portugueses e os ouve; na rua, nos mercados, nos locais de trabalho etc., têm saído umas sondagens na comunicação social, que sugerem o apoio da maioria dos portugueses às medidas do governo PSD/CDS, a última dava subida de intenções de voto no PSD. Tem surpreendido muita gente, e sido razão para primeiras páginas nos jornais e relevo nas televisões. Há até, quem por causa dessas sondagens, se interrogue se os neurónios dos entrevistados não estarão chantados, e por isso, incapazes de tremeluzirem a comunicação cerebral. Um case study pela singularidade entre os países em crise.

Um dos jornais que tem pago e divulgado essas sondagens é o Expresso. Pois o Expresso desta semana, cita uma outra sondagem, não na primeira página, mas no interior do caderno de economia, com o título “38% dos portugueses querem regressar ao escudo” que diz a determinada altura o seguinte: “Sem surpresa, entre os países abrangidos por este inquérito, são os gregos que pior classificam a atuação do seu governo em relação à crise da dívida soberana europeia: 79% consideram-na má ou mesmo muito má. Seguem-se Espanha (78%), Itália (75%) e Portugal (64%), tudo Estados com uma situação financeira vulnerável e que já adoptaram pacotes de austeridade”.

O inquérito é da GfK (Investment Barometer) uma das maiores empresas de pesquisa do mundo. De realçar que o Expresso escreve “sem surpresas” (!) – o que deixará mais sossegados os que se surpreendem pelas sondagens de primeira página do Expresso.

As perguntas do inquérito serão diferentes, provavelmente a GfK ligou para telemóveis e não para telefones fixos, decerto isto e talvez aquilo. A mim ninguém me convence que os portugueses (64%) que dizem ser a actuação do governo má ou muito má em relação à crise da dívida, compensem essa certeza com o apoio à actuação do governo Passos/Portas naquilo que melhor sentem, a austeridade.

Já agora, logo abaixo dos portugueses, também 63% dos alemães consideram má ou muito má a gestão da crise por Angela Merkel, e 56% dos franceses acham o mesmo de Nicolas Sarkozy, isto antes de a França ter perdido a cotação AAA. Cada um acredite no que quiser mas poupem-nos aos barretes.

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1 comentário:

carlos loures disse...

Todos sabemos que as sondagens dizem o que o cliente quer. Se o universo considerado é inquirido, no exterior de uma igreja, à saída da missa - o resultado pode ser próximo dos 100% de católicos, se for à porta do McDonalds, dará 100% de apreciadores de hambúrgueres...
O apoio às medidas deste executivo? Talvez à porta da sede do PSD se colham percentagens favoráveis a essa gente.