quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A Al-Qaeda obteve na Líbia mísseis terra-ar. Receiam-se ataques à aviação civil.

oclarinetSet2011



Sumiram da Líbia grande parte dos mais de 20.000 mísseis terra – ar, portáteis, que estavam nos arsenais militares. Mercado negro e Al-Qaeda terão sido os seus destinos.

Um “efeito colateral” da guerra da Líbia, patrocinada pela NATO, pode vir a ser boa parte de África, e não só, vir a ser considerada zona de exclusão aérea para voos civis. O alarme tem sido lançado por líderes políticos, membros de ONGs, especialistas em estratégia e na “luta anti-terrorista”, militares e civis.

Agora (TSF) foi o presidente da Mauritânia a chamar a atenção para o facto da Al-Qaeda se ter armado fortemente na Líbia. Era uma preocupação dos serviços estratégicos ocidentais, anterior à participação da NATO no conflito Líbio. A presença de elementos da Al-Qaeda nas forças rebeldes de Benghazi, já foi aqui abordada, em Março.

A União Europeia foi informada pelo governo líbio, em Fevereiro, de que a Al-Qaeda tinha estabelecido um emirato islâmico em Derna, cidade de maior recrutamento de extremistas islâmicos, situada na região (Cirenaica) controlada pelos revoltosos.

Foi filmado e fotografado por jornalistas, em Benghazi, o assalto aos arsenais e a exibição, entre outras armas, de mísseis terra – ar, entretanto desaparecidos das imagens. Os figurantes televisivos continuaram a dar tiros para o ar usando várias armas, mas os mísseis, pelo seu valor no mercado negro e a procura por extremistas, abalaram. O que se passou em Benghazi repetiu-se pelo resto do país, de cada vez que os bombardeamentos da NATO permitiram o avanço dos insurgentes, aconteceu o assalto (sem controlo) aos depósitos de armamento.

O fornecimento de armas pela França, violando a resolução 1973 do CS da ONU, agravou a situação. Os ministros do interior da União Europeia reunidos em Junho, com a directora de Segurança Nacional dos EUA, Janet Napolitano, disseram através do espanhol Perez Rubalcaba, que as armas líbias traficadas estariam a ir para uma organização do norte de África.

Rubalcaba referia-se à AQMI (AQIM) Al-Qaeda do Magreb Islâmico, (a desenvolver em futuro post) que é uma preocupação da União Africana e particularmente dos países do Sahel (Mauritânia, Mali, Argélia e Níger) que têm exércitos da AQMI nos seus territórios. O presidente do Chade disse ao Jeune Afrique que a Al-Qaeda do Magreb Islâmico está a tornar-se um verdadeiro exército, dos mais bem equipados da região.

A Europa é um objectivo da AQMI, mas por agora basta pensar que o receio de voar pode passar do medo das alturas, para o medo da altura – da altura em que a Al-Qaeda resolva usar um dos mísseis que possui.

PS : Segundo noticia o jornal Público, os rebeldes pediram a Cameron e Sarkozy mais armas. A irresponsabilidade do "ocidente" não terá limites?


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