domingo, 25 de setembro de 2011

Eleições na Madeira. A campanha.


 (Manifestação de 23 Setembro 2011)

As principais ajudas a João Jardim vêm das polémicas. A campanha para as legislativas regionais de 9 de Outubro na Madeira começou oficialmente hoje, para a oposição, pois o Governo Regional de João Jardim já há muito se desdobra em inaugurações para mostrar obra feita.

Estas eleições terão a maior participação partidária de sempre desde o 25 de Abril, nove organizações políticas para disputar o voto de aproximadamente 256 mil eleitores. A oposição quer contrariar as consecutivas maiorias absolutas do PSD, a última com 64,5%, mas não vai ser fácil.

Há um abismo entre os meios de campanha na posse do actual governante e os da oposição, sejam dos interesses privados protegidos do Governo Regional, sejam dos servidores e serviços públicos dependentes de João Jardim. A máquina do Estado é usada em todo o país pelos detentores do poder local, na Madeira ainda é mais evidente.

Há controlo directo de imprensa regional pelo actual poder e a pressão política sobre editores e jornalistas, que passa inclusive por patente auto censura de alguns meios de comunicação simpatizantes do PSD, que veriam com bons olhos a saída de Jardim, mas dão primazia aos interesses partidários.

A polémica sobre as contas escondidas e do buraco da Madeira não terá efeito significativo sobre a votação; nenhum eleitor sentiu qualquer consequência, e aliás, todas as forças partidárias, da esquerda e da direita, escondem (agora) essas consequências dos eleitores madeirenses.

O que se vê nas televisões é apenas João Jardim, nenhum outro candidato tem direito a tempo de antena. No continente, onde Jardim “não manda”, manda quem quer apoiar o PSD – Madeira, e quem, não querendo ajudar, só mostrando Jardim, objectivamente lhe faz o jogo.

João Jardim coloca os madeirenses contra os continentais desde sempre, é o “inimigo” histórico inventado para juntar os ilhéus ao seu redor, quando aqui se põe os portugueses do continente contra os madeirenses, faz-se um especial favor à táctica do João Jardim, dá-se votos para a sua próxima maioria absoluta.

A maioria dos madeirenses desconhece o resultado para o seu futuro da governação irresponsável de Jardim, mas alguns já sentem, como os trabalhadores da construtora Tâmega, que não recebem vencimentos depois de trabalharem noite e dia para acabarem obras a inaugurar nesta campanha.

Vi-os uma vez na televisão, se aparecessem mais e mais vezes talvez houvesse alterações, assim, não me parece.

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