sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Austeridade para quê? Cortes na Saúde, Educação e Prestações Sociais
Como se sabe o nível da austeridade tem como fundamento resolvermos o problema da dívida, O ministro Vítor Gaspar aquando da apresentação do “Documento de Estratégia Orçamental” (DEC) disse que íamos passar mal, mas era necessário para estarmos bem em 2015. Muitos portugueses estão convencidos disso mesmo, fazemos o esforço colectivo de andar uns anos na penúria, para ver o sol nascer no horizonte de 2015.
Poucos terão lido o DEC mas o socialista António Costa leu, e no programa “A Quadratura do Circulo” da SIC Notícias, divulgou uns dados (Pág.56 quadro III.9) interessantes. A evolução da dívida nos cinco anos 2010/2015 não é a que os portugueses mais optimistas acreditam. A dívida que foi em 2010 de 92.9%, (percentagem do PIB) em 2011 de 100.8%,será em 2015 de 101.8%. Segundo o DEC/Fonte Ministério das Finanças, disponível na Internet. Será portanto maior que a que existe hoje, previsão do próprio governo; anda por aqui uma contradição entre o que nos é dito e a realidade. Em 2015 não há sol algum em relação à Dívida, e o resto dos dados do quadro das contas públicas é uma desgraça. O melhor é lerem para não haver surpresas.
O ministro das Finanças foi fazer sono à Comissão parlamentar respectiva, não adiantando nada ao que o Jornal Público publica hoje. Os cortes são nas áreas da Segurança Social; Educação, Ciência e Ensino Superior e na Saúde. O efeito da maioria dessas medidas para os portugueses, e a economia, serão tremendos, considerando a “poupança” de 1.521,9 milhões de euros. Esse impacto terá de se ir medindo e denunciando a cada medida específica.
Os cortes nas gorduras do Estado ainda não foram desta vez anunciados. Confirma-se que as medidas vão além das exigências da troika, provocando ainda maior desequilíbrio entre a necessidade de austeridade e a recessão que provoca. O governo está conscientemente a criar uma recessão mais profunda que a que o FMI dava como adquirida.
A Grécia não vai cumprir a meta do défice devido à recessão fomentada pela austeridade; há sinais a nível europeu e mundial de retracção económica, e o nosso governo não tem uma medida ou ideia sobre como fazer a economia crescer. A única certeza que temos é que a cada desvio imaginado o governo “agirá por antecipação”, ou seja, aumentará mais impostos ou cortará em benefícios.
Foi nisto que votaram quando votaram nestes?
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