domingo, 11 de setembro de 2011

A ocupação Líbia ocupa diferentemente o BE.

Subsarianos na LíbiaSet2011


O dirigente do Bloco de Esquerda José Manuel Pureza criticou ontem em Coimbra o governo por alinhar na ocupação febril do território líbio, e Paulo Portas por considerar a Líbia uma “terra das novas oportunidades”. “Essa é a linguagem duma verdadeira ocupação colonial”, afirmou o dirigente do BE.

José Manuel Pureza considerou “que o que está a acontecer na Líbia é uma luta tribal e a NATO decidiu tomar partido nessa luta. O que vem a seguir não é, necessariamente nem seguramente, a democracia, é um reajustamento das posições entre as tribos”.

Não será apenas isso mas é também isso, em minha opinião, expressa em devido tempo. A dúvida que suscitam as palavras de José Manuel Pureza, é se esta posição política em relação à guerra da Líbia é de agora ou já a tinha quando os deputados europeus do seu partido reconheceram o CNT ou até apoiaram a intervenção militar da NATO, votando a favor na zona de exclusão aérea, que já sabiam da experiência do Iraque, levaria ao incumprimento da resolução da ONU.

O que diz hoje José Manuel Pureza dizia muita gente no início do conflito; escrevi-o há seis meses aqui e noutro blogue, antes do BE apoiar a intervenção da “Coligação Ocidental”. Aliás, além de não ter ouvido José Manuel Pureza pronunciar-se na altura certa, também não vi o BE dizer nada sobre os “danos colaterais” dos bombardeamentos sobre civis, ou a perseguição e assassínio dos trabalhadores subsarianos e naturais da Líbia, apenas por terem a pele negra.

Há posições políticas que mais vale virem tarde que não chegarem nunca, neste caso pouco adiantam, percebe-se que há várias linhas no BE, que vão desde a recusa do neo-colonialismo, à defesa das teses da Casa Branca, o que é demasiado abrangente e contraditório para uma organização partidária.

A propósito, gostaria de saber qual a posição de José Manuel Pureza sobre o caso da Síria, uma vez que já é possível ler no “Esquerda-Net” um outro dirigente do BE a preparar a opinião pública para uma intervenção estrangeira nesse país.

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