segunda-feira, 13 de junho de 2011

Fernando Pessoa - poema.

PessoaVascoJun2011
Tomámos a Vila depois dum intenso bombardeamento

A criança loura
Jaz no meio da rua
Tem as tripas de fora
E por uma corda sua
Um comboio que ignora.

A cara está um feixe
De sangue e de nada.
Luz um pequeno peixe
-Dos que bóiam nas banheiras –
À beira da estrada.

Cai sobre a estrada o escuro.
Longe, ainda uma luz doura
A criação do futuro…

E o da criança loura?

Fernando Pessoa

3 comentários:

Pedro Godinho disse...

Sopro a sopro, a palheta de O Clarinet vai-se dando o tom.

Pedro Godinho disse...

"...vai-se..." ?!, desculpem lá a asneira. É da síndrome de lucky luke: o pensamento que escreve mais rápido que o teclado.

Sopro a sopro, a palheta de O Clarinet vai dando o tom.

clara castilho disse...

E bem afinado...