segunda-feira, 11 de abril de 2011

Fernando Nobre; pilar da cidadania tinha pés de barro

Qualquer cidadão pode aderir ou candidatar-se por um partido, ninguém tem nada com isso. Quando esse cidadão só tem como imagem na política, o facto de ser obstinadamente contra os partidos, é feio. Se esse cidadão juntou milhares de outros cidadãos convencendo-os de que era genuinamente contra os partidos, e em seguida concorre por um partido, é condenável.
Acabei de ver no “Jornal da Noite” da RTP1, a entrevista de Fernando Nobre a Judite de Sousa na campanha presidencial. À pergunta se “aceitaria a proposta de algum partido para ser eleito deputado”. Respondeu, “categoricamente não!”
O, categoricamente não! De há poucos meses, com o aceitar agora, define a categoria da personagem. Por isso anda tanta gente a acusá-lo de traição, tantos que no Facebook já retirou a página de comentários
A mim nunca me enganou, escrevi sobre “o verdadeiro independente” em Fevereiro, sobre a apregoada supremacia moral dos que nunca tiveram partido e outros populismos. Agora já nem interessam argumentos tais são as evidências.
Depois de ter dado apoio a candidaturas partidárias, desde Durão Barroso e António Capucho a Mário Soares e ao Bloco de Esquerda, não é surpresa que esteja com a direcção mais ultra liberal do PSD, estaria com outras linhas políticas, com ideias contrárias, o que interessa é o cargo. É uma lição para aqueles que acreditam que em política, o desconhecido é uma vantagem.

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