PCP, Bloco de Esquerda e o partido “Os Verdes” recusaram encontrar-se com a delegação da “troika” (FMI, CE, BCE). Iniciaram-se as negociações mas é bom que se saiba que os remédios prescritos não são negociáveis. A forma de os tomar, e o número de tomas, no tempo em que durar o tratamento é que pode eventualmente sofrer alteração. Os partidos à esquerda do PS não foram impedidos de discutir o grau das medidas de austeridade com os negociadores internacionais, simplesmente não quiseram. O BE diz que não há nenhumas negociações, mas “espera que o governo cumpra o seu compromisso de informação aos partidos sobre as negociações em curso” (!?). O PCP também coloca a “exigência de informação” e acrescenta que tem alternativas como a “renegociação da dívida externa (prazos, juros e montantes) a diversificação das fontes de financiamento” etc. O PCP devia saber que negociações e renegociações de dividas são com os credores, e não com os cidadãos como eu que lêem os seus comunicados.
O que se passa na vida dos nossos partidos parlamentares é caricato, andam tão preocupados com a imagem que estragam todos os dias a pintura; a boa imagem constrói-se com discursos coerentes e não com a desassossego nervoso de querer ficar bem no retrato, sai quase sempre tremido.
À troika só lhe restou ouvir os outros partidos, e desses até agora temos que o PSD não sugeriu medidas na reunião com a troika, (nem os negociadores têm um saca-rolhas capaz de tirar uma ideia ao PSD) e segundo Paulo Portas o CDS sublinhou a necessidade de manter o apoio aos mais pobres. A Intersindical e a UGT tiveram a coragem de ir “dizer na cara” da delegação as preocupações dos trabalhadores que representam, e do PS nada se sabe; apenas que lhe querem entregar o ónus da negociação, o que tanto pode ser mau como uma enorme vantagem eleitoral.
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