sábado, 30 de abril de 2011

Pai emocionado em parto complicado.

Seria normal que o nervoso miudinho de um progenitor perante um parto difícil, no fim do trabalho estivesse abalado e desse largas à comoção. Eduardo Catroga que hoje (finalmente) entregou a sua gestação para adopção pelo PSD cumpriu a cena de fazer uma fita.
Ao jornal “Expresso” tinha declarado que “as gerações mais jovens deviam pôr este governo em tribunal”. Num país em que a Justiça deviam estar no banco dos réus, quem julgaria o governo? E porquê só este governo? É verdade que com o entupimento dos tribunais enquanto se julgava este governo não se julgavam os anteriores do PSD e do PS, os de coligação e de iniciativa presidencial, são todos eles e as oposições a condizer, que abriram caminho para a situação em que nos encontramos.
E Catroga sabe que os de Cavaco Silva, incluindo quando ele (Catroga) teve responsabilidades governativas, têm imensas culpas no cartório. São erros acumulados (sabemos hoje) durante décadas, que aumentaram os desequilíbrios da nossa sociedade ou não os souberam corrigir.
 O que preocupa é ver que os falhados do passado são chamados a fazer outra vez os programas para o futuro. E quando não redigem os projectos, andam por aí a influenciar, a espalhar a sabedoria que não provaram ter quando governaram; quase todos os ex ministros querem governar por fora quando foram incapazes de o fazer nos governos, de Augusto Mateus a Daniel Beça, de Pina Moura a Mira Amaral, etc; em duetos e mesas redondas, através de manifestos ou jantares, não saem de cena, é o vício do palco.
Não gostei de ouvir Eduardo Catroga choramingar que há uma geração que não deixou o país melhor para os jovens, qual geração? A geração que tem os filhos “à rasca”, ou a governação e os apêndices da governação, da geração que tem os filhos “à rasca”? Os da geração que trabalhou, poupou e progrediu ou da geração que nada fez, gastou à farta e atrasou o país. É que somos todos da mesma idade mas desempenhámos papéis diferentes.

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