segunda-feira, 18 de abril de 2011

Ordem dos médicos contra vinda de médicos estrangeiros.

Faltam médicos no Serviço Nacional de Saúde, a maior carência é na especialidade de medicina familiar. Segundo a ministra da Saúde haverá cerca de 500 mil utentes sem médico de família. O fornecimento lento de novos clínicos pelas universidades, vai demorar a colmatar as necessidades.
É sabida a razão desta carência; durante anos a própria Ordem contribuiu para dificultar o acesso ao estudo da medicina, mesmo agora reagem negativamente à criação de novos cursos. Jovens portugueses têm de ir estudar medicina para o estrangeiro. A somar à situação criada pela Ordem dos Médicos e os sucessivos governos, que não planearam a formação, houve nos últimos tempos um grande número de reformas, umas precoces outras por limite de idade. O suporte por parte do Estado da medicina privada fez o resto.
O facto é que não há médicos, ou não chegam aos serviços de saúde públicos.
Não devia ser admissível contratar médicos estrangeiros mas é inevitável, na perspectiva dos utentes que têm direito a ter cuidados de saúde familiar.
Não se concebe a oposição da Ordem dos Médicos ao contrato de estrangeiros quando sabem que há doentes sem médico. O argumento da falta de preparação para o exercício da medicina não colhe, se servem para os doentes dos seus países, e os cursos que têm são reconhecidos pelas nossas universidades, e pela OMS, servem para os nossos doentes. O não conhecimento do funcionamento do nosso SNS até pode ser uma vantagem para os utentes, vêm sem vícios. Já tive uma médica de família que só atendia os doentes do Centro de Saúde, depois de despachar todos os delegados de propaganda médica que aí a visitavam; o tempo para as consultas no seu consultório particular era demasiado valioso para ser ocupado nos negócios com os laboratórios.
Agora vieram 42 médicos colombianos, que venham mais até suprir as necessidades dos utentes da saúde.
A Ordem dos Médicos devia estar a defender o Serviço Nacional de Saúde e não a arranjar argumentos para levar mais portugueses para a medicina privada, que não podem pagar, nem o Estado continuar a pagar por eles.


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