quinta-feira, 14 de abril de 2011

Vermo-nos gregos. Já se começa a ver o significado.

A ajuda à Grécia esteve dependente das eleições regionais na Alemanha, aqui também. Agora são os finlandeses que vão a votos no domingo, e quase metade deles põe em causa a sua participação no auxílio a Portugal. Apoiar a Grécia ou Portugal ou a Irlanda, tem sido bandeira de campanha eleitoral nos países onde há eleições. Populismo fácil, por um lado, mas também compreensível, na medida em que parte da riqueza criada nas economias mais prosperas, acaba por ser canalizada para países que têm usado mal os fundos estruturais. Também aqui, quando foi de juntar o dinheiro para ajudar a Grécia, havia muito boa gente a opor-se.
O Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira não funciona em termos de um ou outro país, mas da situação na zona euro. O risco de findar o projecto europeu é uma realidade. O facto de os juros da dívida espanhola também terem hoje disparado é um sinal que os problemas podem não findar em Portugal.
O que inquieta mais que o alarido trágico/mediático que deixa todos alarmados, é perceber-se como de um dia para o outro, os juros das dívidas sofrem aumentos exponenciais. Bastou o ministro das finanças alemão Wolfgang Schauble dizer numa entrevista que a Grécia terá de reestruturar a dívida, para os especuladores agravarem os juros, já antes Merkel vinha dizendo que os credores terão de assumir algumas perdas; e perda não é o negócio dos mercados.
Para além das eleições dos outros, temos as nossas. Cá, manda a campanha eleitoral que os partidos dêem a imagem de que não se entendem, mesmo que essa imagem agrave a situação do país, e que em substância não corresponda à verdade, pelo menos no que toca à necessidade de financiamento da nossa economia.
O que parece contar pouco externa e internamente é o trabalho. Enriquece-se e empobrece-se independentemente de trabalhar muito ou pouco, bem ou mal. O trabalho não está desvalorizado, deixou simplesmente de ser moeda corrente.

Sem comentários: