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terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Europa dá mais tempo a Portugal – e depois?
Comissão Europeia e Eurogrupo vão “explorar a questão” da extensão da maturidade do empréstimo a Portugal. É porque nos portámos bem, ou porque pensam que assim recebem? O empobrecimento forçado tem limites.
Portugal não consegue pagar os juros da dívida (já serão cerca de 8.000 milhões) e os empréstimos nos prazos acordados, já se sabia - sabiam eles (credores) e nós; a espiral recessiva a que eles e o governo nos estão a sujeitar, a isso obriga. Desempregados não criam riqueza e sem dinheiro não se pagam dívidas; pagar dívidas com dinheiro emprestado é uma forma de ir enriquecendo os agiotas.
É com agiotas que Portugal lida, como lidaram os países da América Latina, entre outros; prolongar os prazos é uma das medidas que vão ser aceites, também perdoarão parte da dívida e dos juros, se tal for necessário. O preço dos empréstimos já tem integrado riscos ou perdas eventuais.
O papel do FMI sempre foi garantir que os países pagam, pagam mais com governos “bem comportados”, pagam menos quando os governos têm experiência ao nível de um micro-empresário. Negociar empréstimos faz toda a gente a toda a hora, como este governo faz, só cá e agora.
O governo mentiu. Já nem tem importância. No que a oposição devia matutar é no nível de empobrecimento e de destruição do Estado e da economia.
A fase de denúncia da incompetência do governo já lá vai, anda por aí nas redes sociais e na boca de todos de todos os quadrantes, agora cabe à oposição (paga pelos contribuintes) e aos portugueses mudar as coisas, mudando o governo.
Estou cansado das críticas à governação, não preciso de ver programas políticos alternativos nem que alguém me convença que faz melhor.
O tempo é outro.
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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
"ODIOSA", sim ou não?
Complicado - Simples (Kandinsky 1939)
Por: Carlos Leça da Veiga*
É verdade, ou mentira, que possa classificar-se – melhor dito, que deva classificar-se – como “dívida odiosa” aquela, hoje em dia, atribuída à generalidade da população portuguesa?
Longe anda a prosápia de querer ensinar-se o padre-nosso ao vigário porém, como manda o melhor procedimento, intenta-se, a um qualquer, pedir uma opinião.
Num País em que não faltam vigários – e a comunicação social dá-lhes grande abrigo – não deverá ser difícil encontrar quem – vigário, que não vigarista – esteja disposto a dar a resposta julgada necessária.
De passo em passo, a situação de dependência política a que Portugal está sujeito avoluma-se a todo o instante, porém, ao invés de merecer repulsa, na voz duma figura cimeira, a vontade de ressarcir a dependência financeira imposta ao País, chega a ser considerada – tanta é a hipocrisia imperante na governação – como uma oportunidade capaz de demonstrar o bom comportamento que a todos deve deixar orgulhosos e que, por isso mesmo, mereceu, à tal “troika”, ser digno de louvor. Que Portugal, dizem esses intrometidos políticos, está a comportar-se muito bem, como disso é prova, a aceitação e obediência ao trabalho de liquidação da organização social do País imposto, a todo o momento, pelos enviados alienígenas do capitalismo mafioso.
É verdade, ou mentira, que possa classificar-se – melhor dito, que deva classificar-se – como “dívida odiosa” aquela, hoje em dia, atribuída à generalidade da população portuguesa?
Que razão haverá para que uma tal classificação – possível de assacar-se à chamada dívida portuguesa – nunca tenha sido equacionada, sequer aflorada, tanto pelos comentadores de serviço como, tão pouco, por quaisquer dos arautos partidários, em particular, dentre os menos conformados. Colocá-la está completamente fora de questão? Falta-lhe cabimento? O oportunismo comanda? Não convirá ofender os emprestadores? Essa chamada dívida portuguesa já foi sujeita a qualquer auditoria independente?
Em Portugal, o tema da “dívida odiosa” não pode ser suficientemente desconhecido de tal modo, na comunicação social, não figure réstia duma sua menção, quando – o exemplo é frisante – uma tal classificação está a ser pedida para aplicar-se á dívida do estado grego e, coisa notável, aqueles que chamaram a si a incumbência de solicitá-la são personalidades com nome bem firmado e com grande respeitabilidade no mundo em que se advoga o que a nós falta, a Democracia. Citem-se, apenas, Tariq Ali, Samir Amin, Tony Benn, François Chesnais, Noam Chomsky, Marta Hornecker, Ken Loach, Jean-Luc Mélenchon, Eric Toussaint etc., etc.
Tanto quanto possa respigar-se do estatuído pelo Direito, sobretudo após a “sentença Olmos”, no caso português, será possível, ou não, fugir-se à designação de “dívida odiosa”? A pergunta fica feita.
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