quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Cavaco Silva amnésico. Portugal um país anormal.

Apesar de Cavaco Silva, Portugal ainda vai ser um país normal.Out.2013

Apesar de Cavaco Silva, Portugal ainda vai ser um país normal.

Já me passou a fase de não estar para os ouvir, foi rápido. Cavaco Silva ou é o “estadista” mais ignorante da Europa (e arredores) ou anda a mentir pelos cotovelos. 

É preciso descaramento para dizer sobre a marcação de eleições antecipadas que, e cito: “É bom que Portugal seja na Europa um país normal; e na Europa, de que fazemos parte, (o normal) é os mandatos serem cumpridos” e ainda no mesmo sermão “Não queiramos ser um país anormal dentro da Europa, caso contrário os outros olham para nós – e os mercados também, e dizem; aquele país é ingovernável”.

Será que Cavaco Silva está “informado” sobre como os governos, nos países governáveis da Europa, chegaram ao poder, será Cavaco Silva tão ignorante e desatento que não tenha dado por eleições antecipadas na maior parte dos países europeus?

Não deu Cavaco pelas eleições antecipadas no Luxemburgo, que na semana passada deram a vitória ao seu amigo Jean-Claude Junker? Ou há quatro dias, por eleições antecipadas na República Checa? Talvez o nosso presidente não tome as pastilhas de vitamina B1 e tenha perdido a memória recente.

Suponho que o transtorno amnésico de Cavaco Silva não lhe permitirá ir até à Alemanha de Schroder que perdeu a maioria que tinha há sete anos, numas eleições antecipadas.

Decerto que nunca ninguém daquela Casa Civil lhe terá falado de eleições antecipadas mais ou menos recentes em países como a Áustria, Bélgica, Bulgária, Polónia, Grécia, Irlanda, Portugal (!), etc. Países tão diversos politicamente como a Dinamarca e a Eslovénia tiveram eleições antecipadas a seguir a eleições antecipadas.

Cavaco Silva nunca ouviu falar em eleições antecipadas em Itália! Não sabe que até a Holanda teve eleições antecipadas.

O melhor para tentar recuperar a memória do nosso presidente era um exercício com figurinhas de políticos, daqueles mais próximos. Quando se lembrar que há dois anos Zapatero saiu do poder em Espanha, tendo havido eleições antecipadas, está a caminho de se recordar das eleições antecipadas no Reino Unido, o eleito e seu amigo David Cameron ficava-lhe grato pela lembrança.

Para ajudar a memória do esquecido presidente (deste azarado país que tais líderes tem), vamos dia 1 de Novembro, na próxima sexta-feira às 10 horas, à Assembleia da República - chumbar o orçamento e exigir Eleições Antecipadas.

  Apesar de Cavaco Silva, Portugal ainda vai voltar a ser um país normal.

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terça-feira, 29 de outubro de 2013

Milagres servidos em pires, para acompanhar tremoços.

  Milagres num Pires. Out.2013 
Nos últimos dias, cada vez que ouço um governante, mudo de canal. É falta de paciência para os atender. Fui de manhã em trabalho, de Lisboa ao Alentejo, escutando rádio. Surgiu um som de ministro e, antes de mudar de posto, ouvi, de raspão, Pires de Lima falar em milagre económico. Esqueci-o na companhia da música.

De volta a casa, já de tarde, ligo a televisão e ouvi, também de raspão, Passos Coelho a falar em qualquer coisa... “atirar areia para os olhos”, e atirei com um of ao aparelho.

Há dois dias que o governo não sai dos rádios, das televisões e dos jornais, num cerco cacofónico. Querem tirar-nos o repouso, pretendem empanturrar-nos com aldrabices políticas em doses letais, querem-nos emouquecer com overdoses de ministros e criadagem do governo. 

É esquema!

Mas é também desespero. Aludir a “milagre económico” nesta calamidade nacional, é usar a bomba atómica do embuste publicitário. O que há acima dos milagres? Só Deus - e é apenas para os crentes (como se sabe, em milagres até os ateus acreditam).

Como com as aflições do governo e seus serviçais posso bem, não ligo, só desligo! Nada do que acrescentem, através de paleio, altera a realidade que eu vivo e que verifico que os outros vivem.

Querem afrouxar a nossa indignação através de trapaças mil vezes repetidas, tem sido só mentiras atrás de mentiras. Mas há quem não se fique, e os próximos dias são a continuação de lutas, greves, e manifestações.

É uma resposta ao esquema dos falsos milagres, servidos em pires para acompanhar tremoços.

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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Esquerda. Sondagens dão Bloco em baixo e PS em cima.

Campanhas & campanhinhas.Out.2013

A palavra “campanhinha” não existe no português escrito (não existia!) mas não encontro melhor para expressar a minha percepção do fundamental do marketing político à esquerda. De tão primário nem sei a que alvo medíocre se destina.

Segundo uma sondagem da Pitagórica publicada no Jornal i, o PS sobe nas intenções de voto - tem agora 36,7% - o seu melhor indicador, deixando o PSD a 13 pontos. O PSD com 23,7% regista o seu pior resultado este ano.

A maior queda nas intenções de voto, nesta sondagem, é para o Bloco de Esquerda (BE), que com 6,6 % tem o mais baixo resultado deste ano. 

Haverá causas várias, mas há uma “campanhinha” que, já se viu, não funciona; a de tentar, por todos os meios, ir buscar votos aos eleitores do Partido Socialista. Penso que não funciona, simplesmente, porque para ir buscar votos aos eleitores do Partido Socialista, não pode ser por todos os meios.

Os votos que o BE perdeu, ganhou-os o PS, logo, a “campanhinha” é contraproducente. Antes das “Europeias” o BE tem de apresentar algo de afirmativo, relevante e alternativo. Não vão chegar as “campanhinhas” já muito repetidas; “votam sempre nos mesmos” e “não votem no PS/PSD/CDS” ou coisas do mesmo jeito, não é por acaso que o Bloco vai para baixo e PS vai para cima.

O BE se é alternativa ao PS é em quê? O BE se é alternativa ao PCP é em quê? Isto perguntará a maior parte das pessoas. Eu gostaria de saber como é que o BE vê Portugal a continuar na Zona Euro? O BE e os outros.

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domingo, 27 de outubro de 2013

Solução para a ressaca das manifestações.

1 de Novembro feriado roubado.Out.2013

Nas visitas que hoje fiz ao “Facebook” dei com um ambiente de ressaca desalentada, dos meus amigos e amigos deles, pela reduzida presença de manifestantes, ontem. Esperavam mais, eu não. 
 
O ambiente da grande manifestação de 15 de Setembro acabou há muito; não há apoio da RTP, as eleições autárquicas colocaram todos os activistas em modo eleitoralista/divisionista e ainda não se encontrou o botão para desligar. 

Como querem manifestações unitárias contra o governo, se nove em cada dez coisas que escrevem é para denegrir o partido do lado (onde pensam poder ir buscar votos) ou a ideologia desviante dos seus textos filosóficos? Odeiam-se e invejam-se mais do que odeiam o governo. 

Uns “não são de esquerda”, outros “não são revolucionários”, o chico do Sabugal é acusado da invasão da Checoslováquia, o Manel de Celorico é tal e qual um menchevique, O PEC 4, isto, o Pinóquio, aquilo, um parente do político x é corrupto; não há boneco sem defeito na má-língua das redes sociais.

Tal entretém afasta pessoas que se podiam encontrar para defender coisas simples como o Serviço Nacional de Saúde ou a Escola Pública, ou ainda uma causa menos exigente que é o derrube do governo. Mas não, a esquerda é má companhia para a esquerda, a esquerda é racista da esquerda.

Há uma procura incessante pela perfeição, que na política de esquerda parece ser alcançável pela destilação; de cisão em cisão até à alquimia de onde brote a vanguarda imaculada e fundamentalista. Para trás são todos traidores, eles ou os pais, e com traidores não se fazem manifestações.

Ao contrário de alguns dos meus amigos, que são mais exigentes sobre com quem se manifestam do que com quem casam, tenho apoiado e participado num leque alargado de manifestações. Dia 1 vou estar em São Bento (a partir do Rato) em mais uma demonstração dos sindicatos contra o governo. (ver quadro em cima/direita)

Uma solução para a ressaca das manifestações é outra manifestação.

P.S. Não me venham dizer que são muitas manifestações juntas, como já ouvi a quem acha que, “lá fora”, os manifestantes fazem muito bem em não sair das ruas.

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sábado, 26 de outubro de 2013

Manifestação 26 Out. Lisboa. Que Se Lixe a Troika.

foto 1 Manif.26 Out.Que se Lixe a Troika.Out.2013

Com concentração inicial no Rossio, a manifestação convocada pelo Movimento “Que Se Lixe a Troika” foi engrossando durante o trajecto para a Assembleia da República, tendo atingido alguns milhares de participantes.

Manif.26 Out. Que Se Lixe a Troika.Out.2013

Movimentos de cidadãos, organizações políticas e anónimos foram dizer junto ao parlamento que “está na hora do governo e a troika irem embora”.

Que Se Lixe a Troika - São Bento. Out.2013

Em São Bento a manifestação encheu até abarrotar o largo. Não foi, nem se esperava, algo parecido com a grande manifestação de Setembro do ano passado. Há coisas a rever nas convocatórias e tipos de mobilização, em Lisboa e fora dos grandes centros. Cumpriu-se mais uma jornada de luta.

Dia 1 de Novembro voltamos a São Bento, novamente em unidade,
para recusar o orçamento e exigir a demissão do governo.

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sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Vaga de greves começa mal para fura-greves.

Greve dos CTT- contra privatização. Out.2013

Grevistas e PSP impedem camiões privados de levar correspondência da central dos CTT em Cabo Ruivo.

O piquete de greve impediu a saída de dois camiões da central dos correios, os motoristas privados chamaram a PSP, e esta, alertada pelos trabalhadores dos CTT constatou a não existência das obrigatórias guias de transporte. Ficaram todos parados, grevistas e fura-greves.

Os privados contratados pela administração dos CTT, de tão acelerados esqueceram a papelada. Tudo em volta dos CTT tem estado muito apressado. 

O modelo de privatização dos CTT foi aprovado logo na primeira reunião do governo remodelado, em Julho, e a urgência na privatização foi entendida na oposição como de carácter puramente ideológico.

Sendo a receita da privatização para abater ao défice e à dívida pública, a verdade é que não há consolidação das contas públicas e os limites exigidos pela troika são “para mercados-ver”. 

Os CTT deviam ser das privatizações a rever com a troika. Não se justifica perder uma fonte de receita solidificada do Estado e um serviço público essencial. O encerramento de centenas de estações de correio é já um sinal da degradação do serviço postal nacional.

A seguir aos Correios continua a vaga de greves com o Metro de Lisboa, a Carris, Refer, CP, STCP, Transtejo, Soflusa, e a Função Pública que fará uma greve geral.

Várias manifestações estão marcadas para os primeiros dias de Novembro.

Amanhã é dia do movimento “Que Se lixe a Troika” sair à rua
em 13 cidades do país. 
 Que Se Lixe a Troika.out.2013 

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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Não lixem – O “Que Lixe Se Lixe a Troika”.

26 de Outubro - mais uma vez.Out.2013
 
Um só canal por cabo e quatro ou cinco órgãos de comunicação online divulgaram hoje (até esta hora) uma notícia da Lusa sobre a manifestação promovida pelo movimento “Que Se Lixa a Troika”. É tudo nos últimos dias, é curto.

O movimento tem o resto de hoje e amanhã para reverter uma situação que é de alheamento (não quero chamar boicote) da comunicação social à difusão da manifestação. Deve fazê-lo de forma perspicaz, pois o que interessa são os resultados.

Na grande manifestação deste movimento, de 15 de Setembro de 2012, confluíram várias circunstâncias; a guerra interna no governo, a discussão sobre a taxa social única e fundamentalmente a crise na RTP - entre os noticiários com os cartazes contra a troika em todos os cenários e o zero de agora, vão decerto dezenas ou até centenas de milhar de participantes.

Como se sabe, após duas convocatórias da comunicação social sem que ela tenha aparecido, o movimento simulou uma manifestação de apoio e muitos jornalistas ocorreram. 

Teve graça, foi considerado muito inteligente, mas parece, pelas reacções sequentes, ter tido aspectos contraproducente nos termos em que foi feita. Bastava aos “simuladores pró-troika” terem dito algo que permitisse aos jornalistas não se sentirem apanhados como tolos para cortar reacções adversas.

Vi no Facebook jornalistas (que até apoiam a manifestação) ofendidos com a discussão aberta em seguida nas redes sociais. O papel dos jornalistas (logo de todos), a realidade subvertida pela comunicação social e outros acertos de contas não seriam para dirimir nesta ocasião. 

Humildemente deixei um comentário:- o movimento “que se lixe a troika” precisa dos jornalistas e dos órgãos de informação, pense-se na grande manifestação e nas pequenas manifestações. O ambiente online parece ter transformado uma boa ideia em algo de pouca esperteza.

E agora? Se as coisas não se alterarem pelo lado dos apoios nos media, tem de se fazer mais força por outros meios menos eficazes. Pela situação política e pelas características do Orçamento para 2014, estão reunidas todas as condições para que uma grande multidão saia à rua no Sábado. 

Vamos lá.

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NSA avisa Obama que tem Merkel em linha.

Alô Alô Vidigueira fala comigo marciano.Out.2013

Aconteceu na América?

Merkel ligou a Obama para lhe perguntar se o seu telemóvel esteve sob escuta.

Só por graça...


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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Ministra fala verdade sobre cortes transitórios.

Ministra mente e não mente. Out.2013

É normal que poucos acreditem em quem passa a vida a mentir. Os cortes salariais “transitórios” de que fala a ministra das Finanças, (repetiu hoje na Comissão de Orçamento e Finanças da A.R.) são mesmo transitórios - são a política deste governo e o actual governo é obviamente transitório (de la Palisse). 

Os deputados da oposição na Comissão tentaram a incongruência, procurando saber se “transitório” para a ministra Maria Luís seria “permanente” ou “pontual” mas ela permaneceu na sua e pontuou apenas que “transitório não significa necessariamente anual”. 

Fez bem. Quem assegura (nem as hesitações de Seguro asseguram) que este governo dura mais um ano?

Mas, como falar verdade por algum tempo deve cansar ministros, a ministra afiança que a austeridade é para durar. Mentira. Se é verdade que os cortes salariais são transitórios pela mesma razão este nível de austeridade também o é.

Para assegurar o transitório, como é da natureza das coisas, é preciso que este governo transite para a rua (depressa, tinha vantagens). Depois dos milhões que tirou às famílias e à economia nacional, para pagar a dívida e resolver (ou atenuar) o défice, temos em dois anos os mesmos 5,8% de défice e 30 mil milhões de “dívida” a mais.

Isto não se resolve com mais cortes salariais transitórios, mas com cortes salariais definitivos; num sítio…

Exactamente; com a dispensa e corte total, nesta corte governamental. 

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terça-feira, 22 de outubro de 2013

Medina Carreira. Já me pronunciei sobre isso.

Europa da austeridade e do euro. Out.2013

Não vejo os programas de TV de Medina Carreira, repete-se há muito, como a maioria dos que se vão pronunciando sobre o dia-a-dia. Tenho a sensação, a cada episódio da nossa vida política de já ter escrito qualquer coisa sobre o assunto. O Déjà vu de que já me pronunciei sobre isso.

Há dois anos, em Outubro de 2011, Medina Carreira dizia que “se as despesas sociais continuarem a crescer ao ritmo dos últimos dez anos e a economia crescer ao mesmo ritmo dos últimos dez anos, em 2020 os impostos não chegam para as despesas sociais”. Já por aqui havia “denominador e numerador”; aumentar o PIB de um lado ir à despesa do Estado do outro. 

O governo, nestes dois anos, recusou olhar para o que já é consensual, que o real problema está no crescimento. O problema está nas suas políticas e na “Europa da austeridade e do Euro”.

Comentava eu aqui há dois anos:

 As medidas do Orçamento de Estado tiram razão a Medina Carreira, antes de 2020 os impostos não chegarão para cobrir as despesas sociais, não estamos “no ritmo dos últimos dez anos”. A opção recessiva do governo impede qualquer crescimento (que não seja negativo) e por consequência vai haver menos receitas de impostos, e ao mesmo tempo crescem as despesas sociais com mais desemprego e mais reformados. Reduzir o apoio social àqueles que dele precisam e baixar o valor das reformas é opção do governo, ainda envergonhada, mas subentendida na comunicação do Ministro das Finanças. 

A catástrofe anunciada por Medina Carreira é a estratégia do governo, destruir a economia para justificar a impossibilidade do Estado Social. O medo, espalhado pelo governo e a comunicação social é para que se aceite a regressão social como inevitável, desistiram do crescimento económico, tudo fazem para virar em alto risco qualquer investimento privado, e público não há.

O ministro da economia, como é visível, nada sabe da matéria e tem as prioridades trocadas. Em vez de contribuir para a criação de empregos, acrescenta meia hora de trabalho grátis por trabalhador quando o problema não é o preço hora do trabalho. Vim agora de uma indústria que reduziu a jornada em meia hora diária por falta de encomendas. Há um mercado interno que o corte abrupto do consumo vai destruir. E sei, por experiência própria, que quem fecha indústrias por causa das opções dos governos não volta a investir.

Com este governo Medina Carreira terá sucesso a propagandear gráficos catastrofistas, são o retrato da governação.
 
Escrevi isto em 2011. O retrato mantém-se.

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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Confirma-se; quanto mais austeridade pior.

Governo falha todos os objectivos. Out.2013

O fundamento para o nível de austeridade imposto aos portugueses era resolvermos o problema da dívida, afinal Portugal foi o país da zona euro onde a dívida mais se agravou entre 2010 e 2012.

Do jornal Público: “De acordo com os dados da segunda notificação do défice e da dívida publicados nesta segunda-feira pelo Eurostat, a dívida pública portuguesa passou de 94% do PIB em 2010 para 124,1% em 2011, um acréscimo de 30,1 pontos percentuais que supera os 26,2 pontos registados pela Irlanda, os 25,3 pontos de Chipre e os 24,3 pontos de Espanha. O único país da zona euro onde a dívida caiu durante este período foi a Alemanha”.

Das mil publicações que este blogue já cumpriu, várias tinham no título a austeridade, “Austeridade para quê?” “Mais austeridade para nada.” e outras variantes para o problema que não muda, o falhanço de todos os objectivos que se queriam atingir com o grau de austeridade a que se tem sujeitado os portugueses.

A maioria já terá interiorizado que não estão a amortizar dívida alguma, que ela vai continuar a subir com a política do actual governo Português e desta Europa.

A crítica ao governo e a Cavaco Silva, cúmplice da destruição da economia e da promoção da pobreza, tem de apresentar respostas viáveis. Não sendo visível uma Europa solidária, insistir numa solução para Portugal dentro da Zona Euro é alimentar falsas esperanças. Repito:

Enquanto o Bundesbank mandar na política europeia, separando a moeda, da política económica, não temos saída, ou ficamos na Zona Euro – mais pobres e dependentes – ou saímos para recuperar as nossas vidas.

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domingo, 20 de outubro de 2013

Manifestações ordeiras ou violentas.

Graffiti (pormenor) em Alcântara. Out.2013

Acredito que vão existir em Portugal graves convulsões sociais, mas não serão necessariamente iguais a outros países onde a crise está instalada.

Todos os que discutiram a manifestação da CGTP, na Ponte 25 de Abril-Alcântara, deviam estar em reflexão. Só argumentei no Facebook num círculo restrito, mais uns apartes em comentários. Houve muito ruído, tudo inconsequência.

Defendi que a CGTP fazia bem em não responder à provocação do governo para o eventual confronto com forças policiais. O poder gostaria de isolar a CGTP, organização que a cada manifestação alarga o protesto a mais sectores da sociedade e a cidadãos que nunca protestaram nas ruas.

As manifestações da Intersindical, pelo facto de terem um histórico sem desacatos, têm atraído “povo” que independentemente da politização tem as maiores e mais autênticas razões de queixa do governo. São protestos verdadeiramente populares, de quem mais precisa, e que tendo a coragem de sair à rua, não tem a preparação (e em boa parte, a idade) para confrontos físicos com homens jovens, protegidos e treinados militarmente para reprimir. Os sindicalistas sabem-no, são opções, géneros de confronto.

A opção da CGTP desagrada a algumas pessoas, movimentos inorgânicos e grupos minoritários tradicionais da esquerda, que se imaginam capazes de provocar um crescendo de violência nos protestos. A qualidade ou a quantidade, o exemplo e a reacção das forças repressivas. 

Sendo partidário do que dizia Marta Harneker; “que é na luta que nós humanos, crescemos e nos transformamos”, e que, “constatar que somos muitos, os que estamos na mesma luta, é o que nos faz fortes – é o que nos radicaliza”, não desanimei nos meus comentários quem quer confrontos com a polícia, nesta altura.

Antes aprendam a não dispersar,…etc. para não dar o espectáculo desmobilizador de apenas “enfardar” ou fugir a sete pés como se tivessem tocado às campainhas. Para ontem estava anunciado por anónimos mais ou menos conhecidos que iam bloquear o porto de Lisboa, até tinham uma televisão para acompanhar o evento. A PSP colocou alguns agentes a proibir a passagem - vieram embora. 

Não é dessa toca de que sai o furão; haverá, penso, convulsão social com a aplicação do Orçamento e outras medidas; poderá iniciar-se com força numa manifestação, num mercado, num centro de saúde; organizada ou não e revestir outras formas de acção, pode até ser um acto desesperado de um suicida ou planeado friamente. Pode ser banal e absorvido, como é hábito, ou determinante.

O balão está a encher e Portugal tem uma história de violência política que não é ensinada na escola nem nas redes sociais. 

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sábado, 19 de outubro de 2013

Manifestação Ponte-Alcântara convoca 1 de Novembro.

Manif. Ponte-Alcântara - foto1.Out.2013

                                                     (Fotos Manif.1 de Novembro AQUI)

A CGTP propôs, os manifestantes aplaudiram; está agendada para 1 de Novembro uma concentração frente ao Parlamento. No próximo dia 1 é votado na generalidade o Orçamento de Estado para 2014, rejeitado pela grande maioria do povo português.

Manif.Ponte - Alcântara foto2. Out2013Manif.Ponte-Alcântara foto3.Out2013










Contra as provocações do governo, realizou-se a grande manifestação sobre a ponte 25 de Abril, recebida em Alcântara com entusiasmo pelos populares do bairro e muitos outros participantes. A proibição ilegal do governo de fazer a marcha a pé, acabou por mobilizar mais e dar maior visibilidade à luta unitária contra o governo.

Manif Alcântara. Palhaço1.Out.2013
Manif.Alcântara-Palhaço2.Out.2013










A Cavaco Silva foi exigida a demissão do executivo de Passos Coelho, o fim do silêncio sobre os ataques à Constituição que jurou cumprir; ofensas que já vêm da Comissão Europeia  e do FMI sobre o Tribunal Constitucional e a Soberania Nacional.

A CGTP apelou à unidade e participação de todos, dia 1 de Novembro vamos recusar o Orçamento, exigir a demissão do governo e a realização de eleições antecipadas.

Manif.Ponte-Alcântara A Luta Continua.Out.2013


A LUTA CONTINUA


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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Cavaco Silva foi só depositante do BPN?

Cavaco Silva um depositante especial do BPN.Out.2013

Em resposta a Mário Soares, que tinha perguntado “por que é que o presidente não é julgado (no caso BPN)?”; O presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, reiterou nesta quinta-feira que a única relação que teve com o BPN ou as suas empresas foi enquanto depositante para aplicação de poupanças quando era professor universitário.

Para além de outras situações nada claras entretanto vindas a lume, como o “caso da Aldeia da Coelha”, e das relações pessoais e políticas com os principais envolvidos no caso em justiça do BPN, o que sempre se duvidou foi precisamente da qualidade de depositante do cidadão Cavaco Silva.

Cavaco Silva foi “depositante para aplicação de poupanças” mas não foi um depositante normal, segundo as notícias.

  Escrevia eu aqui em Abril de 2011: 

Oliveira e Costa comprou acções da SLN por 2,10 euros e vendeu a Cavaco Silva a 1 euro.  

Segundo noticia a TSF, para além de Cavaco Silva foi abrangida pelo Maná a sua filha Patrícia Montez. A revelação foi feita pelo inspector tributário Paulo Jorge Silva no tribunal que julga o caso BPN; segundo o inspector que participou na investigação, as acções adquiridas na offshore Merfield por Oliveira e Costa eram parte (250 mil) de um lote de 1.750.000 acções compradas por Oliveira e Costa.  

Com o “negócio”, o banqueiro que vendeu 100.360 acções a Cavaco e 149.640 à filha do presidente, perdeu 275.000 Euros, vendeu o resto do lote com lucro.  

Acrescento eu pois já deve andar esquecido, que Cavaco Silva e Filha ganharam depois na venda destas acções 140% (147,5 mil euros para ele + 209,4 mil euros para a filha).  

Desta data (13/04/2011) para cá, o caso BPN continuar a marcar passo na Justiça. Os arguidos fazem uma vida normal, pouco ou nada se sabe dos desenvolvimentos da investigação e das iniciativas da acusação. 

Sabemos que estamos a pagar os roubos que uma quadrilha bem organizada fez a partir do BPN - mais nada. 

Os portugueses já suspeitavam que há no caso BPN quem esteja acima da Justiça, Mário Soares voltou a pôr Cavaco Silva na panela, este deita água na fervura. 

Já passa, a malta paga.

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terça-feira, 15 de outubro de 2013

Após 39 anos, um governo proíbe uma manifestação.

Este governo já proíbe manifestações. Out.2013

O ministro Miguel Macedo alega que tem poder para proibir a manifestação na ponte 25 de Abril. E proíbe. Proíbe porque entende que tem poder político para o fazer.

A proibição é política, o governo receia as manifestações. Após 39 anos de democracia temos um governo que proíbe uma manifestação (de sindicatos!).

Está em causa o direito de manifestação, uma das liberdades fundamentais conquistadas com a Revolução de Abril

O tempo é do povo português responder, participando massivamente nas manifestações contra este governo.

Até que caia!

Post.Scriptum:

 
Após a proibição do governo, a Comissão Executiva da central sindical cancelou a marcha na ponte, fazendo os manifestantes pelo sul a travessia da ponte em autocarros. Juntam-se em Alcântara aos manifestantes da região de Lisboa.

TODOS  A ALCÂNTARA - SÁBADO - 19 DE OUTUBRO

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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Militares voltam às ruas. Concentração em São Bento.

Militares voltam a manifestar-se em Novembro. Out.2013

Militares protestam junto ao Parlamento contra desvalorização da condição militar e os cortes orçamentais.

A Associação Nacional de Sargentos (ANS) anunciou uma concentração no jardim de São Bento, junto à Assembleia da República, para o próximo dia 12 de Novembro.

Militares estarão em 12 Nov. no  jardim de São Bento. Out.2013 
Os militares são abrangidos pelos cortes, nos rendimentos e nas pensões, previstos no Orçamento de Estado para 2014, conforme afirmou na última 3ª feira a secretária de Estado da Defesa, Berta Cabral, no Parlamento.

A ANS diz em comunicado:

“Não ficaremos a assistir impávidos à desvalorização dos sargentos de Portugal, à descaracterização da condição militar e ao desmantelamento das Forças Armadas”.


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sábado, 12 de outubro de 2013

Barcelona. Nós Catalunha somos Espanha?

Barcelona - Anti fascistas contra manif. fascista. Out.2013
 
Dizem que a maioria silenciosa saiu à rua em Barcelona.

Cerca de dez manifestações acontecem hoje em Barcelona, todas elas relacionadas com o Dia de Espanha, dia de Colombo.

Desde as oito da manhã que uma vintena de organizações anti-fascistas se concentraram na praça Sants, para barrar o passo a uma manifestação da ultra direita.

A plataforma fascista “Espanha em Marcha”, defensores da unidade da Espanha e da qual fazem parte a Falange, Nudo Patriota, Alianza Nacional, Movimento Católico Espanhol e Democracia Nacional, tinha inicialmente marcado a sua manifestação para a praça Sants. Proibida pelas autoridades (Departamento do Interior) para evitar confrontos, marchou a Montjuich. 

O "Movimento Cívico 12-O", (PP e Ciutadans) contra a independência da Catalunha, sobre o lema Som Catalunya, Somos Espanha “Nós Catalunha somos Espanha” fizeram a maior manifestação na Praça da Catalunha (160 ou 30 mil participantes, segundo os organizadores ou a Guardia Urbana).

Pelo segundo ano os partidários da “unidade de Espanha” organizam em Barcelona manifestações de resposta às grandes movimentações de massas dos independentistas, a Diada de 2012 e o Cordão Independentista de Setembro deste ano.

Para além das manifestações pró e contra a independência da Catalunha, a Fedelatina (Federació dÉntitats Llatinoamericanas de Catalunya), convocou uma concentração anti-fascista, de protesto contra o genocídio dos povos indígenas da América.

A divisão dos catalães é conhecida, os interesses do estado espanhol também. As manifestações sucedem-se, mas a verdadeira consulta ao povo catalão nas eleições históricas de Novembro de 2012, não deixa dúvidas; o sector independentista saiu reforçado pelos resultados expressos nas urnas. 

O que foi anunciado pelo presidente eleito Artur Mas, foi que, ou é aceite que há referendo em 2014, sobre a soberania da Catalunha, ou converterá as eleições catalãs de 2016 num plesbicito.

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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Tabaco, fisco perde milhões. Fumar com menos impostos.

oclarinet.blogspot.com - deixar de fumar. Out.2013

O Estado perdeu 4,5 milhões de euros por mês, entre janeiro e agosto deste ano, na receita do imposto sobre o tabaco. Não deixei de fumar, mas sou daqueles que deixou de encher o papo a gulosos - já lá vamos.

As receitas dos impostos mais significativos, IVA, veículos, combustíveis e tabaco, baixaram em relação às do ano passado. O governo enganou-se; a CIP, que dizia que um agravamento dos preços do tabaco renderia 500 milhões de euros, também se enganou, perderam-se até agosto 36 milhões.

Uma análise superficial imputará por inteiro a queda do consumo ao aumento dos preços, mas há outros factores. O jornal Correio da Manhã diz que a Judiciária capturou 18 milhões de cigarros contrabandeados a que corresponderá 3 milhões de euros de impostos, muito mais contrabando não foi apanhado.

Desde que a Tabaqueira é subsidiária da Philip Morris, a habituação dos consumidores pelas marcas americanas cresceu, são elas as mais falsificadas e contrabandeadas. 

O aumento do preço do tabaco levou muitos a deixar de fumar, o que é bom, levou outros a não se iniciarem no vício, o que ainda é melhor. 

Para os fumadores que não vêem razões para deixar o tabaco (e não são ricos), conseguir fumar a preços aceitáveis é um problema. Para fumar com menos impostos voltei a fumar cachimbo.

Em dinheiro, gasto menos de um sexto do que gastava, fumo menos e de forma menos prejudicial para a saúde. O tabaco é comprado fora do país, cá é um abuso de preço. As misturas que preparo desligaram o “vício pela marca de cigarros”, portanto, se um dia quiser deixar de fumar será mais fácil.

O Estado deixou de receber impostos meus sobre o tabaco, não é um caso de retração do consumo nem de fuga aos impostos…será uma fuga aos gulosos.

Post Scriptum: Paz na Síria e normalidade em Chipre, também ajudavam a produção do meu Latakia, um nico em cada cachimbo.

 Post Scriptum

Principal imposto ambiental pago pelas famílias portuguesas é o do tabaco.



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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

PSD abandona CDS. Dois marmelos irreconhecíveis.

oclarinet.blogspot.com - por natureza - morta. Out.2013

A coesão nos partidos do governo é tão sólida que Cavaco Silva só pensa em juntar o PS para uma perfeita harmonia troikana. Luís Amado e quejandos também.

Depois temos cenas, como hoje no Parlamento, em que PSD deixa o CDS sozinho a defender o corte das pensões. Nem com a oposição a puxar pela língua da bancada do PSD, apareceu alguém a acompanhar o deputado centrista João Almeida, na defesa da medida.

O mal está lá, disfarçam uns dias, fazem juras públicas de afecto e fidelidade, mas a natureza deste PSD e deste CDS prometem divórcio. Com um empurrão daqui e outro dali, o governo abana. 

E ainda não se conhecem em concreto as medidas do Orçamento de Estado para 2014…

Promete.


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terça-feira, 8 de outubro de 2013

Bispos preocupados com as contas do corte nas pensões.

Bispos preocupados com a TSU.Out.2013

Ouvi primeiro no rádio do carro, confirmei no jornal. Os bispos católicos estão muito preocupados com os cortes nas pensões de sobrevivência (TSU da viuvez). 

Ainda pensei ser uma viragem no apoio que têm dado à política do governo e da troika, afinal estão desassossegados por não saberem se tal medida prejudica as instituições de solidariedade social, incluindo as da Igreja.

Um parágrafo no Público, das declarações do porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa, Manuel Marujão, elucida: - Os bispos lembraram também “a ansiedade que as instituições particulares de solidariedade social vêem nos possíveis cortes”, uma vez que “também vivem das contribuições destas pessoas que têm pensões que não são um luxo”.

Aqui está um lóbi capaz de influenciar o governo, as coisas não estão a correr como a hierarquia da Igreja supunha para as suas instituições, dos colégios às IPSS, nem mesmo o reforço governamental tirando à Escola Pública, ou o desvio das verbas do QREN, de que também se fala, sossegam a Igreja.

O governo, Portas e o seu ministro da caridade, terão esquecido os interesses da Igreja católica neste assalto aos mais velhos? Vamos ver.

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Passos quer os economistas na propaganda do governo.

Propaganda propaganda. Out.2013

Passos Coelho está com medo da reacção dos portugueses ao próximo Orçamento de Estado (OE). Criou expectativas impossíveis de satisfazer, errou nas consequências da política de austeridade “para além da troika”. Sente que há apoios que lhe estão a fugir, e está, pateticamente desnorteado.

Só um primeiro-ministro perdido, se lembraria de fazer um apelo público “aos economistas e comentadores (para) que ajudem a reposicionar as expectativas dos portugueses, pois o OE pode criar um novo choque. (Público)

O choque é garantido como se vê pela oposição popular à TSU da viuvez

Passos Coelho está a pedir para que se publicite o argumentário do governo, do PSD e do CDS, sobre a situação do país; quer os economistas e os comentadores a fazer a propaganda do governo - quer ainda mais economistas e ainda mais comentadores!

Cavaco Silva alinha; já em 2012 Cavaco queria todos a fazer a propaganda do governo, mas pedir o mesmo a alguns profissionais da economia e do comentário põe em causa a sua credibilidade, prejudica o seu ganha-pão.

O governo - e Cavaco Silva - estão cada dia mais longe dos portugueses, mais isolados.

Sobrevivem pela propaganda e ela já falha, não chega; ninguém acredita nas mentiras sucessivas, na palavra falsa dos ministros, no governo.

Passos Coelho tem uma solução de recurso; organizar todos os dias eventos com banqueiros, comparecem de certeza a defender o governo, em todo o lado.

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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

TSU dos reformados – na viuvez, o início do pacote.

TSU dos pensionistas para viuvez. Out.2013

A arte de mal mentir a toda a força. Portas diz que cortes das pensões de sobrevivência não estavam desenhados na quinta-feira. Não precisamos de desenhos para perceber as intenções do governo; a TSU dos reformados na viuvez é o início do novo pacote de austeridade.

Os reformados da Segurança Social têm estado a ver os pensionistas da Caixa Geral de Aposentações (CGA) serem atingidos por cortes múltiplos… na expectativa. A própria Manuela Ferreira Leite queixava-se na televisão, após a conferência de aldrabões, sobre as conclusões da 8ª/9ª avaliação da troika da “linha vermelha de Paulo Portas” ser apenas para o regime geral.

Ferreira Leite acusou Portas, afirmando que “a TSU (das reformas) foi substituída pelos cortes de 10% sobre as pensões da CGA”. Falou cedo de mais, dois dias depois já havia uma parcela do regime geral que vai ser afectada por cortes directos, as viúvas e os viúvos. 

A TSU da viuvez (pensão de sobrevivência ou pensão de viuvez) vai empobrecer e desamparar os mais velhos que perderam o rendimento do cônjuge, até um limite de dificuldades que ainda não sabemos.

Já aqui se anteviu que o governo tentaria “ir às reformas” do regime geral. Esta medida, por extrema e desprezível, e até pelo valor relativamente irrisório da ladroeira (100 milhões de euros), parece ter por missão experimentar a reacção da opinião pública e afinar o conflito com o Tribunal Constitucional. 

O novo pacote de austeridade, peça a peça, sabê-lo-emos aquando do Orçamento de Estado. O que não saberemos é que medidas substitutivas serão implementadas pelo governo, perante os casos esperados de inconstitucionalidade. 

Daí que ninguém possa pensar que não é atingido.

Devia fazer pensar em duas coisas. Primeiro; ninguém está livre de ser abrangido por cortes directos nos seus rendimentos. Segundo; sendo todos os cortes recessivos, todos serão afectados.

Não há motivo para os portugueses se deixarem dividir, para o governo conseguir dividi-los. 



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domingo, 6 de outubro de 2013

Machete, Cavaco, BPN e Ministério Público.

A esperada reacção de Cavaco Silva.Out.2013
O título podia ser mais extenso; Cavaco, BPN, Machete, BPN, Ministério Público, BPN, PSD, BPN, Angola BPN/BIC, PSD, Angola, Passos Coelho, BIC, BPN etc.

“Isto anda tudo ligado”!

Passos segura Rui Machete titula-se. Não é Passos Coelho que mantem o desastre mental e mentiroso persistente do ministro. Eles protegem-se todos uns aos outros. Todos, nos vários poisos que conquistaram na sociedade portuguesa, todos nas várias estruturas de poder.

Quando os portugueses, genericamente, afirmam que não confiam na Justiça, estão a dizer que ela não é suficientemente independente para estender o seu braço aos poderosos.

Ouvir Cavaco Silva citar; “Um dos princípios básicos da nossa democracia é a independência dos tribunais e a autonomia do Ministério Público”, é brilhante. E toda a gente, da esquerda à direita, repete a frase decorada da separação de poderes. Como se isso fosse a coisa mais nítida e adquirida da “nossa democracia”. 

Temos uma Justiça que não consegue, ou não quer, ou está impedida, de resolver o maior caso de banditismo organizado da história de Portugal, o caso BPN. Temos a suspeita de cumplicidades ao mais alto nível para abafar o único julgamento que podia reabilitar a Justiça portuguesa. Temos a descarada chamada de envolvidos no BPN para cargos públicos e até para governo, a fim de branquear as suas ligações.

O caso Machete, vergonhoso, tão subserviente como o caso de Paulo Portas e o avião de Evo Morales, é apenas um episódio de uma gentalha que chegou ao poder por não haver em Portugal uma Justiça a quem recorrer. O alto bandidismo sabe que está impune.

Pedir a demissão de um ministro é neste caso uma insignificância, os que estão à frente da muito proclamada autónoma e independente Justiça, é que têm de apresentar resultados ou demitirem-se. 

Sem uma Justiça que se guie pelos seus princípios, corajosa e competente, os mais sórdidos dos portugueses continuarão a chegar a cargos políticos de relevo. 

O resto, são apenas...cumplicidades.


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