quarta-feira, 16 de julho de 2014

Razões marxistas para manter Passos Coelho?

Quem manda é o Capital. Jul.2014
 
Dei com isto no Facebook: - “Mais do que uma mudança de governo, do que precisamos é do fim deste regime de castas (…) ”

Numa leitura rápida, o governo é secundário, o regime tem de ser alterado. O regime é alterado antes das eleições legislativas de 2015? Ou é indiferente ter Passos ou Seguro ou Costa como primeiros-ministros deste país?

Parecia-me aquilo em voga, nos debates abreviados e com carimbo aviados; fulano não é de esquerda, são todos iguais, vai fazer assado, é pior que o outro e vices-versas até serem todos sociais-democratas, coisa que – dizem – já não existe.

Do Facebook enviam-nos para o jornal i, onde Nuno Ramos de Almeida fez um artigo interessante. Diferente da leitura rápida da frase descontextualizada, concordo que alegar uma política realista pode ser perigoso. Tem limites óbvios e na matéria versada (as posições de Ana Drago) parecem-me estar balizados.

Não consta que os dissidentes do Bloco de Esquerda aceitem ir para o governo com quem tenha uma posição “ortodoxa” sobre o Manifesto da Troika e o Pacto Orçamental. Passos, Seguro ou Costa têm, cada um deles, posições díspares sobre esses assuntos. Costa, pelas intervenções na Quadratura do Círculo, é um crítico (é agora, mas é) dos dois papéis.

Depois, há dentro da “política realista” aritmética simples, como a necessidade dos votos do PS (só Costa chega lá) para tirar Passos Coelho do governo. Não será preciso apresentar razões; fundamentais como o Serviço Nacional de Saúde ou a Escola Pública bastariam para procurar entendimentos muito alargados nessas causas.

Penso que é possível uma política hegemónica a partir da recomposição inevitável das forças políticas e sociais existentes, defensoras da Constituição. Mais que doutrina a maioria dos portugueses afectados pelas crises esperam soluções. A decisão do “Fórum Manifesto” é uma demonstração de insatisfação com o impasse da representação política.

Ana Drago era das políticas da esquerda mais elogiadas e partilhadas nas redes sociais, agora, para alguns é social-democrata quando não pior. Mas atrás dos tempos vêm tempos e em política as coisas medem-se pelos resultados.

A cena política vai mudar porque tem de mudar.

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