sexta-feira, 6 de junho de 2014

O que são primárias abertas? No PS são fechadas.

Seguro engana os eleitores. Jun.2014
O que a direcção do Partido Socialista de António José Seguro anunciou, não são eleições primárias abertas.

No nosso país, os candidatos dos partidos a cargos locais ou nacionais são designados pelos órgãos dos partidos e estes eleitos pelos seus militantes, ou então por voto directo dos militantes.

Os eleitores não inscritos nos partidos não têm tido o direito de contribuir com o seu voto, para escolher os candidatos aos mais altos cargos públicos – e assim determinar decisivamente a política nacional.

As eleições primárias (internas aos partidos) são eleições fechadas quando só podem votar eleitores inscritos no partido.

A solução que o actual PS quer fazer passar por eleições abertas, obriga a inscrição no partido como simpatizante; uma espécie de “terceira via” entre abertas e fechadas - para satisfazer o “aparelho” que já se agitava com a ideia das abertas.

Os eleitores não inscritos no partido são impedidos de votar, não são eleições primárias abertas.

Nas eleições primárias abertas participam todos os eleitores, sejam simpatizantes com a área política ou com os candidatos propostos; não têm obviamente de ter filiação no partido e só votam uma vez em eleições abertas (não são adversários a fazer batota - ver aqui). Pérez Rubalcaba, do PSOE, quer em Espanha eleições primárias abertas  em todos os partidos parlamentares.

Na Europa, do próximo Partido da Terra galego ao distante Partido Democrático (PD) italiano há vários exemplos recentes que pelos vistos Maria de Belém não estudou – ou estudou muito bem. Em França, os eleitores no PS declararam defender valores gerais da esquerda e pagaram um euro.

Em Itália, desde 2005 que são usuais as eleições directas abertas, para governadores, como Nicola Vendola em 2005 e 2010 (SEL- Esquerda, Ecologia e Liberdade) da região de Puglia, às últimas do Partido Democrático, para a câmara de Roma (Ignazio Marino) e aos recentes candidatos eleitos primeiros-ministros, Luigi Bersani e Matteo Renzi.

Quando muito as primárias de Seguro corresponderiam às primárias no seio do PD para encontrar os candidatos às eleições abertas. Em Itália, no PD, quem teve mais de 15% no partido, candidatou-se em eleições abertas a todos os italianos; pagaram dois euros e não tiveram de se filiar como simpatizantes de ninguém.

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