sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Nós cidadãos. Mais um partido.

Nós, Cidadãos - mais um - Fev.2014
 

Soube-se hoje que um novo partido de centro-direita está em formação. Ser de centro-direita como é noticiado, de direita ou de outra posição é secundário. São pessoas que dão importância à política e à cidadania e organizam-se como muito bem entendem.

As reacções, como de costume, são “implicativas”. Qualquer formação cívica que dê um passo no sentido da representação política (de esquerda ou de direita) é acusada de vir dividir. Ora, os partidos não dividem, arrumam - aglomeram cidadãos de interesses e ideologias semelhantes.

No nosso sistema político, os níveis de abstenção e a oscilação dos eleitores entre os partidos, indicam que há vários espaços a ocupar por novas organizações. Aliás, as criticas aos partidos são nuns casos a todos (ao “sistema partidário”), noutros, aos partidos existentes, e ainda noutros, à prática dos partidos existentes.

Não há dúvida que boa parte dos portugueses não se revê nos partidos tradicionais, ou se quisermos, instalados no actual sistema partidário.

As primeiras censuras à formação de novos partidos vêm dos militantes com partido; os euros que dão cada voto são menos havendo concorrência na peixaria que vende peixe idêntico. Outras críticas virão dos que são contra o sistema de partidos ou defendem um único partido. Vivi no salazarismo e não gostei, e, basta olhar para a ex-cortina de ferro para ver no que dá um Partido-Estado.

A sociedade é pluralista, os veículos de representação política têm de responder a essa realidade. Se o sistema é de democracia representativa ou outro, é secundário, a sociedade é sempre pluralista e será tão mais democrática quanto o sistema permita a expressão de todos.

Não alinho no populismo anti-democrático de algum criticismo anti-partido. Entendo haver uma paralisia no actual sistema partidário sem aparecer ainda alternativa aos partidos.

As mobilizações “cidadãs” e as iniciativas inorgânicas, assim como o enorme movimento associativo autónomo que existe pelo país, ainda não encontrou forma de se juntar. A política e a cidadania ou encontra o meio de corporizar a alternativa às organizações existentes ou cria semelhantes.

(Lembremos que Lenine gostava dos sovietes se o partido bolchevique os controlasse).

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1 comentário:

JFS disse...

Vendo o que se passa na Ucrânia, combates,carne para canhão, mortos, e depois quem é chamado a resolver são os maiores partidos. A ingenuidade mata.