quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Ucrânia – a posição do PCU.

Ligações perigosas na Ucrânia.Fev.2014
Senador John McCain com Oleg Tyanybok (Svoboda)

Chegou-me por e-mail, um texto que acredito ser uma boa tradução da mensagem do dirigente do PCU, Piotr Simonenko, cujo original está em:
http://www.kpu.ua/obrashhenie-pervogo-sekretarya-ck-kpu-petra-simonenko-k-tovarishham-po-partii/

Embora reconhecendo as responsabilidades que os regimes da “cortina de ferro” tiveram no surgimento dos movimentos de extrema-direita nesses países e na influência que os neo-nazis têm hoje, a mensagem do PCU ajuda a compreender a situação actual.

Mensagem do Primeiro Secretário do Comité Central do Partido Comunista
da Ucrânia, Piotr Simonenko, aos camaradas do Partido.

Caros camaradas comunistas!

Dirijo-me a vós num dos momentos mais dramáticos da história do nosso país. Durante os trágicos acontecimentos dos últimos três meses foi derramado sangue, morreram pessoas. Foi ameaçada a integridade territorial da Ucrânia e a sua própria existência como Estado unificado, independente, soberano.

Estes acontecimentos não têm um carácter unívoco. A participação neles de grandes massas de pessoas  reflecte o profundo descontentamento na sociedade com o regime político de Yanukovitch e do seu círculo, que governou o país de forma inepta, enganando as pessoas, abandonando as suas promessas de campanha, e em momentos difíceis abandonando
cobardemente o seu posto. O clã que se formou em torno de Yanukovitch, que recebeu a designação de «Família» e que se enriqueceu de forma desavergonhada, afastou de si a maioria dos seus adeptos e eleitores.



Mas os protestos de massas não adquiriram o carácter de um confronto de classes . Ocorreu uma batalha feroz entre duas facções da mesma classe dos exploradores — a burguesia oligárquica —, das quais a mais organizada e preparada se revelou o agrupamento que juntou as forças pró-ocidentais, nacionalistas e radicais de direita. Estas forças utilizaram habilmente o descontentamento das pessoas e com o seu apoio realizaram um golpe de Estado .

Ao mesmo tempo, o Ocidente, ingerindo-se de forma aberta e sem cerimónia nos assuntos internos do nosso país, apoiou as ações das forças radicais de direita, na medida em que elas visam uma séria mudança na situação geopolítica na Europa e no mundo, a destruição dos seculares laços económicos, culturais e espirituais entre os povos ucraniano e russo, e os outros povos irmãos da antiga União Soviética, e entregam a Ucrânia ao protectorado dos EUA, da UE, da NATO, do Fundo Monetário Internacional e de diferentes empresas transnacionais.

As acções dos radicais de direita, liderados por forças abertamente neonazis alimentadas pelo regime de Yanukovitch — herdeiros ideológicos dos ocupantes hitlerianos —, são acompanhadas por uma nova e extremamente perigosa vaga de histeria anticomunista, pela destruição em toda a parte dos monumentos a Lénine e aos heróis da Grande Guerra Patriótica, por ataques banditescos às instalações do nosso Partido em Kíev e outras cidades do país , pelo terror moral e físico contra os comunistas, pela exigência da proibição da actividade do Partido Comunista da Ucrânia.

Tudo isso testemunha que estas forças que tomaram o poder  podem recorrer a quaisquer acções ilegais, não se detendo perante a repressão não só dos funcionários do partido mas também dos comunistas de base.

É preciso estar pronto para isso.

Nas circunstâncias que se criaram, a nossa tarefa mais importante é manter a estrutura e os quadros do partido,  estar vigilantes, não sucumbir às provocações.

É importante aproveitar todas as oportunidades para esclarecer os trabalhadores sobre a natureza do golpe ocorrido e o perigo das suas consequências para os cidadãos comuns  - uma acentuada deterioração da economia, o aumento do desemprego e dos atrasos no pagamento dos salários e pensões, o aumento dos preços e tarifas, uma criminalidade desenfreada, um ainda maior empobrecimento do povo.

A direcção do Partido e o nosso grupo parlamentar na Rada Suprema da Ucrânia farão todo o possível nestas dificílimas condições para defender os interesses dos trabalhadores, salvaguardar o Partido,  preservar a integridade da Ucrânia.

Caros Camaradas!

Perante o Partido, perante cada um de nós,  erguem-se novas e duras provações. Reforcemos as nossas fileiras, multipliquemos os esforços na luta pela nossa justa causa — o socialismo!

23 de Fevereiro de 2014
Piotr Simonenko,

Primeiro-Secretário do Comité Central do Partido Comunista da Ucrânia, presidente do grupo parlamentar comunista na Rada Suprema.

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