terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Movimento da Forquilha. A revolta social em Itália.

Movimento da Forquilha - Camionistas bloqueiam estradas de Itália. Dez. 2013
  Quando rebelar-se é um dever.
 
E quando a extrema – direita aproveita os movimentos sociais.

O dia de ontem, 9 de Dezembro, fica marcado em Itália por protestos em toda a península. Bloquearam estradas, ocuparam estações ferroviárias, degenerando em confronto violento com a polícia em Turim. Agricultores, desempregados, camionistas, trabalhadores liberais e estudantes, responderam por toda a Itália à convocatória do movimento “Forconi” (forquilha).

A forquilha já é um símbolo da revolta social em Itália. O movimento nasceu em Janeiro de 2012 quando agricultores, pescadores e transportadores, se organizaram na Sicília, na sua primeira greve por tempo indeterminado contra o governo Monti. A greve alastrou à Calábria e a Roma, bloqueando o abastecimento de combustíveis e alimentos.

O movimento vive desde o início no receio de sofrer infiltrações da máfia e de organizações extremistas, e ontem veio a confirmar-se “penetras” de grupos da extrema-direita em várias cidades, nomeadamente na Piazza Castello de Turim, onde se registaram os maiores desacatos. Segundo os jornais italianos seriam organizações de extrema-direita como o MSE, a CasaPound, a Forza Nuova, alguns identificados com as cores das claques ultras de clubes como o Torino e da Juventus em Turim ou do AC Milan e do Inter, em Milão.

Para o porta-voz da coordenadora do protesto, Andrea Zunino, a violência foi provocada por “um punhado de jovens agressivos e violentos, pouco tendo a ver com o evento, que foi totalmente pacífico”. 

Numa altura em que em Itália se assiste a uma importante recomposição das forças políticas; com a viragem à direita do Partido Democrático elegendo Renzi, com o novo líder Matteo Salvani na Liga Norte, ainda mais racista e xenófobo que Umberto Bossi e com Berlusconi preparando o regresso em força da Forza Itália, o panorama das lutas sociais e da sua incorporação partidária será problemática; para todos, e mais para a esquerda.

As condições económicas da força do trabalho italiana contrariam a política europeia e o Euro, nesse sentido a oposição da direita eurocéptica terá vantagem no ainda maior caos político que se adivinha em Itália. 

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http://oclarinet.blogspot.pt/2013/12/movimento-forconi-despoleta-rebeliao-em.html

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