domingo, 22 de dezembro de 2013
Ofensiva contra a lei do aborto – em Portugal.
Aproveitando a reforma da lei do aborto em Espanha, já se movimentam com mais afinco os grupos contra a lei vigente da interrupção voluntária da gravidez em Portugal.
Como referi no post de ontem; em Espanha o aborto volta a ser delito caso o ante-projecto do governo Rajoy, saído do conselho de ministros de sexta-feira passada, seja aprovado no Congresso de Deputados.
No nosso país, principalmente os movimentos eclesiásticos, nunca deixaram de contrariar a lei actual.
Em Outubro passado, com o patrocínio do Santuário de Fátima, foi lançada uma recolha de assinaturas em todos os países da União Europeia, “solicitando a protecção da vida humana desde o primeiro momento da sua existência”. As paróquias, sacerdotes, religiosos e leigos, foram chamados a colaborar.
No mês seguinte a Conferência Episcopal Portuguesa recordou que “as alterações legislativas introduzidas no nosso sistema jurídico, reflexo da ideologia de género, não são irreversíveis”.
Vão querer beneficiar do governo conservador português e da onda espanhola.
Já hoje vimos, pela manhã, a TVI convidar Ana Cid Poiares Maduro Gonçalves, presidente de uma organização de famílias com muitos filhos e muitas filhas, para comentar os jornais do dia. Começou pelo Correio da Manhã (pág.17) para tecer observações sobre a “lei muito permissiva” que o governo espanhol quer revogar. Daí passou à situação portuguesa e aos “gastos de 45 milhões de euros com os abortos”, a “defesa do direito à vida”, etc e tal.
Pela calada das paróquias e pela exuberância das televisões, a reacção à lei portuguesa da interrupção da gravidez está montada. Dá para ver que está a ser feita com profissionalismo e muitos meios.
A lei não é irreversível, poucas coisas são. Os retrocessos civilizacionais também não são impossíveis, mas os direitos das mulheres, uma vez conquistados, têm de ser defendidos.
O direito de decidirem sobre a interrupção da sua gravidez, conforme a lei em vigor, é um direito inalienável. Urge ficar atento.
Post Scriptum - A evolução da coisa (Jan. 2014):
Governo espanhol defende que restringir o aborto é bom para a economia. (?!)
(O post de ontem, clicar em “O aborto e os meus ovários”.)
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1 comentário:
Haja um homem a falar disto! Não te vão acusar de seres feminista.
Um problema sério, a que temos que estar atentos.
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