quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Agências de rating atacam países ricos da Europa.

Sarkozy ameaçado Out2011


A doença ataca os mais fortes porque não a curaram quando atacava os mais débeis, é a narrativa das epidemias por contágio. Itália e Espanha vêem baixar as suas notações e a França é ameaçada pela Moody´s. Um corte na dívida francesa poderia ter implicações na que é atribuída ao fundo de socorro do euro .
A exposição à dívida soberana da banca europeia e a fraca perspectiva de crescimento das economias, são argumentos de peso das agências para atacar também os países ricos da Europa.

Uma história. Há anos, quando era industrial, precisei de uma máquina (16.000 contos) e o meu banco, também meu cliente, demorava a aprovar a operação de leasing. Voltei-me para “os espanhóis” instalados em Lisboa; enviaram um analista (português) à fábrica, deu uma volta pelo fabrico, viu os produtos expostos da nossa produção, reconheceu as marcas, não pediu balancetes ou outros dados, conversámos e aprovou a operação na hora.
O equipamento foi pago (pagou-se) facilmente. O profissional da empresa bancária, conhecedor do sector, sabia que a máquina triplicaria a nossa produção, e foi essa perspectiva de crescimento que o levou a aprovar o investimento, em condições para nós bastante favoráveis.

As agências de notação financeira sabem que o simples anúncio da possibilidade de cortes no rating cria ou aumenta vulnerabilidades aos países, estão a pressionar soluções para a zona euro. Portugal, com as opções internas que tomou, tem um papel secundário e mudo, não sabe quando vai renegociar a divida nem qual será o perdão, está a destruir o resto do aparelho produtivo por ignorância dos decisores políticos e a inércia dos portugueses.

A falta de resposta atempada das instituições europeias põe em risco toda a zona euro, por cá a governação espelha-se num ministro da economia que podia ser atropelado por uma fábrica de lâmpadas acesas, que não veria o que lhe passou por cima. Sabem lá o que é uma empresa.

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